segunda-feira, 24 de junho de 2019

Espumas . Foto Fernanda Correia Dias
Espumas . Foto Fernanda Correia Dias

Eu levantei a tampa da panela de vapor, e queimei o punho direito.
Acontece que queimei duas veias lilases que vejo no punho, e pus o punho debaixo da torneira da pia.
Ficou muito vermelho. A pele franziu e eu segui fazendo o que precisava.
Em seguida mexi nos vidros, e uma ponto cortou no mesmo punho  justo mais acima de uma daquelas veias... Então lavei e fui sacudir umas sacas e ao alisar as sacas, percebi que só conseguia eficácia e rapidez  se usasse o punho. Mas já tinha usado e já estava ardendo.
Pensei que talvez fosse bom passar um creme... mas qual? Não lembro o nome do creme da queimadura. E todos os disponíveis estão com datas vencidas? Ah... lá se vão todos para o lixo e na manobra tocam o punho e torna a arder, meu pobre punho!
Venho fazer uma pesquisa de como desemperrar a janela de bandas de vidro que não fecha, e pronto! Arranho o punho no martelo que estava antes do teclado e decido postar essa trapalhada para não me meter em arranhar mais o punho!
Cá estou postando e lembrando que quando nos machucamos, devemos nos proteger e nos cercar de proteção tão logo o possível, porque o que estava ruim sempre pode piorar mais do que estava. Mesmo que você cuide é preciso guardar o punho. Guardar, isso mesmo! Fazer guarda, estar ao lado curando, observando e afastando de todos os impulsos.
Lembrei do meu amigo que me dizia, “ basta errar no corte da unha do pé, que em seguida, você topa num degrau e afeta aquele dedo, depois alguém te pisa e por aí vai!”
Assim sendo, não devo sair das minhas sólidas espumas, hoje. 

Fernanda Correia Dias
In meu punho, carpo ou pulso!                

sábado, 22 de junho de 2019

Ipanema. Foto Fernanda Correia Dias

Para onde vamos? Vamos para Ipanema, vou passar na casa de uns amigos e amigas, deixar uns presentes nas portarias, mas depois voltamos para cá. Como está a Senhora? Estou bem, Altair, mas com uma saudade imensa da minha mãe e uma vontade de comer o frango com quiabo que ela fazia só para mim e para ela.
E por que a Senhora não faz e come? 

Vi a cara do Altair quase colada na minha! O corpo todo virado para trás do carro! Aquela manopla dele em cima do encosto do assento do carona! Os olhos saltando da cara!
Por quê? 
Ora... Altair! Porque não aprendi. Ela me ensinou a fazer bolinhos de arroz crocantes, chuchuzinho picadinho em quadradinhos mínimos, com mini camarões para comer com arroz branco de alho e sal, como ela fazia e outras maravilhas, mas frango com quiabo... não...E eu adoro! Também não aprendi a fazer os livrinhos, que  ela fazia naquele tamanho de micro-livro, cabendo dentro da concha da colher de sopa!E não aprendi a fazer a canja de hortelã, tomates, galinha, batatas, arroz e cenouras, que ela me trazia quando eu estava muito fraquinha...
Livrinhos? 
É, Altair! Ela fazia tripas,dobradinhas, cortadas em retângulos, que abríamos como livrinhos. Com salsas, rodinhas de cenouras, cebolas, toucinho, feijão manteiga , louro! Ai, que saudade da comida da minha mãe!
Mas é muito fácil, fazer o frango com quiabo, Dona Fernanda!  
Ah, Altair, você não me conhece... Eu escolho uma receita num livro, leio e faço. Dá sempre certo,fica sempre ótimo, porque os autores são ótimos, mas... se não tiver o livro aberto, não sei fazer não... Mas eu gosto de ler receitas, como poesias... Sou diferente dos meus irmãos que cozinham muito bem. São mesmo excelentes na gastronomia. Eu as vezes sei fazer tudo, e chego na cozinha e faço comidas incríveis e bolos, doces e biscoitos fantásticos e no fim, não explico como fiz, porque nem eu sei. É uma outra  alma, uma outra Fernanda que me habita e que sabe mais do que eu, e que cozinha com minhas mãos! 
Mas para todo dia, sou eficaz na decoração do ambiente, da mesa, das cadeiras, das luzes, com as porcelanas, as travessas, guardanapos,  arranjos de flores, música...sou rápida, inteligente, sensível e pratico o bom gosto! Daí, que quando a comida não é tremendamente elaborada, ela fica deliciosa com a soma da beleza do ambiente. Nisso eu sou muito experiente e eficiente.
As comidas que eu mais gosto, são na maioria, as feitas pela a minha mãe. E essas, eu não domino todas. E sei que meus irmãos também não sabem fazer como ela fazia. Porque ela era muito singela. Singular. Enxuta.
Uma comida de hospital! Meus irmãos diziam. Com assepsia, água, alho, cebola e sal. 
Mas eu gostava! Foi assim que aprendi e comer tomate com gosto de tomate, batata com gosto de batata... compreende?E ela me ensinou a gostar dos gostos que as coisas tem. De vagens, todas as folhas, abobrinhas e berinjelas, quiabos, bertalhas, essas coisas maravilhosas da natureza e que a maioria não sente nenhum prazer. Eu sinto,prazer no gosto específico de cada legume, tuberculo, vegetal, grão...
Então. Por gentileza, pare aqui. me espere. Vou deixar com aquele porteiro.

E assim seguimos até o momento que Altair me diz que ele vai me ensinar a fazer frango com quiabo.
Dona Fernanda, a Senhora vai no mercado e compra quiabo. Lava. Corta em rodelinhas, põe numa panela com água e com uma colher de pau, vai rodando a colher. Põe o escorredor de macarrão dentro da pia e quando a baba do quiabo estiver pesando para rodar a colher, pega a panela com quiabo e vira dentro do escorredor de macarrão, que está aguardando, dentro da pia. A baba desce e a Senhora devolve o quiabo para a panela e põe água e leva ao fogo novamente. Duas vezes, as Senhora tira a baba. Depois em outra panela, faz seu tempero, corta o frango em pedacinhos e leva o quiabo para cima do frango. Vai rodando a colher de pau. Põe a tampa da panela, deixa tomar gosto, prova e desliga o fogo. Faz um arroz de alho e serve os dois juntos!
Só isso Altair? Simples assim?
Tá... então me leva para o estacionamento desse supermercado e me espera que eu vou lá comprar o quiabo.
Quando encontro com os quiabos, vejo a manopla num quiabo e uma voz atrás da minha cabeça, me dizendo: Eu vim aqui, Dona Fernanda porque se a Senhora não souber escolher o quiabo, minha receita vai dar toda errada!
Escolher como?
Olha para a minha mão: pegue o quiabo e com o polegar, force o rabinho do quiabo para o lado. Se der um estalido e quebrar, vai para a panela. Se não estalar, não leva!

Escolhi como ele me explicou. Morri de rir com a presença dele, garantindo que tudo daria certo.
Deu.
Fiz exatamente como ele ensinou. Ficou ótimo. Comi tudo. Ficou igualzinho ao quiabo da minha mãe, Maria Mathilde. Igual.
Meu tempero para o frango é colocar junto no fundo da panela e antes do frango:
cebola, alho e sal.


Fernanda Correia Dias
in Altair e a receita de quiabo para suavizar 
as saudades da minha mãe. Maria Mathilde.
Ou, o carinhoso Altair!



segunda-feira, 17 de junho de 2019

Último lance das escadarias do jardim da casa da Vó Cecília Meireles no Cosme Velho
Foto Fernanda Correia Dias

Parte a haste onde pousas.
Parte o voo da ave.
Leva na ponta da asa,
o cristal da minha nave.

E mesmo que ainda lave
a flor de ar que te leva,
não sigo o segredo que flore
na dança da suave esfera.

Feita de sombra e de lacre
confiada a simples mensagem,
some no espaço que larga
as rédeas da carruagem.

Fernanda Correia Dias, 
Rua Smith de Vasconcelos, 30. 
1971

Este poema acima, escrevi quando retornava para casa. Subi as escadas do jardim correndo, as escadas de acesso ao meu quarto, agarrei um papel e uma caneta, escrevi, depois tirei toda a roupa e caí na cama. Mais tarde, peguei o poema escrito aos garranchos e desci com ele na mão até o patamar do primeiro lance de escadas, onde eu via minha mãe sentada na poltroninha de seda amarela , lendo. Avisei para ela: Ouve o que eu escrevi! E li. Ela olhando para o livro no colo dela, me respondeu: Fernandinha põe esse poema no arquivo que você tirou.Perguntei: Qual? Ela continuou: o arquivo de sua avó, a minha mãe, Cecília Meireles! Não, Mãe... esse poema não é da vovó. É meu. Estou lendo para você me dizer se gostou. Eu não tive nenhum trabalho, ele surgiu assim, inteiro.
Leia novamente, ela me pediu e eu li. Ela me disse, Fernandinha, esse poema não foi escrito por sua avó? Ponha lá no lugar que tirou! Respondi, eu não posso fazer isso. Eu escrevi esse poema horas atrás, porque ele apareceu assim, inteiro em mim. Eu vinha da escola, a pé, e ele veio tomando conta de mim, para não esquecer, como já esqueci vários, escrevi correndo e sem folego para fazer boa letra. Ficaram esses garranchos.
Escrevi nesse papel das maçãs que comprei no mercadinho ontem.O primeiro que encontrei.
Para mim, é um elogio você me dizer que eu tirei da pasta da vó Cecília, mas vou te informando logo: Não posso levar para a pasta, porque fui eu que escrevi. 
Ela endureceu e insistindo, me fez chorar. Depois me abraçou me consolando e me disse: Muito bonito, meu amor, mas muito parecido com os poemas de sua avó Cecília. Perguntei, sentada no colo dela e abraçada por ela: Sabe o que é? Não. O que é? Uma lágrima. Uma lágrima descendo do rosto. Uma lágrima?  Leia novamente! ela me pediu. Eu li. Muito bonito, Fernandinha! Mais bonito ainda depois que você me contou que é uma lágrima.
Fernanda Correia Dias
in Meu primeiro poema inteiro



sábado, 15 de junho de 2019

Ouvi dizer . Foto Fernanda Correia Dias

Ouvi dizer que você cria “filhos para o mundo”.
Entendo essa afirmação um tremendo equívoco.
Porque eu crio filhos para jogarem no meu time. Para serem meus parceiros. Para defenderem
os nossos interesses. Porque o que queremos para nós é o certo. E se é o certo para nós, também é e será o certo para eles ou não. Ainda que discordem, estamos juntos.
Claro que crio filhos para pensarem como livres pensadores. Porque eu acredito que o livre pensamento, permite que as ideias possam ser ampliadas. E por isso sempre fui permeável a compreender o que eles  trouxeram como verdade. E praticamos as permeabilidades.
Toda verdade é bela. Ser permeável não significa dizer que concordo absolutamente, Ipsis litteris. Não. Ser permeável significa dizer, que posso ouvir, entender os argumentos, mas discordar também. E da parte deles, o mesmo.
E não é garantia de ter compreendido ou absorvido que me faz concordante ou discordante. Porque o Amor é rápido para compreender, mas a Razão é sempre muito exigente e lenta. É onda batendo até apurar essências. Assim, fico muitas vezes digerindo longos assuntos e nem sempre tenho uma impressão consolidada. Rondam perguntas que não se submetem à extinção. E isso vai até onde ressurgem outras águas.
Fato é que eu sempre encontro respostas provisórias que me contentam e maioria dessas respostas ,vão alterando colorações, medidas e pesos do absoluto.
No mais é viver e viver. Criei filhos para serem meus melhores amigos, como fui e sou dos meus pais e irmãos. Criei filhos com a consciência que devem ser ajudados mutuamente, que devem ter seus filhos, porque é muito bom ser mãe, tia,filha, família!
Quando me chamam,  eu sempre me levanto com a consciência que sou mãe, filha, neta, irmã, tia, prima, sobrinha e amiga. Estão todos dentro de mim, presentes. É com todos eles que caminho todos os dias. Se você não os vê, eu o vejo e os vejo. Por fora e por dentro de mim.
Fernanda Correia Dias
in Por fora e por dentro de mim



Flor da Palmeira. Foto Fernanda Correia Dias
O Amor é a Perfeição da Consciência. Cecília Meireles

Estou cheia de historias que não se repetem, porque assim é a vida, e a cada folha da mesma palmeira, uma nova folha, semelhante, mas nunca a mesma! E é assim, que a palmeira vai alcançando a Perfeição. Tudo de uma palmeira tem valor. É a arvore da vida. Assim , toda vez que vejo uma palmeira ou desenho, penso na Consciência que o Amor alcançou.
Mas você precisa aprender que o Amor é a perfeição da consciência, tal como Cecília Meireles e Tagore alcançaram! Essa perfeição da consciência que Jacinta, avó de Cecília Meireles, praticou com a neta e as bisnetas. Disso somos feitas aos dias de hoje. Cecília ampliou quando percebeu o Amor na Clarividência, percepção direta pela alma. Minha mãe Maria Mathilde era implacável clarividente. Se eu telefonasse para ela, com a intenção de informar, antes mesmo de qualquer explicação, ela me dizia com Amor:" Já sei!  Você está grávida!"O mesmo viveu a minha irmã, que ligou semana seguinte e ouviu: "Já sei! Você também está grávida!" Mas isso aconteceu também na segunda gravidez, três anos depois. Na minha e da minha irmã, e em muito mais! Ela nos amava tanto e tinha sua alma tão presente, que tinha premunição, pressentimento, advertências, avisos, respostas, presságios. Uma sobrenaturalidade espontânea, que unânimes , todos reconheciam. 
Forte sentimento. Convicção. Ela também previa o futuro. Sendo sempre procurada, por alguém que precisava de uma palavrinha. Eu reconhecia nela uma eterna jovem brincalhona portadora de um espírito muito antigo e tremendamente experiente. As saídas para impasses, eram brilhantes, surpreendentes e impensáveis.
Essa Perfeição de Consciência, uma raridade, encontrei nas minhas tias maternas, mas elas mesmas insistiam que minha mãe, era Hors Concours!  Ela era a própria Perfeição. Era completa. Incapaz de exercer qualquer malvadeza, crueldade ou desvio de caráter, enquanto estive ao seu lado.Uma mulher linda.
Não foi uma criança fácil, enquanto interna na escola, por não conviver com facilidade com a injustiça e o desequilíbrio. Com a falta de valor da palavra. Não concordava com ouvidos moucos, visões turvas, faltas com as verdades e era confundida com rebelde. Mas a Perfeição passa pela Consciência de Justiça, do Equilíbrio e da Harmonia. Assim, estava sempre de castigo injustamente.
Um exemplo? Ganhou um jogo de raquetes e bola, de ping-pong de sua mãe para jogar com as irmãs na escola. As colegas pediam para jogar um pouquinho e não devolviam. Não tinha a chance dela jogar com as irmãs. Dava o sino, encerrado o recreio, precisava retornar para a classe, mas pedia ajuda ao coordenador, para que devolvesse a ela o ping-pong que confiscou.. O coordenador pela conversa e sucessivo atraso, lhe suspendia no recreio do dia seguinte, mas entregava às colegas jogo de ping-pong dela. Nem as irmãs podiam jogar!. No dia possível, ao ver a cegueira da justiça na coordenação da escola, ela dava sua própria solução: Na primeira oportunidade, sumia com a bola. Na segunda, quebrava as duas raquetes. Retida no fim de semana, por castigo pelo ocorrido,  dormia sozinha no dormitório do internato. Solitária, triste e insone com as injustiças, costurou todas as pernas e mangas das calças dos pijamas das colegas malfeitoras internas e no dia seguinte estava de castigo para o próximo fim de semana! Novamente, sem direito de sair para visitar e passear com sua mãe.
Os bilhetes que escrevia explicando para a mãe e irmãs o ocorrido, não lhe dava chance de reverter a prática de sucessivas injustiças dos educadores. Havia sido matriculada pela mãe, no Instituto La-Fayette, em regime semi-interno, aos 11 anos. Ela e as irmãs. Porque seu pai, em novembro de 1935, cometera o suicídio e sua mãe concentrava-se em produzir receita para o pagamento dos estudos das três filhas órfãs. Na época, essa era a escola melhor equipada, a mais moderna e avançada.
Num dia, apaixonou-se por um filhotinho de gatinho que trouxe da rua , perdido, para salva-lo do abandono. Guardou o gato num dos vasos gigantes de porcelana, da ante-sala do Diretor. Deu leite ao gato. Descoberto o mini-gato no vaso - porque ambos miavam, ela e o gato, no corredor - perguntaram para ela se ela sabia quem tinha posto o gatinho dentro do vaso. Respondeu que foi ela." Para salva-lo." Mostrou que deitava o vaso para o gatinho entrar e para ele sair... até que escapou o vaso do apoio da mão, e quebrou, enquanto demonstrava ao Diretor. Nesse mesmo dia,  o Sr. La-Fayette pediu que ela comparecesse ao seu gabinete para conversar, em particular e pediu para que ela prometesse para ele, que nunca mais faria "artes". Que foram várias! Que ela estava sempre de castigo! E perguntou o por quê? Ela explicou ao Sr. La-Fayette,  das injustiças que os coordenadores cometiam diretamente com ela e que ela não podia prometer nada para ele, nem mesmo para ela mesma, para a Consciencia dela. Porque ela poderia falhar. E com promessa não se pode falhar, mas que ela iria conversar diretamente com ele, toda vez que alguém cometesse alguma injustiça com ela, para que ele não deixasse ninguém puni-la por conclusões injustas.
Assim fez, assim nos ensinou, que devemos confiar na Justiça. No Equilíbrio e na Harmonia.


Fernanda Correia Dias
in O Amor é a Perfeição da Consciência.
Babaçu, buriti, carnaúba, pupunha,
árvores da vida, palmeiras onde
 tudo se aproveita







sexta-feira, 14 de junho de 2019

O avesso da flor. Foto Fernanda Correia Dias

Você já deu de presente uma máquina de lavar roupa novinha e da melhor marca para alguém,  com 4 filhos? Já deu de presente um som três em um, com rádio, vitrola e toca-fitas, para alguém que sonhava, um dia poder ter um aparelho assim...? E uma geladeira? Um fogão? Um cavaquinho, que era o sonho do rapaz? Um caminhão de tijolos? Dois caminhões? Uma coleção de roupas e calçados, da loja que eles sonhavam? E um faqueiro completo de 130 peças? Você já realizou o sonho de alguém?
Eu já.
Esses e muitos outros.
Quem pagava? Eu. Meu dinheiro. Meu trabalho.
Eu fazia isso no Natal e em aniversários. Quando essas pessoas sequer imaginavam que um dia poderiam ter seus sonhos atendidos. Que fará, atendidos por mim.

Você já conheceu alguém  que sentado na mesa entre jovens, crianças e idosos, servia-se primeiro que as crianças, os idosos e as mulheres? Eu já.
É muito indelicado alguém não perceber, que primeiro, deveria  servir as crianças, os mais velhos, as mulheres e por fim os homens...

Você já tirou uma maçã da bolsa para comer e antes de morder, ofereceu aos amigos presentes? Alguém aceitou? Eu sempre tirei maçãs das bolsas, sempre ofereci aos presentes e nunca ninguém aceitou...
Eu sempre servi  todos à mesa, antes de me servir.
Você compreende esse gesto? Você agradece, profundamente, quando recebe?

Você sabe por quê isso nunca estará fora de moda?
Porque isso não pertence à moda.
Isso pertence ao Amor.
E também ao Amor a si mesmo e ao próximo.

Você sabe de que são feitas as pessoas que tem amor ao próximo?
De amor .
De amor. De abundancia de amor.
E o resultado da abundancia é a gratidão.
Amor por si mesmo. Amor pelos outros.
O poder de fazer pelos outros.

Eu tenho amor ao próximo e aprendi a externar.
Você pensa que você nasce sabendo? Quase sempre, isso sim, sob amor, sim. 
Você mesmo sabe e por isso, se ensina,  mas...

Você pensa que você é mais forte ou mais poderoso e importante porque é servido por mim? Porque ganhou presente que eu te dei? Porque te consagrei a algum privilégio?
Estás tremendamente equivocado!
Engana-se. Isso se chama Vaidade.Você ainda não olhou para dentro de si mesmo. Não encontrou o Amor. Não se enxergou.Não teve força de opor-se à sua presunção.
Experimente.
Experimente o Amor.

Fernanda Correia Dias
In O avesso da flor