terça-feira, 4 de julho de 2023

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . A Folha da Flor do Algodão de Jardim
"Meu Avô Fernando Correia Dias, desenhou uma folha como esta e aquarelou
e minha Avó Cecília Meireles fez poesia.
A árvore do Algodão de Jardim é uma árvore cheia de corações e de poemas, no meu inconsciente.
Nela encontro toda a minha família.
É assim que eu sinto, porque foi assim que eu aprendi:
O Amor é uma árvore onde todos pertencemos à mesma raiz.
E esta árvore é o Algodão de Jardim!"
Fernanda Correia Dias
A Folha da Flor do Algodão de Jardim

domingo, 9 de maio de 2021


 Minha mãe Maria Mathilde e suas netas Kenya e Gaya

Você me diria logo: Todo dia é Dia das Mães, Fernandinha, você sabe!
Mãe não descansa nunca, Mãe está sempre atenta, só quem é Mãe sabe! E você é Mãe!!
É verdade, que eu sempre cuidei de você, mas depois que eu fui mãe de mais duas meninas, Kenya e Gaya, você também sabe que eu passei a cuidar de três meninas, três filotinhas, todas com isonomia e equidade, incluido você!
Era muito divertido, porque você apesar de ser chamada de Vovó Thilde por elas, se comportava como a minha filha mais jovem, deixando que elas mostrassem maturidade, raciocínio, bom-senso nas escolhas!
Elas acabavam te consolando, te aconselhando, te orientando sobre as sutilezas de todos os assuntos!
E você, compenetrada, mostrava que estava atenta, realizando as sugestões delas, esforçada.... E como ríamos horas mais tarde, relembrando as grandezas, generosidades, carinho e amor que elas demonstravam em palavras, ternura e ações!
Claro que para mim, ficou sempre visível que tal desenvolvimento e culturas destas singelezas, só poderiam ser as  respostas das suas práticas inteligentes de promover o de dentro para fora ao invés do de fora para dentro, que você, pedagogicamente, explicava à terceiros.
  Não tínhamos que imitar ninguém, não tínhamos que fazer porque fulano fez, não tínhamos querer porque ciclano tinha, mas nos perguntarmos se era exatamente aquilo que precisávamos?!Que o fluxo tinha que vir de nossas experiências em nós mesmos, reflexões , sentimentos. Sempre de dentro para fora, como nas aulas de ballet clássico: De dentro para fora! Andeór!
Nossas ideias tinham que ser as nossas , frutos de nossas cabecinhas e lá estavam as meninas em suas brincadeiras muito divertidas, nos surpreendendo como nesta fotografia, com a Kenya trazendo um figurino criado por ela mesma para ir conosco ao supermercado! Como nos ríamos por dentro, mas com que amor aceitávamos que ela saísse com suas próprias escolhas de trajes.
Hoje é Dia das Mães, eu sei que Mãe é todo dia, por isso vim aqui, te deixar meu beijo agradecido, que você já sabe que é beijo de para sempre!
Te amo! Todo dia é dia!

 Fernanda Coreia Dias
in Todo dia é Dia das Mães, Fernandinha, você sabe!

sábado, 17 de abril de 2021

 




Eu lembro quando cheguei à São Miguel e Orísia me levou para entrar na igreja em arquitetura gótica, eu ainda tinha no paladar o gosto das Queijadas de Vila Franca, o aroma das amêndoas e atrás dos meus olhos aqueles arcos da praça que atravessamos.

São exatamente 20 anos passados.

Eu ainda tinha uma imagem de São Miguel vencendo o dragão. E eu senti a praça Gonçalo Velho, bem pequenina com seu tapete de pedras portuguesas espremido entre os carros. Atrás de mim estava a mais linda linha do horizonte da minha ilha ancestral, minha Ilha de Nanja que herdei de minha avó poeta, filósofa, magnífica escritora Cecília Meireles. E ela de sua mãe Mathilde e sua avó Jacinta!

Oh.... Soube recente que as autoridades de São Miguel vão ampliar o tapete de pedras e criar uma linda e ampla área para encontros nacionais, internacionais, públicos, tais como ballets, concertos e que isto poderá reunir meio mundo em São Miguel, ampliando a economia e visibilidade do Reino da Poesia que Cecília Meireles criou  e fundou com Armando Cortes Rodrigues e outros poetas, ali para o bem de todos!!! 

Ah... deem o nome que quiserem, para mim será a consolidação deste Reino!  Este tapete de pedras ligando ruas, gente, terra, mar, céu e vista de horizontes é o símbolo que ninguém deve passar pela vida sem conhecer pessoalmente O Reino da Poesia e que ele fica em São Miguel, no Arquipélago dos Açores. 

Se você não foi ainda, vá. É mesmo precioso e aquela gente, a mais alta estirpe humana de sensíveis, amáveis e adoráveis seres, ampliarão a praça com o tapete de pedras e certamente plantarão uma árvore com o nome de Cecília e outra com o nome de Armando e outras com os nomes dos poetas da Ilha, como justa homenagem a todos que sempre ali estiveram com seus corações, penas, memórias, inteligências, livros e poesias!!!

Vida eterna aos inteligentes, aos magníficos de São Miguel!

 

In O Reino da Poesia de Cecília Meireles 

criado por ela e fundado com Armando Cortes Rodrigues 

terá um tapete lindo de pedras, logo ali nos arcos da cidade!

Me contou minha amada amiga e eu amei!!!

 

sexta-feira, 2 de abril de 2021

 



Onde estavas, toda vestida de cinzas?

_Ali naquele fogo, para onde me jogou Angelina

depois que escreveu no poema que o soldadinho

de chumbo foi morto por mim, A bailarina!

 

_E onde está o soldadinho? Ali dentro?

_Sim, foi em chamas derretido

Não sobrou nem pensamento!

Você, Hans Andersen, o matou

para consolidar um sentido...

 

_Sim, criei o Gênio, o Mau Gênio...

Para que afastasse o soldadinho da bailarina

E para as crianças sentirem que nada é mais forte

que o Amor, que tudo une, nem Angelina!

 

Queimei o soldadinho,

mas foi o vento que soprou,

por ordem do Amor terno e eternamente,

para perto dele, você, bailarina!

 

Fernandinha Meireles .  A ressurreição.

 02 de abril de 2021  .  19:05

Dia Internacional do Livro Infantil


quarta-feira, 20 de janeiro de 2021


 Kenya meu amor, te amo.
 No colo da mãe dela, Fernanda.

Foto de Maria Mathilde


Li ainda agora o Renato de Almeida citando Rodin :" a arte é uma magnífica lição de sinceridade".

E é. 

A arte é... como as filhas! Como as filhas são feitas de sinceridades. Tudo ali por dentro em unidade de carne e espirito e por fora, até o sorriso e o pensamento: sinceridades.

É espantoso que sejam assim, as sinceridades reunidas num único ser. Uma excelência!

Está na escultura dos lábios, das mãos, do rosto e também na textura da pele, dos cabelos e dos olhos...

Na massa cefálica e nas sinapses, no repertório das imagens e na afeição ao vocabulário.

Está no movimento do corpo, no timbre da voz, na reação de atração ou de indiferença aos espetáculos dos mais banais aos mais sutis da vida...

E nada mais amigo que a verdade. A implacável verdade que tudo vê e tudo é, para quem é Amor.

O surpreendente é perceber que a sinceridade é a presença do espírito na carne. Esta centelha fugaz que faz parte da carne e que não é carne, mas é também...que move e remove respostas até identificar a mais perfeita e única possível em estado de sinceridade.

Escreveu Henri Bergson: "Sendo o cérebro o conjunto dos dispositivos que permitem que o espírito responda à ação das coisas com reações motoras, efetuadas ou simplesmente nascentes, cuja adequação assegura perfeita inserção do espírito na realidade."

A sinceridade é a evidencia do espírito.

Um sopro verdadeiro tal como filhas! Sopros de espíritos! Arte de sinceridades onde tudo é autêntico em si mesmo! Só quem foi mãe alguma vez pode compreender o que escrevo e a profundidade onde está meu pensamento.

E só quem é sincero percebe a sinceridade na arte do que eu digo.

Minha filha Kenya é sopro de muitas vidas, na dela mesma.

Tal como eu, como você e como a Gaya.

Sopros da arte da sinceridade de gerações: uma excelência espiritual evidente.


Fernanda Correia Dias

in "A arte é uma magnífica lição de sinceridade. Rodin"

Para Rodin, Kenya e Gaya.

Renato de Almeida, escritor, filósofo, ensaísta, critico, jornalista e folclorista.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020




 CECÍLIA MEIRELES

FILÓSOFA POETA

Cecília Meireles é Filósofa-Poeta, com clarividência de ter sido a sua própria vida o exemplo real da solidão humana universal e compreensão e vivencia das verdades.

Cecília Meireles tem certeza que à criança só devemos entregar o ótimo. O ótimo é o Amor.

Serão indivíduos maravilhosos, os que tiverem recebido Amor em qualquer idade, mas na infância, principalmente. E se a Ternura é uma espécie de socorro, imagine o que é a Educação! Ela acredita inabalavelmente na Educação.

Faz parte de sua biografia que após perder toda a sua família, avô, pai, três irmãos e mãe, antes dos 3 anos de idade, ela foi educada pela única sobrevivente, sua avó materna, Jacinta e os livros de sua mãe Mathilde que fora professora.

“ E minha avó cantava e cosia. Cantava

canções de mar e de arvoredo, em língua antiga.

E eu sempre acreditei que havia música em seus dedos

e palavras de amor em minhas roupas escritas.”

 A excelência humana agrega seres humanos no Amor pelos simples motivos de serem humanos. Não é condição sine qua non participar de qualquer religião para exercer e praticar o Amor. E vice-versa.

O Amor está acima de todas as religiões.

Esse é o fio precioso de seu caráter de livre-pensadora.*

O mundo precisa contínuamente de pessoas boas e interessadas em excelência humana. Então virão desdobramentos multiplicados de autênticas excelências.

Ela propõe em sua consistente e coerente obra é que o ser humano seja ele mesmo o Amor: A distribuição e a prática em excelência do Amor.

Foi isso que eu vivi como neta, foi isso que suas filhas, e entre elas, minha mãe Maria Mathilde praticaram, foi isso que aprendi com meu pai, é isso que eu pratico e foi também o que dei e recebi  em vida: A excelência da vida: o Amor

 Fernanda Correia Dias

in Cinquenta e seis anos de saudades. 

Nove de novembro de dois mil e vinte ou 

Os livros pertencem ao reino do Amor! Trazem pessoas vivas.

 Leia. Leiam.

Para todos, Cecília Meireles.

*Cecília Meireles definiu-se livre-pensadora, publicamente, em 1919, aos 18 anos.

sábado, 7 de novembro de 2020


CECÍLIA MEIRELES POETA UNIVERSAL
 

   Vou descrever a presença física, parada e em silencio, de Cecília Meireles, minha avó materna, hoje,  no dia de seu aniversário de 119 anos. Ela está aqui neste instante. Ela é uma pessoa hipnotizante.

Eu não sei se ainda existem  pessoas vivas que se lembrem da presença física dela, mas eu estou viva e me lembro muito bem. Eu sou a neta e a afilhada dela e foi ela que  me disse pessoalmente, que escreveu os poemas A Bailarina e Ou isto ou aquilo para mim.

Estamos diante dela. Sou sua primeira neta, depois de dois netos meninos. No dia do aniversário dela, ela me levou para me batizar como minha madrinha na igreja que ela fora batizada. Então hoje também é aniversário do meu batismo.

  Mas o fenômeno que vivo diante da presença dela neste instante, e vivo toda vez que a encontro, é assim: fico olhando, não paro de olhar para ela e quero olhar mais. Estou hipnotizada  e atraída pelo contraste dos dois olhos grandes, preciosos e íris verdes, muito verdes. Duas esmeraldas transparentes e brilhantes cravadas em porcelanas brancas, em contraste com a pele dela, morena  e perfumada, como a madeira de sândalo. As duas íris verdes, cristalinas,  preciosas me hipnotizam e o hipnotismo é o mesmo de quando você encontra uma pessoa negra de olhos azuis. Você fica imantada ao raro, belo e incomum.

     Simultaneamente ela exala e eu sinto o aroma de um bosque de seda e algodão e percebo o sândalo fresco do colar ou do leque indiano. Vem acompanhado do perfume da magnólia, do jasmim e do damasco. E esses aromas chegam antes do perfume de ocasião: O que eu mais gosto na pele dela é o L’ Interdit de Givanchy que ela usava em 1957, quando eu nasci.

    Mas o que ela faz quando ela percebe que estamos hipnotizados por ela? Ela Sorri. E eu e você aspiramos o aroma de cravos da Índia, do seu sorriso e aparecem uns dentes muito brancos contrastando com a pele morena. É um sorriso longo e gentil.  São muitas pérolas bonitas, seus dentes brancos que estavam guardadas em seus lábios. É um estojo de um joalheiro, um mistério maravilhoso, a delicadeza do seu sorriso.

     Então agora ela é um sorriso e ela vai falar comigo e com você e você vai ouvir uma voz bela. O que é uma bela voz? É aquela que você escuta todas as palavras com clareza dos sentidos. “O sentido está guardado no rosto com que te miro” como ela escreveu. E o que ela diz é visível numa sonora harmonia e musicalidade. Tudo gira e você está ali comigo, hipnotizado e  escuta: “Como está você?”

     É ela que está falando comigo. E você pensa: estou girando num mundo e ela fala! O que ela diz não é o que você ouve, mas o que faz você ver! Não há desperdício de som. Essa musicalidade nos faz girar mais ainda e giramos sorrindo de dentro para fora.

Ela fica do nosso tamanho e  tem a nossa idade, quando ela quer. Mas você aprende com o que ela escreve que ela é a sua irmã te contando a verdade: Desperte do teu sonambulismo!

Agora ela quer, então passeia conosco pela casa. Apresenta-nos a nós mesmas ao espelho. Faz-nos ver o jardim e os pássaros através da grade de ferro da porta, em círculos ou conversamos com a estátua da Primavera na subida da escada e deitamos sobre o leão da varanda. E lá está “o lagarto entre o muro e era, a cigarra e a sua canção.” Tudo o que ela nos apresenta é a verdade. Tudo o que ela escreve é a verdade. E nos inspira verdade pela contemplação, leitura e escrita.

 Ela também está cercada de escolhas extraordinárias.

   O relógio de casa, na sala de almoço, tem um cuco que sai de dentro de uma portinha de hora em hora para cantar cuco-cuco em quantas horas forem necessárias; o termômetro mostra uma casa e um casal de holandeses que visitam a paisagem  da varanda quando o tempo está bom e nos acena; nas estantes estão brinquedos folclóricos nacionais e internacionais; os livros contém páginas pop-ups e montam outras estruturas como carrosséis, jardins zoológicos, teatros, bandeiras de vários países e casas.

    Ela me mima nos contando histórias, brincando comigo e me oferecendo presentes fabulosos: um galo-termômetro, que troca da cor rosa para a azul, passando pelo lilás, se as chuvas estiverem próximas; uma mamãe de madeira que aberta ao meio traz outra por dentro, e mais outra, e mais outra, até  uma mamãe bem pequenininha; uma vovozinha que debaixo da saia não tem pernas , mas o corpo da chapeuzinho vermelho e invertendo o chapéu se transformava no Lobo mau; umas marionetes indianas de sombra para movimentar com pauzinhos contra a luz sobre as paredes da biblioteca e são feitas de arabescos lindos e uns bonecos molinhos, recém-nascidos que cabem numa pequena caixa transparente de orquídeas. A torneira da varanda de seu gabinete no segundo andar da residência, é um pássaro;  o enfeite do chapéu dela, são pequenos peixes de palha colorida pendurados e balançando cada qual numa linha de pesca; as sandálias dela são tiras de pérolas ou delicados bordados chineses azuis turquesa sobre tecido vermelho e pink;os finos  papéis de sua mesa estão intercalados por folhas de papéis carbonos onde eu aprendo a duplicar desenhos com ela; a máquina de escrever tem essas letras que ela me ensinou e que eu sei até hoje e são as mesmas que escolho para escrever isso aqui que você lê neste momento e a máquina ainda tem uma alavanca para levantar o papel e faz Plin!! As canetas por dentro trazem águas azuis que correm para a pena e escrevem com rios de águas azuis e os mata-borrões, papéis macios e grossos, cor-de-rosa, passamos em cima das assinaturas, dedicatórias desenhos ou poemas, para secar mais rápido!

 Ela é assim: bela. Sadia.

Poeta, filósofa, cientista da pedagogia e da psicologia, escritora, cronista, ensaísta, professora, pedagoga, desenhista, jornalista, tradutora, folclorista, conferencista, oradora, editora, ilustradora, pesquisadora, radialista, cronista, pintora, mãe de três filhas órfãs, ela mesma filha órfã de pai e mãe, criada por sua avó materna, única parente que restou após a morte de todos de sua família , incluindo ainda seus 3 irmãos que antecedem seu nascimento, seus pais e seu avô materno.

    Nascida no Rio de Janeiro, aos 12 anos recebe das mãos do Inspetor Escolar Olavo Bilac a Medalha de Ouro pela conclusão do curso escolar com grau máximo por três etapas consecutivas. Forma-se professora aos 16 anos quando escreve e publica o livros de poesias históricas, ESPECTROS. Começa a lecionar aos 17 anos e aos 18 anos decide unir as mulheres para que elas se ajudem mutuamente e que possam ser ajudadas também  por interessados filantrópicos, empresas e governos, na viuvez, orfandade, sobrevivência, oportunidades de trabalhos, etc...

   É assim que há 100 anos atrás, aos 18 anos, em 1919, Cecília Meireles visita todas as redações e os jornais do Distrito Federal, Capital do Brasil para divulgar as datas das reuniões e de fundação da recém criada por ela e outras professoras,  Legião da Mulher Brasileira. Ela mesma, Secretária da Legião traz na pauta os assuntos da mulher órfã de pai e mãe, sem parentes, que deseja e pode trabalhar para adquirir salário para seu sustento e o de sua família, , apoio social às mães, filhos, maridos desempregados, saúde, etc...inclusive o voto feminino, garantindo a participação feminina nas decisões do país.

   Ela mesma, a mesma Cecília que aos 13 anos fez campanha para que os meninos também pudessem comer na escola o mesmo que as meninas comiam.

   Presentes  para a primeira reunião da Legião das Mulheres Brasileiras, mulheres das mais diversas procedências, uma delas tomou a liberdade de convidar o bispo e o padre para a benção da Legião na primeira reunião . E logo na primeira reunião, quando o padre e o bispo tiveram a infelicidade de anunciar que só abençoariam as católicas, Cecília Meireles sentada na mesa, compondo a comissão, diante do público e do tumulto, levanta, retoma a palavra e no meio da multidão, declara-se publicamente “ Livre pensadora”  e decide que “a Legião será laica” integrando e unindo todas as mulheres presentes e vindouras.

   Esse é o raciocínio fundador de uma mulher que é uma Poeta Filósofa Brasileira e Universal, atenta ao homem no Universo. Viveu na sua própria existência a ausência e a presença de tudo o que é humano. Soube conservar e conversar sobre o Amor através da Poesia Filosófica na altura de Buda, Jesus, Maomé e propor entendimentos, reflexões e soluções. Está tudo escrito. Nenhuma linha desperdiçada.

Leia Cecília Meireles. Aos 119 anos, não há nada mais urgente, atual e moderno que não seja o Humanismo, a Educação através do Amor ao próximo.


Fernanda Correia Dias

in Festa de aniversário para os 119 anos da Poeta e Filósofa Brasileira e Universal Cecília Meireles . Para minhas filhas Kenya e Gaya

Seguem as homenagens dos que chegaram à tempo das comemorações


Deusa

é o que escreve Carlos Drummond sobre Cecília Meireles.

 É Artur da Távola que cita os comentários do querido Carlos Drummond de Andrade sobre Cecília:

"Cecília, não é, por excelência, rotulável. Nem modernista, nem simbolista, nem intimista. Cecília é livre, é poeta. Seus versos tocam os limites da música abstrata. Ela é a própria poesia".

Arpad Szenes quando pintou o mais famoso retrato, e é o de Cecília, deu o título :

“A Poesia.”

O poeta Bruno Tolentino disse que a presença de Cecília Meireles “era a mesma que a de uma Deusa. Uma perfeição, principalmente ao expressar o que pensava.”

“não me parecia uma criatura inquestionavelmente real; por mais que aferisse os traços positivos de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e sociabilidade, restava-me a impressão que ela não estava onde nós a víamos, estava sem estar, para criar uma ilusão fascinante, que nos compensasse de saber incapturável a sua natureza.” C.D.A, 1964 Jornal Correio da Manhã/Carlos Drummond de Andrade

 " libérrima e exata", foi o que escreveu Manuel Bandeira sobre Cecília.

"Todas as pessoas têm um quê de frágil e de mortal, Cecília Meireles, não. Havia, nos seus mais delicados gestos, uma firmeza, uma decisão, uma força que nunca houve quem visse ameaçada. Força de quem sempre escolheu viver num outro planoforça de quem nunca se esquivou àquele imperativo de renúncia que há na construção de uma obra, de modo que sua figura, bela e tranqüila, onde se espraiavam vagas ondas nuns olhos muito verdes, tinha a consistência de uma fortaleza"   Poeta e Jornalista Marly de Oliveira