sábado, 15 de setembro de 2018

Maria Mathilde e sua mãe Cecília Meireles . 
Acrilica sobre canvas . Fernanda Correia Dias
Foto Fernanda Correia Dias
DIÁLOGO DE A POESIA COM O POEMA
Maria Mathilde e sua mãe Cecília Meireles . 
Acrilica sobre canvas . Fernanda Correia Dias
Foto Fernanda Correia Dias
DIÁLOGO DE A POESIA COM O POEMA

Hoje é aniversário da minha mãe Maria Mathilde e esta arte que fiz acima, em acrílica sobre canvas, é a fotografia que está no miolo e na capa do livro que escrevi sobre ela. 
Repeti a pintura que o grande e querido pintor Árpád Szenes  retratou minha avó poeta, escritora, Cecília Meireles, cujo título é A POESIA e retratei minha mãe Maria Mathilde com o título de O POEMA . Pintei os dois retratos juntos, onde ambas estão no mesmo ambiente, uma diante da outra, cujo nome é DIÁLOGO DE A POESIA COM O POEMA. 
Ela conheceu esse retrato que eu fiz em 1988 e amava muitíssimo. Me dizia que gostava mesmo de olhar para o que eu fiz, porque era assim mesmo que elas conversavam: uma diante da outra!
Homenagem às duas, Maria Mathilde (15.09.1924-10.10.2007) e Cecília Meireles (07.11.1901-09.11.1964) e ao casal de pintores Árpád Szenes (06.05.1897-16.01.1985) e Maria Helena Vieira da Silva (13.06.1908-06.03.1992)
Dei o título ao lindo livro que escrevi sobre minha mãe Maria Mathilde de AVIS RARA.
Nessa cadeira que ficou na casa da minha avó, depois que Maria Helena Vieira da Silva e Arpád Szennes partiram para Lisboa, estamos sentadas eu e minha irmã Fátima, ainda criancinhas e fotografadas por meu avô e meu padrinho de batismo, o engenheiro agrônomo e professor de fitopatologia, que também foi reitor da Universidade Rural, Heitor Grillo (24.07.1902-27.06.1971).


Na fotografia que o vovô Grillo fez de Fátima e Fernandinha (minha avó Cecília e madrinha me deu o nome de Fernandinha!) e que reproduzo acima, leio com a letra da minha mãe, nossos nomes e idades,  abaixo de nossos rostinhos, como um beijinho . Essa fotografia ficava em cima da mesa da Vó Cecília.
Também reproduzo acima. ao nosso lado, a nossa amiga de família e pintora Maria Helena Vieira da Silva mulher e amada do Árpád Szenes. Ela está sentada na mesma cadeira de vime.
A mamãe me diz até hoje: Vão os dedos e ficam os anéis. Pois o que nos une aqui, não é cadeira, mas o amor dessa lembrança. A cadeira existe sim, em nossa memória, nas fotografias e pinturas, mas o diálogo que Maria Mathilde manteve por toda a sua vida com sua mãe, filhas, netas, família e mundo está fixado em sua poesia brilhante. A única filha de Cecília Meireles que escreveu poesia por toda a sua vida a qualquer instante, em qualquer lugar, sem escolher papel ou tinta. A consciência e ação da espontânea certeza da importância de fixar a concisão intelectual em letras e no instante.
Eu e minha avó Cecília Meireles, temos mãe com o mesmo nome e lembrando a mesma pessoa: Maria Mathilde , a mãe da minha avó Cecília Meireles. Ela deu o nome à filha, homenageando a mãe dela e avó da minha mãe...
Beijo mamãe querida!
Beijo Bisa-Mathilde!
Beijo amigos e família!
Hoje o dia é todinho dela!!!

Fernanda Correia Dias
a filha de Maria Mathilde e 
a neta de Cecília Meireles
in Feliz Aniversário, Mamãe!

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Flor do Maracujá. Foto Fernanda Correia Dias
Flor do Maracujá . Foto Fernanda Correia Dias

Sinceramente?
Nem vou buscar agora a etimologia de burrice e ignorância ou o simples verbete com o significado.
Você já entendeu, porque é inteligente. 
Ignorância não me incomoda. Ninguém sabe tudo. Sempre ignoramos muito. Ignorar é parte do humano que não obteve a informação. Ignora? Apresento. Não sabe? Explico. Se eu souber. Se eu não souber, vou saber. Vou procurar informação. Ao ignorante não falta inteligencia. Falta tomar conhecimento.
Mas a burrice, a burrice é uma força da natureza, de desatenção com os fatos. A burrice é estúpida e orgulhosa, não tem limite e é contagiosa e invencível.
A ironia e a sabedoria só alcançam a inteligencia, nunca a burrice. Porque a burrice é refratária à inteligencia e é a própria ausência de inteligencia.
Não discuto com burrices. Não dou conselhos. Desvio imediatamente meu tempo e meu trabalho, tão logo percebo que estou diante de burrices. Tomo rumo noutra direção.
As burrices nunca querem aprender porque ao contrario das ignorâncias, as burrices tem certeza e arrogâncias que sabem tudo, infinitamente.
Eu, não.
Eu tenho limites. E o seu termina, quando começa o meu.

Fernanda Correia Dias
in Burrice e Ignorância





quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Chão do Marrocos . Foto Fernanda Correia Dias . abril 2018
Chão do Marrocos . Foto Fernanda Correia Dias . abril 2018
Foto em homenagem à minha mãe Maria Mathilde que sonhou várias 
vezes em me levar ao Marrocos para conhecer e passear comigo!
"Você vai adorar, Fernandinha!" 

Com licença. Atualmente quase não ouço mais, estas duas palavrinhas raríssimas.
Fiquei tão espantada de ouvir que pensei que fosse uma brincadeira de algum conhecido. Não era.
Era mesmo uma senhora, precisando acessar o açucareiro que estava ao meu lado. Logo em seguida ela me perguntou: Por gentileza, poderias passar o açucareiro? Fiquei espantadíssima de ver que a pessoa que me pedia, era uma desconhecida. Uma desconhecida educada com bons hábitos e práticas. Usava a voz e as palavrinhas para não atravessar a axila direita no meu rosto, puxando o açucareiro por onde fosse que seus dedos o tocassem, arrastando sobre a mesa com ou sem tampa e colher!!! Porque é isso que eu assisto diariamente em todos os lugares. Essa instalação da violência continuada. Ela não termina. Segue o caminho comigo e se está na minha frente, recebo braçadas, pancadas de corpo no meu corpo, bolsadas. Riscam as minhas pernas com embrulhos e embrulhões, sem nenhuma palavrinha de consolo ao estilo: perdão! Perdoa! Desculpe-me!
Quando alguém caminha na minha direção, eu fico mais espantada ainda! É que parece um carro desgovernado e sem nenhuma sinalização. Percebo que vai passar por cima de mim , se eu não tirar o meu corpo da frente! Eu estou falando de pessoas caminhando na rua, frequentando elevadores, sentando em auditórios, entrando e saindo de entradas e saídas, comprando em lojas, frequentando bibliotecas, teatros, galerias de arte, cinemas, caminhando em calçadas... Aliás, quais calçadas mesmo? As motocicletas caminham por cima das calçadas como se fossem pistas para elas, as motocicletas! Sim... As bicicletas também, apesar das pistas que criaram específicas para bicicletas!!! E as bicicletas motorizadas também estão nas calçadas... entre senhoras e senhores que estão usando bengalas, andadores, mães com crianças, carrinhos de crianças com crianças sentadinhas... Um susto, um susto!Um susto atrás do outro!
Se o susto fosse a falta de conservação das calçadas, os buracos, as pedras soltas, o desnivelamento...Mas, não posso esquecer das entradas e saídas de carros das garagens que cruzam as calçadas na direção dos prédios ou saindo dos prédios e vão topando com quem estiver “atrapalhando”. E mais!  Os carros parados sobre as calçadas sem espaço para o transeunte, fazem até fila dupla! E vou desviando ainda dos camelôs, vendedores e ambulantes com churrasquinhos, esfihas, cuz-cuz, barraquinhas, carros de produtos... Ah... fogareiros acesos, nas calçadas... Ou o carro da polícia atravessando a calçada no cruzamento!
Hoje não estava. Decisão que está jogando o Flamengo. A rua está deserta. Quando os oportunistas chegam para o assalto na cara lavada assim: me dá seu celular e sua carteira agora! Agora! Se manda! Assisti isso ainda agora!
A polícia ali...Não vai fazer nada! Não vai dar tempo da moça chegar ao policial...
É isso que realmente cansa e não percebemos por que chegamos em casa.  Dalí até aqui, como se tivéssemos atravessado a China para alcançar Ipanema!!!Um esforço monumental para andar cinco quadras...!
Esse é o Rio de Janeiro em 12 de setembro de 2018.

Quero voltar a ler este texto em 2028. Tomara eu consiga. Com licença, poderias passar o açucareiro? Simples assim! Educaçãooooooo! Ou... Poderias passar a carteira e o celular? Não. Não posso. Ok.
Fernanda Correia Dias
in Com licença

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Coração de Ou isto ou aquilo . ilustração de Fernanda Correia Dias
                      Coração de Ou isto ou aquilo . ilustração de Fernanda Correia Dias

Juro cumprir este juramento conforme meu poder e minha razão. Cuidarei dos seus filhos como se fossem meus irmãos. Aplicarei os conhecimentos para o bem dos doentes. Nunca para prejudicar ou fazer mal a quem quer que seja. Prometo que ao exercer a arte da cura, mostrar-me-ei fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu a minha vida e a minha arte de boa reputação entre os homens e para sempre.
Trechos do juramento de Hipócrates que faleceu em 370 a.C, Lárissa, Grécia

Estou lembrando Hipócrates no dia 7 de setembro de 2018 para comemorar o aniversário da minha tia querida, Maria Elvira! Os bons não morrem! São para sempre lembrados por suas qualidades, delicadezas, gentilezas!Veja Hipócrates! Ela está viva dentro do meu peito e estamos festejando seu aniversário e sorrindo! Estamos todas juntas!
Fernanda Correia Dias
in Aniversário da Tia Elvira!