segunda-feira, 9 de novembro de 2020




 CECÍLIA MEIRELES

FILÓSOFA POETA

Cecília Meireles é Filósofa-Poeta, com clarividência de ter sido a sua própria vida o exemplo real da solidão humana universal e compreensão e vivencia das verdades.

Cecília Meireles tem certeza que à criança só devemos entregar o ótimo. O ótimo é o Amor.

Serão indivíduos maravilhosos, os que tiverem recebido Amor em qualquer idade, mas na infância, principalmente. E se a Ternura é uma espécie de socorro, imagine o que é a Educação! Ela acredita inabalavelmente na Educação.

Faz parte de sua biografia que após perder toda a sua família, avô, pai, três irmãos e mãe, antes dos 3 anos de idade, ela foi educada pela única sobrevivente, sua avó materna, Jacinta e os livros de sua mãe Mathilde que fora professora.

“ E minha avó cantava e cosia. Cantava

canções de mar e de arvoredo, em língua antiga.

E eu sempre acreditei que havia música em seus dedos

e palavras de amor em minhas roupas escritas.”

 A excelência humana agrega seres humanos no Amor pelos simples motivos de serem humanos. Não é condição sine qua non participar de qualquer religião para exercer e praticar o Amor. E vice-versa.

O Amor está acima de todas as religiões.

Esse é o fio precioso de seu caráter de livre-pensadora.*

O mundo precisa contínuamente de pessoas boas e interessadas em excelência humana. Então virão desdobramentos multiplicados de autênticas excelências.

Ela propõe em sua consistente e coerente obra é que o ser humano seja ele mesmo o Amor: A distribuição e a prática em excelência do Amor.

Foi isso que eu vivi como neta, foi isso que suas filhas, e entre elas, minha mãe Maria Mathilde praticaram, foi isso que aprendi com meu pai, é isso que eu pratico e foi também o que dei e recebi  em vida: A excelência da vida: o Amor

 Fernanda Correia Dias

in Cinquenta e seis anos de saudades. 

Nove de novembro de dois mil e vinte ou 

Os livros pertencem ao reino do Amor! Trazem pessoas vivas.

 Leia. Leiam.

Para todos, Cecília Meireles.

*Cecília Meireles definiu-se livre-pensadora, publicamente, em 1919, aos 18 anos.

sábado, 7 de novembro de 2020


CECÍLIA MEIRELES POETA UNIVERSAL
 

   Vou descrever a presença física, parada e em silencio, de Cecília Meireles, minha avó materna, hoje,  no dia de seu aniversário de 119 anos. Ela está aqui neste instante. Ela é uma pessoa hipnotizante.

Eu não sei se ainda existem  pessoas vivas que se lembrem da presença física dela, mas eu estou viva e me lembro muito bem. Eu sou a neta e a afilhada dela e foi ela que  me disse pessoalmente, que escreveu os poemas A Bailarina e Ou isto ou aquilo para mim.

Estamos diante dela. Sou sua primeira neta, depois de dois netos meninos. No dia do aniversário dela, ela me levou para me batizar como minha madrinha na igreja que ela fora batizada. Então hoje também é aniversário do meu batismo.

  Mas o fenômeno que vivo diante da presença dela neste instante, e vivo toda vez que a encontro, é assim: fico olhando, não paro de olhar para ela e quero olhar mais. Estou hipnotizada  e atraída pelo contraste dos dois olhos grandes, preciosos e íris verdes, muito verdes. Duas esmeraldas transparentes e brilhantes cravadas em porcelanas brancas, em contraste com a pele dela, morena  e perfumada, como a madeira de sândalo. As duas íris verdes, cristalinas,  preciosas me hipnotizam e o hipnotismo é o mesmo de quando você encontra uma pessoa negra de olhos azuis. Você fica imantada ao raro, belo e incomum.

     Simultaneamente ela exala e eu sinto o aroma de um bosque de seda e algodão e percebo o sândalo fresco do colar ou do leque indiano. Vem acompanhado do perfume da magnólia, do jasmim e do damasco. E esses aromas chegam antes do perfume de ocasião: O que eu mais gosto na pele dela é o L’ Interdit de Givanchy que ela usava em 1957, quando eu nasci.

    Mas o que ela faz quando ela percebe que estamos hipnotizados por ela? Ela Sorri. E eu e você aspiramos o aroma de cravos da Índia, do seu sorriso e aparecem uns dentes muito brancos contrastando com a pele morena. É um sorriso longo e gentil.  São muitas pérolas bonitas, seus dentes brancos que estavam guardadas em seus lábios. É um estojo de um joalheiro, um mistério maravilhoso, a delicadeza do seu sorriso.

     Então agora ela é um sorriso e ela vai falar comigo e com você e você vai ouvir uma voz bela. O que é uma bela voz? É aquela que você escuta todas as palavras com clareza dos sentidos. “O sentido está guardado no rosto com que te miro” como ela escreveu. E o que ela diz é visível numa sonora harmonia e musicalidade. Tudo gira e você está ali comigo, hipnotizado e  escuta: “Como está você?”

     É ela que está falando comigo. E você pensa: estou girando num mundo e ela fala! O que ela diz não é o que você ouve, mas o que faz você ver! Não há desperdício de som. Essa musicalidade nos faz girar mais ainda e giramos sorrindo de dentro para fora.

Ela fica do nosso tamanho e  tem a nossa idade, quando ela quer. Mas você aprende com o que ela escreve que ela é a sua irmã te contando a verdade: Desperte do teu sonambulismo!

Agora ela quer, então passeia conosco pela casa. Apresenta-nos a nós mesmas ao espelho. Faz-nos ver o jardim e os pássaros através da grade de ferro da porta, em círculos ou conversamos com a estátua da Primavera na subida da escada e deitamos sobre o leão da varanda. E lá está “o lagarto entre o muro e era, a cigarra e a sua canção.” Tudo o que ela nos apresenta é a verdade. Tudo o que ela escreve é a verdade. E nos inspira verdade pela contemplação, leitura e escrita.

 Ela também está cercada de escolhas extraordinárias.

   O relógio de casa, na sala de almoço, tem um cuco que sai de dentro de uma portinha de hora em hora para cantar cuco-cuco em quantas horas forem necessárias; o termômetro mostra uma casa e um casal de holandeses que visitam a paisagem  da varanda quando o tempo está bom e nos acena; nas estantes estão brinquedos folclóricos nacionais e internacionais; os livros contém páginas pop-ups e montam outras estruturas como carrosséis, jardins zoológicos, teatros, bandeiras de vários países e casas.

    Ela me mima nos contando histórias, brincando comigo e me oferecendo presentes fabulosos: um galo-termômetro, que troca da cor rosa para a azul, passando pelo lilás, se as chuvas estiverem próximas; uma mamãe de madeira que aberta ao meio traz outra por dentro, e mais outra, e mais outra, até  uma mamãe bem pequenininha; uma vovozinha que debaixo da saia não tem pernas , mas o corpo da chapeuzinho vermelho e invertendo o chapéu se transformava no Lobo mau; umas marionetes indianas de sombra para movimentar com pauzinhos contra a luz sobre as paredes da biblioteca e são feitas de arabescos lindos e uns bonecos molinhos, recém-nascidos que cabem numa pequena caixa transparente de orquídeas. A torneira da varanda de seu gabinete no segundo andar da residência, é um pássaro;  o enfeite do chapéu dela, são pequenos peixes de palha colorida pendurados e balançando cada qual numa linha de pesca; as sandálias dela são tiras de pérolas ou delicados bordados chineses azuis turquesa sobre tecido vermelho e pink;os finos  papéis de sua mesa estão intercalados por folhas de papéis carbonos onde eu aprendo a duplicar desenhos com ela; a máquina de escrever tem essas letras que ela me ensinou e que eu sei até hoje e são as mesmas que escolho para escrever isso aqui que você lê neste momento e a máquina ainda tem uma alavanca para levantar o papel e faz Plin!! As canetas por dentro trazem águas azuis que correm para a pena e escrevem com rios de águas azuis e os mata-borrões, papéis macios e grossos, cor-de-rosa, passamos em cima das assinaturas, dedicatórias desenhos ou poemas, para secar mais rápido!

 Ela é assim: bela. Sadia.

Poeta, filósofa, cientista da pedagogia e da psicologia, escritora, cronista, ensaísta, professora, pedagoga, desenhista, jornalista, tradutora, folclorista, conferencista, oradora, editora, ilustradora, pesquisadora, radialista, cronista, pintora, mãe de três filhas órfãs, ela mesma filha órfã de pai e mãe, criada por sua avó materna, única parente que restou após a morte de todos de sua família , incluindo ainda seus 3 irmãos que antecedem seu nascimento, seus pais e seu avô materno.

    Nascida no Rio de Janeiro, aos 12 anos recebe das mãos do Inspetor Escolar Olavo Bilac a Medalha de Ouro pela conclusão do curso escolar com grau máximo por três etapas consecutivas. Forma-se professora aos 16 anos quando escreve e publica o livros de poesias históricas, ESPECTROS. Começa a lecionar aos 17 anos e aos 18 anos decide unir as mulheres para que elas se ajudem mutuamente e que possam ser ajudadas também  por interessados filantrópicos, empresas e governos, na viuvez, orfandade, sobrevivência, oportunidades de trabalhos, etc...

   É assim que há 100 anos atrás, aos 18 anos, em 1919, Cecília Meireles visita todas as redações e os jornais do Distrito Federal, Capital do Brasil para divulgar as datas das reuniões e de fundação da recém criada por ela e outras professoras,  Legião da Mulher Brasileira. Ela mesma, Secretária da Legião traz na pauta os assuntos da mulher órfã de pai e mãe, sem parentes, que deseja e pode trabalhar para adquirir salário para seu sustento e o de sua família, , apoio social às mães, filhos, maridos desempregados, saúde, etc...inclusive o voto feminino, garantindo a participação feminina nas decisões do país.

   Ela mesma, a mesma Cecília que aos 13 anos fez campanha para que os meninos também pudessem comer na escola o mesmo que as meninas comiam.

   Presentes  para a primeira reunião da Legião das Mulheres Brasileiras, mulheres das mais diversas procedências, uma delas tomou a liberdade de convidar o bispo e o padre para a benção da Legião na primeira reunião . E logo na primeira reunião, quando o padre e o bispo tiveram a infelicidade de anunciar que só abençoariam as católicas, Cecília Meireles sentada na mesa, compondo a comissão, diante do público e do tumulto, levanta, retoma a palavra e no meio da multidão, declara-se publicamente “ Livre pensadora”  e decide que “a Legião será laica” integrando e unindo todas as mulheres presentes e vindouras.

   Esse é o raciocínio fundador de uma mulher que é uma Poeta Filósofa Brasileira e Universal, atenta ao homem no Universo. Viveu na sua própria existência a ausência e a presença de tudo o que é humano. Soube conservar e conversar sobre o Amor através da Poesia Filosófica na altura de Buda, Jesus, Maomé e propor entendimentos, reflexões e soluções. Está tudo escrito. Nenhuma linha desperdiçada.

Leia Cecília Meireles. Aos 119 anos, não há nada mais urgente, atual e moderno que não seja o Humanismo, a Educação através do Amor ao próximo.


Fernanda Correia Dias

in Festa de aniversário para os 119 anos da Poeta e Filósofa Brasileira e Universal Cecília Meireles . Para minhas filhas Kenya e Gaya

Seguem as homenagens dos que chegaram à tempo das comemorações


Deusa

é o que escreve Carlos Drummond sobre Cecília Meireles.

 É Artur da Távola que cita os comentários do querido Carlos Drummond de Andrade sobre Cecília:

"Cecília, não é, por excelência, rotulável. Nem modernista, nem simbolista, nem intimista. Cecília é livre, é poeta. Seus versos tocam os limites da música abstrata. Ela é a própria poesia".

Arpad Szenes quando pintou o mais famoso retrato, e é o de Cecília, deu o título :

“A Poesia.”

O poeta Bruno Tolentino disse que a presença de Cecília Meireles “era a mesma que a de uma Deusa. Uma perfeição, principalmente ao expressar o que pensava.”

“não me parecia uma criatura inquestionavelmente real; por mais que aferisse os traços positivos de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e sociabilidade, restava-me a impressão que ela não estava onde nós a víamos, estava sem estar, para criar uma ilusão fascinante, que nos compensasse de saber incapturável a sua natureza.” C.D.A, 1964 Jornal Correio da Manhã/Carlos Drummond de Andrade

 " libérrima e exata", foi o que escreveu Manuel Bandeira sobre Cecília.

"Todas as pessoas têm um quê de frágil e de mortal, Cecília Meireles, não. Havia, nos seus mais delicados gestos, uma firmeza, uma decisão, uma força que nunca houve quem visse ameaçada. Força de quem sempre escolheu viver num outro planoforça de quem nunca se esquivou àquele imperativo de renúncia que há na construção de uma obra, de modo que sua figura, bela e tranqüila, onde se espraiavam vagas ondas nuns olhos muito verdes, tinha a consistência de uma fortaleza"   Poeta e Jornalista Marly de Oliveira




sexta-feira, 9 de outubro de 2020

 

Calma . Foto Fernanda Correia Dias


 Maria Mathilde A Intransponível Inteligência.

Considerada por seus contemporâneos e familiares  A Perfeição.

Portadora de várias inteligências evidentes! 

Identificada e reverenciada por todos os inteligentes como :

 Maria Mathilde A Intransponível Inteligência.


Com ela, aprendi muitas inteligências.

A mais valiosa?   Ação. Agir.

Sempre leal e honestamente em excelência.


 A primeira inteligência: Me ensinou que a inteligência estava dentro de mim e que existiam muitas formas de acessá-la. Me fez perceber um acesso, quando me ensinou a ler as horas! A conhecer e reconhecer a abstrata, a minha inteligência em mim.

Se eu tenho quatro anos de diferença do meu irmão que estava aprendendo a ler as horas, com ela,  eu era bem pequena, quando ela me ensinou as horas! Quantos anos eu teria? Não sei. Nunca mais esqueci e tenho hoje,  mais de 60 anos.

Eu era louca para saber, porque quando  perguntavam na rua ou em casa, ela lia no relógio de pulso ou da parede a hora e dizia num lindo sorriso para quem estava perguntando: Tantas horas! E todos  agradeciam e sorriam para ela em resposta ao  mais lindo sorriso!

Mas...como?  Como? Como ela lia a hora na caixinha do  relógio?? Como que faz para ler a hora? Eu queria muito aprender! E eu  disse que eu queria que ela me ensinasse. Era tão honesto e eu era tão pequena, que ela me ensinou. O menino morreu de rir de mim, menosprezando pelo meu tamanho, minha capacidade de aprender  e ela seriamente, olhando dentro do meu olho, mostrando admiração e respeito por mim, me ensinou a ler a hora e simultaneamente ensinou à ele, a respeitar meu interesse em saber. Pegou o relógio de papel que  estava usando para ensinar as horas para ele e me mostrou que ali havia dois ponteiros de papel, um grande e um pequeno, presos ao centro com alfinete. Me explicou que o ponteiro pequeno dizia a hora enquanto o ponteiro grande ficava com um braço levantado no 12.

Fui lendo o pequeno: um... ela disse é hora, é uma! repeti, uma...e em seguida ela apontava para eu ver o ponteiro grande com o braço levantado e dizia “hora” ! E dizia para eu fazer o mesmo, dizer em voz alta  o que estava lendo.

E agora era o numero dois... dois/ hora... não, ela me corrigia para o feminino e plural: horas!  Duas horas e explicava que dois eram mais que um...E três/horas!... e ela sorria apontando o quatro e me incentivando a levar o ponteiro menor adiante até chegarmos ao número 12/ horas, quando o pequeno apontava para o 12...E ambos estavam juntos! Eu entendi a dança, mas queria entender como é que ela dizia 13 ou 14 horas e até 18 horas se aqueles números não estavam no relógio??? E a hora do meu aniversário, 24 horas? E ela me mostrou que depois do 12 eu tinha que somar o 1,2,3,4 para falar que já passavam das 12hs... ou do Meio do Dia e íamos chegar ao Meio da Noite... Às 24horas...

Compreendi  o abstrato da hora formada com a soma, para chegar às 13, 14, 16 horas, 23 horas... era sempre o 12 mais a hora que o pequeno estava marcando... Isso trouxe uma luz interna de saber como formar o número. Experimentei essa luz em mim. Inclusive com a subtração, e enxergar a hora que estará marcando no relógio... Dezenove menos doze, sete horas...Dezesseis menos doze, quatro horas. Compreender os minutos foi uma simples decorrência do que eu já sabia. Isso foi tão "para sempre" e definitivo na minha vida,  que eu leio as horas assim até hoje. Com esse modo de aprendizado definitivo, inesquecível e transmissível.

Aprendi a viver a inteligência em mim e a praticá-la. Também aprendi que inteligência é transmissível e que não depende do seu "tamanho". Ensinei a minha irmã a ler as horas.


A segunda inteligência: ler a tabuada e conhecer o óbvio da lógica!

Assim também foi com a tabuada... quando tenho dúvida do numero que digo de forma automatizada, faço dupla conferencia perguntando se para ser 64 tem ali realmente  oito vezes o numero oito, no numero sessenta e quatro!

Você que me lê, percebe a diferença de ensinar definitivamente alguma coisa? Entregar uma inteligência? Percebe essa inteligência?


A terceira inteligência: Me enxergar! Perceber a minha própria Significância , meu Valor para mim!

Generosa, ela sempre foi na minha vida e na de todos, uma biblioteca inteira de raciocínios, lógicas, conceitos, práticas filosóficas, experiências verdadeiras, entregas sinceras, festas cognitivas,  reencontros associativos, salvamento de emoções,  i n e s q u e c i v e i s ! Vivemos 51 anos uma ao lado da outra, e me ensinou a praticar essa inteligência:   “Você não se enxerga não?"

Reflitam sobre essa expressão que é o olhar dentro.

Estando  dentro de si mesmo olhar para o dentro de si! É de um ser que pensa. É uma conversa entre o iluminado e o iluminismo! Não é conversa com a luz, mas com a sua própria clarividência. O estado que a luz faz com você. Balança as ideias cegas. É uma inteligência de se enxergar e de querer bem a si mesmo, antes de todos. Se não me amo, não me tenho e quem gosta de mim, sou eu!. 

As vezes somos muito e nos desvalorizam. As vezes não sabemos o que fazer conosco e nos enganam. Olhe para dentro de si mesmo. Veja onde você está, o que está fazendo consigo, por quê está fazendo, para onde está indo, o que está levando, o que está deixando, o que sabe de si? "Tenha confiança em você lembrando que só você e mais ninguém pode gostar de você de forma verdadeira."

Eu tenho essa pergunta que ela me deu! Uma inteligência que eu faço para mim: "Você não se enxerga não?" e logo me encontro quando me respondo: "Quem gosta de mim, sou eu!" ou" Tenho confiança em mim porque só eu posso fazer por mim o que preciso fazer".


Quarta inteligência: lembrar da palavra Perfectível! E de tudo o que está em torno dela!

Essa palavra que ela me deu, sangue do seu sangue, do dela e do meu, veio junto com o conceito que tudo pode e deve ser aperfeiçoado continuamente na direção da excelência. Perfectível, palavra inteligente e autoexplicativa.

 É claro que tudo  pode e deve ser aperfeiçoado continuamente e principalmente nós mesmos. Tudo em nós  é suscetível de ser aperfeiçoado, em constante reforma, conforme o caráter mudando, a  percepção menor para a maior,  ampliada e ampliando,  aperfeiçoando esse raciocínio de estar sempre mudando para melhor, na verdade da paz. Ser hoje melhor que ontem. Aprimorando ideias, conceitos, práticas, ações e estudando continuamente.

Inclusive, a minha própria formação como bailarina, designer, ilustradora e escritora, que são  exercícios práticos e do continuo aperfeiçoamento, o exercício de fazer melhor, a cada instante, os mesmos exercícios sempre, praticar o aperfeiçoamento.

 Estudar muito e sempre a filosofia, as letras, as técnicas  e as artes, colocar o melhor de mim em tudo o que faço. Assim tudo terá uma evidente beleza, uma evidente excelência, porque é aprimoramento contínuo. Viver em estado perfectível.


Quinta Inteligência: O Amor é uma inteligência em estado de ação. Tem uma radiação imensurável, atinge distâncias inimagináveis é a maior força humana, tudo ilumina, aquece, acolhe, liga e reúne.

"sem Amor não somos nada, nada!"

Fale a palavra, pratique o verbo consigo e com todos. Pensará melhor, mais e  grandiosamente, pensará altivo, em estados mentais mais altos.  Mais elevados, mais acelerados. É um oceano de abundancias de qualidade de vida quando é Amor. Não há nenhuma forma de alcançar a felicidade verdadeira se não for através do amor verdadeiro. Ele não está no outro. Está em você. Isso é viver a inteligência do Amor. Transforma  a pedra árida, na mais polida, na mais brilhante pedra mental.


Sexta Inteligência: A reflexão

Ela me ensinou que a falta de convivência humana, falta de relacionamento, afasta muito o ser humano de si mesmo. É preciso termos motivos para nos aproximarmos e a arte, o artista e a ciência, nos aproximam da nossa condição humana de ver o outro, buscar o entendimento. Quando compreendemos o outro nos afastamos do ódio, da inveja, da raiva e nos unimos. A união nos protege e nos fortalece em mais reflexão.

 Uma das questões mais preocupantes e penso que sempre foi, é: Até aonde nós conseguiremos ser humanos. Isso: ser um humano ser humano, já que o computador já está dentro do nosso corpo, já existem várias placas na pele, no coração... O computador já entrou no corpo humano. Até que ponto  nós vamos precisar mesmo de sermos humanos ou de sermos apenas uma extensão da máquina... Não sei. Eu sempre olhava para aquele assunto de " Eram os deuses os astronautas?" Aquele  filme, aquele  livro, aquelas bibliografias relacionadas, todas e também aquelas imagens esculpidas em idades remotas em civilizações que chegaram até a  momentos que desapareceram e conversava com ela. Eu inventava que uma elite técnica construiu uma nave e partiu do Planeta Terra para habitar outro luar no universo. Isso era uma reflexão.

Hoje isso é uma possibilidade real uma vez que a fortuna está na mão de  3 ou 5 indivíduos mais ricos do mundo, que podem  decidir entre si, que são mesmo os únicos donos  mundo...Quais valores essa elite praticará, sendo eles, humanos mortais... ou a esta altura já serão extensões de máquinas... ou as próprias máquinas? Ou já são?

Para isso serve a pesquisa e a riqueza?

Se  estudar alguma coisa com o Marcelo Gleiser físico, que comenta que  o Planeta Terra é o único Planeta que tem vida humana e que é uma raridade no Universo e que deveríamos cuidar melhor do Planeta para cuidarmos de nós mesmos, aquela minha referencia de que eram os deuses os astronautas faz mais sentido ainda.  Em algum momento o homem chegou a tal nível de ciência, tal como nossos dias, que acabou dando uma volta no Universo de aeronave e retornando ao Terra... recriando novas civilizações...aqui mesmo no Planeta Terra com os eleitos... assim caminha a humanidade quando não se destruiu com guerras ou pestes. Para dar sempre uma nova voltinha no Universo e retornar ao Planeta Terra e construir nova civilização... Parece que faz isso há muito tempo, porque basta cavar... e...

 Então talvez tivéssemos que aprender também com isso, logo e imediatamente, como quando compreendemos a ler as horas ou raciocinar na tabuada e praticar o  Perfectível e o Amor. Talvez tenhamos que ter uma arqueologia e antropologia mais dedicada para rever esses conceitos todos  e o homem enxergar cientificamente a  responsabilidade por ele e pelos demais.

Que não basta ser só essa ciência, ou extensão e inteligência artificial anunciada de descontrole próximo...Essa tecnologia  autodestrutível, mas conhecer as sabedorias, esse acumulo de riquezas! O estudo das sabedorias dos povos mais antigos, dos índios, das civilizações anteriores,  e aprender tudo sobre o humanismo. Visualizar, tomar as providencias imediatas e salvar o homem e o mundo do pior de si mesmo.

Não é?


Sétima Inteligência: A Ação . Agir.

  No livro Cânticos minha avó Cecília Meireles tem ali  26 poemas filosóficos universais, e num deles,  avisa para multiplicarmos os nossos olhos  para vermos mais. Viver nessa multiplicação dos olhos e vendo mais, é o Estado de Ação. É o Agir.

Elaborar novos raciocínios para as mesmas coisas e agir ! Ação gera novas visões.

Não importa que as regras existam, o que importa é se você tendo conhecimento de todas, no maior numero possível, obtenha a melhor decisão possível entre tudo o que você estudou e concluiu e que entre imediatamente em ação!

 O Sol, a Lua e a Verdade são as únicas coisas no mundo que não podem ser escondidas. Não por muito tempo.*

Você aprendeu? Aprendeu essas inteligências? Aplique. Já.

Fernanda Correia Dias

in intus=dentro; lègere=recolher ou Inteligência, ou 13 anos de saudades.

Para a minha mãe maravilhosa Maria Mathilde, mulher extraordinária

 de múltiplas e intransponíveis inteligências..

Para minhas filhas Kenya e Gaya

*Buda


 

 

 

 


domingo, 27 de setembro de 2020






Helio dos Santos,

 o virtuoso engenheiro civil  do concreto armado e protendido.



É comum admirarmos uma obra, conhecermos o nome do arquiteto e dificilmente nos interessarmos em saber quem calculou a estrutura!


Sem o calculo estrutural, o projeto arquitetônico mais belo é apenas sonho.
Para ser real, tem que ter o cálculo do engenheiro calculista projetado,
sem o qual a construtora não levanta do solo, a arquitetura.


Mas para ser engenheiro calculista, você tem que gostar de calcular. 
Gostar de matemática, de física, de mecânica de sólidos; resistência de materiais; hiperestática; estática das estruturas...
Gostar de raciocinar e de resolver desafios.



Em Agosto de 1952 , aos 23 anos, ele, o  engenheiro civil de estruturas, Helio dos Santos, 
convidado pelo engenheiro Alberto Bevilacqua,  criou o cálculo estrutural 
da construção da escada da residência do Sr. Jean Marcovaldi no Parque Guinle, Laranjeiras, Rio de janeiro e ficou assim



.
Dominando o concreto armado foi contratado por André Denizou, para trabalhar no
 Rio de Janeiro com concreto protendido como chefe do Departamento Técnico da STUP – Sociedade Técnica para a Utilização de Pré-Tensão; 
Processos Freyssinet; S.A. Campénon Bernard; que tinha sede em Paris, França.

Helio dos Santos, tornou-se especialista 

no cálculo estrutural do concreto armado e virtuoso pioneiro no concreto protendido

Quando o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com 130 metros de comprimento e 25 metros de largura, foi inaugurado em setembro de1958 no Parque do Flamengo, os 14 pórticos que estão lá até hoje foram calculados por ele, Helio dos Santos,  em  vigas de concreto protendido, entregando leveza, elegância, 

segurança estrutural e eficácia ao projeto de Affonso Eduardo Reidy.

Essas "colunas" em forma de "V" , estão amarradas pelo chão e sustentam essa imensa caixa de concreto ! Não é genial?


 

Sabendo que a lista de projetos calculados por ele é imensa, perguntei para ele hoje, qual o projeto que ele mais ama, entre tantos projetos maravilhosos e ele me respondeu: _ todos!

Todos? Foram viadutos, prédios no Leblon e na Gávea, fábricas, hospitais, portos, pontes, universidade, residências, em diversos estados do Brasil e principalmente no Rio de Janeiro e ele me confessou que o que ele mais gosta talvez fosse o Viaduto Negrão de Lima, mais conhecido como o Viaduto de Madureira com os seis acessos ligando a zona sul à zona norte do Rio de Janeiro e que está até hoje servindo aos brasileiros e que tanto o viaduto quanto os seis acessos foram todos calculados por ele!!! Veja como ficou!



Eram tempos em que ainda não existiam os computadores!
Eu cansei de olhar para as mãos do meu  pai e ver um ábaco!
Você sabe o que é um ábaco? Ele sempre usava ábacos, máquinas de calcular mecânicas FACIT e réguas de cálculo Arquimedes, mas também foi o primeiro a usar calculadoras elétricas, eletrônicas e computadores!!! 
Além de trabalhar como engenheiro foi também professor neste assunto - calculo estrutural e concreto armado e protendido - das faculdades de engenharia do Rio de Janeiro e uma alegria que sente evidente aos 92 anos, é que conseguiu transmitir aos seus alunos sua sabedoria. É prova de que foi também professor genial  e virtuoso: nenhuma obra, das inúmeras que desabaram no Brasil, foi assinada por ele ou por engenheiro-aluno dele!

Isso é mesmo a consagração da excelência intelectual e didática do 

muito referendado Mestre, Helio dos Santos!!!

 

1             .      2      .      3      .      4

 Eu gosto de lembrar que ele teve a coragem de estudar a estrutura de uma obra abandonada ao tempo, cujo nome era Favela do Esqueleto e transformar na Universidade do Estado da Guanabara, antiga UEG, hoje UERJ!!!

Na foto acima estão o Vice-Reitor João Lyra Filho (1) ;  o Reitor Haroldo Lisboa Cunha (2)  ; Helio dos Santos , Consultor da Superintendência de Obras Universitárias (3) e o Diretor do Departamento Técnico da Reitoria Mozart Ciarlini (4) 

Repare em seu sorriso e olhos amorosos!!

 Assim, gigante como uma torre de inteligências,

 nada mais eloquente que este instantâneo!
Compare a foto acima com essa abaixo! Ele segue sendo o mesmo!


Aos 92 anos, confia inabalavelmente no Estudo e na Educação para o progresso humano e para a humanidade. Me ensinou que todo sonho pode e deve ser realizado desde que você encontre ou invente os meios e modos inteligentes de construí-los.


Agora você já sabe, toda vez que olhar uma obra realizada e assinada por incrível arquiteto, lembre-se que ao lado do incrível arquiteto 
deve ter um espantoso, um genial e silencioso

 calculista!




Fernanda Correia Dias

in Para o meu pai e Regina!
Para minhas filhas Kenya e Gaya, minha irmã Fátima e meus sobrinhos Pedro e Fernando,
Vida longa e saudável aos calculistas ou
92 anos de amorosidade Parabéns!!! Pappy!!! Parabéns, Mestre!!! 

terça-feira, 15 de setembro de 2020




Produtos Fernanda Correia Dias . Foto Fernanda Correia Dias


Num dia, a universidade abriu um vestibular isolado, com prova de redação eliminatória e lá fui eu fazer as provas. Me classifiquei no quinto lugar , mas o que eu mais gostei é que você foi comigo, na hora que eu falei que precisava ir lá para confirmar  que eu tinha mesmo alcançado altas notas e que estava classificada para cursar Desenho Industrial.

Era um assunto que ninguém sabia o que era, nem o que fazia um designer. Mas eu sabia. O Brasil não tinha faculdade de moda em 1976 e a maioria dos interessados em criar produtos acabavam sendo arrastados para máquinas agrícolas, etc...na ESDI ou para as artes plásticas,  na Escola de Belas Artes.

Dentro da universidade encontrei outro assunto cujo título era Comunicação Visual, que hoje chamam de desenho de superfície... O fato é que eu comecei a criar campanhas publicitárias com páginas em revistas, jingles para rádios, filmes para tv e cinema e também os produtos em coleções de acessórios como bolsas, sapatos, cintos, etc...Coleções de roupas para hipismo, velejadores, lanchas, Marinha do Brasil, objetos de casa, alfaias, e os temas foram ampliados para Literatura/ Bienal do Livro, Informatica/Condex, Sucesu-SP, Pesca, Automobilismo e Congressos Mundiais de Geologia, Coração, Cirurgia Plástica, Astronomia, Petróleo...

Mas você continuou comigo, ao meu lado. E quando as meninas nasceram, lá estava você, dando aquele suporte incrível e exemplar nos  estudos, escolas, passeios, amor, muito amor!

Eu lembro que você sempre esteve disposta e foi por isso que foi possível produzir tanto!

Hoje é dia do seu aniversário e eu procurei fotos, que não encontrei ainda, mas vou encontrar! Ficam essas, que você gostava muito, dos trabalhos e se alegrava muito em visitar, vestir e aplaudir!

Fica meu muito obrigada por ter sido a minha mãe e me ensinado e apoiado tanto!
Beijo Mummy!


Produtos Fernanda Correia Dias . Foto Fernanda Correia Dias



in Fernanda Correia Dias
Comemorando seu aniversário, como nós gostamos, conversando!



 Mathilde advogada especializada em Direito Autoral
Filha de Cecília Meireles e Fernando Correia Dias
 Formatura da Faculdade Nacional de Direito 
no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Formada em Biblioteconomia, falando e escrevendo latim, muito estudiosa, enfermeira formada pela Cruz Vermelha, quando aos 40 anos resolveu  estudar Direito e se especializou em Direito Autoral.
Conheço diversas pessoas que até hoje pedem para me abraçar porque sentem a maior gratidão por tudo o que Mathilde fez por elas diretamente e indiretamente. São escritores, poetas, atores, autores, músicos, artistas, criadores,designers, estilistas, cantores e cientistas. Gente dessa área tão delicada, que  nada sabem sobre seus direitos, nada entendem de clausulas e assinam contratos para não serem antipáticos com os contratantes ou fecharem a porta da oportunidade. Assim, se submetem ao insubmissível, porque nada compreendem da matéria. Não é o munus deles. E logo estão na rua, sem amparo e desabrigados.

Filha de dois imensos artistas, Mathilde compreendeu que era preciso salvaguardar os seus direitos de herdeira e os de suas duas irmãs, assim como preservar e divulgar as obras magníficas de seus pais, Cecília Meireles e Fernando Correia Dias.
Excelente aluna, proprietária das notas mais elevadas e eleita representante de turma até a conclusão do curso ela era generosa com os próximos, orientando e resolvendo juridicamente assuntos relativos a Direitos Autorais e outros como contratuais, cíveis, família, sucessões, etc...

Foi ela que recuperou a autoria de Cecília Meireles - poema Marcha - do título Canteiros dado como de Fagner, porque por ele, apropriado indebitamente.
Mas também foi ela que autorizou que o mesmo Raimundo musicasse poemas de Cecília, tais como Motivo, Epigrama n. 9 e Canção (Malogrado).

Porque o erro está em se apropriar, em se apresentar como o autor daquilo que tem proprietário. Em explorar comercialmente sem autorização. E se ninguém reclama a autoria, o apropriador, falso autor, passa a dono, daquilo que em verdade não é de sua autoria e dos frutos advindos da exploração. Sem a autorização do autor ou do herdeiro qualquer apropriação indébita é crime, previsto em lei e em consequências penais.

Abaixo os oito versos do poema Marcha de Cecília Meireles apropriados indebitamente por Fagner:

Quando penso no teu rosto,
fecho os olhos de saudades;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos tristes,
dos sonhos claros que invento.
Nem aquilo que imagino
já me dá contentamento.

Estes oito versos acima, fazem parte do poema Marcha, lindíssimo, composto de 24 versos, como se lê abaixo:

Marcha 
Cecília Meireles


As ordens da madrugada
romperam por sobre os montes:
nosso caminho se alarga
sem campos verdes nem fontes.
Apenas o sol redondo
e alguma esmola de vento
quebraram as formas do sono
com a idéia do movimento.

Vamos a passo e de longe;
entre nós dois anda o mundo,
com alguns vivos pela tona,
com alguns mortos pelo fundo.
As aves trazem mentiras
de países sem sofrimento.
Por mais que alargue as pupilas,
mais minha dúvida aumento.

Também não pretendo nada
senão ir andando à toa,
como um número que se arma
e em seguida se esboroa,
-- e cair no mesmo poço
de inércia e de esquecimento,
onde o fim do tempo soma
pedras, águas, pensamento.

Gosto da minha palavra
pelo sabor que lhe deste:
mesmo quando é linda, amarga
como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga,
é tudo que tenho,
entre o sol e o vento:
meu vestido, minha musica,
meu sonho, meu alimento.

Quando penso no teu rosto,
fecho os olhos de saudades;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos tristes,
dos sonhos claros que invento.
Nem aquilo que imagino
já me dá contentamento.

Como tudo sempre acaba,
oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava
tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida
isento de tudo, isento...
Não há lagrima nem grito:
apenas consentimento.



O Brasil tem Leis que protegem os autores, artistas, cientistas, criadores,  cantores, etc... mas as empresas conhecedoras das leis, trabalham com escritórios de advogados especializados em transgredir as leis.

É falta total de respeito. 

Quantos artistas, poetas, cantores, autores, desempregados, desamparados, desassistidos e no limbo conhecemos? O próprio pai de Mathilde que contribuiu com as artes gráficas, de ilustração e que criou o conceito de  livro com capa colorida como conhecemos hoje, e as magnificas ilustrações de As mil e uma noites, assim como trouxe a importância da arte marajoara dos autóctones brasileiros para a arquitetura e decoração em cerâmicas, tapeçarias desenhadas artisticamente para o Palácio Itamaraty e família Guinle, também enfrentou as dificuldades em receber os pagamentos de seus serviços.

Maria Mathilde muito estudiosa e cuidadosa, tomou sempre a linha do entendimento e conciliação e nisso foi inteligente e sábia, sendo inúmeras vezes convidada para dar sugestões de soluções e pareceres conciliáveis, sobre processos.

Me ensinou as palavras de Buda: Três coisas não podem ser escondidas por muito tempo: O sol, a lua e a verdade.

Admirada por seus mestres, protegida e amada por suas netas-afilhadas, netos e filhas, Mathilde completa hoje, 15 de setembro, 96 anos.
Os pais e as mães nunca morrem.
Nem os padrastros e as boadrastras.
É um amor que vive conosco e só quem os tem é que conhece.

Fernanda Correia Dias
in Feliz aniversário Mamãe! Beijo da Fernandinha
Viva o 15 de setembro!!!















segunda-feira, 7 de setembro de 2020


 Fernando Correia Dias em seu Estúdio. 
Foto de Fernanda Correia Dias


Eu gosto de lembrar do olhar com que você me olha.

 Teu sorriso nos olhos e lábios.

 Só depois, ao lado dessas covinhas os seus dentes brancos e grandes. Lindo!

 Eu gosto de lembrar da sua brincadeira delicada, sacudindo a caixa linda que eu te trouxe com o presente pelo seu aniversário! Sim! Hoje é Parabéns para você!!

Você não vai adivinhar que é uma camisa com listras azul turquesa e jasmins-manga brancos!

Ah... Você me diz: Mas eu estive no Hawaí e você criou essa beleza no Rio? Fantástica!

 

Não é curioso que minha avó Cecília Meireles, no dia 7 de setembro de 1923, Dia da Independência do Brasil, é mãe pela primeira vez?  Aos 22 anos?

Essa palavra Independência nos acompanhou.

Por diversos motivos

Eu escuto  minha mãe que é sua irmã, me dizendo: eu vou educar vocês para vocês serem mulheres auto-suficientes e independentes de pai, marido e família. Vão estudar para terem seus próprios trabalhos e dinheiros. Suas próprias vidas. E suas iniciativas serão por mim apoiadas. Vão estudar o que quiserem; o que sentirem interesse, escolham! E fomos. 

 Eu lembro quando você me diz: Mas Fernandinha, você é uma artista completa, minha flor!Você dança, desenha, pinta,  canta, escreve música! É Poeta!

Por que não vai estudar na Escola Nacional de Belas Artes e na Escola Superior de Desenho Industrial?

 Porque na Pontifícia Universidade Católica tive tudo isso e minha mãe me estimulava para estudar sempre e mais! Como se não bastassem três faculdades, diversos cursos de especialidades e de alcançar as notas mais elevadas, eu queria criar estudos que ainda não existiam.

 Sugeri que Marilia Valls fizesse uma Faculdade de Moda ali em Ipanema,porque o Brasil não tinha nenhuma  e ela organizou na Cândido Mendes.

 Convenci o Reitor para que houvesse na PUC faculdades de negócios, de empresas e elas surgiram.

 Apresentei aos maravilhosos Almirantes e Comandantes da Escola Naval a idéia de que  tirassem a juventude carioca do ócio , das drogas e do desamparo e acolhessem com ensinos técnicos e especializados em navegação e construção de barcos.

 Essa palavra Independência, razão de nosso entusiasmo natural para acordar e partir para o estudo, o trabalho, a criação de diversas realidades definiu as nossas vidas porque é da nossa  natureza estudar e ensinar! Nosso vocare/chamado!

 " Estudar para saber, saber para viver e viver para quê? / Cecília Meireles"

_Saber para nos amarmos e ensinarmos ao próximo, como a nós mesmos!!!  Educação!!

Você mesma foi estudiosa, corajosa e educadora, quando foi a Diretora do Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação que montou com Lydia de Queiros Sambaquy: " manter-se em relação com instituições nacionais e estrangeiras, para intercâmbio de documentação tecnico-científica" dando apoio ao Conselho Nacional de Pesquisas. 

O mundo no Brasil é belo, porque por ele andou seu coração!


Fernanda Correia Dias

in Feliz Aniversário Tia Elvira, querida!

Beijo no Vô Fernando e na Vó Cecília!