sábado, 25 de junho de 2011




Fernanda Correia Dias . Sky Line da Baía da Guanabara . Fotógrafa


"Nesta Baía existiam golfinhos...O símbolo do Estado da Guanabara era ladeado por golfinhos!


Onde estão os golfinhos? Nadando em outras águas. Eu nasci no Estado da Guanabara.


O Reveillon de 1865 também era comemorado em torno da Baía de Guanabara.

Gauguin-menino esteve aqui, com sua tia, assistindo os fogos no dia do meu aniversário...


Ah...minha cara indígena nesta paisagem e meu sangue português... Tenho mais de 500 anos!"


Fernanda Correia Dias


in Estas histórias das nossa vidas


Fernanda Correia Dias . Dois saguis ou mais de vinte? . Fotógrafa
"Assim, contra a luz, quase mimetizados, entre os galhos e as folhas é que vivem naturalmente felizes os saguis em seu habitat.
Lembro do dia em que acordei com o barulho de "pedrinhas" lançadas contra o vidro da minha janela.
Ao me debruçar sobre o jardim, um bando de Mico-Leão-Dourado exibia-se para mim, agarrados nas altas palmeirinhas, muito próximas à minha janela. Contei mais de vinte, perplexa com a cor e volume da pelagem.
Modificaram a paisagem.
Reclamavam por comida? Qual? O que comem os micos Leão-Dourado?.
Quando soube anos mais tarde que estavam em extinção, minha memória revia a expressão de cada um com os nomes que inventei espontâneamente enquanto os observava..."Menino, Menina, Gordo, Magrelinho, Zangado...Pequeno...Pequenino...Mãe...Pai...Tio...Tia...Irmãozinho....Vô...Vó...Amigo...
Minha memória "filmou" cada um e aquela cena. Recebi mais uma chuva de pedrinhas...
Voltaram os dias seguintes. Chamei minha mãe para observar comigo. Ela viu. Depois, nunca mais.
Agora? Só em mim e dentro de mim.
Ninguém, nem eu mesma, consigo desassociar esta experiência quando ouço a palavra "extinção".



Fernanda Correia Dias

in Saguizinhos e Micos-Leão-Dourado no Cosme Velho




Fernanda Correia Dias . Direções . Fotógrafa

"Clik na imagem...Tão longo...Desceu, espiralou-se, voltou, uniu-se, tomou direções opostas...

Ser o que se é , porque a vida é para frente. Para frente de quem está de frente para a vida.

Revista e fixada a trajetória o "para frente" pode ter sido para trás, para esquerda, direita...

Não soube? Foi? Vai? Vá! A vida é para a frente! Vá! Mova-se! Mantenha-se fiel a si mesmo.

À sua inteligência intuitiva. Bem-te-vi!"

Fernanda Correia Dias

in Das Direções

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fernanda Correia Dias . Cipós . Fotógrafa

"Quase fossilizados ou à caminho da petrificação..."

Fernanda Correia Dias

in Das Indagações
Fernanda Correia Dias . Cipó . Fotógrafa
"No meio da Mata Atlântica, o cipó desce até o chão e volta por onde desceu espiralando em si mesmo e formando esta corda natural. Veio buscar o quê? Encontrou? Por que voltou? Com que inteligência fez e refez o mesmo percurso?"

Fernanda Correia Dias

in Das interrogações
Fernanda Correia Dias . Fotografia do saguizinho cauda longa . Fotógrafa

"Está faltando ao ser humano, ser humano?"

Fernanda Correia Dias

ln Saguizinhos
Fernanda Correia Dias . Saguizinho . Fotógrafa
"Encontro saguizinhos correndo nos fios de eletricidade da rua. Famílias.De saguizinhos.
A derrubada das árvores das ruas, criou vãos extensos atravessados apenas pela extensa continuidade dos fios elétricos.
A silueta dos saguizinhos atravessando os fios eletrícos, foi vista por mim num unico dia nos seguintes bairros: Lagoa, Ipanema, Leblon, Copacabana, Botafogo, Gávea, Urca, Centro...
Também soube que eles estavam saqueando apartamentos .
Li que em Misore, na Índia, os lindos elefantes estão invandindo a cidade e atacando pessoas. Revoltados com os agricultores que invadem seu habitat. É porque são elefantes e não são saguis, que conseguem levantar um ser humano no ar e lança-lo ao chão.
Agora os lindos elefantes são chamados de "selvagens...e os saguizinhos seguem em família e bando, com seus filhinhos nas costas, pelos fios de eletricidade do Rio de Janeiro....porque não são elefantes...nem gorilas...Se fossem, talvez tivesse mais visibilidade a desertificação do nosso Planeta, promovida pelos humanos...e a fome. Até quando?"


Fernanda Correia Dias

in Saguizinhos

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Fernanda Correia Dias . A Era . Fotógrafa


"Dia frio, dia quente... A Era cobrindo a parede e retendo a humidade com frescor.

A era que acompanha a minha vida. Tão bonita!

Era uma vez uma Era amiga de Hera...!"

Fernanda Correia Dias

in Geografia familiar
Fernanda Correia Dias . As formigas no sobreiro . Fotógrafa


"Fábula? Na árvore de cortiça - o sobreiro - atravessam as formigas.

Carregando pedacinhos de folhas verdes, parecem borboletas trapezistas.

Seguem por baixo da ponte, desafiando a gravidade para abastecer a dispensa do formigueiro.

As formiguinhas, em desfile de parada, uma à uma, em fila indiana... no sobreiro.

Enquanto a cigarra canta, levantando a música do silêncio, o dia inteiro."


Fernanda Correia Dias

in Observações

Fernanda Correia Dias. Abatjours . Fotógrafa


"Por incrível que pareça, da janela posso ver camélias.

Brancas, rosas e vermelhas. No pé. Verdadeiras.

Passo por elas, converso com elas, com Chanel e com minha mãe, avó, bisavó, trisavó...

Umas em lindos botões. Outras abertas. Simétricas. Precisas. Milimétricas.

Estamos em junho, no Rio de Janeiro e suspenso está, no ar, o aroma da Floresta."


Fernanda Correia Dias

In Estas histórias das nossas vidas
Fernanda Correia Dias . Água . Fotógrafa

"Aquele tinteiro de vidro, com tampa de rosca e caixinha na forma do vidro... Um encantador balãozinho poligonal !
Na gaveta...Ou em cima da mesa...Perto do Mata-borrão...Você nunca viu, não sabe do que estou falando.
Nem da espátula de marfim ou de prata, para abrir as páginas dos livros que chegavam dobradas...Ah... o incrível aroma do papel!
O perfume da fita preta e vermelha da máquina de escrever e o Plim!
O barulhinho, croc, croc, do rolo com alavanca suspendendo a página! As mágicas do carbono sendo conferidas nos finos papéis-cópia e aquelas suaves cores... azul..branco...creme... verdinho... rosa!
Muitos movimentos e objetos bonitos e interessantes desapareceram do cotidiano...É tão estranho saber isso!
Desapareceu o peso do telefone preto e do fone preto, que eu segurava com as duas mãos...
O telefone preto, onde inseríamos o indicador num círculo e rodávamos sobre cada número impresso em esmalte, para registrar os dígitos do telefone de destino... E o trim..trim...que acompanhava...
Desapareceu a enceradeira e os móveis todos de pernas para o ar... E o perfume do chão encerado...
Palavras também desapareceram do nosso vocabulário familiar: Lembro que usávamos mais a palavra castanho para falar de marrom que a palavra marrom...E cutis, para falar de pele, que pele...E por obséquio, já nem ouço mais!
Desapareceram os broches, as luvas e os chapéus...os vestidos com boleros...As anáguas e as combinações!
Os talheres de peixe, também sumiram do cotidiano, assim como os cubinhos de açucar e as pinças ou as colherinhas especiais dos açucareiros...
Ficou tudo guardado dentro de mim como um filme delicioso de assistir e de me transportar."

Fernanda Correia Dias

In Estas histórias das nossas vidas




sábado, 18 de junho de 2011

Fernanda Correia Dias . Jasmim Manga rosa . Fotógrafa




"Existem certas pessoas que se conservam como a primeira vez que você viu.




Raras, elas estão sempre com a mesma disposição, a mesma ternura e sorriso!



Elas são inesquecíveis e brilham como a suavidade de uma flor.



Acetinadas naturalmente elas trazem nos olhos a alegria de estar com você.



Acolhem as suas perguntas, respondem com sugestões e renovam suas idéias com palavrinhas.



Pequenas palavrinhas plenas de luz e direção.



Quer conhecer uma?



Converse com a Rita!



A Rita do Solar!



Beijo Rita!
Fernanda Correia Dias


In Estas histórias das nossas vidas









































terça-feira, 14 de junho de 2011

f

Fernanda Correia Dias . Endereço da minha residência . Paint


"Residir em si mesmo é ter noção da bagagem que a nossa alma transporta todos os dias."


Fernanda Correia Dias

in dia-a-dia


Fernanda Correia Dias. Quando eu chego . Paint



Fernanda Correia Dias


in dia-a-dia


Fernanda Correia Dias . Caminho da folha . Fotógrafa

"Meu bloguinho chegou à Índia!
Que lindo! Meu pai solar e matemático diria sem dúvida: "O menor caminho entre dois pontos é uma reta". E acrescentaria: "Por um ponto passam infinitas retas!" E depois com um olhar maroto de calculista e desenhista, acrescentaria:"Por dois pontos também! Vai depender da largura da ponta do lápis!"
Índia! Como eu conheço esta palavra! Quando eu nasci minha avó Cecília Meireles falou para sua filha, minha mãe, na visita ao hospital:
"Ah Matuchinha... É uma Índia! Igual a uma indiazinha!"
Esta palavra me fez ser simultâneamente e imediatamente uma amiga da Índia e de todos os índios!
Me ligou a tudo o que era sabedoria milenar. Norteou a minha vida. Conheci para amar para sempre Tagore e Gandhi, Xavantes, Urubus e as boas vindas com os jasmins-manga em colares de flores e a flor do urucum! A não-violência e a tolerância... E a mais sofisticada arte de ser... Amar ao próximo! A vida é breve!
Quanto cada de um de nós precisa propagandear esta sabedoria e colocá-la em prática com a tranquilidae de estar em paz com sua consciência?
Meus amigos da infância, da escola e das faculdades insistiam: "Índia!" E como um nome, sobre-nome ou vice versa: Meireles! Não é Celeste?"

Fernanda Correia Dias

in dia-a-dia



Fernanda Correia Dias . Desenhando

"Meu pensamento é líquido, foi o que eu respondi para a minha irmã, quando saímos para comprar canetas.
Eu não posso escrever com canetas que travam, que rolam em atrito. Meu pensamento é líquido,como a tinta do tinteiro azul que a Vovó me deu. É a mais remota lembrança de prazer em me expressar em azul, seguindo a velocidade do meu pensamento. Canetas com silicone são perfeitas. Não falham como as penas ou canetas à tinteiro. Mas foi com caneta à tinteiro que eu descobri alguma coisa que acompanhava o meu pensamento e que eu podia ver...alguma coisa que saía na mesma velocidade...e tem que sair em traço bem fino...quanto mais fino mais perto de mim. Por quê?
A tentativa com os dedos e a tinta do tinteiro foram ótimas experiencias, mas quando peguei a caneta" Ah...
um rio azul descia em forma de pensamento e na mesma velocidade... Não ria, irmãzinha. É assim.E se não for, fico engasgada e esqueço o que eu estava pensando."

Fernanda Correia Dias

in dia-a-dia






Fernanda Correia Dias . Bordado Açores. São Miguel . Fotógrafa




"Tentei me explicar por quê o azul marinho funciona para mim, substituindo sempre o preto.


Vieram questões do tipo: Seus cabelos são pretos, muito pretos... seus olhos também...versos:Você sempre se sente bem quando o céu ainda é azul marinho. Vê melhor...


Mas a minha mãe gostava de me ver vestida de vermelho... Dizia: "Você fica lindíssim de vermelho!"


E de azul marinho? "Também!" "Mas em você as cores berrantes ficam esplendidas!"


Sim... mas por quê eu gosto tanto de pintar, estampar e é sempre tão mais fácil criar com o azul marinho e o branco???


Foi chegar em Lisboa e ser atraída imediatamente por uma xícara azul e branca que não estava à venda... e nem saber que o lugar chamava-se "Cantinho dos Açores"...e depois chegar em São Miguel, nos Açores e comprar diversos paninhos bordados de azul e branco...e mais xícaras, bules, jarras...


Para os orientais o marinho é o preto... o pink o vermelho...O que há em mim para ser atraída assim...?


A genética. A memória genética. Tão forte que emerge de forma sutil nas mais pequeninas coisas, pensamentos e idéias de nós mesmos.Creia-me. Nós não somos nós.Mas a nossa genética.Observe o desenho que fiz para a Casa da Sereia no topo desta página."


Fernanda Correia Dias


in dia-a-dia
Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Acácia deslumbrante.
"O que tem dentro de ti? Você?
Quem é você? O resultado de todas as suas experiências?
Quais? As vividas? As herdadas genéticamente? As adquiridas?
Eu penso que eu penso. Me monitoro. Cuido de mim. Cuido de tudo o que ouvi sobre mim. Converso comigo.
Com os meus dois "migos". Um que diz que vai sair e outro que diz para levantar a cabeça. Um que diz: olhe o que você está vendo. Outro que diz: eu sou isso!
Um que diz: sua mãe te falou sobre a Acácia que seu Avô Fernando Correia Dias pintou na parede do quarto da casa da Colina...A casa onde sua Avó Cecília Meireles vivia com a Avó Jacinta, marido e filhas
No quarto onde eles dormiam... Uma Acácia amarela que rodeava as paredes do quarto! Plena de flores amarelas! Sua mãe desenhou para você ver como era...Outro diz: Neste quarto eles dormiam depois da poesia, dos desenhos, das conversas inteligentes, do amor.
Oh... Magnífica! Verde a amarela! Momento de tanto simbolismo e metáforas!
Minha mãe dizia que deitavas sobre a cama e trazias os colares suspensos!
Como posso estar te vendo assim... Tão diante dos meus olhos sem lembrar da minha mãe criança deslumbrada com a pintura do pai e o sorriso da mãe?
E eu não sou isso também?
Sem eles eu não estaria aqui!Foi o que eu herdei desta Acácia: Sem eles eu não estaria aqui, para sentir antes de pensar, que eu também sou ela... Esta magnífica Acácia! E como eu sinto!

Fernanda Correia Dias

dia-a dia
Fernanda Correia Dias. Fotógrafa . Acácia deslumbrante II

"Quando olhei para cima, bolas amarelas desciam sobre a minha cabeça. Questão de perspectiva...Porque as mais afastadas eram percebidas como colares de flores abertos e suspensos em apenas uma da pontas, pelos ramos da árvore!
Oh... magnífica!
Quanto encantamento! Quanta festa! Que linda surpresa!
Quanto amor eu sinto na mão que te escolheu, que te plantou, que esperou que um dia fosses assim!
Oh... magnífica!
Eu quero agradecer seu esplendor! A esperança concretizada em toda esta exuberância!
Vão os homens e ficam suas ações magníficas.
Recebe e percebe tanto amor, quem pode levantar a cabeça numa rua qualquer e olhar para cima! Encontrar o templo de tanto amor perpetuado em vida! Oh.. inesquecível magnífica!"

Fernanda Correia Dias

in dia-a-dia


Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Acácia deslumbrante.


"Você vem caminhando pela rua, disposta a olhar o mundo com os olhos que tem, passa um, passa dois,passa um carro...A calçada está estreita, você olha para cima e encontra este ser deslumbrante, como um templo em festa!

Silenciosa festa! Quanto encantamento! O que é a vida?

Isso. Uma árvore discreta, coberta de folhas verdes ao longe... Na frente de uma casinha...Mas...

Olhe o que há acima da sua cabeça!!! uma festa de flores borbulhando mais flores!

Como um guarda-chuva aberto, todo enfeitado por baixo, minha alma foi para Oriente, meus olhos ficaram transbordando festa e eu não queria mais sair dali!

Para cada um que passava, perguntava: Você já olhou para cima hoje?

Então olhe!

E logo um sorriso imenso em vi abrindo no rosto de cada um, como estava no meu!

Ah... Já não me importava mais de estar esprimida na calçada! Eu tinha uma festa acima da minha cabeça, para não esquecer nunca mais! Nunca mais!"

Fernanda Correia Dias

In dia-a-dia

sábado, 11 de junho de 2011

Fernanda Correia Dias . Valentine Day! 5 Fotógrafa e artista plástica

"Desejo vida. A vida é feita de tempo! Não desperdice o tempo."


Fernanda Correia Dias


in Valentine Day!






Fernanda Correia Dias . Valentine Day! 4 . Fotógrafa e artista plástica



Fernanda Correia Dias. Valentine Day! 3 . Fotógrafa


Fermamda Correia Dias. Valentine Day ! 2 . Fotógrafa e artista plástica
Fernanda Correia Dias. Valentine Day! . Fotógrafa e artista plástica

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Fernanda Correia Dias . Saguizinho . Fotógrafa









Fernanda Correia Dias . Saguizinho . Fotógrafa


Quanto mais nos aprofundamos em algum estudo, mais somos tragados pelos corredores deslumbrantes das dúvidas!

Ainda não estudei... Mas olhe bem para este saguizinho. Aqueles que cresceram como eu, próximos aos camaleões, que se mimetizam com as cores próximas, vão reconhecer semelhanças na forma do corpo do saguizinho a dos camaleões. Principalmente nas proporções...

Claro que um é réptil e o outro é mamifero...Mas quando foi que na criação eles foram um?

Quando foi que a pele do réptil precisou ser pelo?

A velocidade dos movimentos do saguizinho...A velocidade dos movimentos dos camaleões...

Eu me inquieto com estas dúvidas...Mas hoje eu vou ficar por aqui pensando nos olhos dos saguizinhos e nos ohos dos camaleões!


Fernanda Correia Dias

in Questões de designs e funcionalidades.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Fernanda Correia Dias. Visão da Ilha . Fotógrafa




Algo está muito certo na frase da minha mãe, Maria Mathilde: "Adoro caminhar... andar de bonde e de ônibus com as janelas abertas! É lindo!"


Ver as paisagens, conversar com os que também estão indo para algum lugar, observar na arquitetura das casas seus discursos silenciosos, aquelas que sonhei e que me pertencem amorosamente, as que não imaginei e que me surpreendem, as que me pedem socorro e indignação, porque estão sendo demolidas...


A dinâmica do sol, das sombras, das chuvas e das ventanias...Um filme aleatório com diversas justaposições de vozes e imagens no meu interior, da minha consciencia e as reais. As vozes dos tripulantes, dos que estão próximos com seus assuntos diversos. As frases das crianças...Dos mais velhos... Os estudantes como bando de pássaros alegres. A seriedade dos preocupados, dos que falam sozinhos...


Quanto do nosso universo mental, quanto da nossa inteligência, fica ativado, estimulado com esta borbulhante atividade e quanto perdemos quando não escolhemos nos transportar por estes meios? No Rio de Janeiro e em qualquer lugar do mundo a velocidade enclausura e isola o humano. E o humano é humano. Necessita das dimensões humanas para se relacionar.Uma árvore, duas árvores...uma palmeiraaaa! Ah...A paisagem descortina-se e chega às minhas retinas, a ilha! O mar! E o que é o mar diante dos humanos olhos!




Fernanda Correia Dias


in Estas histórias das nossas vidas


quinta-feira, 2 de junho de 2011



Fernanda Correia Dias . Os idiomas II . Pegada . Fotografia e Colagem


Irado! Sinistro! Foi o que ouvi as meninas dizendo diante de um presente lindo!

Claro que me importei com o uso das palavras apesar de ouvir a explicação que era uma gíria, para dizerem que adoraram o presente, que acharam lindo...

Mas... se escrevo estas palavras no início do texto para compreender 200 anos depois, certamente não vou dar o sentido que as meninas dão diante do presente...

O sentido será o que está no dicionário... E certamente trará outra interpretação da reação das meninas diante do presente.

Elas compreenderam esta importância e passaram a maior etenção com o que dizem e escrevem.

É o que todos devem fazer: praticar a finalidade do idioma.


Fernanda Correia Dias

in Estas histórias das nossas vidas




Fernanda Correia Dias . Os idiomas . Fotografia


Recentemente li diversas lápides onde mensagens de ternura e nomes de famílias inteiras foram esculpidos em mármore. Datavam de 1700... o que é recente para qualquer idioma.

Expostas ao sol e às chuvas tropicais, cada lápide em pedra cedeu seu grau de resistencia à areia e na maioria eu procurava adivinhar palavras e nomes sobre pedras brancas...Mas ali estava o idioma.

O virtuosismo dos tipos de letras e a imaginação dos arabescos sonhados e executados em pedra pareciam agora esboços em algumas partes... e nas mais protegidas, estavam plenos,vigorosos e parcialmente perpetuados até aquela data. Mas até quando?

Se o destino da pedra é transformar-se em areia, vão junto os nomes e as intenções... aquelas ternuras comoventes escritas em vida dos que ficaram, em relevo e com sonhos de definitivos: Em memória... Saudades... Meu amor... Exmo...Conde...Condessa...Família...Nossa querida e inesquecível Robertinha...

Eu caminhava entre a gramática, agradecida de 200 anos depois poder ler e entender aquelas palavras.

Porque os idiomas devem perpetuar para as futuras gerações, aquilo que abrigaram como regra e sentido.

Os idiomas, preservados em suas formas gramaticais permitem que possamos compreender o que sentiam e pensavam os que estiveram antes de nós...

Os idiomas e suas formas gramaticais devem ser preservados para a finalidade de entendimento futuro.

Imagine se ao invés de lápides eu estivesse lendo sobre a psicologia humana ou sobre como construir um navio, 200 anos depois...Não é fascinante?


Fernanda Correia Dias

in Estas histórias das nossas vidas