domingo, 9 de maio de 2021


 Minha mãe Maria Mathilde e suas netas Kenya e Gaya

Você me diria logo: Todo dia é Dia das Mães, Fernandinha, você sabe!
Mãe não descansa nunca, Mãe está sempre atenta, só quem é Mãe sabe! E você é Mãe!!
É verdade, que eu sempre cuidei de você, mas depois que eu fui mãe de mais duas meninas, Kenya e Gaya, você também sabe que eu passei a cuidar de três meninas, três filotinhas, todas com isonomia e equidade, incluido você!
Era muito divertido, porque você apesar de ser chamada de Vovó Thilde por elas, se comportava como a minha filha mais jovem, deixando que elas mostrassem maturidade, raciocínio, bom-senso nas escolhas!
Elas acabavam te consolando, te aconselhando, te orientando sobre as sutilezas de todos os assuntos!
E você, compenetrada, mostrava que estava atenta, realizando as sugestões delas, esforçada.... E como ríamos horas mais tarde, relembrando as grandezas, generosidades, carinho e amor que elas demonstravam em palavras, ternura e ações!
Claro que para mim, ficou sempre visível que tal desenvolvimento e culturas destas singelezas, só poderiam ser as  respostas das suas práticas inteligentes de promover o de dentro para fora ao invés do de fora para dentro, que você, pedagogicamente, explicava à terceiros.
  Não tínhamos que imitar ninguém, não tínhamos que fazer porque fulano fez, não tínhamos querer porque ciclano tinha, mas nos perguntarmos se era exatamente aquilo que precisávamos?!Que o fluxo tinha que vir de nossas experiências em nós mesmos, reflexões , sentimentos. Sempre de dentro para fora, como nas aulas de ballet clássico: De dentro para fora! Andeór!
Nossas ideias tinham que ser as nossas , frutos de nossas cabecinhas e lá estavam as meninas em suas brincadeiras muito divertidas, nos surpreendendo como nesta fotografia, com a Kenya trazendo um figurino criado por ela mesma para ir conosco ao supermercado! Como nos ríamos por dentro, mas com que amor aceitávamos que ela saísse com suas próprias escolhas de trajes.
Hoje é Dia das Mães, eu sei que Mãe é todo dia, por isso vim aqui, te deixar meu beijo agradecido, que você já sabe que é beijo de para sempre!
Te amo! Todo dia é dia!

 Fernanda Coreia Dias
in Todo dia é Dia das Mães, Fernandinha, você sabe!

sábado, 17 de abril de 2021

 




Eu lembro quando cheguei à São Miguel e Orísia me levou para entrar na igreja em arquitetura gótica, eu ainda tinha no paladar o gosto das Queijadas de Vila Franca, o aroma das amêndoas e atrás dos meus olhos aqueles arcos da praça que atravessamos.

São exatamente 20 anos passados.

Eu ainda tinha uma imagem de São Miguel vencendo o dragão. E eu senti a praça Gonçalo Velho, bem pequenina com seu tapete de pedras portuguesas espremido entre os carros. Atrás de mim estava a mais linda linha do horizonte da minha ilha ancestral, minha Ilha de Nanja que herdei de minha avó poeta, filósofa, magnífica escritora Cecília Meireles. E ela de sua mãe Mathilde e sua avó Jacinta!

Oh.... Soube recente que as autoridades de São Miguel vão ampliar o tapete de pedras e criar uma linda e ampla área para encontros nacionais, internacionais, públicos, tais como ballets, concertos e que isto poderá reunir meio mundo em São Miguel, ampliando a economia e visibilidade do Reino da Poesia que Cecília Meireles criou  e fundou com Armando Cortes Rodrigues e outros poetas, ali para o bem de todos!!! 

Ah... deem o nome que quiserem, para mim será a consolidação deste Reino!  Este tapete de pedras ligando ruas, gente, terra, mar, céu e vista de horizontes é o símbolo que ninguém deve passar pela vida sem conhecer pessoalmente O Reino da Poesia e que ele fica em São Miguel, no Arquipélago dos Açores. 

Se você não foi ainda, vá. É mesmo precioso e aquela gente, a mais alta estirpe humana de sensíveis, amáveis e adoráveis seres, ampliarão a praça com o tapete de pedras e certamente plantarão uma árvore com o nome de Cecília e outra com o nome de Armando e outras com os nomes dos poetas da Ilha, como justa homenagem a todos que sempre ali estiveram com seus corações, penas, memórias, inteligências, livros e poesias!!!

Vida eterna aos inteligentes, aos magníficos de São Miguel!

 

In O Reino da Poesia de Cecília Meireles 

criado por ela e fundado com Armando Cortes Rodrigues 

terá um tapete lindo de pedras, logo ali nos arcos da cidade!

Me contou minha amada amiga e eu amei!!!

 

sexta-feira, 2 de abril de 2021

 



Onde estavas, toda vestida de cinzas?

_Ali naquele fogo, para onde me jogou Angelina

depois que escreveu no poema que o soldadinho

de chumbo foi morto por mim, A bailarina!

 

_E onde está o soldadinho? Ali dentro?

_Sim, foi em chamas derretido

Não sobrou nem pensamento!

Você, Hans Andersen, o matou

para consolidar um sentido...

 

_Sim, criei o Gênio, o Mau Gênio...

Para que afastasse o soldadinho da bailarina

E para as crianças sentirem que nada é mais forte

que o Amor, que tudo une, nem Angelina!

 

Queimei o soldadinho,

mas foi o vento que soprou,

por ordem do Amor terno e eternamente,

para perto dele, você, bailarina!

 

Fernandinha Meireles .  A ressurreição.

 02 de abril de 2021  .  19:05

Dia Internacional do Livro Infantil


quarta-feira, 20 de janeiro de 2021


 Kenya meu amor, te amo.
 No colo da mãe dela, Fernanda.

Foto de Maria Mathilde


Li ainda agora o Renato de Almeida citando Rodin :" a arte é uma magnífica lição de sinceridade".

E é. 

A arte é... como as filhas! Como as filhas são feitas de sinceridades. Tudo ali por dentro em unidade de carne e espirito e por fora, até o sorriso e o pensamento: sinceridades.

É espantoso que sejam assim, as sinceridades reunidas num único ser. Uma excelência!

Está na escultura dos lábios, das mãos, do rosto e também na textura da pele, dos cabelos e dos olhos...

Na massa cefálica e nas sinapses, no repertório das imagens e na afeição ao vocabulário.

Está no movimento do corpo, no timbre da voz, na reação de atração ou de indiferença aos espetáculos dos mais banais aos mais sutis da vida...

E nada mais amigo que a verdade. A implacável verdade que tudo vê e tudo é, para quem é Amor.

O surpreendente é perceber que a sinceridade é a presença do espírito na carne. Esta centelha fugaz que faz parte da carne e que não é carne, mas é também...que move e remove respostas até identificar a mais perfeita e única possível em estado de sinceridade.

Escreveu Henri Bergson: "Sendo o cérebro o conjunto dos dispositivos que permitem que o espírito responda à ação das coisas com reações motoras, efetuadas ou simplesmente nascentes, cuja adequação assegura perfeita inserção do espírito na realidade."

A sinceridade é a evidencia do espírito.

Um sopro verdadeiro tal como filhas! Sopros de espíritos! Arte de sinceridades onde tudo é autêntico em si mesmo! Só quem foi mãe alguma vez pode compreender o que escrevo e a profundidade onde está meu pensamento.

E só quem é sincero percebe a sinceridade na arte do que eu digo.

Minha filha Kenya é sopro de muitas vidas, na dela mesma.

Tal como eu, como você e como a Gaya.

Sopros da arte da sinceridade de gerações: uma excelência espiritual evidente.


Fernanda Correia Dias

in "A arte é uma magnífica lição de sinceridade. Rodin"

Para Rodin, Kenya e Gaya.

Renato de Almeida, escritor, filósofo, ensaísta, critico, jornalista e folclorista.