quarta-feira, 8 de julho de 2020

Vamos para Ipanema. Foto Fernanda Correia Dias


O que Leonardo da Vinci consegue no sorriso de Senhora Lisa  - Mona Lisa - é a fotografia de um olhar que está pensando algo que sabe que está pensando. Algo está em estado consciente. Algo em movimento dentro do cérebro da Mona Lisa e isso me atinge.
Da Vinci fixa este micro instante. Essa consciência de termos ciência que temos essa expressão quando estamos pensando em algo. Que temos ciência do que pensamos. Consciência da consciência. Consciência de conscientes. Essa expressão que fazemos quando estamos acondicionando e acondicionados no pensamento pulsando e sabemos o que é.

Monalisa posa e tem algo no pensamento que está flagrante.
Leonardo da Vinci não se contenta a retratar uma pose, mas de retratar que o retratado pensa.

É fixado por ele, essa consciência, essa expressão que temos quando sabemos que temos algo no pensamento. Fixado em pintura em 1503, quando ainda não tínhamos fotografias, para esse instante rápido.
Todo fotógrafo sabe que a expressão do fotografado cai em milésimos de segundos de uma clic para outro.
Leonardo fixa esse segundo à óleo.
Ainda que fosse uma fotografia nos dias de hoje, dela mesma em pessoa e no mesmo instante, traria essa mesma evidencia: A retratada pensa.

Tem algo no pensamento. Tem consciência desse algo. A expressão transmite esse estado de consciente, de que está pensando enquanto vê.
Está pensando sobre o que vê.
E se você pensa que ela olha para você, estás equivocado. 
Mona Lisa não olha para o observador, mas olha para dentro, enquanto se deixa pintar.

Fernanda Correia Dias
in Vamos para Ipanema ou 
Olhando para dentro enquanto me deixo levar à dentista.
Roberta Lange, para você e minhas filhas.



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