quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
É de madrugada, a menina vai nascer mais tarde, eu ainda não sei que ela é menina, só penso que vai chegar com saúde...As roupinhas já estão dentro da mala, e eu estou pronta.
Na sala de cirurgia do hospital o médico diz: Ela é grande... É uma menina!
Eu olho para a minha filhinha nos braços do médico...Ah... Ela é linda!...Tem uma mão longa...que linda a mãozinha dela! Ah... que rostinho lindo... o cabelinho tão pretinho...O médico passa tinta no pezinho e marca num cartãozinho...ela ganha uma pulseirinha com meu nome...O anestesista faz Plin na minha corrente sanguínea e eu durmo...
Mais tarde ela já estava no quarto mamando envolvida na mantinha que eu bordei com o nome dela: Gaya
Minha Mãe veio nos visitar com a Kenya e elas disseram: Ela é linda! Linda!
E a Gaya mamava e dormia... Mamava e dormia...A Kenya queria brincar com ela, deitou na cama conosco e no dia seguinte levou a Gaya no colo para a caminha da Gaya em casa!
Quando ela ainda não sabia falar, já assoviava e em seguida encontrou uma gaita e adorou fazer canções...
Da gaita de chaveiro, passou para uma gaitinha amarela... e voltava da escola tocando ou com a gaita no bolso.
Adorava fazer mágicas, adorava escrever e estudar e ficava quietinha no colo da minha Mãe Mathilde ouvindo todas as histórias. Um dia me pediu para levar um livro lindo para a aula de Biblioteca mas ainda não sabia ler e trouxe o livro lindo Ou isto ou aquilo de autoria da minha Avó Cecília Meireles, ilustrado por mim. Eu perguntei: Por quê este livro ? Porque eu gosto dele, ele é lindo e levou.
Combinei com minha mãe de não falarmos nada até que ela soubesse ler.
Então quando já sabia ler, voltou da escola e me perguntou: Esta Fernanda aqui é você? E esta Cecília é a Bisa? Respondi que sim e ela me respondeu em seguida: Também quero fazer livros porque eu adooooro este livro!Ele é lindoooo. ..Eu nem sabia que você tinha feito estes desenho e que a Bisa tinha escrito quando eu já gostava dele, agora eu gosto mais...Vou ler para você: E leu enquanto eu a minha mãe ouvíamos aquela voz tão pequena levantando do livro o poema e a Kenya nem estava ali, mas nós sabiamos que era a segunda vez que isso acontecia conosco. Com a Kenya se passou o mesmo. Igual. Idêntico.
Beijos Gaya e Kenya, muitos beijos da Mamãe e da Vó Mathilde, foi o que vocês ganharam quando acabavam de ler cada poema!
E dia sim, dia não, lá estavam vocês, juntas ou isoladas, debruçadas sobre este livro.
Feliz Aniversário Gaya!
Hoje é 24 de dezembro de 2011 !
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Hoje, 22 de Dezembro de 2011, estamos à dois dias da Véspera do Natal, como minha Mãe gostava de dizer...
Queria te dizer que todo dia é dia de Renovação, de Esperança, de Nova vida.
Lembre-se que hoje é o primeiro dia do resto da sua vida, se você quiser esquecer tudo o que você já viveu, mas que você-hoje é resultado de tudo o que já viveu. Portanto não despreze o que você já viveu.
Muito pelo contrário, acredite que é possível exercermos em nós mesmos uma lapidação...Um aperfeiçoamento, uma renovação constante. "Para melhor, sempre para melhor", acrescentaria a minha Mãe, se estivesse me ouvindo falar...
Isso! Para melhor, para melhor!
Faça isso com você mesmo e apresente-se à noite de Natal como alguém que está consciente e que refletiu sobre suas imperfeições, egoísmos, vaidades, arrogâncias, intolerâncias, iras, gulas e soberbas...
Eu não gosto de nenhuma destas palavras, porque o que elas significam faz mal a todos e fará a si mesmo.
Então, faça uma reflexão, elimine de você mesmo estas palavras, como também o que elas significam.
Pratique o Bem e o Bom...Isso... Rumo ao melhor! Ao melhor!
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Tendo nascido num País tropical, eu gosto de ver as palmeiras e os coqueiros acenando de longe como duas mãos nos ares, quando olho para a paisagem. Gosto pela mensagem de Felicidade na comunicação!
Dá a impressão também que são os verdadeiros habitantes do mundo...Índios com seus cocares e mãos imensas, correndo ou parados ao longe ou na minha direção.
Eu sei que a minha primeira reação é sempre acenar com as duas mãos também! Para as palmeiras e coqueiros, mesmo que eu esteja sozinha ou acompanhada. É espontâneo.
Fui gostando tanto das palmeiras e coqueiros, que penso que por serem tantas no Brasil, poderiam também incluí-las na Festa do Natal.
Só percebi que as palmeiras e coqueiros estavam nesta Festa de Natal acima, quando finalizei a ilustração. Não é a primeira vez, e certamente não será a última que isso me acontece. Porque ilustrar é se re-conhecer.
É assim... A ilustração devolve o que você pensa, depois que já fez...
Então, eu desejo a todos um Feliz Natal de 2011, uma noite feliz, em Paz, Saúde e que por onde quer que encontrem uma palmeira ou coqueiro, lembrem da Felicidade que é ter alguém desinteressadamente nos assistindo, ou acenando para você, como as crianças que acenam nas margens das estradas, nas traseiras dos carros e nas nossas viagens pelo mundo.
Crianças, palmeiras e coqueiros, inesquecíveis, tudo... gente um dia ou planta um dia!
Feliz Natal!
domingo, 18 de dezembro de 2011
Quando eu era criança eu me imaginava mãe de seis meninas.
Minha família é mínima, eu adoro família e queria uma família grande.
Eu tinha nome para todas as minhas seis meninas.
Mas eu também tinha nomes para os meninos, porque o que importava não era ser menino ou menina, mas chegar com saúde.
Quando a Kenya nasceu eu pensei, a próxima será a Gaya ou o Patrick??
Kenya me adivinhando respondeu: Gaya!
Gaya significa Pessoa feliz, é o nome do Planeta Terra em grego...E Kenya significa branco, em suahile, porque no Kenya está o Kilimanjaro com as neves eternas...e branco é a soma de todas as cores, é a Paz.
Então bordei uma mantinha com o nome Gaya, porque a do Patrick já estava bordada desde o nascimento da Kenya.
Claro que sendo filhas ou filhos poderiam ter os nomes da família, mas eu preferi dar nomes diferentes aos da família, para evitar novos homônimos.
A Gaya chegou na véspera do Natal, linda, para passar o Natal comigo e quando eu ia completar 33 anos.
A Kenya deitou na cama do hospital, ao meu lado e ao lado da Gaya e deu adeuszinho para as Avós...
No dia seguinte, levou a Gaya para a caminha dela em nossa casa enroladinha na mantinha que eu bordei.
Minha filha, mamãe deseja muito sucesso para vocês. Lembrem-se da Vó Thide e de Aristóteles: A excelencia não é um ato, mas um hábito.
Sempre,
Beijo!
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Trinta anos depois do meu nascimento, nasceu Kenya.
Fiz uma mantinha e bordei um nome feminino e outra mantinha onde bordei um nome masculino.
Sinceramente e do fundo do meu coração eu só queria um bebê saudável.
Quando o médico já sabia eu pedi para ele não me dizer se era menino ou menina.
Não soube.
Kenya nasceu no penúltimo dia de dezembro para passarmos o Reveillon juntas!
Verão, uma tarde lindíssima, minha mãe veio nos ver e me disse:
"Filhinha, reconheci logo que vi a Kenynha no berçário
Ela é igualzinha a você!"
Minha mãe deu tanto Amor às minhas filhas, foi tão dedicada e ensinou tanto que eu posso dizer que as minhas filhas tiveram dela a educação que ela me deu e que foi a que recebeu de sua Abisavó Jacinta. A mesma que educou minha Avó materna Cecília Meireles.
A excelência não é um ato, mas um hábito, acrescentaria minha mãe, Mathilde, lembrando-se de Aristóteles.
domingo, 11 de dezembro de 2011
Hoje é dia 11 de Dezembro e estamos a 13 dias do dia 24 de Dezembro de 2011.
Caminhando e conversando com Kenya, fui interrompida por um menino que me perguntou se eu queria comprar bananadas que ele estava vendendo.
Respondi que eu não podia porque não tinha dinheiro. Perguntei se ele poderia me emprestar dinheiro.
Ele me perguntou: Quanto?
Perguntei: Quanto você tem?
Ele tirou das costas um saco plástico que levava como mochila (cada bracinho enfiado numa alça) e abriu.
Pegou uma nota de dois Reais e me olhou trazendo no rosto a sombrancelha como uma interrogação. Depois largou os dois Reais e perguntou se eu queria levar dez Reais.
Respondi que sim.
Ele me entregou e eu perguntei: Quando te devolvo?
Ele respondeu convicto: Segunda-feira.
Respondi: Combinado! Recebi os dez Reais, dobrei a nota, perguntei quantos anos ele tinha, sete, virei de costas e fui andando devagarinho enquanto minha filha dizia: Ah... que lindo! Ele está feliz de te emprestar dez Reais...Está pensando que você vai levar mesmo...Mamãe que lindo... Está feliz...!
Claro que eu não vou levar! Estou com a idade dele e brincando com ele...
Olhei para trás, chamei o menino e perguntei o nome dele: Alexandre.
Fui na direção dele e entreguei o dinheiro dele dizendo: Olha, você foi muito bom comigo, muito bom mesmo, mas a minha filha falou que ela tem dez Reais e que vai me emprestar... Então estou te devolvendo. Muito agradecida!
Ele tirou a mochila das costas e guardou o dinheiro, meio decepcionado.
Não queria deixa-lo sozinho nem decepcionado depois da brincadeira....Perguntei: Onde está a sua mãe?
Respondeu: Ali!
A mãe estava sentada no chão, com um pano aberto repleto de sacos de balas e vendendo mais balas para umas senhoras...Eu não tinha visto...
Aproximei-me e disse à mãe de Alexandre: Você tem um filho maravilhoso.Muito especial mesmo.Parabéns!
Sem dentes e ainda muito jovem, a mãe sorriu feliz e me respondeu: Obrigada! Ele é mesmo!
Segui com minha filha, explicando para ela: Está vendo? Nem todos os Alexandres são iguais.
Esta sensibilidade que este menino tem, é rara.
Só as pessoas que já sofreram a falta de não ter dez Reais quando se está precisando, são capazes de oferecer, porque compreendem imediatamente.
Se eu parasse alguém para pedir dez Reais, talvez a maioria me dissesse que não...que não tem dinheiro não...
Não é assim que a maioria faz, quando alguém que precisa pede?
Vê a diferença?
Lembra daquele dia que eu estava com dor de cabeça e parei o carro no sinal vermelho do transito e disse ao menino que eu não sabia o que fazer com a minha dor de cabeça quando ele me trouxe balas para comprar?
Lembra que ele me disse: A senhora pode tomar um analgésico... a dor vai passar! Que ele já tinha sentido dor de cabeça... Que já tinha comprado remédio para a mãe dele... que o remédio elimina a dor...
Lembra que eu disse que eu estava sem dinheiro? (E estava mesmo!)
Lembra que ele imediatamente meteu a mão no bolso e me entregou pela janela do carro três Reais e me falou o nome do remédio, me apontando a farmácia?
Lembra que perguntei como faria para devolver o dinheiro? Lembra que ele respondeu que não precisava devolver não...?
Lembra?
Lembra que quando eu devolvi antes que o sinal abrisse, dizendo muito agradecida e ele insistiu para que eu levasse o dinheiro?
Lembra que eu devolvi dizendo que tinha medo de não encontrá-lo mais...?
Lembra de como eu, você, sua irmã e a Vovó Mathilde ficamos co-mo-vi-das?
Não é fantástico?
Pois é... O mundo das pessoas sensíveis é outro. Elas sabem que a palavra diz, que a palavra está cheia de verdade, que a palavra tem sentido. Que a palavra tem valor.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Naquela manhã, recebi das mãos da minha filha Gaya um papel e uma caneta para que eu escrevesse uma cartinha...Então ela ditou: "Mummy, escreve aí, querido PapaiOnel, eu me comportei muito bem e quero um violino. Beijo Gaya."
Eu escrevi... perguntando... Um vi-o-li-noooo?
É Mommy. Ela estava convicta.
Está bem... e como eu tinha na sala uma árvore de Natal com muitos presentinhos para todos e estávamos a véspera da Noite de Natal... eu achei que devia dar atenção ao pedido.
Comentei com minha mãe, e ela me respondeu: Ela é tão pequenina! Um Violino? Sua Avó Cecília Meireles tocava e tinha um violino que ela deu para a minha irmã...Que engraçado! Onde andará o violino da sua Avó?
Mamãe, não sei...Mas a Gaya pediu um violino...Se ela pediu...é porque está "precisando".
Então a loja de vestidos trouxe dois vestidos embrulhados e a Gaya recebeu as caixas retangulares, chamando a irmã e avisando: Kenya! PapaiOnel trouxe o meu violino!
A irmã olhou para a caixa, pegou, balançou perto do ouvido e disse: Isso aqui não é um violino não... deve ser roupa... A Gaya olhou para mim e pedindo que eu confirmasse que era O Violino, me perguntou: Mommy, isso aqui é o meu violino que eu pedi ao PapaiOnel, não é? Eu respondi que achava que não era não...E ela reagiu com muita dor, chorando muito até ficar gaga e com as faces muito vermelhas...Era o dia 24 de dezembro, dia do aniversário dela e eu disse à ela que Papai Noel não ia esquecer ela não! Que ia trazer o pedido dela.Estávamos por volta das 15hs... Dei tchau para elas e parti para a Rua da Carioca atrás do violino.
Na primeira loja ouvi: Para que idade? Quatro anos??? Mas será muito difícil encontrar... é melhor a Senhora levar o grande...a Senhora não vai encontrar não...Não esmoreci. Fui para a próxima e ouvi: Não... Não temos violino para esta idade... violino assim, só vende de 15 em 15 anos! Muito difícil alguém ter para vender...
Na próxima loja e nas subsequentes, o mesmo, a mesma resposta e todos me seduzindo a levar um violino quase do tamanho dela. Então entrei numa loja que tinha numa vitrine um violininho de verdade. A loja estava lotada e desciam guitarras e baterias pendurada numa corda, por um buraco no teto da loja...disse ao vendedor que eu queria aquele violino da vitrine e ele me explicou que todos aqueles instrumentos estavam indisponíveis para a venda.Eram instrumentos históricos... E me advertiu que seria muito difícil adquirir, mas gritou na direção do "buraco" no teto da loja: _Um violino para criança de quatro anos!
Todos os cliente olharam para mim, a última porta da loja fechou às minhas costas e todos queriam conhecer a criança. Recebi diversos cartões de maestros, músicos...enquanto olhava hipnotizada para o "buraco" no teto.
Então, quando o silêncio se fez na loja e vi que eu não era a única o olhar para o "buraco" no teto, desceu numa corda grossa, amarrado pelo alça, um violino para criança de quatro anos, enquanto eu chorava e ouvia um "Ooooohhhhhhhh".
Recebi a nota de cobrança do instrumento, paguei, um músico pediu para afinar o violino e colocou de presente dentro da caixa um "breu" depois que passou nas cerdas do arco para afinar... e ele mesmo fez questão de embalar o violino em papel vermelho, dando a forma da cintura do violino na embalagem.
Agradeci chorando, fui para a porta da loja e um responsável abriu uma pequena sobre-porta, por onde saí, fiz sinal para um taxi, entrei e disse ao motorista: Eu consegui... ! e desmoronei chorando de felicidade!
Minha mãe colocou na árvore de Natal, a Gaya descobriu o violino, pediu para abrir e passou a noite in-tei-ra tocando violino, até adormecer ao lado dele. No dia 25 de dezembro, feriado mundial, queria que eu trouxesse um professor. No dia 26 estive pessoalmente no Villa Lobos para encontrar um professor para criança de quatro anos...
No dia 27 de dezembro o Maestro Alexandre Guiamares, iniciou as aulas de violino para a Gaya, que passou a apresentar seus resultados nos Saraus do Villa Lobos.
Era a criança mais jovem. Não errava. Por este motivo, as que erravam iam descendo do palco...Ao final assistiamos a pequena e o Maestro...Até ele "esquecer" o Ritornello e ela detectar e espontâneamente retirá-lo do palco!
Os amigos violinistas, a família e o público, estimulavam para que ela estudasse mais e mais. Cresceu e passou por todos os tamanhos de violino, até chegar ao 4/4.Criou composições com letra e música.
Estudar era com ela mesma. Um dia, ela comprou um violão e percebeu que as crianças preferiam ouvi-la no violão... o violino causava um constrangimento nos ouvintes...Nem todos conheciam as canções que ela tocava...Não cantavam...Com o violão ela nunca mais deixou de compor e de cantar.
Faz ela mesma as composições, letra e música, entra no estúdio , toca, canta e grava, depois vende os cds para quem gosta ! São lindos!
Beijo Gaya! Sucesso!
Nunca esqueça da Vó Mathilde, da sua irmã Kenya, dos seus amigos e de seu professor de violino!
Eles nunca faltaram às suas apresentações! Eu sei porque eu estava lá!
Um violino consolidou a vocação musical da Gaya.
Já imaginou se PapaiOnel tivesse muito ocupado...?
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
sábado, 12 de novembro de 2011
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Eu sinto que a Poesia, quando exata,
não dispensa a vo-ca-li-za-ção,
porque nasce para ser dita e ouvida,
permitindo a fascinante visualização
do sentido, fixando infinitas dimensões.
É ação.
Eu sinto que o Poema tem esta finalidade
reter nas cordas da Lira, as cordas vocais,
a musculatura e potência da inteligência
no instantâneo da síntese...
E mais...
Tanger no meio do peito o ar da respiração
para que sintas no que é lido, aquilo que dirás
ter sido de si, subtraído, por estar
literalmente vivo... na poesia do poema
e na percepção do clarão...
Pois que é na percepção do clarão que se
instala toda a clarividência,
perpetuando Poema, o Poeta e a Poesia
em humana exatidão.
Inscrevendo-os como definitivos
para toda qualquer hora ou dia e
para qualquer idioma ou geração.
No que é dito, por que lido, o Poeta levanta-se do Poema
e é a própria Poesia em imensa dimensão.
Para T.C.R.M. e para a minha Avó e Poeta Cecília Meireles,
Agradecendo o Poema de Thereza,
no 110 aniversário de nascimento de Cecília Meireles!
Fernanda Correia Dias
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Tarde de Rosas na Igreja de São Benedito
Uma tarde como a de hoje, com céu claro, dava até para ouvir a palavra Rosa ecoando...ecoando e bordando no céu, aqueles dias em que Vovó Ana, antes de nos irmos, nos deixava na mão, uma ou mais rosas, que cortava do canteiro.
Uma tarde como a de hoje, observando o céu imenso como naquele dia na Ilha, podia tocar com os olhos o Mar de Idéias que quebrava no meu ouvido, como estrondo de ondas, em praia intacta e deserta E meus pés eram pequenos sabonetes, mas eu compreendia.
Uma tarde de céu inteiro. Para se ver como da gávea de um navio. Céu de Brigadeiro, Mar de Almirante, para espíritos de Ilha que reconhecem pescadores, Palmas e Abraões, coqueiros, siris patolas, peixe com banana d´água, puçás na noite de caranguejos.
Uma tarde de Rosas. Leite-de -Rosas...para Vovó Ana e Tia Dilermana-toque-de-Amor, de mãos dadas, enquanto os meninos vestidos de branco, traziam os lampeões acesos e rezavam Cordeiros de Deus que tirais os pecados do mundo, dai-nos a paz. Em paz, na Igreja de São Benedito.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
domingo, 23 de outubro de 2011
São trinta anos! Está intacta como ganhei. Maravilhosa!
Saía para prender meu cabelo, quando eu precisava pintar...
Saía para dar uma volta comigo, no meu cabelo, quando estava muito calor...
Mas no Domingo, resolvi usar a pena Azul de Arara, para desenhar à naquim.
Uma maravilha escorregar a pena em traços à nanquim...Só pensava na minha mãe, Maria Mathilde.
Só carinho.
Então, olhei para a pena pousada sobre o mármore, com a ponta manchada de nanquim, vi e ouvi minha mãe me entregando aquela pena e me dizendo: "Filhinha, trouxe para você,um presente lindo! Toma! Encontrei caída...Deve ser de Arara Azul... É línda! É mais uma para você!"
Dela ganhei três penas verdes de Papagaio, que eu também usava no cabelo...Uma, imensa e bem branca de Pato... outras de Pavão...E minha mãe me dizia quando me via com a pena no cabelo: "Fernandinha você está lindíssima, com esta pena no cabelo!!! Fica linda em você! Te enfeita muito!"
Talvez por isso, todas as penas naturais que tenho, foram dadas por ela!
Das mais delicadas como as de Saíras e Canários às mais robustas como as de Pato e talvez Gavião...
Dela ganhei cocares... curtos e longos...para combinar com meus cabelos-de-água... Pretos e lisos...
De frente para ela, eu era a Índia dela! A Índia que desenhava... que pintava e que partia para o mundo, distraída com uma pena de Arara Azul atravessando o cabelo. Por isso, todos estes últimos desenhos à naquim com pena de Arara Azul, são dela...para ela... para Ela!