domingo, 9 de maio de 2021
sábado, 17 de abril de 2021
Eu lembro quando cheguei à São Miguel e Orísia me levou para entrar na
igreja em arquitetura gótica, eu ainda tinha no paladar o gosto das Queijadas
de Vila Franca, o aroma das amêndoas e atrás dos meus olhos aqueles arcos da
praça que atravessamos.
São exatamente 20 anos passados.
Eu ainda tinha uma imagem de São Miguel vencendo o dragão. E eu senti a
praça Gonçalo Velho, bem pequenina com seu tapete de pedras portuguesas espremido
entre os carros. Atrás de mim estava a mais linda linha do horizonte da minha
ilha ancestral, minha Ilha de Nanja que herdei de minha avó poeta, filósofa, magnífica escritora Cecília Meireles. E
ela de sua mãe Mathilde e sua avó Jacinta!
Oh.... Soube recente que as autoridades de São Miguel vão ampliar o tapete de pedras e criar uma linda e ampla área para encontros nacionais, internacionais, públicos, tais como ballets, concertos e que isto poderá reunir meio mundo em São Miguel, ampliando a economia e visibilidade do Reino da Poesia que Cecília Meireles criou e fundou com Armando Cortes Rodrigues e outros poetas, ali para o bem de todos!!!
Ah... deem o nome que quiserem, para mim será a consolidação deste Reino! Este tapete de pedras ligando ruas, gente, terra, mar, céu e vista de horizontes é o símbolo que ninguém deve passar pela vida sem conhecer pessoalmente O Reino da Poesia e que ele fica em São Miguel, no Arquipélago dos Açores.
Se você não foi ainda, vá. É mesmo precioso e aquela
gente, a mais alta estirpe humana de sensíveis, amáveis e adoráveis seres,
ampliarão a praça com o tapete de pedras e certamente plantarão uma árvore com
o nome de Cecília e outra com o nome de Armando e outras com os nomes dos
poetas da Ilha, como justa homenagem a todos que sempre ali estiveram com seus
corações, penas, memórias, inteligências, livros e poesias!!!
Vida eterna aos inteligentes, aos magníficos de São Miguel!
In O Reino da Poesia de Cecília Meireles
criado por ela e fundado com Armando Cortes Rodrigues
terá um tapete lindo de pedras, logo ali nos arcos da cidade!
Me contou minha amada amiga e eu amei!!!
sexta-feira, 2 de abril de 2021
Onde
estavas, toda vestida de cinzas?
_Ali
naquele fogo, para onde me jogou Angelina
depois
que escreveu no poema que o soldadinho
de chumbo
foi morto por mim, A bailarina!
_E onde
está o soldadinho? Ali dentro?
_Sim, foi
em chamas derretido
Não
sobrou nem pensamento!
Você,
Hans Andersen, o matou
para
consolidar um sentido...
_Sim,
criei o Gênio, o Mau Gênio...
Para que
afastasse o soldadinho da bailarina
E para as
crianças sentirem que nada é mais forte
que o
Amor, que tudo une, nem Angelina!
Queimei o
soldadinho,
mas foi o
vento que soprou,
por ordem
do Amor terno e eternamente,
para
perto dele, você, bailarina!
Fernandinha
Meireles . A ressurreição.
02 de abril de 2021 .
19:05
Dia
Internacional do Livro Infantil
quarta-feira, 20 de janeiro de 2021
Foto de Maria Mathilde
Li ainda agora o Renato de Almeida citando Rodin :" a arte é uma magnífica lição de sinceridade".
E é.
A arte é... como as filhas! Como as filhas são feitas de sinceridades. Tudo ali por dentro em unidade de carne e espirito e por fora, até o sorriso e o pensamento: sinceridades.
É espantoso que sejam assim, as sinceridades reunidas num único ser. Uma excelência!
Está na escultura dos lábios, das mãos, do rosto e também na textura da pele, dos cabelos e dos olhos...
Na massa cefálica e nas sinapses, no repertório das imagens e na afeição ao vocabulário.
Está no movimento do corpo, no timbre da voz, na reação de atração ou de indiferença aos espetáculos dos mais banais aos mais sutis da vida...
E nada mais amigo que a verdade. A implacável verdade que tudo vê e tudo é, para quem é Amor.
O surpreendente é perceber que a sinceridade é a presença do espírito na carne. Esta centelha fugaz que faz parte da carne e que não é carne, mas é também...que move e remove respostas até identificar a mais perfeita e única possível em estado de sinceridade.
Escreveu Henri Bergson: "Sendo o cérebro o conjunto dos dispositivos que permitem que o espírito responda à ação das coisas com reações motoras, efetuadas ou simplesmente nascentes, cuja adequação assegura perfeita inserção do espírito na realidade."
A sinceridade é a evidencia do espírito.
Um sopro verdadeiro tal como filhas! Sopros de espíritos! Arte de sinceridades onde tudo é autêntico em si mesmo! Só quem foi mãe alguma vez pode compreender o que escrevo e a profundidade onde está meu pensamento.
E só quem é sincero percebe a sinceridade na arte do que eu digo.
Minha filha Kenya é sopro de muitas vidas, na dela mesma.
Tal como eu, como você e como a Gaya.
Sopros da arte da sinceridade de gerações: uma excelência espiritual evidente.
Fernanda Correia Dias
in "A arte é uma magnífica lição de sinceridade. Rodin"
Para Rodin, Kenya e Gaya.
Renato de Almeida, escritor, filósofo, ensaísta, critico, jornalista e folclorista.