Algo está muito certo na frase da minha mãe, Maria Mathilde: "Adoro caminhar... andar de bonde e de ônibus com as janelas abertas! É lindo!"
Ver as paisagens, conversar com os que também estão indo para algum lugar, observar na arquitetura das casas seus discursos silenciosos, aquelas que sonhei e que me pertencem amorosamente, as que não imaginei e que me surpreendem, as que me pedem socorro e indignação, porque estão sendo demolidas...
A dinâmica do sol, das sombras, das chuvas e das ventanias...Um filme aleatório com diversas justaposições de vozes e imagens no meu interior, da minha consciencia e as reais. As vozes dos tripulantes, dos que estão próximos com seus assuntos diversos. As frases das crianças...Dos mais velhos... Os estudantes como bando de pássaros alegres. A seriedade dos preocupados, dos que falam sozinhos...
Quanto do nosso universo mental, quanto da nossa inteligência, fica ativado, estimulado com esta borbulhante atividade e quanto perdemos quando não escolhemos nos transportar por estes meios? No Rio de Janeiro e em qualquer lugar do mundo a velocidade enclausura e isola o humano. E o humano é humano. Necessita das dimensões humanas para se relacionar.Uma árvore, duas árvores...uma palmeiraaaa! Ah...A paisagem descortina-se e chega às minhas retinas, a ilha! O mar! E o que é o mar diante dos humanos olhos!
Fernanda Correia Dias
in Estas histórias das nossas vidas
Nenhum comentário:
Postar um comentário