Foto de Maria Mathilde
Li ainda agora o Renato de Almeida citando Rodin :" a arte é uma magnífica lição de sinceridade".
E é.
A arte é... como as filhas! Como as filhas são feitas de sinceridades. Tudo ali por dentro em unidade de carne e espirito e por fora, até o sorriso e o pensamento: sinceridades.
É espantoso que sejam assim, as sinceridades reunidas num único ser. Uma excelência!
Está na escultura dos lábios, das mãos, do rosto e também na textura da pele, dos cabelos e dos olhos...
Na massa cefálica e nas sinapses, no repertório das imagens e na afeição ao vocabulário.
Está no movimento do corpo, no timbre da voz, na reação de atração ou de indiferença aos espetáculos dos mais banais aos mais sutis da vida...
E nada mais amigo que a verdade. A implacável verdade que tudo vê e tudo é, para quem é Amor.
O surpreendente é perceber que a sinceridade é a presença do espírito na carne. Esta centelha fugaz que faz parte da carne e que não é carne, mas é também...que move e remove respostas até identificar a mais perfeita e única possível em estado de sinceridade.
Escreveu Henri Bergson: "Sendo o cérebro o conjunto dos dispositivos que permitem que o espírito responda à ação das coisas com reações motoras, efetuadas ou simplesmente nascentes, cuja adequação assegura perfeita inserção do espírito na realidade."
A sinceridade é a evidencia do espírito.
Um sopro verdadeiro tal como filhas! Sopros de espíritos! Arte de sinceridades onde tudo é autêntico em si mesmo! Só quem foi mãe alguma vez pode compreender o que escrevo e a profundidade onde está meu pensamento.
E só quem é sincero percebe a sinceridade na arte do que eu digo.
Minha filha Kenya é sopro de muitas vidas, na dela mesma.
Tal como eu, como você e como a Gaya.
Sopros da arte da sinceridade de gerações: uma excelência espiritual evidente.
Fernanda Correia Dias
in "A arte é uma magnífica lição de sinceridade. Rodin"
Para Rodin, Kenya e Gaya.
Renato de Almeida, escritor, filósofo, ensaísta, critico, jornalista e folclorista.