sábado, 13 de janeiro de 2018

Janela da minha casa na árvore . foto Fernanda Correia Dias
Janela da minha casa na árvore. foto Fernanda Correia Dias

Enquanto o ano deixava de ser 17 para 18, eu estava dentro da minha casa na árvore.
Isso. Uma casa de madeira, em cima da árvore. A varanda dava para um céu azul e um rio cheio de águas translúcidas e pedras. Nas margens do rio muitas árvores e folhagens cheirosas. Me disseram que na noite eu iria confundir vaga-lumes com estrelas do céu, mas nas noites o céu estava coberto de nuvens. e em algumas choveu. Só mesmo no último dia o céu ficou completamente limpo e o sol passeou com seus dedos amarelos entre as folhas, as pétalas e os ramos da paisagem, apontando as pedras, as águas espumantes e o balanço!
Sim! À margem do rio que eu via da minha varanda existiam várias árvores e numa delas, num galho mais avançado sobre o rio, um balanço para eu balançar sobre as águas, escolhendo a melhor oportunidade para saltar na minha piscina natural de água corrente... Ah... eu me balancei! Eu saltei! E a água era fria feito um cristal e muito limpa. Apesar das chuvas dos dias anteriores, assim mesmo foi possível encontrar aquelas águas limpas.
Na minha casa sobre a árvore eu tinha uma janela que abria em duas bandas de madeira, para um gramado e outras árvores. Assim com a janela aberta eu fiquei deitada ouvindo e vendo a chuva maravilhosa tropical em tempestade descer, os trovões soarem e a ventania zunir alegremente. Não senti frio, nem medo. Só uma alegria imensa de estar ali. Na área externa debaixo da casa, Gustavo cozinhou arroz arbóreo com fungue e limão siciliano, tomamos vinho, comemos queijos divinais da região, enquanto a rede estava armada e a Kenya deitada me contou sobre as cachoeiras e piscinas naturais. Eles me quiseram ali com eles e eu amei
viver delicadeza, gentileza, carinho, caminhar nas noites escuras, andar de guarda-chuva e ser tocada pela mãozinha da filha que de presente me enviou o voucher para encontrá-la! Ah! Eu nunca sonhei com nada disso, não tinha nem um esboço de como poderia ser, e a realidade se impõe em sonho de absoluta verdade, difícil acreditar, mas a mais pura verdade. Eu sei que tudo o que escrevo tem esse tom de fantasia, delírio, criatividade... imagine se realmente fosse... 
Minha casa na árvore é para não esquecer nunca mais!
Fernanda Correia Dias
in De 17 para 18, entre meus amores.

3 comentários:

  1. Ah... Telma!
    Foi mesmo!
    Apesar de todas as minhas histórias serem inacreditáveis, são todas sinceras e o retrato fiel.
    Que bom que vc gostou ler! Você sabe que eu escrevo direto e não releio. Depois, passados meses, anos, atraída pelo assunto ou uma foto, eu leio e gosto? Percebo que fixei em letras o assunto e que fui eficaz comigo mesma.Nada a acrescentar, nada a retirar. Fiel ao meu objetivo.
    Beijo Telma! Você não me falou das suas traduções... dos amigos tradutores... será que estão todos muito ocupados? Desejo publicar um livrinho que escrevi em português,mas gostaria que fosse bilingue... assim preciso do autor/tradutor! Beijo Telma!

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  2. Fernandinha querida! Sim, eu gosto muito da sua prosa poética e sinto que você é fiel a si mesma. E com isso, você constrói um caminho lindo para você mesma e para quem a acompanha. Amo!

    E esse livrinho bilíngue? Não lembro de você ter me falado nele... Que maravilha! Eu ainda estou na redação da tese, devo entregar em abril. Mas a Sarah Rebecca Kersley tem feito traduções, além de poemas próprios. Ela lançou o ano passado o livro de poemas "Tipografia Oceânica", escrito por ela mesma em português! Ficou lindo, você precisa ver!

    Você gostaria de falar com ela sobre a tradução para o inglês do seu livro? Por ela ser poeta, tradutora, inglesa, tenho certeza que a tradução ficará um mimo! Tudo que ela traduz fica lindo. O email dela é sarahrebeccakersley@gmail.com Se vc quiser, escrevo para ela com você em cópia. Me diga, sim? Beijo enorme!

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