quarta-feira, 25 de março de 2015

Chama . Foto Fernanda Correia Dias



23 de março de 1884...  Musica Brazileira? 
Brazileira é assim que leio nas revistas Careta e Revista da Semana...
Ontem nasceu meu tio-trisavô Glauco Velásquez?
Tio-trisavô por parte paterna de minha Avó materna? Foi o que me disse o bom Mariz. O Vasco!
Estaria Velásquez com 131 anos? Viveu até os 30 anos.

Você ficará maravilhado com a musica de Glauco Velásquez, o compositor maestro!
Com mérito reconhecido pela vanguarda em vida, estreou publicamente em 1911, compunha em politonalidades e passagens atonais e de forma moderna retomou o contraponto com audácia harmônica.
Patrono da cadeira 37 da Academia Brasileira de Música, o acervo de Glauco Velásquez está na Escola de Musica da UFRJ, antigo Instituto Nacional de Música. Este acervo se originou da Sociedade Glauco Velásquez, organização criada por amigos e admiradores de Glauco Velásquez. Encontrei hoje na Revista Careta o seguinte:
O maestro Glauco Velásquez morreu moço, deixando uma vasta obra musical inédita.Os nossos mais reputados críticos de arte e os nossos melhores artistas de música, em afirmação unânime asseguram que o compositor possuía predicados geniais e tentou inovações que não foram compreendidas. Os seus admiradores, cujos nomes, pela significação artística de cada um deles, bastam para glorificá-lo, quiseram salvar do olvido a sua obra e hoje, as 9 horas, no salão do Jornal do Commercio, apresentarão ao público a sociedade fundada para divulgar as musicas de Glauco Velásquez e da qual são fundadores: Paulina D´Ambrosio, Adelina Alambary, Stella Paroddi, Rosita Corbinno, Maria B Ferreira, Dagmar Chapot Prevost, Amelia Mesquita, Alberto Nepomuceno, Rodrigues Barbosa, Henrique Oswald, Azevedo Pinheiro, Francisco Braga,Frederico Nascimento, Guedes de Mello, Albuquerque Costa, Alfredo Gomes,Nascimento Filho, Luciano Gallet, Virgilio Octaviano Gonçalves e Rubens Figueiredo. A directoria da Sociedade que hoje se apresenta, ficou provisóriamente constituída: Presidente, Azevedo Pinheiro; Presidente honorário- archivista, D. Adelina Alambary Luz; Director Artístico, Francisco Braga;Secretário, Luciano Gallet; Thesoureiro, Lino José Barbosa. O concerto que hoje se realisa obedece ao programa seguinte:I- Suite I para Quartetto; II- Elegia Valsa (Violoncello) III-Mal Secreto, Casa do Coração, Virgem Santíssima(Canto) IV-Palestra de Sebastião Sampaio explicando o intuito da Sociedade V- Trio II para piano, violino e violoncelo.
Você ficará maravilhado com a musica de Glauco Velásquez!
Luciano Gallet era seu interprete predileto?

Darius Milhaud, secretário particular do embaixador francês Paul Claudel (irmão de Camille Claudel, a escultora) no Brasil e encarregado de propaganda cultural e que viveu no Rio de Janeiro como adido, sabia da importância da obra de Glauco Velásquez. Fez uma conferencia tão logo chegou no Rio de Janeiro, no Liceu Francês e começou assim:
_Você ficará maravilhado com a música de Glauco Velásquez. Estas palavras me foram ditas pelo meu mestre às vésperas de minha partida da França. Em seguida ele sentou-se ao piano e tocou-me algumas melodias. Alguns compassos foram suficientes para eu sentir pelo caráter tão expressivo da linha melódica que Glauco Velásquez pertencia a raça dos grandes músicos."


Darius Milhaud tocou a Segunda Sonata para violino e piano em vários concertos e ocasiões inclusive  no Teatro Municipal em 14 de Julho 1917 na festa nacional francesa. Também fez a estreia mundial ao violino do Quarto Trio de Glauco Velásquez e tocou várias vezes! Tinha predileção por uma das fantasias para Cello e Piano: o inicio do segundo ato da ópera inacabada de Soeur Beatrice no  trecho intitulado Cântico de Beatrice.
Você ficará maravilhado com a humanidade poderosa e irresistível de Glauco Velasquez?
Então veja ou ouça a execução de Paulo Brucoli ao piano, Fabio Brucoli ao violino e Mauro Brucoli ao violoncelo!
E de Emmanuele Baldini, violino e Karine Fernandes, piano.
Glauco Velásquez  fazia musica na casa de Paulina D´Ambrosio?

Milhaud em abril descobre em Paquetá, ainda à lápis um quarto trio do Velasquez que ele se propõe a restaurar. Um segundo documento está na Biblioteca Roberto Nepomucemo datado de outubro 1917 e do punho de Luciano Gallet  revela a descoberta da  manuscrito de abril e que em setembro estava completamente concluída a restauração que foi supervisionada pelo Maestro Francisco Braga.

Xavier H. Napoleón Leroux / Compositor francês, início sec XX :
"Sempre que houver na Terra, seres que terão gemido sob a dor - estremecido de esperança e incendiado de paixão - haverá para a música de Glauco Velásquez ouvintes que gemerão e se exaltarão com ele" 

Você ficará maravilhado com a música de Glauco Velasquez.
É o moderno em 1911 e hoje contemporâneo, porque atual.

Cecília Meireles tocava violino.Minha mãe lembrava da mãe tocando.
Seria o violino de Glauco Velásquez?
Que diferença faz o violino para a magnífica e evidente musicalidade  e robusta síntese poética de Cecília Meireles se ela encontrou nas letras o instrumento da sua Música?
-Desenrolei de dentro do tempo a minha canção: não tenho inveja às cigarras, também vou morrer de cantar. Cecília Meireles in Aceitação/Livro Antologia Poética-

Muito jovem, Cecília estudou música e quis escrever e musicar uma obra para São Paulo... Aquele de quem lembramos: Ainda que eu falasse a língua dos homens, e falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria...
Ela também tocava violão.
Maria Elvira, irmã da minha Mãe, ficou com o violino.
Quando minha filha Gaya aos 4 anos pediu ao Papai Noel um violino e no dia seguinte queria um professor...Noel trouxe o violino pequenino para criança de quatro anos e o maravilhoso Maestro Alexandre Guiamares... Mas antes, entre o violino e o maestro Alexandre, Gaya entrou na Sala Cecília Meireles com o pequeno violino, assistiu a um concerto e ao termino pediu para falar com o maestro do concerto e os músicos. Abriu a caixa do seu violino, (1/4 de violino) passou breu nas cordas do arco e eles rodearam Gaya encantados. Ela disse:_ Também tenho um violino e posso tocar com vocês. Lá pelos 12 anos de idade e novamente na Sala Cecília Meireles, subiu no palco e sozinha tocou para a mãe, a avó Mathilde, a irmã Kenya que sentaram na platéia vazia para quem Gaya tocava seu violino lindamente enquanto todos os que porventura passavam vinham ouvir atraídos pelo som do palco, quem tocava.

Fernanda Correia Dias
in Chama

Mathilde, Fernanda e Kenya também estudaram e tocam violino.
O Historiador e musicólogo Vasco Mariz soube do parentesco por Cecília. Os Maestros Lutero Rodrigues, Andre Cardoso, Ernani Aguiar e o musicólogo Manoel Corrêa do Lago, entre outros, pesquisam, estudam e perpetuam a obra de Glauco Velásquez.












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