"Escolhi a parede e encostei a cômoda. Limpei cada gaveta e fui dispondo lâmina por lâmina, sobre papel cartão.
Protegi com transparencias, suavidades, aromas. Fui lendo e convivendo com suas horas vivas, em cada desenho.
Não é assim que as pessoas leêm uma arte, mas eu sou sua neta e minha mãe me deu o seu nome,minha avó, para me batizar, repetiu seu nome e meu avô Heitor-padrinho, concordou.
Desenhando, eu não sou nem a sua sombra, mas no seu desenho, eu sei ler a temperatura da sua mão.
Somos morenos, mornos, motivados, mas eu sou falante.
Minha mãe achou que meu pai parecia com você... ele também desenha.
Eu? Reconheço-te em qualquer papel...suas tintas, traços, tira-linhas e penas.
Passa na composição do meu sangue, ainda, a sua ânima."
Fernanda Correia Dias
Para o meu avô-materno, Fernando Correia Dias,
de quem herdei meu nome
10 de novembro de 2010, 118 anos!
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