Borboletas
Borboletas . Foto Fernanda Correia Dias
Muito provavelmente você, como eu, não esqueceu, mas não
custa lembrar o arco dessa porta por onde todos nós, os netos dela e as filhas dela, passaram. Isso mesmo, dela, Cecília
Meireles.
Uma das primeiras portas das sabedorias mais básicas e
primárias nos era contada com muito amor, tato e afeto, depois que pedíamos desculpas por
algo que fizemos sem pensar nas consequências. Vinha em formato de história. Uma
história indiana, de um pai escultor que trabalhava com umas tábuas de sândalo e que separou uma para cada filho, as mais
bonitas, com os nomes deles, e que pendurou
na parede... Cada vez que um filho fazia alguma coisa errada, ele cravava um
prego logo abaixo do nome do filho e cada vez que o filho localizava seu erro e pedia desculpas ao pai,
ele tirava o prego.
Um dia o filho ficou olhando para o pai e para o furo que
ficou na tabuinha... passou o dedo e viu que ao tirar o prego as fibras estavam
rompidas. O pai explicava para cada filho, sempre que algum notava: Meu filho, eu tiro o prego, cada vez que você me pede desculpas, mas com a sua sensibilidade, você percebeu que a
fibra da madeira está rompida. Assim é com meu coração, com a minha emoção, com o seu e com o de todos.
Portanto não faça nada que possa magoar alguém, porque ainda que a pessoa te perdoe
sinceramente, a fibra estará rompida, como está aqui. Rompida! Evite fazer
qualquer coisa errada. Desculpas quase sempre podem ser evitadas.
Desilusões e maldades
deixam marcas que não se consegue restaurar. E como evitar?
Elas nos entregaram a solução, quando nos ensinaram: O modo é pensar antes de fazer. Pensar se
você gostaria que fizessem contigo. Gostaria? Então, não faça!
Minha amiga espanhola, filha de um pai maravilhoso, que criava peças de faiança lindíssimas e trabalhava também com jarros e pratos, hoje, me contou a versão segundo ela curta e bruta, que o pai ensinou para ela e as irmãs. "Fernanda, a sua história é mais delicada e amorosa. Esse pai artista e escultor indiano é mesmo muito sutil e sensível". Mas a história do meu pai também ensina o que a sua história ensina e eu penso que todos devem saber, desde a infância para não esquecer, jamais! É curta e bruta:
“ Pegue um
prato e jogue no chão!
-OK! Feito!
Ele quebrou?
_Sim!
Agora peça
desculpas para ele.
_Me
desculpe!
O prato
voltou a ser como era antes?
_Não!
Você entendeu?
Então?
Não jogue nenhum prato no chão."
Você entendeu?
Então?
Não jogue nenhum prato no chão."
Sim... compreendo, mas essa história, deveria entregar o que elas nos ensinaram:
O modo é pensar antes de fazer. Pensar se você gostaria que fizessem contigo.
Gostaria? Então, não faça!
Aqui aprendi que posso pensar antes de cometer um erro; aprendi que um erro pode machucar alguém de forma irreversível e que ensinar é mais do que observar o ocorrido e refletir, mas é entregar como não fazer o errado!
Gostaria? Então, não faça!
Aqui aprendi que posso pensar antes de cometer um erro; aprendi que um erro pode machucar alguém de forma irreversível e que ensinar é mais do que observar o ocorrido e refletir, mas é entregar como não fazer o errado!
Fernanda
Correia Dias
In Portas
das Sabedorias
As básicas e
primárias