quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Ipanema e Leblon . Dois irmãos. Foto Fernanda Correia Dias

Muito calor, alto verão, Ipanema e Leblon super diferente da minha adolescência, quando todos eram jovens, saudáveis, inteligentes, sensíveis, alegres e estavam felizes nas calçadas entre picolés, bicicletas, pranchas e biquines.
Notei ontem que alguns predinhos não existem mais, foram para o chão recentemente e outros já estão vazios...Irão. Foi assim em Botafogo, Leme, Copacabana me explicavam minha mãe e tias sobre o passado na adolescência delas. Eu vi em Santa Tereza, Laranjeiras, Cosme Velho, Gávea, Jardim Botânico e Lagoa e está sendo em Ipanema e Leblon. Os filhos dos antigos moradores levaram os pais para a Barrinha, Barra, Peninsula, Vargem Grande, Itanhangá e os terrenos de Ipanema e Leblon fechados de tapumes enquanto operários zam-zam para lá e para cá entre betoneiras e bate-estacas. Ipanema e Leblon bairros baixinhos cercados por predinhos, casas e jardins e cobertos por um azul de céu intenso estão todo dia mais verticais. Corredores de muros altíssimos, nem sei onde está o céu... Ipanema e Leblon muito abafada. Muito abafada. Sem uma brisa no ar. Nas calçadas de Ipanema ao Leblon, sou abraçada por amigos proprietários de prédios que vivem de renda de locação e venda de seus imóveis e que estão animados com as mudanças! Jarbas, Ruth, David, Roberta, Esther, Monica, Rosa, Jaime, Rachel...E por lufadas de muito calor contrapondo ao ar-condicionado que escapa das portas das lojas...O tempo no corpo das pessoas e também no meu, é o mesmo que está dentro da vida das frutas...Os rostos, mãos, pescoços, cabelos somados à bengalas, andadores, tatuagens, piercings, perucas, apliques, protetores solares, bicicletas passa pela aparência de ainda existir fruta na aparência, mas é só aparência, conclui a Ruth! Pena que não vai ficar para semente!
Pena mesmo, porque gente da qualidade de Ruth, do Miro, da Marília e do Eduardo...Nunca mais! Não tiveram filhos...A questão pondera David é que ainda estamos por aqui resistindo ao calor, sol, barulheira, vida e poeira. Sensação térmica é de 70 graus!
Este calor vai secando a vida de cada um. É preciso hidratar com mais e muita vida, água, alegria, disposição, inteligencia e amor por tudo o que chegar de novo, porque nada é para sempre.
Se a natureza se zangar, vai tudo para o chão, dentro do chão e começa tudo outra vez... ou não...
Fernanda Correia Dias 
in tudo outra vez... ou não...



Um comentário:

  1. Adorei! Lembra de mim? NIS encontramos no Rei do Mate, véspera de Natal e batemos um ótimo papo. Feliz 2017! Alexandra

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