segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

CECÍLIA MEIRELES
ÍCONE BRASILEIRO E UNIVERSAL DA INTELIGENCIA
Para a galeria de Andy Warhol I
Fernanda Correia Dias criação, arte e design .
Verso de Cecília Meireles Cânticos XIII

Cecília Meireles sempre up to date! 

"MULTIPLICA OS TEUS OLHOS PARA VEREM MAIS."

É o que ela, Cecília Meireles, nos ensina e nos orienta hoje e sempre. É isso. Essa modernidade contínua. Nunca foi tão importante multiplicar os nossos olhos para vermos mais. O mundo está e estará sempre sofrendo grandes revoluções nos meios e comunicações e  novas ordens se instalam com velocidades de vertigens! Aproveita! Multiplica teus olhos! E verás melhor! No Cântico XIII de onde retirei o verso ela te sugere renovar-te e renascer em ti mesmo, multiplicando os teus olhos para veres mais.
Se você ampliar o desenho acima  que fiz, vai observar que Cecília Meireles aparece com olhos de diversas cores. Roxos, lilases, amarelos, vermelhos, turquesas, azeitonas, cahkis...
Os olhos de Cecília eram biologicamente verdes, mas eram também espelho. Segundo ela mesma, a cor dependia de como ela estava se sentindo, quem estava na frente dela, que roupa estava usando e o que ela estava pensando.

Fernanda Correia Dias
in Para a Galeria de Andy Warhol I




Convite Inauguração!
25 de Janeiro 2018 as 16:00 horas
Artes Decorativas e os seus Catálogos na Europa
no Instituto Cultural de Ponta Delgada
25 de Janeiro a 9 de Fevereiro 2018

       Em Portugal me encantaria estar agora nesta exposição que traz catálogos de produtos Europeus de 1879 a 1930!
Quanta preciosidade da capacidade criativa humana, não estará reunida?
Designers de toda a parte, atenção! Certamente essa será uma exposição imperdível!
O que me espanto muito quando abro um catálogo as vezes, não é com aqueles produtos com propostas extravagantes surrealistas, ousadas e libertárias, mas com os produtos que passados 130, 140 anos seguem o mesmo, idêntico com raríssimas intervenções ao estilo: não é mais à óleo e sim à gás e depois passou à eletricidade...
Essa invenções incríveis que mostram que o homem criativo, o homem que soluciona e enfrenta todos os desafios, passa por essa estreita porta da arte, de limites rígidos nas equações das funcionalidades. Até aquela dimensão, com uso daqueles materiais, para aquelas temperaturas, atendendo estas necessidades, a resposta é....e ali está o produto! Prontinho para seu consumo e resolvendo seus problemas! Ou não!
Mas os catálogos são as vitrines comerciais onde os desenhos à bico de pena, as fotografias, textos com descrições, medidas, preços, entregas... são as mídias que propagam a existência do produto e a geografia de como encontrá-lo.
O design e a decoração é a arte no seu dia à dia. 
Adoraria visitar o Instituto e estar na inauguração da Exposição organizada também pelo Doutoramento em Estudos do Património da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa (Porto)/CITAR (EA-UCP) com apoio do Museu Carlos Machado.
Assim sendo, ou lá estando, aproveitem!

Fernanda Correia Dias
in Muito agradecida, desejo sucesso!



sábado, 13 de janeiro de 2018

Janela da minha casa na árvore . foto Fernanda Correia Dias
Janela da minha casa na árvore. foto Fernanda Correia Dias

Enquanto o ano deixava de ser 17 para 18, eu estava dentro da minha casa na árvore.
Isso. Uma casa de madeira, em cima da árvore. A varanda dava para um céu azul e um rio cheio de águas translúcidas e pedras. Nas margens do rio muitas árvores e folhagens cheirosas. Me disseram que na noite eu iria confundir vaga-lumes com estrelas do céu, mas nas noites o céu estava coberto de nuvens. e em algumas choveu. Só mesmo no último dia o céu ficou completamente limpo e o sol passeou com seus dedos amarelos entre as folhas, as pétalas e os ramos da paisagem, apontando as pedras, as águas espumantes e o balanço!
Sim! À margem do rio que eu via da minha varanda existiam várias árvores e numa delas, num galho mais avançado sobre o rio, um balanço para eu balançar sobre as águas, escolhendo a melhor oportunidade para saltar na minha piscina natural de água corrente... Ah... eu me balancei! Eu saltei! E a água era fria feito um cristal e muito limpa. Apesar das chuvas dos dias anteriores, assim mesmo foi possível encontrar aquelas águas limpas.
Na minha casa sobre a árvore eu tinha uma janela que abria em duas bandas de madeira, para um gramado e outras árvores. Assim com a janela aberta eu fiquei deitada ouvindo e vendo a chuva maravilhosa tropical em tempestade descer, os trovões soarem e a ventania zunir alegremente. Não senti frio, nem medo. Só uma alegria imensa de estar ali. Na área externa debaixo da casa, Gustavo cozinhou arroz arbóreo com fungue e limão siciliano, tomamos vinho, comemos queijos divinais da região, enquanto a rede estava armada e a Kenya deitada me contou sobre as cachoeiras e piscinas naturais. Eles me quiseram ali com eles e eu amei
viver delicadeza, gentileza, carinho, caminhar nas noites escuras, andar de guarda-chuva e ser tocada pela mãozinha da filha que de presente me enviou o voucher para encontrá-la! Ah! Eu nunca sonhei com nada disso, não tinha nem um esboço de como poderia ser, e a realidade se impõe em sonho de absoluta verdade, difícil acreditar, mas a mais pura verdade. Eu sei que tudo o que escrevo tem esse tom de fantasia, delírio, criatividade... imagine se realmente fosse... 
Minha casa na árvore é para não esquecer nunca mais!
Fernanda Correia Dias
in De 17 para 18, entre meus amores.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Lampião . arte de Fernando Correia Dias . nanquim sobre papel


Acima o Lampião desenhado pelo Irrivalizável Fernando Correia Dias, datado de 1931 é precioso! 
O bando de Virgulino Ferreira da Silva, vulgo, Lampião, tornou-se lider do bando de Sinhô Pereira em Pernambuco, ficando Virgulino, conhecido como Lampião, o Rei do cangaço.
E o  que foi o cangaço? Foi em forma de banditismo. Bandos de camponeses pobres que habitavam o deserto do nordeste. Último movimento da luta armada da classe pobre que dominou por longo tempo o nordeste do Brasil, quando homens vagavam pelas cidades em grupos, buscando justiça, vingando proprietários de engenhos por falta de trabalho, alimentação, causando desordem na vida dos trabalhadores do campo e dos seus senhores e engenhos.
Vestiam roupas e chapéus de couro e carregavam peixeiras que são facas finas e curtas, carabinas, revolveres e espingardas.
O termo cangaço vem da palavra canga, peça de madeira que junta bois em carro.
A única cidade nordestina a resistir ao ataque do bando de Lampião, foi Mossoró no Rio Grande do Norte.
A avó de Lampião nasceu em 15 de setembro e foi para ela , para o seu aniversário que Lampião escreveu a canção Mulher Rendeira, segundo Câmara Cascudo, que foi cantada e gravada com estrondoso sucesso por Luís Gonzaga e Elba Ramalho
O apelido Lampião era porque conseguia atirar sucessivamente iluminando a noite.
Quem ainda não assistiu o lindo filme ENTRE IRMÃS dirigido e produzido por Breno Silveira e que estreou em 12 de outubro de 2017 nos cinemas e que recentemente foi exibido pela TV GLOBO, ou os filmes dirigidos por Lima Barreto/ O cangaceiro; Walter Guimarães/A morte comanda o cangaço; Glauber Rocha/ Deus e o Diabo na terra do sol; Glauber Rocha/O dragão da maldade contra o santo guerreiro, não tem ideia de grupo de cangaceiros ao estilo Lampião e Maria Bonita.
Para as autoridades Lampião era o mal que precisava ser extinto e  para parte da população do sertão ele era herói.
Em 1938 Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros foram degolados, as cabeças conservadas em cal e aguardente, expostas em todo o nordeste atraindo multidões.
O Presidente da República, Getúlio Vargas incluiu Lampião e cangaceiros na classe de extremistas e a sentença foi matar todos os cangaceiros que não se rendessem com a finalidade de eliminar todo e qualquer foco de desordem em território nacional.
Fernando Correia Dias não soube da degola de Lampião e seu bando porque faleceu em novembro de 1935. Uma imagem vale mais que mil palavras. Correia Dias, visionário, só desenhou a cabeça. 


Fernanda Correia Dias
in a arte transcende a vida,