sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Arte de Fernando Correia Dias 
para a capa da Primeira Edição do livro de 
Anna Amélia de Queirós Carneiro de Mendonça
1932

Como uma onda no mar, um corpo feminino livre  se levanta no meio do oceano...! 
É de uma beleza gigante, esta arte de Correia Dias. 
Por si só e em si mesma, as mãos curvas preparando o novo encontro com o profundo.
Quanta sensibilidade reunida em traços enxutos e nesta infinita capacidade de criar a unidade, a inteireza, coisa raríssima em equilíbrio, elegância e totalidade.
Magnífica. Magnifico! De fato um grande designer com extrema capacidade de síntese,

Da Anna Amélia eu lembro de dois versos, que as vezes me olham, quando passo pela fachada do Solar dos Abacaxis no Cosme Velho ou caminho sobre as pedras do Largo do Boticário ouvindo o Rio Carioca passar:
A lagrima que causa indiferença
Seca-a depressa uma palavra boa!
Poeta, Anna Amélia nasceu em 17 de agosto de 1896, carioca do Rio de Janeiro, falava inglês, francês e alemão, traduziu peças de William Shakespeare, defendeu os direitos das mulheres, foi a primeira mulher a ser membro no Tribunal Eleitoral, colaborou com a criação da Pró-Matre e a fundar a Casa do Estudante do Brasil. Casou-se com Marcos Carneiro de Mendonça, goleiro, escritor e  historiador que jogou no America, na Seleção Brasileira e no Fluminense. Ambos foram pais da minha amiga Barbara Heliodora querida, ensaísta, tradutora, professora, critica de teatro e profunda conhecedora da obra de William Shakespeare.

Observe novamente a arte de Correia Dias acima.
Você compreende melhor o magnífico  poder de síntese de Correia Dias?
Não é esplendido?

Como uma onda no mar, como uma onda no mar!

Fernanda Correia Dias
in Correia Dias, Gigante pela própria natureza!