domingo, 25 de junho de 2017

Foto Fernanda Correia Dias . Grade . Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro

Assim, na passagem, para a respiração entre o interno e o externo, entre o muro de pedra e o ar livre, a grade! Sem dizer a ninguém: _Não ultrapasse, ela explica com harmonia, que o teu limite é ali. Que o teu limite termina quando começa o dela.
Portanto pare de desrespeitar a si mesmo com essa certeza obscena e obcecada que todo e qualquer limite tem que ser ultrapassado, aviltado, desrespeitado, etc.... Eu te aviso: Não faça isso com você. É evidente que você não se respeita quando não respeita o seu limite próprio... Mas o do outro? O que será de você para você? Não se envergonha, não?
As pessoas perderam o respeito humano? Imponha com suavidade e clareza. Mas antes, respeite a si mesmo, para não cair naquele ditado que te desmoraliza..." Faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço..." Quem vai acreditar em você? Eu não sou você. Eu sou eu. Eu faço o certo por mim. Sempre fiz. Os outros que façam certo. Todo dia eu me esforço em aprender algo novo e correto. A praticar. Ser exemplo construtivo. Agora aprendi a usar o cloro ativo, e não tenho mais nada à minha volta com limo...Aponto e aperto o gatilho do espirro do cloro diretamente na direção do limo e depois passo um paninho e tudo fica claro. Bem claro. Evidentemente claro. E como a clareza faz bem! Eu lembro quando você andava atrás das portas e janelas, com o ouvido encostado nas madeiras, quando eu te flagrava na posição de escuta, colado nas paredes ou te assistia chegar pé ante pé, para ouvir o que diziam os outros de você, na sua ausência... Eu não sei o que eu pensava estarrecida, mas eu sei  que eu sentia um constrangimento imenso de não saber o que fazer com o que você fazia de você. Que você estava devendo a si mesmo honestidade e para com os outros e por consciência pesada, espreitava se alguém já sabia das suas mentiras! Ah foram tantas!!!
Como alguém se permite viver dentro de mentiras, omissões, inverdades?? A lesar os próximos? Não sei. Não sei. Assim dizia a mulher que encostou na grade para o ar livre, enquanto eu esperava minha amiga me buscar.
Quando minha amiga chegou me perguntou: Quem era?
Não sei, respondi, mas o que ela dizia serve para quem couber a carapuça!Não é? Você não acha?
Fernanda Correia Dias
A Grade da Escola de Belas Artes





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