quarta-feira, 15 de abril de 2015

Ferradurinha. Foto Fernanda Correia Dias

Ontem ouvi uma musica das centenas de músicas que eu cantava quando brincava de roda e que de muitas ainda me lembro bem... Mas daquela...Não consegui lembrar a letra. Lembrava do som, mas não lembrava a letra...Fiquei tão triste comigo...
Mas lembrei do rosto de cada um enquanto a roda rodava na minha memória! Senti a força, a textura e a temperatura das mãos que seguravam nas minhas. Não vejo nas praças nem condomínios crianças brincando de roda. Mas a vida não é só aqui. Em muitas cidades do Brasil e do mundo muitas crianças devem estar rodando cirandas de mãos dadas. Como aquelas que vemos em algumas culturas onde adultos brincam assim, misturando todas as idades e idiomas!
O Rio de Janeiro deveria promover exemplarmente rodas com musica nas praças, para todas as idades. Promover autenticas redes sociais de felicidade presencial amplia muito a qualidade de vida. Misturar idades é bom para todos. Dar e receber ternura. Praticar a amizade em presença.
É comum hoje quando caminho perceber que todos trazem fones com musica no ouvido, estão sozinhos, isolados e estressados buscando contatos por aparelhos...Trabalhando por imagens e a-pa-re-lhos. Ligados. 
A paz é uma prática diária que inclui olhar, abraçar, socorrer, tocar, ouvir, responder, respirar junto! Não é um isolamento, um egoísmo...Nem é compartilhar cliks de aparelhos para aparelhos... É saudável o abraço, colo e as mãos dos amigos! Transmitimos saúde!
Lembro que quando eu ficava com febre e dodói de cama, a minha mãe vinha dormir ao meu lado abraçada comigo e a minha febre abaixava...Porque ela acreditava que a saúde dela combatia a minha enfermidade. Fiz e faço assim com minhas filhas.
Vejo estes seres isolados e ligados a aparelhos de celular...Ótimo. Mas não pode ser só isso.
Porque em torno deles há desordem. Há desequilíbrio. E a fúria rondando.

Fernanda Correia Dias
in Presença e presencial.







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