terça-feira, 29 de julho de 2014

Fernanda Correia Dias . Foto e pintura. . Porcelana . Coleção Mata Atlântica .

Naquele dia eu cheguei da praia e trazia no ombro a bolsa com as raquetes de frescobol e no travesseiro de plumas, a minha bebê, menor que o travesseiro. Deitei o travesseiro sobre o sofá e abri a porta de vidro da varanda quando entrou uma barata preta gigante, cascuda e barulhenta pelo décimo andar, correspondendo ao decimo quarto, em Copacabana. Passou por mim e eu tive a ideia de devolve-la para fora com uma raquetada. Acontece que quando acertei a barata, ao invés de retornar para fora da janela ela abriu voo e pousou na bochecha da minha bebê. Aquelas antenas dançando sobre as pestanas da minha bebê...? Então, delicadamente, abri a mão e colhi a barata viva, espremendo com muita força até chegar ao toilette e lança-la morta na água  corrente do sanitário. O pai quando se aproximou de mim, naquela situação, ficou espantadíssimo que eu tivesse espremida dentro da minha mão fechada, aquela barata, aquela gosma. Eu nunca antes havia tocado uma barata. Que direi de uma barata cascuda...Mas foi ali que eu vi novamente o Amor. O amor incondicional. Inteiro. Ele existe e está sempre certo.

Fernanda Correia Dias
in Meu bebê Kenya ou Mata Atlântica..
Em Nova Iorque, no American Museum of Natural History,
 vi o fóssil mais antigo do mundo: era uma barata cascuda.
O mundo é velho, nós é que somos jovens...




quinta-feira, 24 de julho de 2014

Céu e ciência no Brasil . Foto Fernanda Correia Dias

Um diálogo sobre o futuro dos oceanos e as consequências estão numa exposição científica em turnê pelo Brasil instalada no Museu Naval. Precisamos de cientistas? Bom motivo. Investigar para conhecer os oceanos. O maior espaço vital do nosso planeta. Muitas mudanças estão acontecendo nos mares? Os peixes estão ficando menores? Os mares estão ficando ácidos? Como pescar  para alimentar sem exterminar? A quem pertence o fundo do mar? Lixos nos oceanos? A importância dos sedimentos? 
Um ser humano consegue mergulhar até 40 metros...? A maior profundidade de mar está em aproximadamente onze mil metros? Mais de  200 cientistas, economistas, Belas Artes, todos sediados em Kiel estão unidos para transmitir resultados ao público. Conhecimento. Rua Dom Manuel, 15. Praça XV. Centro, Rio de Janeiro, RJ.
Fernanda Correia Dias
in Oceanos, mares, céu, ciência no Brasil

Testamento de Tamandaré
Ida e volta orla carioca . Foto Fernanda Correia Dias

Concluído o compromisso de hoje, troquei meu almoço por uma visita ao Museu Naval. Lembrei da noite que entrei naquele prédio do Museu pela primeira vez para a reunião com a Sociedade dos Amigos da Marinha, Liga Marítima e Confraria dos Velhos Marinheiros. Aqueles homens, estudiosos, pedagogos, dispostos, estavam ocupados com idéias de fixar a história Naval Brasileira contribuindo para manter e garantir a paz desejada e educar, educar, educar...Distribuir entre nós suas inteligencias e memórias. Tenho a impressão que naquela noite um dos confrades leu o Testamento de Tamandaré, mas hoje eu li na luz do dia de uma claraboia, num quadro pintado à óleo e emoldurado em que reaparecia Tamandaré e seu olhar ao lado de alguns parágrafos de seu Testamento. E foi no fecho do texto que tive certeza que já tinha lido o primeiro Velho Marinheiro escrever Velho Marinheiro. Lendo o Testamento de Tamandaré lembrei das camisas que criei para a Confederação Brasileira de Vela e Motor, Equipe Olímpica de Vela Brasileira para as Olimpíadas de Atlanta , sentindo como designer a possibilidade de dizer ao mundo: Vejam a performance deslumbrante destes velejadores brasileiros, estas estrelas da vela do cruzeiro do sul... antes de ser Confrade Emérita dos Velhos Marinheiros e que o uniforme incluía camisas e agasalhos com as estrelas brasileiras do Cruzeiro do Sul estampadas em branco sobre azul marinho. Lembrei do impacto que aquele uniforme causou quando estavam todos unidos no desfile do primeiro dia em Atlanta,na abertura dos Jogos Olímpicos. Um mar de gente e  um céu de Estrelas-da-Vela-Brasileira.

Testamento do Marquês de Tamandaré Patrono da Marinha do Brasil, 23 de setembro de 1893: 

"Não havendo a Nação Brasileira prestado honras fúnebres de espécie alguma por ocasião do falecimento do imperador, o senhor D.Pedro II, o mais distinto filho desta terra, tanto por sua moralidade, alta posição, virtudes,ilustração, como pela dedicação no constante desempenho ao serviço da Pátria durante quase 50 anos que presidiu a direção do Estado, creio que a nenhum homem de seu tempo se poderá prestar honras de tal natureza, sem que se repute ser isso um sarcasmo cuspido sobre os restos mortais de tal indivíduo pelo pouco valor dele em relação ao elevadíssimo merecimento do grande imperador.
Não quero pois, que por minha morte se me prestem honras militares, tanto em casa como em acompanhamento para a sepultura. Exijo que meu corpo seja vestido somente com camisa, ceroula e coberto com um lençol, metido em caixão forrado de baeta, tendo uma cruz na mesma fazenda, branca, e sobre ela colocada a âncora verde que me ofereceu a Escola Naval em 13 de dezembro de 1892, devendo colocar no lugar que faz cruz a haste e o cepo, um coração imitando o de Jesus, para que assim ornado signifique a âncora e cruz, o emblema da fé, esperança e caridade que procurei conservar sempre como timbre dos meus sentimentos. Sobre o caixão não desejo que se coloque coroas, flores nem enfeites de qualquer espécie, e só a Comenda do Cruzeiro que ornava o peito do Sr. D. Pedro II em Uruguaiana, quando compareceu como o primeiro dos Voluntários da Pátria para libertar aquela possessão brasileira do jugo dos paraguaios, que a aviltaram com a sua pressão; e como tributo de gratidão e benevolência com que sempre me honrou e de lealdade que constantemente a S.M.I. tributei, desejo que essa Comenda Relíquia esteja sobre meu corpo até que baixe a sepultura, devendo ficar depois pertencente a minha filha D.M.E.I.(Dona Maria Eufrásia Marques Lisboa) como memória d´Ele e lembrança minha."Exijo que se não faça anúncios nem convites para o enterro de meus restos mortais, que desejo sejam conduzidos de casa ao carro e deste à cova por meus irmãos em Jesus Cristo que hajam obtido o foro de cidadãos pela lei de 13 de maio.  Isto prescrevo como prova de consideração a esta classe de cidadãos em reparação à falta de atenção que com eles se teve pelo que sofreram durante o estado de escravidão e reverente homenagem à Grande Isabel Redentora, benemérita da Pátria e da Humanidade, que se imortalizou libertando-os."Exijo mais, que meu corpo seja conduzido em carrocinha de última classe enterrado em sepultura rasa até poder ser exumado, e meus ossos colocados com os de meus pais, irmãos e parentes, no jazigo da Família Marques Lisboa."Como homenagem à Marinha, minha dileta carreira, em que tive a fortuna de servir à minha Pátria e prestar algum serviço à humanidade, peço que sobre a pedra que cobrir minha sepultura se escreva: Aqui jaz o Velho Marinheiro."

Fernanda Correia Dias
in Confraria dos Velhos Marinheiros
ou Tamandaré, Patrono da Marinha Brasileira




terça-feira, 22 de julho de 2014

Confraria dos Velhos Marinheiros
Ida e volta ao mar. Foto Fernanda Correia Dias

 Em 1996 a Confraria dos Velhos Marinheiros criada pelo humanismo de João Rosauro, me transformou por meritocracia em Confrade Emérita e Amiga da Marinha- SOAMAR -Sociedade dos Amigos da Marinha-  diretamente das mãos do Comandante de Esquadra Maximiano, autor da presença das mulheres na Marinha Brasileira. O que eu fiz? Depois de criar, produzir e entregar os uniformes da Equipe Olímpica de Vela Brasileira para as Olimpíadas de Atlanta, recebi o telefonema de um aspirante da Escola Naval, solicitando que eu criasse para o Grêmio de Vela da Escola Naval / Ilha de Villegagnon um uniforme bonito como aquele que eu criei para a Equipe Olímpica de Vela Brasileira para as Olimpíadas de Atlanta. Explicou que sofriam quando participavam de campeonatos nacionais, eram identificados pelos competidores concorrentes como os irmãos metralhas, porque as camisas que usavam nas competições eram listradas. Então eu criei uma camisa e um agasalho com a carta náutica do Rio de Janeiro estampada e a Ilha de Villegagnon no meio do peito e sobre a ilha,  as bujas do tradicional símbolo do Grêmio da Vela, da Escola Naval. Depois da Regata o mesmo aspirante me ligou para me informar que foram eleitos Os mais bem vestidos no Campeonato de Ilha Bela litoral de São Paulo.  Levei o uniforme  para o New York Boat Show e Miami Boat Show ao lado da Coleção que criei especialmente para a brand New York Boat Show e o uniforme ganhou visibilidade internacionalmente, divulgando o nome da Escola Naval da Marinha Brasileira para o mundo. Comandante Mozart Cardoso, o Conca Arnon, Areias, Palmer, entre outros maravilhosos pedagogos e comandantes, foram fundamentais na valorização do Grêmio de Vela para a História da Marinha Brasileira e para o estimulo e exemplo do esporte da Vela no Brasil. Mas quem vai escrever sobre essa história e quando?
Por que?
Somos um País com uma costa imensa, água, mar... salgada e doce... Temos que fazer mais. Temos que insistir na criação de escolas para armadores. A Educação pela Vela. Mais que jogar futebol a nossa juventude deve ser estimulada nas comunidades para criar os novos barcos brasileiros, as novas frotas e esquadras. A proteção da fauna e flora. Compreender a importância da disciplina. Desenvolver as habilidades, competências e  ampliar professores, mestres para estes talentos e ofícios. Poderia existir uma Escola para Armadores, imediatamente no Porto Maravilha, não é o local propício? Desenvolver barcos à beira d´agua?  Descobrir o próprio design e designers brasileiros?
E toda a sequencia  para armar, saber como armar um barco. No Porto do Rio? Não? Onde mais? 

 Ainda este ano ouvi  pessoalmente o Comandante de Esquadra Palmer, iniciar seu discurso em 30 de abril de 2014 no Aeródromo São Paulo, lembrando que o pai estava sempre trabalhando muito. Sempre embarcado. O filho ainda muito pequeno tendo visto tantos oficiais, todos uniformizados, não sabendo onde estava seu pai, perguntou a três oficiais reunidos, qual deles era o pai dele...Mesmo assim, com muita saudade e amor pelo pai, ele encontrou o exemplo para seguir sua vocação. Porque o vocare, o chamado é sempre o encontro com aquilo que você sabe que pode fazer consigo mesmo. E assim por si, estará fazendo por si e por todos e inspirando com sua trajetória mais admiração ao fazer, ao agir e à beleza do ser exemplar.

Naqueles anos eu e Torben fomos os Destaques da Confraria dos Velhos Marinheiros e Soamar. Eu, Mulher Mar e Torben,  Homem Mar. Eu, pelo uniforme que criei para a Equipe de Vela Brasileira em Atlanta onde o Torben conquistou medalha de ouro para o Brasil com Marcelo Ferreira na classe Star. Olimpíada em que Scheidt também foi medalha de ouro no Laser; Lars Grael e Kiko Pelicano de bronze no Tornado.

Inspiramos nossos filhos, amigos e desconhecidos porque fomos inspirados por nossos avós, pais, amigos, familiares. Inspirados a localizar o nosso Vocare. O chamado. Precisamos de mais. De muitos. Dos que comandam e se interessam pela educação neste nosso país. E isso pode começar por esta fotografia de ida e volta ao mar. Nesta fotografia está o exemplo do meu tio Harold Strang criando a Reserva na praia da Barra da Tijuca e cercando para proteger a desova das tartarugas no Rio de Janeiro; a minha avó materna e sempre inteira e renovada Cecília Meireles, com o livro maravilhoso Mar Absoluto (Leia! Não deixe de ler!); os meus pais estudiosos e apaixonados por barcos, cálculos, alunos, gente e muito mar; e tudo o que inscrevi neste texto.
Feliz Aniversário Torben Grael! Hoje 22 de julho!

Fernanda Correia Dias
in Ir e voltar ou Confraria dos Velhos Marinheiros ou
Palavras da Confrade Emérita da Confraria dos Velhos Marinheiros, Fernanda Correia Dias nos dezoito anos da Confraria ou nos dezoito anos da Heroica Camisa Escola Naval 
do Grêmio de Vela da Escola Naval..





segunda-feira, 21 de julho de 2014

Estrela, Helena e Floresta
Floresta . Foto Fernanda Correia Dias

No dia mais frio do ano de 2014, na floresta? Como prever? Melhor dançar nas Julianas e comer as tapiocas quentinhas, em céu de bandeirinhas, estrelinhas , balões e noite linda!
Eu vi a sanfona e o ruivo tocando violoncelo na música de Forró ou For all.
É maravilhoso dançar com músicos tocando instrumentos ao vivo e cantando na sua frente. É maravilhoso o encontro dos músicos. Eles se entre-olham e tangem seus instrumentos sorrindo. Estão falando com os instrumentos, com os acordes em acórdãos de felicidades. Dava para escrever poesia a noite toda se descrevêssemos o que víamos. Melhor respirar.Com respiração renovar pureza e felicidade. Faz um imenso bem. Mãe dançando com o filho...Casais muito idosos dançando abraçados. Crianças com seus pais, irmãos, amigos e avós... Naquele lugar a visão é inspiradora e positiva. Melhor viver o raro privilégio de ser calmo, governando a si mesmo, serenamente em êxito e transmitir esta energia aos que estão ao meu redor e escutar o que não foi dito.
É tão bom  e tão bonito ver a felicidade invadindo o seu próprio coração sem te pedir nada.
Fernanda Correia Dias
in Governe você para você. 


quinta-feira, 17 de julho de 2014

Salmão . Desenho e foto de Fernanda Correia Dias

Tangerina, abacate, abacaxi, manga, morango, caju, maçã, uva, banana, melancia, morango, acerola, laranja-baía, pêssego, maracujá,limão, mamão,  kiwi, uva, melão, goiaba vermelha, ameixa, figo, nozes, amêndoas, framboesa, cereja, caqui, jabuticaba, tâmara, uva verde, laranja lima, pera, ata, fruta-do-conde, ananás, jambo, abricó, abiu, banana maçã, banana nanica, banana passa, carambola, grumixama, cajá,cajá-manga, grapefruit, goiaba branca, manga espada, mexerica, manga carlotinha, jaca, mangostin, café, cacau...avelã, castanha portuguesa, tamarindo, pitomba, romã, lichia, tomate, coco, cupuaçu, damasco, castanha do pará, jambo,nectarina, nespera, avelã, pitanga...

Cenoura, chuchu, berinjela, pimentão, vagem, ervilha, cará, nabo, batata-doce, batata-inglesa, batata-roxa, abóbora, cebola, brócolis, couve-flor, pepino, pimentão vermelho, amarelo, verde, rabanete, acelga, nabo,espinafre, couve, aspargo, aipo, repolho, alho porro, salsa , rúcula, alho, endívia, cebolinha, salsa, coentro, hortelã, alecrim, gengibre, canela, agrião, chicória...almeirão, cheiro verde, bertalha, alcachofra...

Todas estas maravilhas combinam com salmão!
Fernanda Correia Dias
in Saúde! A maravilhosa gastronomia de Maria Mathilde, minha mãe.






quarta-feira, 16 de julho de 2014

Anchova . Desenho e foto Fernanda Correia Dias

Selecionar o alimento:  fresco e íntegro. Não guardar comida na geladeira para o dia seguinte. Comer comida fresca. Cozinhar com alho, sal, cebola, azeite, salsa, coentro, hortelã, gengibre e dar preferencia aos legumes,  frutas, todas as folhas, grãos, peixes, aves e carnes. Deixar cada qual com o seu sabor característico e não repetir o cardápio até o próximo mês. Os cardápios de Maria Mathilde são as melhores lições de gastronomia que eu já li na minha vida. Espantoso! A lista para as compras obedecia ao cardápio daquela semana. O modo de fazer era depois de muito bem  lavados, mergulhar na água filtrada, aquecer, ferver, servir! A cozinha diariamente perfumada: O aroma da abóbora, da berinjela, do pimentão, do espinafre...
As frutas estavam sobre as diversas fruteiras da casa e comíamos as frutas à temperatura ambiente. Assim também com as saladas de frutas. Na temperatura do ambiente, fresquinhas.
Tomávamos águas à temperatura ambiente! Filtradas em filtros. Não tomávamos águas geladas... Não perdi o hábito. Me espantei quando cheguei em Lisboa e me ofereceram escolher a temperatura da água...Esta escolha só existia na casa da minha avó, da minha mãe e na minha casa...Todos os dias tínhamos sucos  de futas . Nunca o refrigerante. Ela recomendava as pedrinhas de gelo de água filtradas ou as pedrinhas feitas com o suco congelado...para o suco...
Estudiosa e auto-didata em nutrição. As saladas eram lindas, saborosas, crocantes...coloridas. Todos os dias comíamos verdes. Nossa saúde era decorrência daquele empenho em manter a nutrição com qualidade.Alimento saudável é saúde. Todos os dias. Com disciplina porque a vida tem que ter ritmo e disciplina. A saúde é o bem mais precioso que temos. Cuide da sua saúde se alimentando muito bem, filhinha.

Fernanda Correia Dias
As lições práticas de gastronomia da minha mãe
Maria Mathilde, a melhor nutricionista do mundo!






domingo, 13 de julho de 2014

Maracanã
Rio Maracanã. Foto Fernanda Correia Dias
Estou muito perto do estádio Maracanã, onde será jogada a final da Copa do Mundo 2014 de Futebol. Muitos helicópteros cruzam o céu.
Muitas autoridades mundiais estão bem perto. O Jogo é uma decisão de quem vai levar a Copa do Mundo. Alemanha? Argentina?
Não sei. O jogo começou.
É esporte.  A grama é verde. A tarde é azul. A temperatura é de porcelana.
Estamos todas trabalhando em nossos projetos apesar de ser domingo.
Dentro do Maracanã a bola rola.
E este é o instante antes do resultado.
São exatamente 16:21 e não fizeram gol.

Fernanda Correia Dias
In No Maracanã, Rio de Janeiro
Brasil e Argentina


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Futebol de coração brasileiro
 Foto Fernanda Correia Dias

Uma palavra no meu ouvido dissonando: Vergonhoso.
Publicada nas manchetes nacionais e internacionais, comentada nas tvs, entre os amigos, conhecidos, desconhecidos. Ninguém discorda desta palavra? Eu.
O esporte que eu vi não tem nada de vergonhoso! É esporte. É futebol. Poderia ter escore de onze à um. Os meninos que estavam jogando são ótimos. São jovens. Estão de parabéns. Apresentaram o futebol da velocidade com inovação. Ainda não sabem fechar o gol no contra-ataque dos tradicionais, mas vão dominar o fechamento. É questão de tempo. Estão jogando o novo futebol da inovação brasileira. Os que perceberam a invencibilidade do time brasileiro optaram por lesionar, agredir, provocar individualmente os jogadores, desmantelando o conjunto. O conjunto desmantelado não funciona. Os meninos-jogadores-brasileiros fizeram. A equipe técnica brasileira fez. Estamos falando de esporte. E isso inclui reconhecer limites. Não ganhamos no Brasil, mas fomos vencedores em outros países, o que é bem mais difícil ou não?
A torcida brasileira aplaudiu o sucesso alheio porque sabe que não é imitando a técnica  alheia que você faz a sua técnica. A sua é sua. Tem os defeitos próprios, pertinente às qualidades próprias e às correções específicas. Estão equivocados os que adotaram a palavra vergonhoso porque esta palavra não retrata o ocorrido. Estão equivocados os que vaiaram o novíssimo futebol-de-coração que o Brasil trouxe para a Copa do mundo e que é a mais pura e linda invenção em velocidade. Os meninos vão aprender a fechar o gol porque estão criando "O novo futebol" e são os pioneiros, como sempre ou na maioria das vezes da história em cem anos de futebol brasileiro.
Fernanda Correia Dias
in Vergonhoso?




2014 Seleção Brasileira 
Bicho verde sobre amarelo . Foto Fernanda Correia Dias

Sou uma bailarina... Leio coreografias porque também crio... A Seleção Brasileira trouxe jovens muito jovens e a beleza da bola lançada de uma lateral para a frente alcançando quem pode correr e leva-la ao gol. É um jogo rápido que pula a participação do meio de campo. É ataque, naquela percepção que a melhor defesa é o ataque. Combina muito os tempos contemporâneos com o futebol. Os tempos contemporâneos  priorizam a velocidade, o resultado, o foco, com a expressão contínua de gol. O Brasil nem tem ainda todos os seus meninos praticando esta novidade, mas caminha para esta inovação justo porque por tradição é neste esporte que sempre o brasileiro inova e propõe.Serve de exemplo para outras áreas em desenvolvimento o técnico que abraça o novo, apoiar, acreditar e correr o risco. O futebol tradicional, bem treinado pode se aproveitar do novo futebol brasileiro que ainda não está na sua expressão máxima, mas que ainda estará. Ou seja, os meninos ainda não sabem fechar o gol, junto ao goleiro no contra-ataque do oponente. Aprenderam que quando não fecham em seis minutos recebem cinco gols. Não é um futebol para quem medra ao inovar. É o novo futebol brasileiro dando seus primeiros passos. Se já tivessem alcançado o domínio do fechamento do gol teria sido um jogo de escore invertido, porque é um jogo completamente de velocidade e foco. Pouco recomendável para rapazes na faixa dos 30/35 anos. Exige muito do coração. Futebol-coração!
Temos cinco estrelas e nenhum outro país tem ainda. Teremos a sexta na próxima Copa quando o mundo terá que enfrentar o novíssimo futebol-coração-do-Brasil!
Fernanda Correia Dias
in Para o time e técnicos do futebol brasileiro na copa do mundo de 2014 no Brasil


sábado, 5 de julho de 2014

Mar
Meu Mar. Foto Fernanda Correia Dias

Comprei o jornal e sentei na beira do mar. Conhece alguém que lê jornal com caneta? Canetando o jornal?
Eu conheço. Duas. Mathilde, minha mãe e eu.  Lá numa certa altura eu li que em 2005 o Brasil era o oitavo país mais desigual do mundo e ainda que vinte mil famílias vivem das aplicações de suas riquezas, são 10% da população, ganham através da especulação e respondem por 75% de toda a riqueza nacional e os 90% mais pobres ficam com 25% (2007)...  Será que é isso mesmo? Esta quantidade de gente preguiçosa?
Fiquei sem palavras. Depois li que em dez anos apenas uma droga foi aprovada para combater o Alzheimer. Apenas uma e tanta gente com Alzheimer? Tanta gente com câncer... e...? Nenhum destes que estão no Brasil e entre as vinte mil famílias que vivem de aplicações das suas riquezas não se habilita em dar solução à tão delicado assunto humano? Por que? Preguiça de estudar?

Fernanda Correia Dias
in Se podes fazer um bem, faça.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Alfinetes
Bouquet de Alfinetes. Foto Fernanda Correia Dias

James Bond, vamos ao estudo do assunto:  Estes alfinetes não são aqueles maravilhosos que acompanharam a minha vida. Todos areados e naturalmente ordenados, esbeltos, elegantes e sorrindo. vermelhos no tom do sangue que corre na minha veia. Nascendo na curva do caminho entre os ninhos dos passarinhos, com seus ovinhos recheados de vida.
Me ensinando a importância da ordem no palheiro...
Nesses alfinetes, as pétala são maiores, a cor é mais alaranjada, o bouquet parece meio desordenado, superpopulacionado e por isso não são meus como aqueles são.
Olhando para este bouquet eu pensei no que você me disse ontem e na pergunta que você me fez.
Você me disse que o deprimido quer morrer e que o ansioso quer viver e que não sabe o que é a angústia. Que sente angústia e quer saber o que é a angústia. Ontem ouvi de outra voz que a angústia é um sentimento que não cabe onde está e precisa ou de mais espaço ou de menos espaço, mas que de qualquer forma, precisa de mudança, de nova acomodação.
Uau! Isso pode ser ótimo!
Agora entendo por que este bouquet me fez lembrar você. Neste bouquet as florinhas parecem mal acomodadas, precisam de mais espaço entre elas, estão umas sobre as outras e não respiram. Falta ar entre elas. O ar é a ordem invisível da vida. Só o coração sente esta exigência. Abra espaços! Encurte espaços! Tudo pode ficar melhor e ótimo! Faça isso acontecer na sua vida! Beijos!
Fernanda Correia Dias
in Bouquets e Bouquets!


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Lide 
Lide o horizonte . Foto Fernanda Correia Dias

Quando você é, você está resolvendo múltiplos assuntos. Está participando da dinâmica de muitos nascimentos simultâneos, e tudo entre e sai por dentro de você como uma bússola que você reconhece quando precisa ser alimentada com mais inteligencia e beleza. Não espera que alguém, ele ou ela lide com o horizonte por você. Quando você é, ninguém precisa dizer para você que você é, porque você é. É o que nunca sabe, que precisa saber e por isso estuda sempre, o que vai socorrer e por isso já foi, é o que vê, percebe e reage propiciando os melhores desdobramentos no nível do admirável e genial. É porque é, porque está dentro do instante, porque participa das multiplicidades simultâneas. Coisa que não dá para ser ensinada, mas que pode inspirar . O mais importante na vida, nunca esqueça, são as pessoas. Lide com elas. Trate delas. Pense com elas. Aproxime. Crie para elas. Todas as pessoas devem se interessar por mais pessoas. As pessoas devem ser sempre a principal preocupação de todo o ser que é.

Fernanda Correia Dias
in Lide com o lidar.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Confúcio
O mico na árvore perto da coroa de Cristo . Foto Fernanda Correia Dias

Viver, inclui ter vontade de viver. Viver é assim: Você acorda quando o sono acabou, levanta quando não quer mais ficar deitado, anda para se sentir vivo e busca um abraço ao seu lado ou ali. Pode ser de alguém ou pode ser da atmosfera. Bebe água... Come uma fruta...Olha o dia e tem uma ideia de o que fazer com o dia ou não fazer. Disposição e indisposição é o que você normalmente sente. Mais disposição que indisposição Os compromissos, a agenda e as novidades aparecem. Também algumas surpresas te levam para outros apontamentos e algumas expectativas podem ser exitosas e outras, decepcionantes.
Viver tem que ser toda hora e todo instante. Você pode escolher a qualidade do instante. Um local com perfume de flores naturais, de folhas de jardins. Uma vista bem bonita com mar, céu, florestas...Lagos.
Pessoas gentis, amáveis, talentosas...Roupas confortáveis em matérias orgânicas, cores naturais. Adequadas à temperatura.Viver com livros, filmes, ballets, concertos, teatros...Viver dentro das idéias, projetando soluções interessantíssimas...Compondo respostas...Trabalho!
Trabalho só é difícil, quando não é divertido, respondeu Avancini, o Walter, quando no Parque da Cidade, falei de Confúcio assim: Escolhe o trabalho que gostas e não terás que trabalhar um único dia de sua vida...ou Escolhe aquilo que você ama fazer e nunca precisarás de férias...
Então Amiga...vontade de viver? Resposta: Disposição. Vá! Não seja um sonho à realizar. Vá! dirá e escreverá minha avó materna, Cecília Meireles. 
Fernanda Correia Dias
in Viver e vontade de viver.


Imagine!
Ferradurinha . Foto Fernanda Correia Dias

Curioso, você não vai compreender, porque são outros tempos, mas imagine entrar numa casa muito bonita e encontrar uma ferradura atrás da porta? E para quê?
Bom... Um cavalinho... um burrinho...Um que trabalhava... e trabalhando perdeu a ferradura. E isso dá boa sorte para quem encontrou, sabia?
O proprietário da casa acredita, e lá vai a ferradura para trás da porta!
Nas casas... Em apartamento nunca vi não...
E uma moringa na mesinha com um copinho virado de borco sobre o gargalo?
Uma coberta de cama toda feita de retalhinhos de pano emendados...
à mão, lavadinha  e com babado?
E uma janela com filó e renda para não entrar mosquito?
E um lençol tão branco assim como esta espuma, num sopro estendido!

Fernanda Correia Dias
in Ferradurinha, Buzios. Imagine!


Frescor
O frescor da casa. Foto Fernanda Correia Dias
Ainda. A umidade no ar elevada, mas este angulo da paisagem em que o verde da folha da fruta-pão tem como fundo o roxo da umidade ascendendo da floresta no morro.
Ah... A hora. Tem esta preciosidade da hora na fotografia que eu gosto de olhar.. Repara que sobre o montinho verde, parte está ao sol e parte é sombra. A temperatura me toca com esta presença gelando e a mata transmuta meu hálito, nem sou mais de carne, sou de seiva lenta. Dourada.
Sou sim. Muito especial porque pertenço à isso. Isso que poucos, muito poucos, vão pinçar  neste texto néctar. Voltarei muitas vezes para este ângulo. Principalmente meus olhos vão beber o amarelo daquela folha, o desenho de tudo que está em contraste recortando a luz. Aquelas. Aquelas folhas. Aquelas folhas que estão entre as outras sonhando conjunto nesta luz rosa tocando o tronco e transmutando paredes brancas em superfícies roseclair...
Oh. Afaste-se com esta leitura na memória e que à ela você possa recorrer quando perceber-se seiva lenta e dourada na mais flagrante felicidade por isso.
Fernanda Correia Dias
in Seivas, temperaturas e umidades