domingo, 21 de dezembro de 2014

Mural no Restaurante Floresta . Foto Fernanda Correia Dias

Não me lembro quando vi pela primeira vez este mural, mas esta foi a última vez...
Não sei se ainda lá está, mas sei que na última vez, estava assim, todo depauperado.
Amo esta pintura que não sei se foi pintada com pigmentos sobre argamassa de cal queimada e areia e a história contida na imagem... O restaurante foi inaugurado na década de quarenta com material trazido das demolições do centro do Rio de Janeiro. Está com setenta e cinco anos? Talvez...Mudam os tempos e mudam as vontades? Oh...
Por que dói no mio peito ver este afresco assim? Foi o que me perguntei olhando para a foto,querendo saber que dor é esta que sentimos quando aquilo que sabíamos ser de uma forma não é mais...?
Este afresco era algo que eu cuidava espontaneamente com meu olhar e em silencio, toda vez que visitava o Restaurante A Floresta... Algo tão bonito que eu sonhava que ele existiria para sempre. Para sempre ali. Minha dor é constatar que ele pode não existir mais ou menos ainda do que resta nesta foto...Essa pintura companheira feito uma pessoa desaparecendo, leva além do amor do pintor por tintas e imagem, além da competência em realizar com habilidade...o nome dele que até hoje desconheço...os dias que ali estive almoçando e jantando entre meus familiares e amigos, a beleza de conviver com a gratuidade da beleza... Essa generosidade que o artista e a arte podem fazer em diversos silêncios por nós. Inclusive nos ensinar a pedir a quem estiver lendo: Socorra, salve esta pintura....
Fernanda Correia Dias
in O que fizeram com esta pintura?



Nenhum comentário:

Postar um comentário