sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A escrita . Foto Fernanda Correia Dias

Um fio de água fazia a escrita e eu ia lendo na água e me divertindo. Minha mãe às gargalhadas com meu improviso engraçado e a tarde ficava molhada de cronicas fluídas. A tarde era mate.Só a água deliciosa e fresca dizia palavras translúcidas de alegrias. Os seres tristes são tristes escreviam as águas. Pesavam feito óleos grossos que mal respiram levitando esparramados na larga superfície. Os seres tristes são tristes porque não querem alegria. Decidiram. Os que nasceram para a alegria da vida, estes são os alegres.Por que também decidiram.
Alegria não é fruto de herança, de genética, de matéria física... É decisão interna, de cerne, de alma, de leveza, depois de longos caminhos entre as paredes das soluções felizes acesas... Ah... Os mesquinhos pensam que levaram o beijo, levaram o abraço, levaram a palavra oca anotada... Os mesquinhos colhem os vestígios dos gravetos de cinzas onde houve fogo e não resta nem fumaça. Só os mesquinhos querem a água congelada, o tempo parado e a vida sem novo dia. Os alegres precisam de novos dias para arejar as incríveis risadas, elevar o pensamento à fluidez da água, evaporar a musculatura em levezas e pensamento, mudar as idéias em cronicas improvisadas de alegrias translucidas. Os mesquinhos querem o fundo da piscina onde o nada, nada. Assim,  escreve o fio de água ainda e meus olhos lendo vão se divertindo enquanto escuto da minha mãe, as risadas.
Fernanda Correia Dias
in das soluções felizes acesas!


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