domingo, 19 de janeiro de 2014

Ipanema II
Ipanema II. Foto Fernanda Correia Dias

Tarde de verão. Céu cor de rosa, Ipanema das antigas, como diz qualquer carioca.
Aliás, carioca é raridade hoje aqui no Rio de Janeiro.
Por que a maioria da população residente no Rio de Janeiro está na proporção de 15 indivíduos importados de outros Estados e Países para um único indivíduo carioca.Pesquisa pessoal.
Este fato me autoriza a perceber o quanto é diferente um importado de um da gema.
Cariocas não se apresentam. Se reconhecem.Da praia, do cinema, da roda de amigos, da padaria, da casa de fulana, da rua tal, da escola tal, da universidade... Carioca quando se apresenta é porque não está no Rio de Janeiro. E porque não reconhece o sujeito é sempre taxado desnecessariamente de arrogante ou besta!
Se estiver no Rio, engrena uma delicadeza direta com o desconhecido e imediatamente passa à amigo de longa data. É com um olhar, é com meia palavra, com um sorriso... Segue um convite para ir lá em casa ou aparecer no endereço tal. Ou frequentar a praia em frente a uma referencia óbvia, etc...
Sabemos que o sujeito é carioca ou que já está adaptado ao Rio, se nos atende ao telefone respondendo a nossa pergunta imediatamente. Se atenderem ao telefone dizendo Bom dia, Boa Tarde, Boa noite... deve ser empregado da família, da empresa ou mais um sujeito importado no Rio de Janeiro em fase de adaptação. Principalmente quando iniciam e-mail com aquelas palavras...
Claro que dizer Bom dia, Boa tarde, Boa noite é super carioca, mas não é como os importados dizem. É diferente. É com amor, com sorriso que se ouve, acompanhado de uma gracinha, uma festinha, um beijinho, uma piscadinha, etc... É com amor aos empregados que madrugam, aos vizinhos, aos que estão ali zelando por nós e nas despedidas do assunto! Tem o bom-humor, a generosidade, a humanidade.
Este Bom dia, Boa tarde, Boa Noite utilizados pelos call centers, gerentes de shoppings e pequenas autoridades, inclusive acompanhados de Senhor ou Senhora são de uma perversidade grandiosa. Funciona invadindo nossos ouvidos como uma espada desagradável, mas eu tenho a resposta que uma Pernambucana muito querida me ensinou, digo:  Diga!Do que se trata?
E este adorável Diga, imperativo e objetivado funciona para o invasor como um segundo invasor num contra-ataque.
Desmantela o discurso, neutraliza e fica mais palatável a conversa. Uma carioquice divertida. Experimente.
Quando experimento nunca me esqueço da minha amiga com seu pernambuquês poderooooso!
Beijo Suzanna amiga!

Fernanda Correia Dias
in Carioquices






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