terça-feira, 30 de dezembro de 2014

As aniversariantes . Foto Fernanda Correia Dias

Hoje é aniversário da Kenya! Ela acaba de nascer 28 anos passados!
Feliz Aniversário Kenya!
No último 24, nasceu a Gaya!
Feliz aniversário Gaya!
Felizes aniversários filhas!
Muitos beijinhos!
Fernanda Correia Dias
in A vida para a frente
Grade . Foto Fernanda Correia Dias

A vida é para frente como uma onda do mar!
Feliz 2015!
Fernanda Correia Dias
Feliz 2015
in A vida é para frente
Céu com lua . Foto Fernanda Correia Dias

Amanhã quando for 31 de dezembro e estiver próximo à meia-noite, estarei pensando na minha mãe.
Mulher corajosa. Sensacional. Deixou o trabalho com urgência médica e entrou no taxi para ir ao hospital na Boca do Mato encontrar o médico, cirurgião de partos, que estava de plantão na escola de partos.
Pediu ao meu pai para trazer as minhas roupinhas que estavam na malinha de bebê em Copacabana e encontrar com ela lá... na Boca do Mato onde nem ela sabia onde era...
O cirurgião praticou nela um parto normal...Eu nasci de parto normal...Na Boca do Mato...Meia noite do último dia do ano...Reveillon... Mística, ela brincava comigo sempre com muuuito humor e afeto característico: As datas com números repetidos são cabalísticas! São números que trazem a presença de Deus...Não podem ser somados entre si... Por exemplo, quando o numero onze aparece você não pode somar 1 + 1...É número místico! Assim como o 22, 33, etc...Um nasceu no 11, outra no 22 e você bem que podia ter nascido no 33... Eu bem que tentei! Ultimo mês, último dia e última hora... mas não deu! 

Andei somando assim, sem querer... : 24 (meia noite) + 31+12+1+9+5+6= 88...
Oitenta e oito é muito místico e poderosooooosoooooo mãe...!
Se os  místicos dizem que o 8 é infinito, imagine o 88 ? É a presença infinita do Deus?
Fernanda Correia Dias
in Beijo Mãe!



A chave da casa da sereia . Foto Fernanda Correia Dias

Amanhã será o último dia deste ano de 2014! 
Vamos trocar o ano e quando trocarmos eu terei concluído mais um ano em minha própria vida sobre a data da meu nascimento e serei mais jovem. Mais leve. Mais experiente.Mais harmonia.
Pensando no ano, percebo que ganhei várias visões novas.
Determinadas pessoas que eram especiais, seguem as mesmas,  com as mesmas qualidades em fontes inesgotáveis de valores grandiosos. Outras não são e não serão nunca mais o que foram por anos ou instantes na minha vida. Não são mais as pessoas que eu conheci ou admirava e mudaram de forma tão radical que fico feliz que tenham encontrado seus rumos. Nelas, mal reconheço a aparência física que tiveram um dia, que direi dos valores? Mal reconheço que um dia estive ao lado delas e que tínhamos algo em comum, ainda que fosse uma casualidade? Sobre elas, sou capaz de me surpreender comigo mesma, me dizendo: não me conheço... Nunca me vi...
É surpreendente! O mais surpreendente é que aprendo que eu tenho sólidos valores. Tão sólidos que permitem que tudo vire ao avesso à minha volta e se desvire sozinho.
Fico feliz que assim seja. O tempo dá ao indivíduo a chance de consertar o erro e o instante de errar e acertar sucessivamente centenas de vezes...
Fico feliz com as minhas visões novas. Diárias. Formam anos novos à outros novos anos passados...Este é o grande presente que a frase Feliz Ano Novo particularmente me anuncia. Novas visões do meu anterior sentimento de mundo. O verdadeiro e único presente que me ofereço a cada segundo e diariamente sem que a vida desperdice nada do que oferece ao meu espírito feliz por viver tantos anos novos!
Fernanda Correia Dias
in Novas visões I






quarta-feira, 24 de dezembro de 2014


Feliz Natal, Feliz Natal, Lará, lará, lá rá lá lá...

Fernanda Correia Dias
in Feliz Natal 2014

domingo, 21 de dezembro de 2014

Mural no Restaurante Floresta . Foto Fernanda Correia Dias

Não me lembro quando vi pela primeira vez este mural, mas esta foi a última vez...
Não sei se ainda lá está, mas sei que na última vez, estava assim, todo depauperado.
Amo esta pintura que não sei se foi pintada com pigmentos sobre argamassa de cal queimada e areia e a história contida na imagem... O restaurante foi inaugurado na década de quarenta com material trazido das demolições do centro do Rio de Janeiro. Está com setenta e cinco anos? Talvez...Mudam os tempos e mudam as vontades? Oh...
Por que dói no mio peito ver este afresco assim? Foi o que me perguntei olhando para a foto,querendo saber que dor é esta que sentimos quando aquilo que sabíamos ser de uma forma não é mais...?
Este afresco era algo que eu cuidava espontaneamente com meu olhar e em silencio, toda vez que visitava o Restaurante A Floresta... Algo tão bonito que eu sonhava que ele existiria para sempre. Para sempre ali. Minha dor é constatar que ele pode não existir mais ou menos ainda do que resta nesta foto...Essa pintura companheira feito uma pessoa desaparecendo, leva além do amor do pintor por tintas e imagem, além da competência em realizar com habilidade...o nome dele que até hoje desconheço...os dias que ali estive almoçando e jantando entre meus familiares e amigos, a beleza de conviver com a gratuidade da beleza... Essa generosidade que o artista e a arte podem fazer em diversos silêncios por nós. Inclusive nos ensinar a pedir a quem estiver lendo: Socorra, salve esta pintura....
Fernanda Correia Dias
in O que fizeram com esta pintura?



quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Fernanda por Fernanda . Fernanda Correia Dias Crayon sobre papel

Ainda não agradeci como queria o lindo livro da Carpi; não instalei as cortinas; falta lembrar do nome de todos e escrever : Obrigada por este ano e que venham outros mais!
Falta enviar para a Marta, falar com a Regina, com as Anas, Marília, Lina, Lilia, Liane, Elisa, Thereza, Lourdes, Roberta, Renata...E os rapazes... Basílio, José, Anton, César, Luiz, Mário, João, Marquinhos, Victor, Walcles, Werneck, Ermel, Cardoso, Esteves... E levar no peito atravessando esta hora: os gerânios bem vermelhos, as ameixas em calda, o verde sempre verde, na cor, no talo, no hortelã, no coentro-salsa-cebolinha...O leite, sempre o leite, os beija-flores, as flores de jade, os lençóis e as fronhas gostosas, os livros, bilhetes, barcos, beijos, abraços... O dia e a noite...Atravessando o peito o pudim de pão, a coalhada, as estradas, as estrelas, o poema, a poesia e as nuvens nas janelas de aviões...Ainda não agradeci como queria nem ao meu pai, nem à minha mãe por esta vida. Nem aos que me querem muito bem, mas fica assim aceso e ascendendo este sentimento de à todos, inclusive os que não estão aqui inscritos, irmãos e filhas, tias, tios, sobrinhos, eterna gratidão.
Fernanda Correia Dias
in Gerânio vermelhos de Maria, A Mathilde!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014


A pulseira que ganhei da Beth é a mão dela no meu pulso em arabesco e flor!
Estivemos passeando no 5 de dezembro! Feliz Aniversário Habiba!
Beijo!
Fernanda Correia Dias

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Jasmins do Cabo na rua
Jasmins do Cabo na rua . Foto Fernanda Correia Dias

Uma cidade linda como a nossa poderia ter em cada jardim de prédio e residencia, em cada praça, um lindo,  imenso e glorioso ramo de Jasmim do Cabo.
Nesta época, novembro e dezembro, estariam todos em flor e as pessoas seriam mais felizes. 
Mais felizes, foi mesmo o que eu escrevi. 
E quando as pessoas estão mais felizes, elas ficam gentis, participativas, afetuosas, solidárias...
Os bons perfumes tem esta elegância. Uma saúde ancestral.
Plante um Jasmim do Cabo.Se puder, plante também uma Cica Phoenix.
Se os jasmins estiverem plantados próximos às Cicas Phoenixs, o Bem, o Bom e a Beleza serão ampliados. As Cicas Phoenixs somam aos jasmins esta grandeza de começo do mundo e de renovação.

Conhece os Jasmins do Imperador? Aqueles mínimos com aroma de damasco? Este é um dos delicados presentes que ganhei de quem gosta muito de mim.
Conheça e plante em seu jardim. Farás bem à você e à todos!
Fernanda Correia Dias
Um lindo Natal para todos e Feliz Ano de 2015


quinta-feira, 13 de novembro de 2014


Ondina . 11 de novembro de 2014

Quando eu crescer Ondina, vou aí te buscar.
E nós vamos conversar sério igual aquele dia no Castelo.
Vamos nos olhar espantadas e nos dizer:"Como somos parecidas!Não fossemos da mesma família!
E vou ver novamente este rosto mais longo iluminado por sua sorrisa.
Vou lembrar da minha tia Elvira e você vai me contar da sua mãe Fernanda. 
Vamos conversar muito sobre a obra do seu tio,  nessa morenaria, meu avô Fernando...
E você vai dizer que eu pareço com ele e que não posso lavar a louça do nosso almoço
 "porque lavas mal..." 
Só para a gentileza de não me deixar trabalhar e
 vamos rir muito ao lembrarmos estes teus divertidos motivos!
Quando eu crescer Ondina, vou dormir naquele quarto da sua casa que você me disse que era meu.
E vou te pedir para me contar todas as lindas histórias que você sabia.
Historia de Lamego à noite e das esquinas com cantorias, 
da Remédios em festa e dos caminhos com alminhas....
Das maçãzinhas na beira da parede da Penajóia, aromando o quarto...
Vou ouvir você me chamar de "meu querubim"
Vou ouvir sua voz ao lado das fotografias que vais levantando...
E..as cartas da minha mãe, entre os lenços que me enviastes,
com a certeza Ondina do seu amor por mim.

Quando eu crescer Ondina, vou aí te buscar.
Fernanda Correia Dias
Para a minha prima Ondina, com muito amor 
e Noemia, Mario Sergio e todos os meus priminhos.


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O poeta vivo que sempre me interessou é Cecília Meireles.

O topo. Mundo gira. Caramujo . Foto Fernanda Correia Dias

O poeta vivo que sempre me interessou é Cecília Meireles.
Fernanda Correia Dias
in Poeta Cecília Meireles
9 de novembro 2014
Cinquenta anos de saudades.

sábado, 8 de novembro de 2014

Arco de São Francisco de Paula . Foto Fernanda Correia Dias

Servem as alegorias para fixar as passagens.
Novembro.
Oito. 
Entre o sete e o nove.
Entre o seis e o dez.
Oito de Infinito.
De Eternidade.
E falta o onze, o dezenove... E o trinta...
Jacinta...
Oito.
Fernanda Correia Dias

Amei o doodle do Google ontem no dia 7 de novembro 2014
comemorando internacionalmente aniversário de 113 anos da Poeta, escritora, pedagoga, desenhista, jornalista Cecília Meireles, minha avó materna, mãe da minha mãe Maria Mathilde!
Lindo, delicado, perfeito! Merecido, mais que merecido!

domingo, 12 de outubro de 2014

São Francisco de Paula
O piso de São Francisco de Paula . Foto Fernanda Correia Dias

Não havia aquelas grades, havia? Não... Eram apenas as escadas e as grandes portas de madeira esculpidas... Logo à direita mamãe molhava os dedos na água benta da pia de mármore e ia desenhando em nosso rosto e peito uma tatuagem invisível e geladinha de Santa Cruz e depois de cruz e nos fazia pensar enquanto escutávamos na voz dela: Pelo sinal da santa cruz livrai-nos Deus, nosso Senhor dos nossos inimigos, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém. E depois: Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, Deus à ti me confiou, piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe e me ilumine. Amém.
Mamãe não conhecia a Ordem dos Mínimos, fundada por São Francisco de Paula, aquela em que Jesus disse que se quer ser o primeiro, que seja o último. Mas ela praticava o exercício de servir primeiro ao menor, ao mais idoso, ao mais necessitado e ela sempre por último.Só depois de cuidar de todos nós e dos outros, pensava nela mesma.
Hoje é dia das crianças e ela adorava crianças! Mandei uma foto para as minhas filhas onde elas estão com a avó/minha mãe e escrevi minhas três meninas... E esta é uma verdade linda. Cuidei da minha mãe como se ela fosse a minha primeira filha desde que eu era criança. Depois que ela socorria a todos, exausta, nunca tinha adulto que a socorresse e me olhava e eu lia em seus olhos um pedido verde e prata de socorro que eu compreendia em silêncio e dava as providências cabíveis. Desenvolvi uma responsabilidade e um sereníssimo equilíbrio em amar acima de tudo à todos, ouvir, ponderar, reagir e preservar um grande, visível, poderoso e absoluto Amor no coração em primeiro plano.

Fernanda Correia Dias
in Amor no coração /Dia das Crianças
12 de outubro de 2014


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Cabala 
Caminho I . Cabala do caminho. Foto Fernanda Correia Dias

Às 10:00hs do dia 10 de outubro que é mês 10 de 2007
Você me ensina a Cabala assim... Um mais zero igual à um, mais zero igual à um, mais zero igual à um, mais um igual à dois e mais zero igual à dois e mais um igual à três e mais zero igual à três e mais dois igual à cinco e mais zero igual à cinco e mais zero igual à cinco e mais sete igual à doze ... e um mais dois igual à três, ou então você corta todos os zeros e depois soma e dá três e não precisa somar 2007 porque corta o 9, porque o nove não vale nada... Na cabala ele é o zero e este ano de 2007 é nove...E nove é zero...
Então nesta cabala o resultado é três.
Nesta data que eu te encontrei dormindo em sua casa e para sempre.
Pisamos o chão desta igreja, juntas.
Fiquei no meio desta Rosa dos Ventos.
Passei por cima desta Rosa dos Ventos
E agora e para sempre você mora dentro de mim.
Onisciência, onipotência, onipresença
Estamos juntas.

Fernanda Correia Dias
Para a minha Mãe Maria Mathilde
Sete anos de  saudades

segunda-feira, 29 de setembro de 2014


Minhas pernas
 Minhas pernas . Foto Fernanda Correia Dias

Quando Avancini gravou o caso especial no Cosme Velho, nos anos setenta, na casa onde eu morava e onde me conheceu, ele me disse: Quero você para ser a Gabriela. Não gostaria de ser atriz? Respondi que eu precisava estudar para ser atriz e que eu tinha interpretado personagens em peças teatrais na escola, mas não tinha experiencia em televisão. Me respondeu que eu não tinha experiencia em televisão, mas ele tinha! Você é a própria Gabriela!Você transborda talento quando me olha! Acrescentei que seria muito difícil convencer a minha mãe...Ele disse que ia conversar com ela e conversou. Fui à TV Globo quando as gravações eram ainda na Rua Von Martius e a Guta selecionava o elenco. Deixei meu currículo com a Guta e recebi uma autorização para encontra-lo dentro da sala de gravação, sempre que ele estivesse gravando. A sala tinha uma linda e imensa mesa com vários botões e muitas telas transmitindo os ângulos das câmeras. Ele ia criando um discurso com as imagens e era interessantíssimo ver aquela direção num nível de sensibilidade espantoso. As continuistas as vezes interrompiam a gravação para corrigir brincos, roupas, cabelos... Depois de gravar a minha imagem numa entrevista que fez comigo ele ligou para a minha mãe para pedir autorização para gravar a Gabriela comigo. Eram poucas falas... Ele insistia. Faltavam meses para eu completar 18 anos, eu ainda era menor de idade. Minha mãe respondeu que: não autorizava não. Segui acompanhando o Walter dirigindo a Gabriela.
Mais alguns anos e todos ligavam dando parabéns para a minha mãe e para mim sobre a minha atuação em Dancing days, novela de grande sucesso dirigida por Daniel Filho. Todos achavam que eu era a Gloria Pires
O mundo dava voltas e o Avancini sempre me encontrava no Rio, em São Paulo, Salvador e me chamava assim: Fernaaaaannndiiiiiiiinhaaaaa....com uma musicalidade característica que ele criou e que gostava de repetir prazerosamente. Ele e esta musicalidade vinham sempre pelas minhas costas e ele me abraçava com dois braços. Não sei como me reconhecia de costas! Ele dizia que era capaz de reconhecer as minhas pernas onde quer que eu estivesse! Ele era mais baixo que eu quando eu estava de salto, mas mesmo assim me abraçava carinhosamente. Gostava de olhar para os meus olhos e dizer como meu pai diz: são duas jabuticabas lindas! Os anos passaram minhas filhas nasceram e encontro minha primeira filha beijando e sorrindo para a capa da revista e dizendo Mamã... Não sou eu...É a atriz Gloria Pires! Nasce a outra minha filha e a outra filha beija as capas, a tv e lá pelos doze anos me diz que está assistindo o reprise de uma novela em que a Gloria Pires está em dois papéis porque sente muita falta de mim, e eu nunca estou em casa quando ela chega da escola e quando eu chego ela já dormiu... Minha mãe me perguntou se eu fiquei muito triste de não ser atriz de televisão e eu respondi: Claro que não! Estudei muito, me formei em faculdades, trabalhei e trabalho na minha área de interesse. Sempre me tratam como Gloria Pires, Malu Mader, Ivete Sangalo, mesmo quando eu insisto em dizer que não! Não sou não! Ganhei um lindo amigo super-talentoso e com o nome Walter Avancini, até outro dia ainda tinha um chapeuzinho modelo italiano que era dele e que ele pediu para que guardasse comigo para que todos soubessem que para mim ele nãos só tirou o chapéu como me entregou e meu ouvido perpetua a voz dele ao telefone me dizendo que ele só levantaria da cama que estava no hospital, se fosse para me ver. Hoje olhando para as fotos que eu fiz das minhas pernas, que são muito bonitas porque não são minhas, são idênticas às da minha mãe Maria Mathilde, que são idênticas às da mãe dela, minha Avó Cecília Meireles, que eu conheci, eu reencontro numa centelha de memória, Avancini, Gabriela, Amado, Tv Globo, cravo, canela, talento, Cosme Velho, Caso Especial, Casa de Cecília, Cecília Meireles, Maria Mathilde, Guta, Von Martius e a possibilidade de escrever para você.
Fernanda Correia Dias
in Para você!



domingo, 28 de setembro de 2014

Barco à remo

Barco à remo . Foto Fernanda Correia Dias

Nasci bonita e sou bonita mesmo. Por que me conheço, me sei por dentro. Onde sou ainda mais bonita.
No meu barco, remo eu! 
Tenho aquele equilíbrio que muitos já perderam.  E todas as insuficiências que venço com esforço, estudo e pesquisa. Eu mesma viro o barco quando quero me meter dentro d´água e conversar com tubarões.
Nasci bonita e sou bonita mesmo. Por que eu não sou eu... Sou uma herança genética. Sou ela, ele e sou você. Tenho esta capacidade de fazer aos outros o bem que eu quero para mim. Compreende?
E este, já é o grande princípio que fundamenta a minha integridade.
Fernanda Correia Dias
in Princípios

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A centenas de milhas daqui
 A centenas de milhas daqui .  Foto Fernanda Correia Dias

Lá onde eu estou, não é aqui! É lá. Se você não me procurar lá, não vai me encontrar aqui. Não vai não.
Lá onde estou, é muito longe para te explicar. Eu volto, fico perto de você, mas estou lá. Estou entre o céu e o mar, sou ar sobre mar, circulo, vou e volto por onde quero e tenho a liberdade que você não tem. Deito no horizonte e você nem vê e eu te vejo. Porque eu sou uma energia consciente. Ah... compreende?
Lá onde eu estou tenho eu mesma comigo. Esta força que eu sou todo dia. Vou e volto. Maresia.
Fernanda Correia Dias
in Cartão Postal
 

A escrita . Foto Fernanda Correia Dias

Um fio de água fazia a escrita e eu ia lendo na água e me divertindo. Minha mãe às gargalhadas com meu improviso engraçado e a tarde ficava molhada de cronicas fluídas. A tarde era mate.Só a água deliciosa e fresca dizia palavras translúcidas de alegrias. Os seres tristes são tristes escreviam as águas. Pesavam feito óleos grossos que mal respiram levitando esparramados na larga superfície. Os seres tristes são tristes porque não querem alegria. Decidiram. Os que nasceram para a alegria da vida, estes são os alegres.Por que também decidiram.
Alegria não é fruto de herança, de genética, de matéria física... É decisão interna, de cerne, de alma, de leveza, depois de longos caminhos entre as paredes das soluções felizes acesas... Ah... Os mesquinhos pensam que levaram o beijo, levaram o abraço, levaram a palavra oca anotada... Os mesquinhos colhem os vestígios dos gravetos de cinzas onde houve fogo e não resta nem fumaça. Só os mesquinhos querem a água congelada, o tempo parado e a vida sem novo dia. Os alegres precisam de novos dias para arejar as incríveis risadas, elevar o pensamento à fluidez da água, evaporar a musculatura em levezas e pensamento, mudar as idéias em cronicas improvisadas de alegrias translucidas. Os mesquinhos querem o fundo da piscina onde o nada, nada. Assim,  escreve o fio de água ainda e meus olhos lendo vão se divertindo enquanto escuto da minha mãe, as risadas.
Fernanda Correia Dias
in das soluções felizes acesas!


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O chão e os arcos ! Foto Fernanda Correia Dias

Meu amigo, o chão escreve ordem e os arcos escrevem passagens!
Todos passarão! Os malcriados e grosseiros, os desafinados...
Os vaidosos, exibicionistas...Os tímidos...
Os que falam muito, os que falam pouco. Todos passarão!
Os delicados, gentis, inteligentes, cultos, honestos, também passarão.Os bons e os maus amigos...

Se você ainda não fez, faça o bem. Hoje . Agora. Antes que tudo se acabe.

Ah! Todos passarão!
Inclusive os arcos e o chão.

Fernanda Correia Dias
in Passarinho, passarão...



terça-feira, 16 de setembro de 2014

Simetria . Foto Fernanda Correia Dias
Este tom de verde que eu gosto de lembrar verdinho, porque tem branco e cinza na tinta desta cor...Estas listinhas marfins que se estreitam antes de chegar à ponta da lança, assinam uma elegância ímpar. No jardim oferece um encontro de admiração. Todos que passam são atraídos por esta harmonia. Lembrei do amigo me ensinando: "A mentalidade tem como base o sistema nervoso. O sentimento, o sistema circulatório e a vontade o sistema ósseo-muscular.Estes são os três componentes da individualidade. Repetindo. Mentalidade, sentimento e vontade. Se você aprender a controlar estes componentes terá felicidade vitalícia!"
Fernanda Correia Dias
in Harmonia

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Minha mãe no chafariz da praça . Foto Fernanda Correia Dias
Hoje é aniversário da minha mãe Maria Mathilde. Olhando bem para esta menina de 90 anos do lado direito encontrei com ela brincando no chafariz. É a perninha. A colocação do pezinho, o braço e a mãozinha, as curvas do rostinho e principalmente todo o corpinho e expressão dela. Esta presença participativa, este instante consciente de estar ali, brincando no chafariz. Liguei para o meu pai e disse: Hoje é dia do aniversário da minha mãe e eu não seria filha dela se você não tivesse escolhido ela para ser a minha mãe. Ou vice-versa.
Rimos. A felicidade está sempre nas graças e alegrias. Minha mãe era a graça e a alegria! Afaste dela o que for feio, mau, inacabado, sem valor. Tudo em torno dela é com a certeza do Amor. Assim, como está na praça.
Fernanda Correia Dias
in Feliz aniversário mamãe Maria Mathilde M.C. Dias
Hoje é segunda-feira  e são 90 anos. Viva!

domingo, 14 de setembro de 2014

Fundo azul  .  Foto Fernanda Correia Dias
Fundo azul . Foto Fernanda Correia Dias

Limpo o mental e os nervos. Cuido da minha palavra.
Atraio e pratico Beleza.
Todos os dias.
Sempre.
Fernanda Correia Dias
in Todos os dias. Sempre.



quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A luz do tempo . Foto Fernanda Correia Dias
A luz do tempo . Foto Fernanda Correia Dias

Estudo o efeito do tempo sobre as pessoas e percebo que umas ficam mais jovens e alegres do que eram e outras completamente envelhecidas mentalmente e irreconhecíveis.  A luz do tempo é implacável. O envelhecimento em muitos é um desastre ! Retira do ser toda a sabedoria e e deixa um esvaziamento num nada lamentável.
Fernanda Correia Dias
in  Estudando sabedorias




terça-feira, 9 de setembro de 2014

                                         
 Palácio Itamaraty  
Foto Fernanda Correia Dias

Eu fui mas volto. Este lugar encantador. Vejo Fernando Correia Dias caminhando por ali. Observando longamente o reflexo dos cisnes. Eu fui e volto, porque tanto o meu nome como o nome dele tem o mesmo significado etimológico: Aquele que luta pela paz. O diplomata. O que procura a conciliação.
Eu fui mas volto e estou no frescor dos cristais dos vidros. Na temperatura das colunas. Na transparência do lago. Nadando com as carpas na água ensolarada. Na tranquilidade deste verde fresquinho. Eu fui e volto porque eu sou este olhar que fotografou e é por isso que você está me sentindo agora.
Fernanda Correia Dias
in Palácio Itamaraty


domingo, 7 de setembro de 2014

Casal de Pano . Presente de Cecília Meireles para a neta Fernanda . Foto Fernanda Correia Dias

Fui fazer exame de vista para a renovação da carteira de motorista num prédio vermelho e recuado na rua Haddock Lobo e depois do exame me levei para a Paróquia Divino Espírito Santo. Porque esta igreja muito antiga ficava ali bem perto daquela rua Zemenhof onde as três meninas subiam para a chácara da Jacinta, na rua da Colina com a São Claudio...O Ludwik Lejzer Zemenhof foi o iniciador do Esperanto no Brasil. Entrei na Igreja e gostei muito. Velas acesas para os mortos me levaram e me trouxeram da infância. O fogo é uma força que entra em contato direto com o espírito...Tanto tempo que não sentia aquele vapor de pavio, o calor de todas as velas acesas... e eram tantas em lugar coberto com a parede expondo muitas pequenas vitrines com os retratinhos das saudades. Palavras de muito amor. A nossa Senhora... A Santa Terezinha e a Nossa Senhora dos Navegantes... Por esta mais que todas, Jacinta deve ter passado e fixado os olhos em oração...Claro que sim... agora eram os meus. Dois mares batiam nas minhas pálpebras e a luz apontava do chão os azulejos azuis e brancos das paredes...
Deixei a Paroquia do Divino com a trindade de três espíritos santos e fui caminhando até olhar para uma placa de mármore onde estava o nome Zemenhof . Fui subindo,  e lembrei que o Pedro Nava em Baú de Ossos explicou que a rua da Colina passou a ser chamada Professor Quintino do Vale... Sem a menor chance de ver o mar que minha avó via... e o gasômetro... Um prédio estava de fronte do monte na Colina erguendo-se na frente da São Claudio...Mas eu subi a São Claudio e fui ao onze...que agora é "nove 'e "onze A". Dividiram a chácara. E onde era o pomar, o tanque de pedra, é nove...A casa é o onze. Já tinha visitado com minha mãe... Um vento maravilhoso e frio como porcelana me alcançou e contra ele fui subindo a rua São Claudio até encontrar dois rapazes que me perguntaram espontaneamente se eles podiam me ajudar. Comentei que estava visitando o lugar dos meus antepassados e fui descendo a rua com um deles, que me ensinou a descer mais ainda até chegar na rua da Colina  e descer mais e mais... Me explicando como eu voltaria para a Haddock Lobo.
Passei por uma calçada e fiquei catando no chão aquelas sementinhas vermelhas que os índios da costa brasileira usam para fazer colar...Umas quinze continhas eu catei até o momento que catando me perguntei por quê eu estava catando continhas vermelhas sobre o cimento da calçada.... E me respondi, uma saudade de catar...uma saudade daquelas continhas e aquela gratuidade em surpresa diante dos meus olhos foi me trazendo de volta para a floresta em simultaneidade com o cimento.
Lembrei do casal de pano que minha avó me deu para brincar com ela porque estas continhas também estavam na casa dela...
Desci e segui até a próxima igreja... São Sebastião dos Capuchinhos... Então fiquei maravilhada com os mosaicos italianos... Que deslumbrante! Uma preciosidade! E vi um capuchinho benzendo um homem e uma mulher então tirei da bolsa as pombinhas do Divino e o capuchinho benzeu explicando que ali estava o corpo do fundador da cidade do Rio de Janeiro, o Estácio de Sá, e a pedra da fundação também...
E que mais adiante descendo uma outra rua eu ia encontrar a rua da Estrela.
Fernanda Correia Dias
in Casal de Pano . Presente de Cecília Meireles para a neta Fernanda.
ou os Fundamentos da Fundação e das Epistemes Naturais.





quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Beira da Lagoa Rodrigo de Freitas . Foto Fernanda Correia Dias

Ontem ouvi: vou levando minha boiada, vou tocando os dias, longa estrada, seguindo em paz,
simplesmente, tocando em frente. Fiquei muito perto da minha mãe, Maria Mathilde. Ela usava estas metáforas para se expressar. Falar dos filhos, sobrinhos , família. Da vida. Falar das perspectivas e das suas atitudes. Ação. Também desafiava: Dou um boi para não entrar e uma boiada para não sair quando sabia que estava com a razão. Ela também nos uniu aos parentes do meu irmão no Rio Grande do Sul. Lembrei dos campos lisos, limpos e planos em São Francisco de Paula, quando Jorge e Dalva assopraram no berrante e uns pontinhos pretos foram crescendo velozmente até onde eu estava e eram bois imensos...Enooormes, em disparada na minha direção e sem freios... Para comer o sal.
Também as ovelhas... Que lindo ficar no centro do bando de ovelhas rodando... Jorge laçava,  para aparar o pelo! Ontem eu estava muito longe e aqui. Simultânea.
Olhando para os meus pés vi as sandálias franciscanas brancas, que a Mamãe comprava para ela e para nós, filhos e sobrinhos... Só as freiras, as enfermeiras e nós usávamos felizes...Combinava com nossos imensos sorrisos! Era muito agradável e confortável o pé no couro. Mas... pé no couro...? Quem sabe o que é isso? Alguém ainda fabrica sandálias franciscanas de couro? Onde? Hoje tudo é plástico!
Minha mãe nos dava o melhor conforto corporal, falava em metáforas óbvias e enxutas, nos dava felicidade e união a tudo e todos. Nos perguntava quando errávamos: Você gostaria que alguém fizesse isso com você?  Seria bom se fosse consigo? Já ficou no lugar dela? Nossas bonecas francesas flechadas e estripadas à facadas. Amarradas pelas pernas pelos caubóis. Nos ensinou a força de perdoarmos os caubóis. Nos ensinou a nos unirmos, a sermos irmãos, nos entendermos, nos ampararmos. Nos socorrermos.Deu exemplos praticando na própria vida o que sonhou para ela e para todos nós.Líder natural.Era a primeira a se erguer para levantar a mudança. Socorreu sua mãe, sua irmã, seu professor, seus amigos, nossos amigos e muito desconhecidos e todos nós na vida e na morte. Fazer o bem sem olhar a quem. Nos preparou para compreender a vida de tal maneira com amor absoluto que ao ouvir seu nome todos nós nos levantamos e estamos aptos. Tal como ela nos ensinou a fazer quando ouvíssemos o nome da mãe dela e dos nossos. E a prática teve início na nossa mais tenra idade quando nos ensinou  atravessar a mão dupla da Avenida Atlântica. Éramos cinco crianças e ainda amigos e agregados. Tínhamos que caminhar em bloco: Quando eu der o primeiro passo faremos juntos e no segundo também. Ninguém vai na frente e ninguém fica para trás. Todos juntos! 

Fernanda Correia Dias
in voltas de bicicleta na Lagoa Rodrigo de Freitas com minha mãe Maria Mathilde




segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Centro do Rio de Janeiro . Foto Fernanda Correia Dias

Recentemente eu vi vários pássaros machucados e mortos caídos na grama. Meu amigo então insistiu com o arquiteto: Rever imediatamente o atual projeto instalado, apresentando nova proposta que substitua os vidros e espelhos. Os pássaros estão voando na direção do vidro e dando com o bico no vidro porque vêem mais natureza refletida no espelho. Pura esperança de voar e ir além. E vão. Olhei para este prédio todo espelhado e  vi o reflexo do Rio de Janeiro antigo. Se fosse uma árvore frondosa no reflexo quantos pássaros morreriam? E sendo um céu? Quantos não estão morrendo?
E o que é um pássaro caído no centro do Rio do Rio de Janeiro? Ou vários? Alguém precisa lembrar a um arquiteto o que é a natureza?

Fernanda Correia Dias
in O que é a natureza?

sábado, 2 de agosto de 2014

Garça no Itanhangá   
A garça no Itanhangá II . Foto Fernanda Correia Dias

Ita é pedra, rochedo, penedo...anhangá é espírito, alma espectro, diabo, fantasma? Em tupi-guarani?
Pedra viva, pedra onde habita o espírito? O diabo? Pedra da vida? Pedra que fala? 
A pedra emitia um som quando ventava entre suas paredes... Compreendo...  E fiquei pensando nisso e olhando a garça refletida na água daquele riozinho que corre paralelo ao canal de entrada e saída da Lagoa de Marapendi para o Oceano Atlântico. A garça escolhendo o que ia jantar... Eu, pensando nos peixinhos que entravam da água salgada para a água doce...Os peixinhos da água salgada buscam os manguezais nas águas doces para procriar e criar seus filhotes. Então os manguezais são os berçários dos futuros cardumes de água salgada. Compreende garça?  Porque os peixes de água salgada, não procriam em água salgada... eles buscam abrigo nas águas doces... Você que é ave marinha, que sabe que manguezal é refúgio natural de alimentação, reprodução e descanso das aves migratórias e muitíssimas espécies, garça, anote aí: martim-pescador, colhereiro, guará e ainda...camarão, guaiamum, marisco, sururu, ostra, lontra, aranha, morcego, linguado,rã, sapos, jacarés, fitoplânctons, frutos, folhas... E tudo isso está neste ao longo da Lagoa e canal de Marapendi e neste estuário garça, em que o canal encontra o mar e o mar encontra o canal . Então garça, preste atenção, Itanhangá pode ser uma pedra que fala, uma pedra do diabo, pedra viva, pedra onde habita o espírito que certamente é o da vida e que os tupi-guaranis não queriam que ninguém destruísse nada por aqui. Que preservaram e protegeram a abundancia de renovação de natureza com o nome que deram ao local. Nome para afastar os destruidores. Mas hoje, garça, quem escuta e respeita  a voz do espectro? Os homens estão muito longe e surdos de si mesmo e não querem compreender os sentidos guardados nas palavras mais antigas dos idiomas dos seus países. Estas obviedades de muito mais que quinhentos anos.
Fernanda Correia Dias
in O homem moderno não respeita a voz do espectro.
Quebra-mar . Foto Fernanda Correia Dias 

Ela era muito mais alta que eu quando eu talvez nem tivesse 9 anos. Cabelos longos, grossos, em linha reta, bem amarelos e com muito volume, pele branca, áspera. No rosto, na mão, no braço aquela pele áspera. Horrível era o que eu pensava quando precisava jogar handebol com ela no meu time, onde eu era atacante ou goleira e esbarrava em todo mundo, inclusive nela. Mas a América, era naquele tempo, a minha melhor amiga. Deve ter sido isso que ela pensou agora que eu encontrei com ela esperando o sinal abrir, para atravessarmos: Minha melhor amiga. Eu li isso na agulha do olhar azul dela. Na quebra da pálpebra apertando a íris pronta para tirar dos meus pensamentos: Não acredito! Quase cinquenta anos que não nos vemos! A massa humana que atravessava a rua, veio por minhas costas e as cores dos corpos e cabelos se misturaram como espuma ao instante anterior e sem ver mais onde estava aquele olhar na onda, por destino, no volume eu perdi América. America eu sei que era você. Perdoe a vida. Os homens. Todos os desencontros. 
Com Marília, não foi assim. Foi mais difícil. Ela estava sentada ao lado de uma enfermeira e olhou para mim e sorriu. Aquele sorrisinho que Marilinha sorria para mim com olhinhos de criança. E quis conversar comigo e eu conversei. E falamos de lembranças. Tomamos cappuccino quentinho. Eram muitos anos passados.
Quando perguntei como estava o Eduardo, ela disse que estava bem. As meninas...? Também estão bem! Netos, bisnetos? Sim! Umas gracinhas...! A enfermeira estava com os olhos arregalados olhando para mim. Marilinha estava contente. Me perguntou sobre minha mãe. Se estava boazinha, se estava ali comigo... Respondi que sim, dentro do meu peito. Ela me olhou com calma e profundamente e sorriu. Apareceram os dentes grandes. Mas percebi algo muito forte no fim do olhar e do sorriso. Não era ela. E por que? Não sei. Não era ela. Fui chamada por outra enfermeira, me despedi de Marilinha, beijei aquela que não era mais Marilinha. Duas horas depois a enfermeira me procurou para me fazer uma pergunta: A senhora pensa que o nome dela é Marília? É. Não é? É. Mas não é Valls não. E me disse o sobrenome. Ela está esquecida. Conversa com todos e é mesmo muito simpática. Agradeci. Não quis explicar à enfermeira como foi que eu percebi que não era Marilinha, mas... lembre-se... cada pessoa é única.
Fernanda Correia Dias
in Cada pessoa é única.




terça-feira, 29 de julho de 2014

Fernanda Correia Dias . Foto e pintura. . Porcelana . Coleção Mata Atlântica .

Naquele dia eu cheguei da praia e trazia no ombro a bolsa com as raquetes de frescobol e no travesseiro de plumas, a minha bebê, menor que o travesseiro. Deitei o travesseiro sobre o sofá e abri a porta de vidro da varanda quando entrou uma barata preta gigante, cascuda e barulhenta pelo décimo andar, correspondendo ao decimo quarto, em Copacabana. Passou por mim e eu tive a ideia de devolve-la para fora com uma raquetada. Acontece que quando acertei a barata, ao invés de retornar para fora da janela ela abriu voo e pousou na bochecha da minha bebê. Aquelas antenas dançando sobre as pestanas da minha bebê...? Então, delicadamente, abri a mão e colhi a barata viva, espremendo com muita força até chegar ao toilette e lança-la morta na água  corrente do sanitário. O pai quando se aproximou de mim, naquela situação, ficou espantadíssimo que eu tivesse espremida dentro da minha mão fechada, aquela barata, aquela gosma. Eu nunca antes havia tocado uma barata. Que direi de uma barata cascuda...Mas foi ali que eu vi novamente o Amor. O amor incondicional. Inteiro. Ele existe e está sempre certo.

Fernanda Correia Dias
in Meu bebê Kenya ou Mata Atlântica..
Em Nova Iorque, no American Museum of Natural History,
 vi o fóssil mais antigo do mundo: era uma barata cascuda.
O mundo é velho, nós é que somos jovens...




quinta-feira, 24 de julho de 2014

Céu e ciência no Brasil . Foto Fernanda Correia Dias

Um diálogo sobre o futuro dos oceanos e as consequências estão numa exposição científica em turnê pelo Brasil instalada no Museu Naval. Precisamos de cientistas? Bom motivo. Investigar para conhecer os oceanos. O maior espaço vital do nosso planeta. Muitas mudanças estão acontecendo nos mares? Os peixes estão ficando menores? Os mares estão ficando ácidos? Como pescar  para alimentar sem exterminar? A quem pertence o fundo do mar? Lixos nos oceanos? A importância dos sedimentos? 
Um ser humano consegue mergulhar até 40 metros...? A maior profundidade de mar está em aproximadamente onze mil metros? Mais de  200 cientistas, economistas, Belas Artes, todos sediados em Kiel estão unidos para transmitir resultados ao público. Conhecimento. Rua Dom Manuel, 15. Praça XV. Centro, Rio de Janeiro, RJ.
Fernanda Correia Dias
in Oceanos, mares, céu, ciência no Brasil

Testamento de Tamandaré
Ida e volta orla carioca . Foto Fernanda Correia Dias

Concluído o compromisso de hoje, troquei meu almoço por uma visita ao Museu Naval. Lembrei da noite que entrei naquele prédio do Museu pela primeira vez para a reunião com a Sociedade dos Amigos da Marinha, Liga Marítima e Confraria dos Velhos Marinheiros. Aqueles homens, estudiosos, pedagogos, dispostos, estavam ocupados com idéias de fixar a história Naval Brasileira contribuindo para manter e garantir a paz desejada e educar, educar, educar...Distribuir entre nós suas inteligencias e memórias. Tenho a impressão que naquela noite um dos confrades leu o Testamento de Tamandaré, mas hoje eu li na luz do dia de uma claraboia, num quadro pintado à óleo e emoldurado em que reaparecia Tamandaré e seu olhar ao lado de alguns parágrafos de seu Testamento. E foi no fecho do texto que tive certeza que já tinha lido o primeiro Velho Marinheiro escrever Velho Marinheiro. Lendo o Testamento de Tamandaré lembrei das camisas que criei para a Confederação Brasileira de Vela e Motor, Equipe Olímpica de Vela Brasileira para as Olimpíadas de Atlanta , sentindo como designer a possibilidade de dizer ao mundo: Vejam a performance deslumbrante destes velejadores brasileiros, estas estrelas da vela do cruzeiro do sul... antes de ser Confrade Emérita dos Velhos Marinheiros e que o uniforme incluía camisas e agasalhos com as estrelas brasileiras do Cruzeiro do Sul estampadas em branco sobre azul marinho. Lembrei do impacto que aquele uniforme causou quando estavam todos unidos no desfile do primeiro dia em Atlanta,na abertura dos Jogos Olímpicos. Um mar de gente e  um céu de Estrelas-da-Vela-Brasileira.

Testamento do Marquês de Tamandaré Patrono da Marinha do Brasil, 23 de setembro de 1893: 

"Não havendo a Nação Brasileira prestado honras fúnebres de espécie alguma por ocasião do falecimento do imperador, o senhor D.Pedro II, o mais distinto filho desta terra, tanto por sua moralidade, alta posição, virtudes,ilustração, como pela dedicação no constante desempenho ao serviço da Pátria durante quase 50 anos que presidiu a direção do Estado, creio que a nenhum homem de seu tempo se poderá prestar honras de tal natureza, sem que se repute ser isso um sarcasmo cuspido sobre os restos mortais de tal indivíduo pelo pouco valor dele em relação ao elevadíssimo merecimento do grande imperador.
Não quero pois, que por minha morte se me prestem honras militares, tanto em casa como em acompanhamento para a sepultura. Exijo que meu corpo seja vestido somente com camisa, ceroula e coberto com um lençol, metido em caixão forrado de baeta, tendo uma cruz na mesma fazenda, branca, e sobre ela colocada a âncora verde que me ofereceu a Escola Naval em 13 de dezembro de 1892, devendo colocar no lugar que faz cruz a haste e o cepo, um coração imitando o de Jesus, para que assim ornado signifique a âncora e cruz, o emblema da fé, esperança e caridade que procurei conservar sempre como timbre dos meus sentimentos. Sobre o caixão não desejo que se coloque coroas, flores nem enfeites de qualquer espécie, e só a Comenda do Cruzeiro que ornava o peito do Sr. D. Pedro II em Uruguaiana, quando compareceu como o primeiro dos Voluntários da Pátria para libertar aquela possessão brasileira do jugo dos paraguaios, que a aviltaram com a sua pressão; e como tributo de gratidão e benevolência com que sempre me honrou e de lealdade que constantemente a S.M.I. tributei, desejo que essa Comenda Relíquia esteja sobre meu corpo até que baixe a sepultura, devendo ficar depois pertencente a minha filha D.M.E.I.(Dona Maria Eufrásia Marques Lisboa) como memória d´Ele e lembrança minha."Exijo que se não faça anúncios nem convites para o enterro de meus restos mortais, que desejo sejam conduzidos de casa ao carro e deste à cova por meus irmãos em Jesus Cristo que hajam obtido o foro de cidadãos pela lei de 13 de maio.  Isto prescrevo como prova de consideração a esta classe de cidadãos em reparação à falta de atenção que com eles se teve pelo que sofreram durante o estado de escravidão e reverente homenagem à Grande Isabel Redentora, benemérita da Pátria e da Humanidade, que se imortalizou libertando-os."Exijo mais, que meu corpo seja conduzido em carrocinha de última classe enterrado em sepultura rasa até poder ser exumado, e meus ossos colocados com os de meus pais, irmãos e parentes, no jazigo da Família Marques Lisboa."Como homenagem à Marinha, minha dileta carreira, em que tive a fortuna de servir à minha Pátria e prestar algum serviço à humanidade, peço que sobre a pedra que cobrir minha sepultura se escreva: Aqui jaz o Velho Marinheiro."

Fernanda Correia Dias
in Confraria dos Velhos Marinheiros
ou Tamandaré, Patrono da Marinha Brasileira




terça-feira, 22 de julho de 2014

Confraria dos Velhos Marinheiros
Ida e volta ao mar. Foto Fernanda Correia Dias

 Em 1996 a Confraria dos Velhos Marinheiros criada pelo humanismo de João Rosauro, me transformou por meritocracia em Confrade Emérita e Amiga da Marinha- SOAMAR -Sociedade dos Amigos da Marinha-  diretamente das mãos do Comandante de Esquadra Maximiano, autor da presença das mulheres na Marinha Brasileira. O que eu fiz? Depois de criar, produzir e entregar os uniformes da Equipe Olímpica de Vela Brasileira para as Olimpíadas de Atlanta, recebi o telefonema de um aspirante da Escola Naval, solicitando que eu criasse para o Grêmio de Vela da Escola Naval / Ilha de Villegagnon um uniforme bonito como aquele que eu criei para a Equipe Olímpica de Vela Brasileira para as Olimpíadas de Atlanta. Explicou que sofriam quando participavam de campeonatos nacionais, eram identificados pelos competidores concorrentes como os irmãos metralhas, porque as camisas que usavam nas competições eram listradas. Então eu criei uma camisa e um agasalho com a carta náutica do Rio de Janeiro estampada e a Ilha de Villegagnon no meio do peito e sobre a ilha,  as bujas do tradicional símbolo do Grêmio da Vela, da Escola Naval. Depois da Regata o mesmo aspirante me ligou para me informar que foram eleitos Os mais bem vestidos no Campeonato de Ilha Bela litoral de São Paulo.  Levei o uniforme  para o New York Boat Show e Miami Boat Show ao lado da Coleção que criei especialmente para a brand New York Boat Show e o uniforme ganhou visibilidade internacionalmente, divulgando o nome da Escola Naval da Marinha Brasileira para o mundo. Comandante Mozart Cardoso, o Conca Arnon, Areias, Palmer, entre outros maravilhosos pedagogos e comandantes, foram fundamentais na valorização do Grêmio de Vela para a História da Marinha Brasileira e para o estimulo e exemplo do esporte da Vela no Brasil. Mas quem vai escrever sobre essa história e quando?
Por que?
Somos um País com uma costa imensa, água, mar... salgada e doce... Temos que fazer mais. Temos que insistir na criação de escolas para armadores. A Educação pela Vela. Mais que jogar futebol a nossa juventude deve ser estimulada nas comunidades para criar os novos barcos brasileiros, as novas frotas e esquadras. A proteção da fauna e flora. Compreender a importância da disciplina. Desenvolver as habilidades, competências e  ampliar professores, mestres para estes talentos e ofícios. Poderia existir uma Escola para Armadores, imediatamente no Porto Maravilha, não é o local propício? Desenvolver barcos à beira d´agua?  Descobrir o próprio design e designers brasileiros?
E toda a sequencia  para armar, saber como armar um barco. No Porto do Rio? Não? Onde mais? 

 Ainda este ano ouvi  pessoalmente o Comandante de Esquadra Palmer, iniciar seu discurso em 30 de abril de 2014 no Aeródromo São Paulo, lembrando que o pai estava sempre trabalhando muito. Sempre embarcado. O filho ainda muito pequeno tendo visto tantos oficiais, todos uniformizados, não sabendo onde estava seu pai, perguntou a três oficiais reunidos, qual deles era o pai dele...Mesmo assim, com muita saudade e amor pelo pai, ele encontrou o exemplo para seguir sua vocação. Porque o vocare, o chamado é sempre o encontro com aquilo que você sabe que pode fazer consigo mesmo. E assim por si, estará fazendo por si e por todos e inspirando com sua trajetória mais admiração ao fazer, ao agir e à beleza do ser exemplar.

Naqueles anos eu e Torben fomos os Destaques da Confraria dos Velhos Marinheiros e Soamar. Eu, Mulher Mar e Torben,  Homem Mar. Eu, pelo uniforme que criei para a Equipe de Vela Brasileira em Atlanta onde o Torben conquistou medalha de ouro para o Brasil com Marcelo Ferreira na classe Star. Olimpíada em que Scheidt também foi medalha de ouro no Laser; Lars Grael e Kiko Pelicano de bronze no Tornado.

Inspiramos nossos filhos, amigos e desconhecidos porque fomos inspirados por nossos avós, pais, amigos, familiares. Inspirados a localizar o nosso Vocare. O chamado. Precisamos de mais. De muitos. Dos que comandam e se interessam pela educação neste nosso país. E isso pode começar por esta fotografia de ida e volta ao mar. Nesta fotografia está o exemplo do meu tio Harold Strang criando a Reserva na praia da Barra da Tijuca e cercando para proteger a desova das tartarugas no Rio de Janeiro; a minha avó materna e sempre inteira e renovada Cecília Meireles, com o livro maravilhoso Mar Absoluto (Leia! Não deixe de ler!); os meus pais estudiosos e apaixonados por barcos, cálculos, alunos, gente e muito mar; e tudo o que inscrevi neste texto.
Feliz Aniversário Torben Grael! Hoje 22 de julho!

Fernanda Correia Dias
in Ir e voltar ou Confraria dos Velhos Marinheiros ou
Palavras da Confrade Emérita da Confraria dos Velhos Marinheiros, Fernanda Correia Dias nos dezoito anos da Confraria ou nos dezoito anos da Heroica Camisa Escola Naval 
do Grêmio de Vela da Escola Naval..





segunda-feira, 21 de julho de 2014

Estrela, Helena e Floresta
Floresta . Foto Fernanda Correia Dias

No dia mais frio do ano de 2014, na floresta? Como prever? Melhor dançar nas Julianas e comer as tapiocas quentinhas, em céu de bandeirinhas, estrelinhas , balões e noite linda!
Eu vi a sanfona e o ruivo tocando violoncelo na música de Forró ou For all.
É maravilhoso dançar com músicos tocando instrumentos ao vivo e cantando na sua frente. É maravilhoso o encontro dos músicos. Eles se entre-olham e tangem seus instrumentos sorrindo. Estão falando com os instrumentos, com os acordes em acórdãos de felicidades. Dava para escrever poesia a noite toda se descrevêssemos o que víamos. Melhor respirar.Com respiração renovar pureza e felicidade. Faz um imenso bem. Mãe dançando com o filho...Casais muito idosos dançando abraçados. Crianças com seus pais, irmãos, amigos e avós... Naquele lugar a visão é inspiradora e positiva. Melhor viver o raro privilégio de ser calmo, governando a si mesmo, serenamente em êxito e transmitir esta energia aos que estão ao meu redor e escutar o que não foi dito.
É tão bom  e tão bonito ver a felicidade invadindo o seu próprio coração sem te pedir nada.
Fernanda Correia Dias
in Governe você para você. 


quinta-feira, 17 de julho de 2014

Salmão . Desenho e foto de Fernanda Correia Dias

Tangerina, abacate, abacaxi, manga, morango, caju, maçã, uva, banana, melancia, morango, acerola, laranja-baía, pêssego, maracujá,limão, mamão,  kiwi, uva, melão, goiaba vermelha, ameixa, figo, nozes, amêndoas, framboesa, cereja, caqui, jabuticaba, tâmara, uva verde, laranja lima, pera, ata, fruta-do-conde, ananás, jambo, abricó, abiu, banana maçã, banana nanica, banana passa, carambola, grumixama, cajá,cajá-manga, grapefruit, goiaba branca, manga espada, mexerica, manga carlotinha, jaca, mangostin, café, cacau...avelã, castanha portuguesa, tamarindo, pitomba, romã, lichia, tomate, coco, cupuaçu, damasco, castanha do pará, jambo,nectarina, nespera, avelã, pitanga...

Cenoura, chuchu, berinjela, pimentão, vagem, ervilha, cará, nabo, batata-doce, batata-inglesa, batata-roxa, abóbora, cebola, brócolis, couve-flor, pepino, pimentão vermelho, amarelo, verde, rabanete, acelga, nabo,espinafre, couve, aspargo, aipo, repolho, alho porro, salsa , rúcula, alho, endívia, cebolinha, salsa, coentro, hortelã, alecrim, gengibre, canela, agrião, chicória...almeirão, cheiro verde, bertalha, alcachofra...

Todas estas maravilhas combinam com salmão!
Fernanda Correia Dias
in Saúde! A maravilhosa gastronomia de Maria Mathilde, minha mãe.






quarta-feira, 16 de julho de 2014

Anchova . Desenho e foto Fernanda Correia Dias

Selecionar o alimento:  fresco e íntegro. Não guardar comida na geladeira para o dia seguinte. Comer comida fresca. Cozinhar com alho, sal, cebola, azeite, salsa, coentro, hortelã, gengibre e dar preferencia aos legumes,  frutas, todas as folhas, grãos, peixes, aves e carnes. Deixar cada qual com o seu sabor característico e não repetir o cardápio até o próximo mês. Os cardápios de Maria Mathilde são as melhores lições de gastronomia que eu já li na minha vida. Espantoso! A lista para as compras obedecia ao cardápio daquela semana. O modo de fazer era depois de muito bem  lavados, mergulhar na água filtrada, aquecer, ferver, servir! A cozinha diariamente perfumada: O aroma da abóbora, da berinjela, do pimentão, do espinafre...
As frutas estavam sobre as diversas fruteiras da casa e comíamos as frutas à temperatura ambiente. Assim também com as saladas de frutas. Na temperatura do ambiente, fresquinhas.
Tomávamos águas à temperatura ambiente! Filtradas em filtros. Não tomávamos águas geladas... Não perdi o hábito. Me espantei quando cheguei em Lisboa e me ofereceram escolher a temperatura da água...Esta escolha só existia na casa da minha avó, da minha mãe e na minha casa...Todos os dias tínhamos sucos  de futas . Nunca o refrigerante. Ela recomendava as pedrinhas de gelo de água filtradas ou as pedrinhas feitas com o suco congelado...para o suco...
Estudiosa e auto-didata em nutrição. As saladas eram lindas, saborosas, crocantes...coloridas. Todos os dias comíamos verdes. Nossa saúde era decorrência daquele empenho em manter a nutrição com qualidade.Alimento saudável é saúde. Todos os dias. Com disciplina porque a vida tem que ter ritmo e disciplina. A saúde é o bem mais precioso que temos. Cuide da sua saúde se alimentando muito bem, filhinha.

Fernanda Correia Dias
As lições práticas de gastronomia da minha mãe
Maria Mathilde, a melhor nutricionista do mundo!






domingo, 13 de julho de 2014

Maracanã
Rio Maracanã. Foto Fernanda Correia Dias
Estou muito perto do estádio Maracanã, onde será jogada a final da Copa do Mundo 2014 de Futebol. Muitos helicópteros cruzam o céu.
Muitas autoridades mundiais estão bem perto. O Jogo é uma decisão de quem vai levar a Copa do Mundo. Alemanha? Argentina?
Não sei. O jogo começou.
É esporte.  A grama é verde. A tarde é azul. A temperatura é de porcelana.
Estamos todas trabalhando em nossos projetos apesar de ser domingo.
Dentro do Maracanã a bola rola.
E este é o instante antes do resultado.
São exatamente 16:21 e não fizeram gol.

Fernanda Correia Dias
In No Maracanã, Rio de Janeiro
Brasil e Argentina


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Futebol de coração brasileiro
 Foto Fernanda Correia Dias

Uma palavra no meu ouvido dissonando: Vergonhoso.
Publicada nas manchetes nacionais e internacionais, comentada nas tvs, entre os amigos, conhecidos, desconhecidos. Ninguém discorda desta palavra? Eu.
O esporte que eu vi não tem nada de vergonhoso! É esporte. É futebol. Poderia ter escore de onze à um. Os meninos que estavam jogando são ótimos. São jovens. Estão de parabéns. Apresentaram o futebol da velocidade com inovação. Ainda não sabem fechar o gol no contra-ataque dos tradicionais, mas vão dominar o fechamento. É questão de tempo. Estão jogando o novo futebol da inovação brasileira. Os que perceberam a invencibilidade do time brasileiro optaram por lesionar, agredir, provocar individualmente os jogadores, desmantelando o conjunto. O conjunto desmantelado não funciona. Os meninos-jogadores-brasileiros fizeram. A equipe técnica brasileira fez. Estamos falando de esporte. E isso inclui reconhecer limites. Não ganhamos no Brasil, mas fomos vencedores em outros países, o que é bem mais difícil ou não?
A torcida brasileira aplaudiu o sucesso alheio porque sabe que não é imitando a técnica  alheia que você faz a sua técnica. A sua é sua. Tem os defeitos próprios, pertinente às qualidades próprias e às correções específicas. Estão equivocados os que adotaram a palavra vergonhoso porque esta palavra não retrata o ocorrido. Estão equivocados os que vaiaram o novíssimo futebol-de-coração que o Brasil trouxe para a Copa do mundo e que é a mais pura e linda invenção em velocidade. Os meninos vão aprender a fechar o gol porque estão criando "O novo futebol" e são os pioneiros, como sempre ou na maioria das vezes da história em cem anos de futebol brasileiro.
Fernanda Correia Dias
in Vergonhoso?




2014 Seleção Brasileira 
Bicho verde sobre amarelo . Foto Fernanda Correia Dias

Sou uma bailarina... Leio coreografias porque também crio... A Seleção Brasileira trouxe jovens muito jovens e a beleza da bola lançada de uma lateral para a frente alcançando quem pode correr e leva-la ao gol. É um jogo rápido que pula a participação do meio de campo. É ataque, naquela percepção que a melhor defesa é o ataque. Combina muito os tempos contemporâneos com o futebol. Os tempos contemporâneos  priorizam a velocidade, o resultado, o foco, com a expressão contínua de gol. O Brasil nem tem ainda todos os seus meninos praticando esta novidade, mas caminha para esta inovação justo porque por tradição é neste esporte que sempre o brasileiro inova e propõe.Serve de exemplo para outras áreas em desenvolvimento o técnico que abraça o novo, apoiar, acreditar e correr o risco. O futebol tradicional, bem treinado pode se aproveitar do novo futebol brasileiro que ainda não está na sua expressão máxima, mas que ainda estará. Ou seja, os meninos ainda não sabem fechar o gol, junto ao goleiro no contra-ataque do oponente. Aprenderam que quando não fecham em seis minutos recebem cinco gols. Não é um futebol para quem medra ao inovar. É o novo futebol brasileiro dando seus primeiros passos. Se já tivessem alcançado o domínio do fechamento do gol teria sido um jogo de escore invertido, porque é um jogo completamente de velocidade e foco. Pouco recomendável para rapazes na faixa dos 30/35 anos. Exige muito do coração. Futebol-coração!
Temos cinco estrelas e nenhum outro país tem ainda. Teremos a sexta na próxima Copa quando o mundo terá que enfrentar o novíssimo futebol-coração-do-Brasil!
Fernanda Correia Dias
in Para o time e técnicos do futebol brasileiro na copa do mundo de 2014 no Brasil


sábado, 5 de julho de 2014

Mar
Meu Mar. Foto Fernanda Correia Dias

Comprei o jornal e sentei na beira do mar. Conhece alguém que lê jornal com caneta? Canetando o jornal?
Eu conheço. Duas. Mathilde, minha mãe e eu.  Lá numa certa altura eu li que em 2005 o Brasil era o oitavo país mais desigual do mundo e ainda que vinte mil famílias vivem das aplicações de suas riquezas, são 10% da população, ganham através da especulação e respondem por 75% de toda a riqueza nacional e os 90% mais pobres ficam com 25% (2007)...  Será que é isso mesmo? Esta quantidade de gente preguiçosa?
Fiquei sem palavras. Depois li que em dez anos apenas uma droga foi aprovada para combater o Alzheimer. Apenas uma e tanta gente com Alzheimer? Tanta gente com câncer... e...? Nenhum destes que estão no Brasil e entre as vinte mil famílias que vivem de aplicações das suas riquezas não se habilita em dar solução à tão delicado assunto humano? Por que? Preguiça de estudar?

Fernanda Correia Dias
in Se podes fazer um bem, faça.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Alfinetes
Bouquet de Alfinetes. Foto Fernanda Correia Dias

James Bond, vamos ao estudo do assunto:  Estes alfinetes não são aqueles maravilhosos que acompanharam a minha vida. Todos areados e naturalmente ordenados, esbeltos, elegantes e sorrindo. vermelhos no tom do sangue que corre na minha veia. Nascendo na curva do caminho entre os ninhos dos passarinhos, com seus ovinhos recheados de vida.
Me ensinando a importância da ordem no palheiro...
Nesses alfinetes, as pétala são maiores, a cor é mais alaranjada, o bouquet parece meio desordenado, superpopulacionado e por isso não são meus como aqueles são.
Olhando para este bouquet eu pensei no que você me disse ontem e na pergunta que você me fez.
Você me disse que o deprimido quer morrer e que o ansioso quer viver e que não sabe o que é a angústia. Que sente angústia e quer saber o que é a angústia. Ontem ouvi de outra voz que a angústia é um sentimento que não cabe onde está e precisa ou de mais espaço ou de menos espaço, mas que de qualquer forma, precisa de mudança, de nova acomodação.
Uau! Isso pode ser ótimo!
Agora entendo por que este bouquet me fez lembrar você. Neste bouquet as florinhas parecem mal acomodadas, precisam de mais espaço entre elas, estão umas sobre as outras e não respiram. Falta ar entre elas. O ar é a ordem invisível da vida. Só o coração sente esta exigência. Abra espaços! Encurte espaços! Tudo pode ficar melhor e ótimo! Faça isso acontecer na sua vida! Beijos!
Fernanda Correia Dias
in Bouquets e Bouquets!


quinta-feira, 3 de julho de 2014

Lide 
Lide o horizonte . Foto Fernanda Correia Dias

Quando você é, você está resolvendo múltiplos assuntos. Está participando da dinâmica de muitos nascimentos simultâneos, e tudo entre e sai por dentro de você como uma bússola que você reconhece quando precisa ser alimentada com mais inteligencia e beleza. Não espera que alguém, ele ou ela lide com o horizonte por você. Quando você é, ninguém precisa dizer para você que você é, porque você é. É o que nunca sabe, que precisa saber e por isso estuda sempre, o que vai socorrer e por isso já foi, é o que vê, percebe e reage propiciando os melhores desdobramentos no nível do admirável e genial. É porque é, porque está dentro do instante, porque participa das multiplicidades simultâneas. Coisa que não dá para ser ensinada, mas que pode inspirar . O mais importante na vida, nunca esqueça, são as pessoas. Lide com elas. Trate delas. Pense com elas. Aproxime. Crie para elas. Todas as pessoas devem se interessar por mais pessoas. As pessoas devem ser sempre a principal preocupação de todo o ser que é.

Fernanda Correia Dias
in Lide com o lidar.