sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Cravos Pink . Foto Fernanda Correia Dias

Aquele que acredita na historia permanente, entendeu que a vida é feita de homens e que são os homens que contam as histórias provisórias. Que as histórias contadas pelos homens, dependem dos interesses de quem conta e de sua própria visão de mundo. A historia toma ares e espelhos dos seus limites.

A historia permanente é a verdadeira história. É uma excelência. Ela se impõe como uma pedra de toque, iluminando tudo e à todos.Uma pedra de toque.
Genuinidade.
Ela é. Sempre.
Não depende da imortalidade atribuída pelos homens aos seus contemporâneos, conterrâneos, coleguinhas... Ela é em si imortal. E toda vez que reencontrada traz o beijo da originalidade estrondante.
A verdade permanente imensa e  iluminadora.

Fernanda Correia Dias
in Diálogo com os historiadores


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Rock in Rio 1985 
Coleção Fernanda Correia Dias para Studio Mundi e Mundial

Ainda era o primeiro. O de 1985.
Renner abraçou meu rascunho com o airbrushing, 
Adolfinho  e João o desafio das minhas modelagens, 
Sterenfeld a flexografia em policromia,
Kosminsky as páginas das agendas,
Helinho, Samuel e Zimerfogel  a comercialização no evento.
Concluí produtos, fotos, folder...dirigi as fotos....selecionei.
Karina e ......posaram para Faustine e foram geniais...
Paskin me disse que tudo estava sensacional.
Fernanda Correia Dias
in do meu Portefolium para a história do design no Brasil
um beijo na Janine

Leia . Lendo 
Maria Mathilde Foto Fernanda Correia Dias

Seis anos de Saudades

Eles vinham juntos, dois ou três. Altos, com mangueiras, baldes e sorrisos imensos. Diziam que vinham para limpar a caixa de esgoto... A caixa d´água... E outras caixas que eles conheciam onde estavam no meio da grama...
Hum...
Tão simpáticos! O mais velho, bem mais velho era o pai. Os outros eram os filhos.
O fato é que o pai era analfabeto, conhecia a minha avó Cecília Meireles e ela fez um trato com ele: Sempre que viesse fazer o serviço, levaria um livrinho para casa e pediria a um dos filhos para ler para todos. Inclusive para ele. Mas ele, ele só receberia um novo livrinho para levar para a casa, se contasse para a minha Avó Cecília, a história que ouviu um dos filhos ler.
Ele ouviu muitas histórias de livrinhos, trouxe e levou vários.Assim a vida andou, os anos passaram e um dia ele levou o livrinho do pintinho amarelinho...
Nunca pode devolver.
A filha mais nova se apaixonou pela história, ilustrações e não sabia ler... Apropriou-se do livrinho apaixonada pelo pintinho. Olhando as gravuras revia a história e imaginava mais, muito mais.
Um dia essa filha, formada em filosofia, visitou a exposição do Centenário de Nascimento de Cecília Meireles/ Reino da Poesia instalada no Solar Grandjean de Montigny na PUC e contou que aqueles instantes da família reunida para ouvir a história de cada livrinho que o pai levava para casa, eram mágicos.
Que a família unida fez os filhos mais velhos ensinarem aos mais jovens a ler e entender o que estavam lendo e que a Dona Cecília Meireles, tinha feito essa revolução na vida deles e todos eram muito agradecidos.

Perguntei onde estava o livrinho do pintinho...E ela disse que por muito tempo andou ao lado dela. Mais tarde desapareceu novamente... Reapareceu...E agora não sabe onde está. Certamente foi levado por alguma outra criança pequena, ainda analfabeta e apaixonada por gravuras, família, amizade... filosofia...

Fernanda Correia Dias
in Histórias das nossas vidas
para minha Mãe Maria Mathilde
e para Leniza, Leitícia, 
Para Roberta, Kenya e Gaya
Seis anos de Saudade