terça-feira, 15 de janeiro de 2013


Ou isto ou aquilo/Cecília Meireles edição 1987
Fernanda Correia Dias. Ilustrações das folhas de guarda
Comemorando 25 anos


Folhas de guarda da edição do livro Ou isto ou aquilo/Cecília Meireles
Ilustrações de Fernanda Correia Dias

As fotos das ilustrações acima não trazem as imagens integralmente. Ficou faltando pedacinhos
mas algumas diferenças podem ser notadas imediatamente pela evidencia.
São sete o total dos erros...seguem três de sete...
1- Grande Margarida x Antúrio
2- Menina sem gatinho x Menina com gatinho
3- O braço dobrado do meu avô Fernando Correia Dias...
etc... etc...
Então eu penso que quando alguém resolve escrever seriamente sobre alguma coisa que realmente examinou deve ter tido como pré-requisito o exercício da observação. Não?
Saber observar em comparação, levantar evidencias, trazer uma bagagem de minúcias de percepção é treinamento.
Ninguém adquire sem ter passado pelo exercício. Não é melhor quando esta prática é iniciada na infância?
Não consolidaria melhor o adulto que pretende ser doutor em alguma coisa?
Saber observar é treinamento básico para quem quer concluir alguma coisa que tenha alguma importância.
E isso deve começar na infância.
Minha mãe me ensinou que a pressa é inimiga da perfeição, e isso deve justificar muitos trabalhos ruins que leio pela internet sobre comparações de edições do livro Ou isto ou aquilo/Cecília Meireles.
Ser neta da minha Avó-autora de Ou isto ou aquilo e ter ilustrado o referido livro me mostrou quem era o mercado editorial. Um mercado que pode oferecer o ótimo, a excelência, mas que enfrenta a miséria e a pobreza que atravanca o Brasil. Milhares de crianças morrem ainda de inanição na primeira fase de suas vidas, ou quando não morrem são vítimas da má formação cerebral.
Isso também deve justificar por que os autores, ilustradores, editores, pais amorosos são aviltados com a falta de equivalência monetária aos seus esforços. Ainda temos que resolver a inanição e a miséria ao lado da educação.Por isso nascem livros e edições  horrorosas, descartáveis e até sem nenhuma importância para a formação das gerações futuras. E são comprados aos milhares, como que se quantidade fosse sinônimo de qualidade.Não é. Antes fosse.Ao longo de vinte e cinco anos ainda são horrorosos os contratos de edição, os textos, as ilustrações,os livros... Um mundo que depende de vontade política de acabar, antes de tudo, com a fome.Que ainda não acabou. Todo o mais é decorrência inclusive a formação cerebral de autores, ilustradores, editores, livreiros, etc...etc...
O que deve justificar que em 1987 eu recebi, depois de três anos de ilustração o correspondente ao valor de uma caixa de lápis de cores nacional e não reclamei porque não dependia daquele dinheiro para fazer o meu ótimo, nem para seguir comprando caixas de lápis de melhor qualidade.
Quando o Governo paulista comprou quarenta mil exemplares, ou numero similar, fez a exigência de receber a compra em papel diferente do couché (o mais barato) e a capa que era dura, ficou em cartão mole...(também mais barato). As bibliotecas paulistas receberam gratuitamente do governo e ainda assim compreendo o gesto mais louvável que imprimir este lindíssimo texto sem nenhum esforço pelo ótimo.
Faço a minha parte sempre que posso, inventei um projeto que ano passado concluiu vinte anos em que me esforcei em divulgar autores/obras/editores/ilustradores/tradutores nos suportes do dia à dia e em português: Fronhas, vestidos, lençois, camisas, pratos, bules,almofadas, calcinhas, paletós, vestidos de festa, echarps, meias, toalhas de banho, jogos americanos, sandálias, aventais, etc... etc... Este trabalho que tem por objetivo contribuir com os esforços de todos ainda ajudou comunidades com fome.
É assim. É preciso oferecer sempre o ótimo.E cada um que faça a sua parte.
Pode começar aprendendo a observar as diferenças.

Fernanda Correia Dias
in O livro do livro ou como ilustrei Ou isto ou aquilo de Cecília Meireles edição de 1987










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