quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Fernanda Correia Dias Guache Autorretrato

A sensibilidade é uma força.
Use.
A delicadeza é uma força.
Exerça.
A inteligencia é uma força.
Dê prioridade.
O movimento é uma força.
Movimente-se.
O corpo é uma força.
Escolha bons alimentos.
O conhecimento é uma força.
Distribua com generosidade.
A sabedoria é sua.
Manifeste-se. Fixe.
O humanismo nos une.
Nunca se esqueça.
Se errar, conserte.
Dê o seu abraço ao mundo com a verdade.
Trabalhe com amor. Trabalho dá trabalho.
Sorria,
Faça o que tem que ser feito,bem feito e enquanto viver, todo dia.
A vida é breve.

Fernanda Correia Dias
in Perpétuo







sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . 7 de novembro, Cecília

Tem gato escondido de rabo de foooora!
É assim que se enxerga uma dissonância, uma incoerência, ausência de lógica. Forçação de barra...
Que se pinça o gato pelo rabinho...mostrando onde está...Como está ou explica Por quê não deveria estar ali.
Acompanhe a direção e confie.
Porque é preciso confiar na direção que a intuição aponta. Na evidencia da lógica. Na razão e na sensibilidade.Na trajetória.Naquilo que você sabe e no que precisa saber. Venha. Vá. 
É preciso ser leal.
A si mesmo.

Fernanda Correia Dias
in Geografia familiar
Para trinta e quatro mil leitores...









Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Cecília em 7 de novembro de 2012

Preste atenção no que está lendo.
Nada por aqui é Literatura... ou invencionice...Eu nem faço rascunho, nem corrijo a redação, etc...
Eu escrevo como pronuncio meu pensamento diante do abismo da minha audição.
Até o que parece musical não é perseguido para soar música. É matéria de improviso entre interior e escrita.
O que vai, fica.

Preste atenção no que vai ler agora, servirá para a sua vida?
Não sei. Serve para a minha até hoje.

O Professor na Faculdade Nacional de Direito, da rua do Moncorvo Filho, no Rio, tinha duas alunas excelentes, uma delas era L.L e perguntou:
Sra L.L. o que é um gato?
Sra. L.L. respondeu: Um gato? Um gato é um animal irracional de quatro patas, peludo ou de pelo raso, com rabo, pode ser cinza, rajado, marrom, preto ou branco, tem bigodes e duas orelhas....
O Professor perguntou à outra aluna excelente, Maria Mathilde, minha mãe:
Mathilde, o que é um gato?
Maria Mathilde respondeu: É um bicho que faz MIAU!

É verdade, todos ficaram em silêncio.Repito. Silencio. Eu estava lá.
Era uma aula de Direito...

O Professor prosseguiu:
Compreendeu Sra L.L., o que é um Gato?
Sra.L.L. respondeu: Compreendi sim, muitos animais irracionais de quatro patas são peludos, com rabo, etc... mas o gato... O gato faz Miau...Parabém Mathilde, você realmente merece onze!

Fernanda Correia Dias
in Geografia familiar
Para as minhas filhas Kenya e Gaya













quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Fernanda Correia Dias. Fotógrafa. Cecília Sete de Novembro de 2012

Hoje é dia de Santa Cecília e a Música!
Convivi com muitas  Cecílias santas...
A primeira, primeiríssima, tinha os olhos verdes e humanos, excepcionalmente tão verdes e humanos, que todos percebiam a evidencia da Deusa e tocados pelo olhar, suspendiam suas vozes ao mais alto sorriso.
Quando ela aparecia, conversava, saía ou se despedia, todos ainda restavam imóveis ou com gestos muito lentos, metabolizando os ecos e as ressonâncias e assemelhavam-se à esculturas conversando tardiamente com afetivas inteligencias.
Aqueles olhos verdes, cravados em pálpebras como jóia única, de autor apaixonado por Beleza, Equilíbrio e Expressão, eram tons da luz e de sombras falantes. Olhos totalmente musicais com acento circunflexo, vírgula, crase, parenteses transparentes...Eu entendia e me surpreendia de entender tantos tons!
Voz querida erguida em honestidade e a voz da honestidade de tão honesta toma as dimensões gigantes e definitivas das transparências do cristais inacreditáveis e impossíveis... Tudo verdade. Ontem, hoje e sempre, completamente contemporânea porque humanamente vocalizava o próprio órgão da Eternidade. O instante, a vida.
Sugiro que você a conheça, que leia sua obra em prosa e poética, que compartilhe e divulgue, que a mantenha como amiga, viva e amplie-se, porque você tem o sopro e é de sopro que é feita a vida.
Era a mãe da minha mãe. Minha Avó Cecília.

A segunda Cecília, era bem pequena, pouco maior que a minha mão aberta de criança.
Deitada, os joelhos e os braços juntos na direção oposta do rosto...
Dormia esculpida no mármore e eu tinha uma comoção e um desejo secreto de socorrer, levantando aquele pequeno corpo da pedra marfim e era impossível não ter vontade de assoprar uma cançãozinha de salvação improvisada que ia toando como um abandono, enquanto eu também morria, quieta e sozinha,várias vezes, diante da renúncia de levantar-se daquela matéria. Eu e ela somos só música...bem perto da vida eterna...Me ensina a não morrer, a dizer sim para a vida e viver para todo instante e todas as coisas.Inclusive as mais graves.

Outra Cecília tocava um órgão e cantava sobre um cartão, toda feita de pedaços de papel, cortes e recortes de revistas, emoldurada na salinha de música, tinha um intrigante aro deitado sobre a cabeça, sinalizando a santidade e trazia a dedicatória amiga da Maria, da Helena, da Vieira, da Silva.Aqueles recortes somando cor, forma e imagem era a própria partitura da canção da honestidade. Dos tempos de socorro e gratidão.Não era Arpad? 

Outra Cecília, não se chamava Cecília, se chamava Mathilde.
Foi mãe da mãe, das irmãs, dos filhos, dos amigos, das amigas, das bonecas, dos desconhecidos...
Era A Prática, A Exemplar, A Minimalista... não precisava nunca de nada e ainda convidava você para sentar perto dela. Uma contemporânea dela, outro dia me contou que quando ainda era muito pequena e chegou órfã no Instituto Lafayette, a professora recebeu a diretora acompanhada da menina, quando todas já estavam sentadas na sala de aula.Inclusive Mathilde. Mathilde encolheu-se e abriu espaço ao seu lado e chamou a menina que nunca mais esqueceu Mathilde...A menina reencontrou Mathilde e quis agradecer aos 83 anos... Agradeceu. Mathilde já tinha me contado o encontro. Mas eu gostei de ouvir a versão da menina de 83 anos...Mathilde não tinha esquecido a menina... Mas não guardou o nome dela...Não importa, "lembro que fiz , sim, porque a vida é para frente."
Não conheço ninguém que não tenha saudades dela, que não se lembre de seu sorriso...que gostava de nos colocar nos braços, de nos beijar muito e de nos fazer longas e infinitas festinhas nos encorajando com a frase: Os amigos de verdade são os amigos da necessidade.
Essa Mathilde, eu encontrei dormindo com os joelhos e os braços na direção do rosto e as duas mãozinhas juntas, debaixo da face. Os lábios fechados, os olhos fechados. Dormia esculpida no mármore e eu beijei muito, falei, brinquei...agradeci...
Até que ela ao meu lado me disse : Agora estou dentro de você, não estou mais ali, a alminha... é a primeira a sair...ficou a casquinha...e você vai ter que cuidar do precioso corpo... E este "precioso corpo" foi dito com a ironia de quem desprezava as distancias corporais, de quem estava perto, sempre muito perto e abrindo espaço para estar cada vez mais perto do ser humana, o que é uma forma de socorro e sabia que podia contar comigo de verdade para viver dentro de mim como está.

Quatro Cecílias definitivas no meu coração, imediatamente para você refletir sobre "Talvez".

Fernanda Correia Dias
in Geografia Familiar
Para as minhas filhas Kenya e Gaya e para os amigos de todas as Cecílias





quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Fernanda Correia Dias. Fotógrafa . Cecília em 7 de Novembro

Abri uma caixa, e fui reconhecendo uma por uma. 
As borboletas empilhadas, como um livro de paetès...
Eu mesma comprei, já nem sabia onde estavam,  mas nós escolhemos juntas uma à uma.
Seus dedos levantavam os corpos, as asas... e murmuravas... Essa... 
com voz de 7 anos...
Eu lembro... O tempo. A loja. A Rua...
7 de novembro... Ah... Novembro...
O seis, o sete, o nove, o dez, o onze, o dezenove...o trinta...
E vem  Dezembro...
O vinte e quatro, os vinte e cincos, o trinta e o trinta e um...
E o que dizer de setembro? o sete... o quinze... o dezenove...o vinte e cinco...o vinte e oito...
e aquela sua brincadeira: "um no onze, outra no vinte e dois e você não nasceu no trinta e três
porque ainda não inventaram tantos dias num mês! Bem que eu tentei!
Vô materno Fernando comemorando cento e vinte e há quem pense que é possível qualquer esquecimento...
Sorry, impossível. É o pai da minha mãe. É meu nome e está dentro do meu sobrenome. É o meu Avô. Avô materno, Avô da minha irmã.... Meu nome é a homenagem da minha mãe ao pai...e eu fiz tudo para ser diferente...de mim? dele?... bailarina, cantora, compositora, desenhista industrial, publicitária, comunicadora visual, pesquisadora, ilustradora, projetista, estilista, artista plástica, fotógrafa, cineasta, atriz, empresária, poeta, escritora, roteirista, professora, mãe ...fiz?? Fiz. Fiz assim: Fui eu mesma. Fui o que tinha que ser, sendo.
Assino Fernanda Correia Dias...cinquenta e cinco anos...Dá para esquecer? Quem? E a minha caligrafia?
Nasci com ela, nem conhecia a dele... pensava que era a do meu pai... mas o meu pai é muito parecido com ele... foi por isso que a minha mãe gostou do meu pai...moreno, pensando, desenhando... tira-linhas, nanquim...matematicando...serviu para sublinhar a morenaria de Fernando, de Cecília-Pena-de-Amor!
Ah... as penas e as penas...as que contornam os sonhos com tintas as que contornam as tintas com sonhos...
Nem te conto o que sei de Fernando, Helio, Heitor...Grillo que rimam com amor... sigilo... Tenho que escrever livro. Dar aulas... Ensinar e ensinar sobre epistemes...vocares...entre-linhas, nascimentos de sínteses...Inaugurar entusiasmados e talentosos centros de referencias...
Vô Fernando está comemorando irrivalizáveis120 anos... natural da Penajóia, margens do Rio D´Ouro, próxima à Lamego, Distrito de Viseu, Norte de Portugal. E das vinhas...
Esteve desde o nascimento por vinte e um anos em Portugal (Penajóia/ Lamego/ Porto/ Coimbra/ Lisboa) e por vinte e dois anos no Rio de Janeiro, Brasil. Nasci vinte e um anos após seu falecimento. Cometeu o suicídio.
Valem as verdades, bem superiores às vaidades e às saias justas de cada um.
Eu, a neta. Minha irmã... a neta.
Abri uma caixa e fui reconhecendo uma por uma...
Tão lindas, delicadas,  imperfeitas e inimagináveis, verdadeiras vozes humanas, desdobrando avós, como  páginas borboletas costuradas com antenas de vidrilhos ou portas para atravessar geometrias...
Essa.
(Dirá novamente a minha Mãe-Mathilde-Mãethilde.)
Vô...Bons Dias.
in O IRRIVALIZÁVEL FERNANDO CORREIA DIAS
de Fernanda Correia Dias, a neta.




quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa. Porque hoje é dia 7 de novembro de 2012

O maior poeta brasileiro é Cecília Meireles
Mas não fui eu que conclui isto sozinha
foram eles, todos os grandes poetas brasileiros que deixaram isso escrito!
Como é dia de festejar Cecília viva,
Viva Cecília Meireles!
Vivam os 111 anos!
Vivam todos os poetas!
Porque os poetas sempre sabem de forma concentrada
muito mais do que nós !

 Viva, Cecília Meireles!
Tão linda, tão forte e tão exemplar!
Fernanda Correia Dias
Para Carlos, Manuel, Vinícius, Mário e todos e todas os Cecílianos e Cecilianas
in Fernandinha e minha Avó Cecília Meireles
111  anos de nascimento de Cecília Meireles