terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Conversa, Café com Borboleta II

Abro a gaveta para escolher talheres e encontro os talheres de chifre, para salada, que ganhei da Lelinha. Quando ela me entregou sorrindo, estavam enrolados num papel crepon verde, tão bonitos...Naquele dia, levei uma borboleta vermelha, tomamos chá de frutas vermelhas e conversamos sentadas num sofá vermelho, na casa dela, no Leblon...

Abro outra gaveta e ali está uma gola... Uma gola de renda, uma gola de princesa...Ah...uma gola preciosa...Também foi a Lelinha que me deu! Tão delicada, tão perfeita, que nunca tive vontade de fixar aquela maravilha, com linha e agulha, definitivamente, em nenhum tecido. Usava como um colar... Tão bonita...Tão especial...Separo a gola e decido que vou usar. E levo a gola para passear comigo no calçadão de Ipanema.

Mais tarde, é noite, em casa, abro uma caixa e de um papel muito fino retiro um chinês colorido e também muito fino, como se tirasse a ilustração da página de um livro... E lembro do dia que Lelinha me deu aquela ilustração...Suas mãos orquestrando sentimentos que passavam a palavras e eu ouvia e via aquela solidariedade ocupando a sala.

Sabe Lelinha, naquele Dia das Mães que liguei para você, para te dar um beijinho e você me disse que estava sozinha no hospital e que estava muito feliz por minha ligação e ficou conversando comigo com a sua voz de fonte de Amor, me abraçando quentinho, você me ensinou a cantar a canção da Rosa.

Tudo em você transcendeu aos estudos e especialidade. Você é o próprio assunto muito imenso para uma especialista...
Sim-Sin-sa-la-bim, amiga, antropóloga, poeta e mãe alfenim!

Leiam tudo o que escreveu Lélia Coelho Frota, sim!
Fernanda Correia Dias
in Conversa, Café com borboleta
para Lélia Coelho Frota





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