sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


Comemorar!
Vinte e cinco anos da publicação de Ou isto ou Aquilo Cecília Meireles, Ilustrações Fernanda Correia Dias
1987

Fernanda Correia Dias . Capa Ou isto ou aquilo, Cecília Meireles, 
Ilustrações Fernanda Correia Dias

Li trabalhos, monografias, doutoramentos, (que só conheci e encontrei na internet) comparando a edição que organizei e ilustrei, de de Ou isto ou aquilo, Cecília Meireles, Ilustrações Fernanda Correia Dias a outras edições.
Vou começar pelo começo:
1- Desde a minha mais tenra idade, recebi da minha Avó materna/Madrinha, Cecília Meireles, livrinhos de diversos autores, caderninhos com versinhos ou frases escritas por ela, para que eu "ilustrasse" e "ilustrei".
2-No colo ou pela mãozinha eu, "a afilhadinha", fui apresentada a livros que ela escolhia na biblioteca infantil dela, na casa dela. Biblioteca que após seu falecimento eu convivi por vinte anos consecutivos e que me deu a oportunidade que muitos não teem de re-encontrar minha Avó dentro de cada livro e ilustração que me marcou, e ainda sua voz e seu dedinho apontando imagens que jamais esqueci e que me acompanham ainda hoje aos cinquenta e cinco anos!
3-Fui estudar Desenho Industrial e Comunicação Visual na Puc-RJ, quando eu já fazia ilustrações e criava livros e objetos. Ou seja, meu estudo acadêmico foi consequência da minha legítima vocação, como diria minha mãe Maria Mathilde e sua irmã, minha tia, Maria Elvira.
4-Eu antes de ser bailarina, já era bailarina. Antes de ser ourives, já era ourives, antes de ser design já era design, etc... porque o Vocare (chamado) no meu caso, sempre precedeu... compreende?
5-Me deram o nome de Fernanda, em homenagem ao meu Avô materno, Fernando Correia Dias, português e exímio designer e artista gráfico, referendado por seus contemporâneos como "O Irrivalizável Fernando Correia Dias ", que chegou ao Rio de Janeiro em 1914 e aqui viveu até 1935,  fundador do que hoje entendemos como nossa identidade nacional. E sobre ele já fiz o trabalho que tanto minha mãe me solicitou que fizesse!
6-O meu batizado não foi realizado com pressa, mas com muito amor! Minha Avó Cecília me batizou no dia do aniversário dela,  na mesma igreja onde ela foi batizada e me deu por padrinho o padrasto da minha mãe, o Vovô Heitor Grillo. Ambos pronunciaram meu nome Fernanda, na presença dos meus pais e família.
Com um detalhe comovente: nasci no dia 31 de dezembro de 1956 e esperei quase um ano para ser batizada no dia 7 de novembro de 1957, dia e mês do nascimento da minha madrinha/avó materna, Cecília Meireles. Digo comovente porque minha avó no dia do aniversário dela estava me batizando...
7- E ainda fico comovida porque meu avô Fernando, cometeu o suicídio em 1935, deixando uma mulher que tinha sido órfã, muito amada e três filhas também muito amadas e em torno de dez anos. As quatro, venceram as dificuldades financeiras e de orfandade, e eu sou a prova viva de que Fernando em 7 de novembro de 1957, no meu batizado e no dia do aniversário de minha Avó materna, foi homenageado.
8- Eu sempre fui invadida por uma alegria imensa associada ao aroma do papel, tintas, lápis, "plin" de máquina de escrever, mata-borrões, carbonos e finos papéis azuis, rosas e creminhos...e eu sempre senti o meu pensamento líquido como as tintas dos tinteiros das canetas-tinteiro. Ah... isso ninguém mais sabe o que é... Mas houve um tempo em que minha família e o resto do mundo escrevia com canetas à tinteiro...E os tinteiros tinham formas lindas...
9-Lá pelos idos de 1982, minha mãe chegou em casa, ( no Cosme Velho) muito assustada. Me disse que estava voltando da reunião com Enio da Silveira da editora Civilização Brasileira. Me olhou e me disse: Eleonora Afonso...faleceu...
10- Compreendi melhor a minha mãe, quando ela voltando da Editora Nova Fronteira me disse: vou te pedir um favor: Você pode ilustrar o Ou isto ou Aquilo?
Fernanda Correia Dias
in Para a minha mãe Maria Mathilde, minhas filhas Kenya e Gaya e para a história desta obra: Ou isto ou Aquilo, Cecília Meireles, ilustrações de Fernanda Correia Dias.
Como criei o objeto livro e as ilustrações de Ou isto ou Aquilo, Cecília Meireles, 1987.




quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

25 anos da edição de 1987 de Ou isto ou aquilo Cecília Meireles

Fernanda Correia Dias para Oscar Niemeyr e David Brubeck

Saudades agradecidas.

Fernanda Correia Dias
5 de dezembro de 2012
in Geografia Familiar


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Fernanda Correia Dias Guache Autorretrato

A sensibilidade é uma força.
Use.
A delicadeza é uma força.
Exerça.
A inteligencia é uma força.
Dê prioridade.
O movimento é uma força.
Movimente-se.
O corpo é uma força.
Escolha bons alimentos.
O conhecimento é uma força.
Distribua com generosidade.
A sabedoria é sua.
Manifeste-se. Fixe.
O humanismo nos une.
Nunca se esqueça.
Se errar, conserte.
Dê o seu abraço ao mundo com a verdade.
Trabalhe com amor. Trabalho dá trabalho.
Sorria,
Faça o que tem que ser feito,bem feito e enquanto viver, todo dia.
A vida é breve.

Fernanda Correia Dias
in Perpétuo







sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . 7 de novembro, Cecília

Tem gato escondido de rabo de foooora!
É assim que se enxerga uma dissonância, uma incoerência, ausência de lógica. Forçação de barra...
Que se pinça o gato pelo rabinho...mostrando onde está...Como está ou explica Por quê não deveria estar ali.
Acompanhe a direção e confie.
Porque é preciso confiar na direção que a intuição aponta. Na evidencia da lógica. Na razão e na sensibilidade.Na trajetória.Naquilo que você sabe e no que precisa saber. Venha. Vá. 
É preciso ser leal.
A si mesmo.

Fernanda Correia Dias
in Geografia familiar
Para trinta e quatro mil leitores...









Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Cecília em 7 de novembro de 2012

Preste atenção no que está lendo.
Nada por aqui é Literatura... ou invencionice...Eu nem faço rascunho, nem corrijo a redação, etc...
Eu escrevo como pronuncio meu pensamento diante do abismo da minha audição.
Até o que parece musical não é perseguido para soar música. É matéria de improviso entre interior e escrita.
O que vai, fica.

Preste atenção no que vai ler agora, servirá para a sua vida?
Não sei. Serve para a minha até hoje.

O Professor na Faculdade Nacional de Direito, da rua do Moncorvo Filho, no Rio, tinha duas alunas excelentes, uma delas era L.L e perguntou:
Sra L.L. o que é um gato?
Sra. L.L. respondeu: Um gato? Um gato é um animal irracional de quatro patas, peludo ou de pelo raso, com rabo, pode ser cinza, rajado, marrom, preto ou branco, tem bigodes e duas orelhas....
O Professor perguntou à outra aluna excelente, Maria Mathilde, minha mãe:
Mathilde, o que é um gato?
Maria Mathilde respondeu: É um bicho que faz MIAU!

É verdade, todos ficaram em silêncio.Repito. Silencio. Eu estava lá.
Era uma aula de Direito...

O Professor prosseguiu:
Compreendeu Sra L.L., o que é um Gato?
Sra.L.L. respondeu: Compreendi sim, muitos animais irracionais de quatro patas são peludos, com rabo, etc... mas o gato... O gato faz Miau...Parabém Mathilde, você realmente merece onze!

Fernanda Correia Dias
in Geografia familiar
Para as minhas filhas Kenya e Gaya













quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Fernanda Correia Dias. Fotógrafa. Cecília Sete de Novembro de 2012

Hoje é dia de Santa Cecília e a Música!
Convivi com muitas  Cecílias santas...
A primeira, primeiríssima, tinha os olhos verdes e humanos, excepcionalmente tão verdes e humanos, que todos percebiam a evidencia da Deusa e tocados pelo olhar, suspendiam suas vozes ao mais alto sorriso.
Quando ela aparecia, conversava, saía ou se despedia, todos ainda restavam imóveis ou com gestos muito lentos, metabolizando os ecos e as ressonâncias e assemelhavam-se à esculturas conversando tardiamente com afetivas inteligencias.
Aqueles olhos verdes, cravados em pálpebras como jóia única, de autor apaixonado por Beleza, Equilíbrio e Expressão, eram tons da luz e de sombras falantes. Olhos totalmente musicais com acento circunflexo, vírgula, crase, parenteses transparentes...Eu entendia e me surpreendia de entender tantos tons!
Voz querida erguida em honestidade e a voz da honestidade de tão honesta toma as dimensões gigantes e definitivas das transparências do cristais inacreditáveis e impossíveis... Tudo verdade. Ontem, hoje e sempre, completamente contemporânea porque humanamente vocalizava o próprio órgão da Eternidade. O instante, a vida.
Sugiro que você a conheça, que leia sua obra em prosa e poética, que compartilhe e divulgue, que a mantenha como amiga, viva e amplie-se, porque você tem o sopro e é de sopro que é feita a vida.
Era a mãe da minha mãe. Minha Avó Cecília.

A segunda Cecília, era bem pequena, pouco maior que a minha mão aberta de criança.
Deitada, os joelhos e os braços juntos na direção oposta do rosto...
Dormia esculpida no mármore e eu tinha uma comoção e um desejo secreto de socorrer, levantando aquele pequeno corpo da pedra marfim e era impossível não ter vontade de assoprar uma cançãozinha de salvação improvisada que ia toando como um abandono, enquanto eu também morria, quieta e sozinha,várias vezes, diante da renúncia de levantar-se daquela matéria. Eu e ela somos só música...bem perto da vida eterna...Me ensina a não morrer, a dizer sim para a vida e viver para todo instante e todas as coisas.Inclusive as mais graves.

Outra Cecília tocava um órgão e cantava sobre um cartão, toda feita de pedaços de papel, cortes e recortes de revistas, emoldurada na salinha de música, tinha um intrigante aro deitado sobre a cabeça, sinalizando a santidade e trazia a dedicatória amiga da Maria, da Helena, da Vieira, da Silva.Aqueles recortes somando cor, forma e imagem era a própria partitura da canção da honestidade. Dos tempos de socorro e gratidão.Não era Arpad? 

Outra Cecília, não se chamava Cecília, se chamava Mathilde.
Foi mãe da mãe, das irmãs, dos filhos, dos amigos, das amigas, das bonecas, dos desconhecidos...
Era A Prática, A Exemplar, A Minimalista... não precisava nunca de nada e ainda convidava você para sentar perto dela. Uma contemporânea dela, outro dia me contou que quando ainda era muito pequena e chegou órfã no Instituto Lafayette, a professora recebeu a diretora acompanhada da menina, quando todas já estavam sentadas na sala de aula.Inclusive Mathilde. Mathilde encolheu-se e abriu espaço ao seu lado e chamou a menina que nunca mais esqueceu Mathilde...A menina reencontrou Mathilde e quis agradecer aos 83 anos... Agradeceu. Mathilde já tinha me contado o encontro. Mas eu gostei de ouvir a versão da menina de 83 anos...Mathilde não tinha esquecido a menina... Mas não guardou o nome dela...Não importa, "lembro que fiz , sim, porque a vida é para frente."
Não conheço ninguém que não tenha saudades dela, que não se lembre de seu sorriso...que gostava de nos colocar nos braços, de nos beijar muito e de nos fazer longas e infinitas festinhas nos encorajando com a frase: Os amigos de verdade são os amigos da necessidade.
Essa Mathilde, eu encontrei dormindo com os joelhos e os braços na direção do rosto e as duas mãozinhas juntas, debaixo da face. Os lábios fechados, os olhos fechados. Dormia esculpida no mármore e eu beijei muito, falei, brinquei...agradeci...
Até que ela ao meu lado me disse : Agora estou dentro de você, não estou mais ali, a alminha... é a primeira a sair...ficou a casquinha...e você vai ter que cuidar do precioso corpo... E este "precioso corpo" foi dito com a ironia de quem desprezava as distancias corporais, de quem estava perto, sempre muito perto e abrindo espaço para estar cada vez mais perto do ser humana, o que é uma forma de socorro e sabia que podia contar comigo de verdade para viver dentro de mim como está.

Quatro Cecílias definitivas no meu coração, imediatamente para você refletir sobre "Talvez".

Fernanda Correia Dias
in Geografia Familiar
Para as minhas filhas Kenya e Gaya e para os amigos de todas as Cecílias





quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Fernanda Correia Dias. Fotógrafa . Cecília em 7 de Novembro

Abri uma caixa, e fui reconhecendo uma por uma. 
As borboletas empilhadas, como um livro de paetès...
Eu mesma comprei, já nem sabia onde estavam,  mas nós escolhemos juntas uma à uma.
Seus dedos levantavam os corpos, as asas... e murmuravas... Essa... 
com voz de 7 anos...
Eu lembro... O tempo. A loja. A Rua...
7 de novembro... Ah... Novembro...
O seis, o sete, o nove, o dez, o onze, o dezenove...o trinta...
E vem  Dezembro...
O vinte e quatro, os vinte e cincos, o trinta e o trinta e um...
E o que dizer de setembro? o sete... o quinze... o dezenove...o vinte e cinco...o vinte e oito...
e aquela sua brincadeira: "um no onze, outra no vinte e dois e você não nasceu no trinta e três
porque ainda não inventaram tantos dias num mês! Bem que eu tentei!
Vô materno Fernando comemorando cento e vinte e há quem pense que é possível qualquer esquecimento...
Sorry, impossível. É o pai da minha mãe. É meu nome e está dentro do meu sobrenome. É o meu Avô. Avô materno, Avô da minha irmã.... Meu nome é a homenagem da minha mãe ao pai...e eu fiz tudo para ser diferente...de mim? dele?... bailarina, cantora, compositora, desenhista industrial, publicitária, comunicadora visual, pesquisadora, ilustradora, projetista, estilista, artista plástica, fotógrafa, cineasta, atriz, empresária, poeta, escritora, roteirista, professora, mãe ...fiz?? Fiz. Fiz assim: Fui eu mesma. Fui o que tinha que ser, sendo.
Assino Fernanda Correia Dias...cinquenta e cinco anos...Dá para esquecer? Quem? E a minha caligrafia?
Nasci com ela, nem conhecia a dele... pensava que era a do meu pai... mas o meu pai é muito parecido com ele... foi por isso que a minha mãe gostou do meu pai...moreno, pensando, desenhando... tira-linhas, nanquim...matematicando...serviu para sublinhar a morenaria de Fernando, de Cecília-Pena-de-Amor!
Ah... as penas e as penas...as que contornam os sonhos com tintas as que contornam as tintas com sonhos...
Nem te conto o que sei de Fernando, Helio, Heitor...Grillo que rimam com amor... sigilo... Tenho que escrever livro. Dar aulas... Ensinar e ensinar sobre epistemes...vocares...entre-linhas, nascimentos de sínteses...Inaugurar entusiasmados e talentosos centros de referencias...
Vô Fernando está comemorando irrivalizáveis120 anos... natural da Penajóia, margens do Rio D´Ouro, próxima à Lamego, Distrito de Viseu, Norte de Portugal. E das vinhas...
Esteve desde o nascimento por vinte e um anos em Portugal (Penajóia/ Lamego/ Porto/ Coimbra/ Lisboa) e por vinte e dois anos no Rio de Janeiro, Brasil. Nasci vinte e um anos após seu falecimento. Cometeu o suicídio.
Valem as verdades, bem superiores às vaidades e às saias justas de cada um.
Eu, a neta. Minha irmã... a neta.
Abri uma caixa e fui reconhecendo uma por uma...
Tão lindas, delicadas,  imperfeitas e inimagináveis, verdadeiras vozes humanas, desdobrando avós, como  páginas borboletas costuradas com antenas de vidrilhos ou portas para atravessar geometrias...
Essa.
(Dirá novamente a minha Mãe-Mathilde-Mãethilde.)
Vô...Bons Dias.
in O IRRIVALIZÁVEL FERNANDO CORREIA DIAS
de Fernanda Correia Dias, a neta.




quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa. Porque hoje é dia 7 de novembro de 2012

O maior poeta brasileiro é Cecília Meireles
Mas não fui eu que conclui isto sozinha
foram eles, todos os grandes poetas brasileiros que deixaram isso escrito!
Como é dia de festejar Cecília viva,
Viva Cecília Meireles!
Vivam os 111 anos!
Vivam todos os poetas!
Porque os poetas sempre sabem de forma concentrada
muito mais do que nós !

 Viva, Cecília Meireles!
Tão linda, tão forte e tão exemplar!
Fernanda Correia Dias
Para Carlos, Manuel, Vinícius, Mário e todos e todas os Cecílianos e Cecilianas
in Fernandinha e minha Avó Cecília Meireles
111  anos de nascimento de Cecília Meireles



terça-feira, 30 de outubro de 2012

Fernanda Correia Dias . Designer e Fotógrafa . Azul da cor do Mar

Os dias bonitos estão dentro de nós mesmos, não fazem parte da paisagem.
A natureza não sabe que você existe.
Apresente-se ao mundo como ser humano.
Pratique o humanismo.
Só o Amor, vale a vida.

in Fernanda Correia Dias
Geografia familiar

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Fernanda Correia Dias. Fotógrafa . Não é pintura não...

Não. Não é pintura não...
Mas esta água como espelho...
E estas nuvens mirando a água...
Refletidas na água...
Mergulhadas dentro dos meus olhos...
Passou, passaram,ficaram.
Nem sei onde eu estava.
Nem importa.
Não é pintura, é instante de cor.
Fernanda Correia Dias
in Estados da cor






Fernanda Correia Dias design do colar e foto. Rio de Janeiro, Brasil.

Foi a Lélia, mãe do João Emanuel que colocou para que eu ouvisse a Titane cantando Tirana Rosa.
A Lélia tem estas magias de ficar perto de mim me ouvindo e compreendendo tudo com uma ternura co-mo-ven-te. E logo me entrega o amor ao Vale do Jequitinhonha, à poesia, às vozes cantando arte e as figuras de humanas terras.Ah... a poesia da Lélia...
A Primavera dos Livros abrirá os portões no próximo 27, e já escuto aquela risadinha  feliz da Lélinha, bem perto da minha ânima, falando dos livrinhos, dos livrões, compartilhando descobertas. Ela estava sempre descobrindo alguma estrela bem alta e trazia na mãozinha para que eu visse com os olhos dela.
Então, é assim, vá à Primavera dos Livros no Museu da República, visite todas aquelas estrelas lindas em forma de livrinhos e livrões. Nada substitui o papel, o esforço dos editores e autores em conceber o formato, a capa, o tipo, a impressão e reunidos num só lugar, permitir que você encontre aquilo que não sabia que estava procurando. 
Vá. É muito aprazível sim, e tem até este colar da foto. Vá.
Fernanda Correia Dias
Lelinha, Primavera dos Livros em geografia familiar

domingo, 26 de agosto de 2012


Fernanda Correia Dias. Fotógrafa. 
Sandálias de pérolas que eu fiz para a minha mãe Maria Mathilde.

A Bailarina e o Astronauta

Dia 20 de julho de 1969 e eu estava sentada no sofá vendo televisão com a minha irmã.
Minha mãe telefonou da rua e eu me levantei para atender ao trim-trim-trim....
Minha mãe me disse ao telefone:
Filhinha, ligue a televisão! O astronauta vai pisar na lua!
É... estamos vendo isso...respondi enquanto coloquei a minha perna direita sobre o armário de louças onde estava o aparelho telefônico e a televisão . Um aparelho em cada  extremidade.
Eu fazia demi-pliê com a perna esquerda, enquanto a perna direita estava sobre o móvel em andeór...
Meu pé descalço e suado, colou no tampo... o móvel estava vazio... eu ouvia o locutor traduzindo o que Neil Armstrong dizia: Este é um pequeno passo para um homem e um salto gigantesco  para a humanidade...  enquanto minha mãe falava: Que lindo! Que lindo....Fernandinha...Na lua...filhinha... o homem está pisando na lua... Olha... A bandeira...é incrível...e então resolvi tirar o pé, o móvel vazio e longo torceu e a televisão enorme foi direto ao chão!
Saiu uma fumaceira imensa e um barulho aterrorizante. Ficou uma caixa oca e muitos vidros no chão. Pedi para a minha mãe esperar um pouquinho, coloquei tudo dentro da caixa e a caixa sobre o móvel, e falei para a minha mãe... Este barulho? Este barulho é porque a televisão caiu no chão e quebrou toda! Andei até lá pisando entre os cacos e coloquei tudo para dentro daquela nave...Tirei a tomada da parede...Que nave Fernandinha? A Apolo onze...
A mamãe perguntou:  Você quebrou a televisão? ??Quebrei... meu pé colou no móvel...a televisão aterrizou no chão na hora que  o astronauta estava dando o salto da humanidade foi quando eu tirei meu pé do móvel... Saiu fogo? Não... saiu uma luz e uma fumaçada... mas já tirei o fio da parede...e minha mãe me acalmando..Hum...E vocês viram o astronauta pisando na lua?
Vimos... Mas, agora não podemos mais ver nada porque a televisão é uma caixa vazia...e não tem nada dentro! Nem astronauta, nem lua...
Você se machucou? Não...  ...
Se vocês não se machucaram, sentem no sofá, não pisem no chão, fiquem quietinhas, que nós já estamos chegando...
Olhei para a minha irmã que estava no sofá e ela começou a rir...de pânico...e me perguntar... E agora? E agora?
Respondi: A mamãe falou para ficarmos sentadas no sofá e não pisarmos no chão. O homem pisou na lua e a gente não pode pisar no chão... Quando a mamãe chegou com o papai,  encontrou eu e a minha irmã sentadas no sofá e perplexas conversando sobre a inexistência de qualquer vida dentro daquela caixa...Que estranho! Nem gato Felix...Nem o Comandante da Apolo 11, Neil Armstrong...nem a bandeira...nem a lua...
Fernanda Correia Dias
in Geografia familiar


domingo, 19 de agosto de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Abacaxis e melancias na rua . III

Não esqueci e poderiam existir muito mais.
Eram umas carrocinhas nas esquinas de São Paulo, S.P. onde eu comia frutas frescas cortadas na hora!
Deveria existir uma carrocinha em cada esquina do Rio de Janeiro.
Frutas frescas ao invés de comidas-de-plástico em cada esquina.
Frutas da estação.
Tão bom. Tão bonito. Tão sadio...
Frutas frescas, servidas nas próprias cascas...Quem se habilita?

Fernanda Correia Dias
in Sugestões


Fernanda Correia Dias. Fotógrafa . Branco sobre fundo branco de saudades.

Sugiro que sejam rosas,
brancas... 
(mas eu preferiria as vermelhas trazidas por minha mãe na primeira hora do dia 31 de dezembro acompanhadas do beijo, do Feliz-Aniversário-meu-amor e das histórias da minha infância e do meu nascimento.Nunca entendi como é que ela conseguia comprar duas dúzias de rosas vermelhas perfumadíssimas, tão cedo...na primeira hora do ultimo dia do ano...)
Sugiro que você sente na palhinha...
Porque é fresca, ventilada, orgânica, apesar de pintada de branco...
E que o chão seja branco, a sombra branca e as folhas das rosas bem verdes em sinal de eterna esperança
que dias melhores nos alcancem em mares de verdades.
E que a vida sorria, sorrisos confiantes e largos como os sorrisos de minha mãe.
Tudo branco, sobre fundo branco de imensas e ainda muito verdes-saudades!
Fernanda Correia Dias
in Branco sobre fundo branco de saudades
Fernanda Correia Dias . Fotógrafa e Designer . Coração de Helena

Vamos dançar? E você sorrindo me diria, sim!
E nós duas na cozinha dançaríamos às gargalhadas, na frente do fagãozão, 
enquanto eu cantaria a música da nossa dança, preparando chá de jasmim!
Por que dançávamos?
Porque seu pé estava recuperado da quebra! Era sempre uma comemoração!
Seu olho tão azul ficava mais azul e eram duas piscinas em festa, 
no seu rosto de abandonos, sombras e solidão.
Vamos dançar? E você sorrindo me diria, sim!
E do seu quarto trazia uma flor muito cheirosa, que guardou para mim...
Um chocolatinho, uma dica de leitura, uma notícia que ouviu, uma cafezinho fresquinho,
alguma coisa muito terna e de tão terna, sem fim...
Uma madrepérola, um coraçãozinho que encontrou na rua, uma linda folhinha seca do jardim...
Vamos dançar? A vida é uma dança...Helena...
Ora chegamos, ora partimos e eu te guardo em mim como uma deusa, daquelas cuja sensibilidade
é uma áurea, um diadema de poderes completamente humanos,batendo no silencio do nácar, no fundo do mar.
Fernanda Correia Dias
in Pour Helena . 12 de agosto 2012



segunda-feira, 23 de julho de 2012

Fernanda Correia Dias. Fotógrafa. Lagartinha de Cristal I

Um dia o pé de Jasmim-manga do jardim, no Cosme Velho, começou a fazer um barulho muito forte
Nhec...nhec...nhec...As folhas estavam desaparecendo. Cada dia menos folhas... e o tronco parecia vivo!
Resolvi olhar mais de perto e vi um volume de lagartas impressionante!
Elas cobriam os caules do Jasmim-manga e se moviam. 
Mamãe me perguntou: O que aconteceu com o Jasmim?
Você não sabe?
Venha ver... está coberto de lagartas verdes que comeram todas as folhas e agora passeiam pelos troncos como trens em ferrovias...Umas e muitas! São lindas! Pedras preciosas...Ourivesaria...
Mamãe olhou para as lagartas e me disse: Impressionante!
No dia seguinte, fomos novamente observar as lagartas...E o Jasmim-manga era uma árvore coberta de pétalas azuis... Quando nos aproximamos as borboletas voaram e nós estávamos ali maravilhadas e sorrindo uma para a outra.
As mãos da minha mãe estão até hoje suspensas na minha memória e o seu sorriso está cercado de borboletas azuis.
Fernanda Correia Dias
Para a minha Mãe Mathilde e para as minhas filhas Kenya e Gaya
Memórias do Cosme-Velho, 
na casa da minha Avó Cecília Meireles

terça-feira, 17 de julho de 2012

Fernanda Correia Dias . Terra ou Orvalho?

Menino, você caiu assim? Atrás de mim? No chão do Metrô?
As cinco e vinte da tarde e os guardas não sabem o que fazer ?
Não tem assistência médica dentro do Metrô do Rio?
Os guardas não estão treinados?
Ah Meu Amor... respira! Quantos anos você tem? Vinte e quatro?
Você comeu? Onde está seu celular? Você mora com sua Mãe?
Com seu Pai? Calma... Ela vai chamar seu Pai... Você está bem...
O que você sentiu?
Foi perdendo a força... perdendo a força e caiu?
Guarda, não tire o menino do chão. Deixa chegar o médico...
O quê? Os batimentos no pulso estão acelerados? O peito e pescoço estão vermelhos?
Meu Amor... Calma...Papai já vem...Guarda, ele não deveria sentar... Guarda...
Onde está o médico do Metrô? Não tem? Que absurdo!
Menino... Você está bem? Você vai ficar bem. A moça foi buscar um médico na Upa???
Amém.
Fernanda Correia Dias
in Para o anjo-menino que caiu sem força atrás de mim
na esperança que o Metrô do Rio providencie equipe treinada para socorro...




segunda-feira, 4 de junho de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Sempre Vivas, açorianas, 
dos Jardins de Orísia e Antonio na mesa do meu quarto, no Alcides.


Estou chegando da Igreja da Candelária, Rio de Janeiro. Brasil.
As portas estavam abertas, uma luz me chamava, entrei, alguém me entregou um papel, não li e sentei.
Fui absorvida pela igreja silenciosa e vazia, contrastando com a ultima vez que estive na Igreja da Candelária aos 10 anos de idade...quando a minha família e uma multidão vestindo luto compareceu aquela Igreja. Eu também.
 Hoje o Coro da Cãmara da Escola Superior de Música de Piteá- Suécia, regido por Erik Westberg cantou à capela. As solistas traziam flores no peito. 
Ouvi as vozes ao meu lado e depois no altar. Cantaram Brusala/Knut Hakanson, de Vigília/Einojuhani Rautavaara, Surge Aquilo/Jan Sandstrom, Warum is das Licht/Johannes Brahms, Korblomster-Flores corais/Wilhelm Peterson-Berger, Claviante Brilioso/Thomas Jennefelt, Trilo/Anônimo, To the mothers in Brasil/Lars Jansson-Gunnar Eriksson,To see a world/Sven-David Sandstrom e Tota Pulchra Es/Ola Gjeilo.
Dois anjos de mármore me olhavam e diziam:
O anjo da esquerda- AVDITE. AVDITE ET VIVET ANIMA VESTRA. 
O anjo da direita- INCLINA AUREM TVAM SUSCIPE VERBA INTELLECTVS.
Um terceiro anjo, em carne e osso, sentou ao meu lado. Eu disse: Sublime ...superbe...
Ele ecoou... Superbe... Sublime...
Me contou que estava no Brasil porque ia casar com a noiva Cecília. (?)
Ele era Jorge, filósofo, chegado do México.Depois falamos de Octávio Paz, Frida, Diego...
Eu contei que estava ali por uma Cecília... Minha Avó...
Ficamos amigos para sempre. Nos despedimos. 
Nas mãos, eu trouxe o livro de 467 páginas escrito por Kaj Birket-Smith.
Comprei hoje. Me custou dois reais. 
Na página de rosto um pai que eu não conheço escreveu:
Filhota
Se achares pesado para ler na cama, serra-o pelo meio!
Papai
05-12-63.
E no meio da página uma seta ainda indica em pontilhado, onde o livro deveria ser serrado pela filha.
Não foi. Agora é meu.
A última vez que estive na Igreja da Candelária foi em 9 de dezembro de 1964 ou melhor...
09-12-64...Um mês após o falecimento de minha Avó materna, Cecília Meireles e
um ano e quatro dias depois que a filhota ganhou o livro e a dedicatória do pai que eu não conheço porque assina, papai.
E Jorge vai casar com Cecília...? Vai. Ele me disse que vai.
Fernanda Correia Dias
in Perpétuo

terça-feira, 29 de maio de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . James, o gatinho da minha Mãe.

James,
você ou viu o passarinho?
Sabe o que ele disse?
"Eu te amo! Eu te amo!"
Ouviu, James?
De novo... Ele disse "Eu te amo!"
Uns dizem com uma voz grave e rouca... outros com uma voz muito aguda...
Mas os passarinhos do mundo todo, dizem apenas isso:"Eu te amo!Eu te amo!"
Compreendeu, James?
Os passarinhos compreenderam, que não adianta dizer mais nada.
Por isso cantam..."Eu te amo! Eu te amo!"
E não é disso mesmo que a vida é feita, James? Amor?
Não foi mesmo por este motivo que viemos?
Os passarinhos já atingiram esta suprema forma de falar cantando apenas:
"Eu te amo! Eu te amo!"Em várias entonações, acordes e pontuações...
Todo o mais, de bom ou ruim, não interessa, porque o mundo maquiavélico é para os seres humanos... James...E para os gatinhos também...
Até um dia, quando eu e você tivermos compreendido tão bem a vida, para dizermos apenas, e como passarinhos que seremos um dia:
"Eu te amo! Eu te amo!"
Então, James, ouviu novamente? Tente! Não dorme! Acorda! Eu te amo!
Fernanda Correia Dias
In Perpétuo
Fernanda Correia Dias . Mamãe . Giz de cera sobre toalha de mesa do restaurante do Alto.


Estas agendas que eu não via faz algum tempo, trazem surpresas inscritas.
Folheando aleatoriamente, encontro diversos desenhos que fiz da minha mãe, Maria Mathilde, linda, sossegada, dormindo, falando e sorrindo.
Girando as folhas entre os dedos passam horas, dias meses, anos e anos!
Estivemos diariamente juntas por cinquenta e um anos.
E minha mãe ali, tão linda, guardada naqueles instantes de muitas trocas e conversas vivas.
O bom humor, a bondade, a alegria, a gargalhada, a inteligência e o amor que tinha por mim.


Fernanda Correia Dias
in Perpétuo
Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Caminho de pedra II


Eu vi a aranha caranguejeira atravessando o caminho.
Grande, cabeluda e envenenada.
Depois que ela atravessou, eu segui o meu caminho e ela seguiu o dela.
Ela é uma aranha caranguejeira e eu sou os olhos que viram.


 Fernanda Correia Dias
in Perpétuo


Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Caminho V
Foram ordenadas uma à uma.
Foram pegas por alguma mão.
Hoje é caminho de pedra
que a neblina acaricia, cega,
quando o silêncio impera na rua nua
e em solidão.
Fernanda Correia Dias
in Perpétuo

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Coração batendo

Quer saber? Eu sou um coração batendo. 
Eu tenho o cérebro cheio de amor e a sinceridade não é um enfeite.
É uma respiração.
Quer saber?
Eu respiro, sou feliz porque felicidade não é um sonho.
É uma decisão.


Fernanda Correia Dias
in Perpétuo


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Casquinha ou Crisálida.


Em silencio e solidão estava a preciosa casquinha.
A alma é um Deus que mora dentro do seu corpo 
ou você é a sua alma e portanto o Deus que mora no seu corpo?
O que você faz para ser melhor que você mesmo?
Renasça todos os dias na direção da excelência.
Fernanda Correia Dias
in Perpétuo 
Fernanda Correia Dias  . Fotógrafa . Caminho de mesa II

A excelência pode ser uma linha contínua.
Tente.
Fernanda Correia Dias 
in Perpétuo
Fernanda Correia Dias . Fotógrafa. Caminho de mesa III

No centro do caminho a flor urdida, centralizada, em linha de vida contínua de excelência.
Matemática sábia.
Fernanda Correia Dias
in Perpétuo


terça-feira, 15 de maio de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Para Alexandre Rodrigues Ferreira

Quando aos 16 anos comprei as lâminas de Viagem Filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira,tive o impacto de descobrir que eu ainda não conhecia o Brasil.
Qual de vocês já examinou aquelas lâminas?
Já leu o que ele escreveu?
Foi o que pensei quando olhei esta fruteira.
E depois pensei: Agradecida...Rodrigues Ferreira...
E em seguida pensei na minha mãe, que amava os caquis...que me apresentou os caquis e as bananas...
E depois pensei na cartela das cores...misturando aos sabores e vieram muitas referencias...
Todo instante está repleto de muitas coisas que ninguém vê. Nossos olhos seguem.
Levam o nosso por dentro, para dentro.
Oh...Universidade dos pés descalços!
Fernanda Correia Dias
in Geografia familiar
para as minhas filhas


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Caquis para você, Mamãe!


Como olhar para um caqui e não lembrar de você?
Suas mãos curvinhas, entre os caquis, escolhendo os mais bonitos,
os madurinhos, com suas polpas de vidros doces?
E aquelas peles tão finas, quase humanas, coradas e coroadas?
E a colherinha onde está?
Como olhar para um caqui e não ver seus olhos aqui, de menina feliz,
amada...amando-nos com a oferta de mais um dos seus tesouros-delícia?
Como olhar para um caqui e não encontrar dentro de t-o-d-o-s eles,
em cada gomo, as meninas dos teus olhos-espelho-prata-verdes me procurando?
Vês?
Fernanda Correia Dias
Para minha mãe, Mathilde



Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . As sandálias da minha Mãe.

Quando eu era muito pequena 
e minha mãe estava longe,
fazia como toda criança:
Localizava minha mãe pela voz, aroma e pés.
E ela era tão interessante
que até na escolha do modelo do calçado
evidenciava seu coração, o tom de cada palavra,
onde ia, onde esteve ou onde estava.
Pérola.


in Os pés de minha Mãethilde
Fernanda Correia Dias
para as minhas filhas

















segunda-feira, 7 de maio de 2012

Fernanda Correia Dias. Fotógrafa . As Rosas do caminho

Vou pela sombra, o povo quer pão e circo,o rei reina, mas não governa,o silêncio é de ouro,a palavra é de prata, para inglês ver,pentear macacos. Quem dá aos pobres empresta a Deus, os amigos de verdade são os amigos da necessidade, quem não está conosco está contra nós,saber é poder,são todos farinha do mesmo saco,se a montanha não vem a Maomé, Maomé vai à montanha, uma andorinha não faz verão, eles são brancos que se entendam, é gente de meia-tigela, é mais fácil enganar a multidão do que um homem só,e eu sou besta?Digo as coisas em alto e bom som,de boas intenções o inferno está cheio, custou os olhos da cara, conversa mole para boi dormir,até tu, Brutus?Abre-te, Sésamo, a preço de banana, a pressa é inimiga da perfeição, a emenda saiu pior do que o soneto, a arte é longa e a vida é breve, a casa da mãe Joana, a bom entendedor meia palavra basta.A ocasião faz o ladrão.Cesteiro que faz um cesto faz um cento.

Ganhei de Eunice frases da mamãe.
Em 31 de dezembro de 2009
Todos os dias são dias das Mães
Elas sabem tudo.
Feliz dia das Mães, é o que exalam em perfume as rosas do caminho
que me fazem lembrar os bouquets de rosas que trocamos por toda a vida..

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . O sol toca nas coisas com seus dedos amarelos.

O sol toca nas coisas com seus dedos amarelos e aquece as cores nos meus olhos.
O impulso vital, está ali. Ânima. Alma.Centelha!
E o campo é mais verde, a papoula mais vermelha, a temperatura da porcelana fica quase humana...
Sigo assoviando a Primavera de Vivaldi cheia de claves de sol no outono carioca de quinze graus.
Rio, cidade maravilhosa deste sol quente dedoismiledoze dedinhos amarelos.

Fernanda Correia Dias
in Para as minhas filhas




domingo, 1 de abril de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Guarda-Sol, Guarda-Chuva, Guarda-Luz

O sol toca todas as coisas com seus dedinhos de luz.
Inclusive pessoas.
Guarda-sol, Guarda-Chuva, Guarda-Luz...
Fernanda Correia Dias
In Para as minhas filhas

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . A expressão da Deusa

A Deusa que eu conheci nos educou com o olhar.
Você sabe que ela está te olhando assim.
Obedeça.
Fernanda Correia Dias
in Geografia familiar
















sábado, 31 de março de 2012

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Phoenix na árvore.

Caminhavam ao par... No meio da estrada... então voaram...Umas galinhas pesadas
para cima das árvores, renascidos em si mesmos.
Fernanda Correia Dias
In Geografia familiar
Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Phoenix

Eu sabia que conhecia... Mas... Ali estavam dois Phoenix da Mata Atlântica,
de uma vez!

Fernanda Correia Dias
In Geografia familiar

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Phoenix

Phoenix apareceu no meio da estrada, com seus pés azuis e suas asas em diversos tons de laranja e marrom. Mata Atlântica.
Duplos, pareciam espelho de lenda, mas eram de verdade.
Dois de uma só vez.
Fernanda Correia Dias
In Geografia familiar



Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . O que as pétalas disseram a pedra

_Se você estudou, aprendeu a ser melhor do que você era, pratique o seu melhor!
Todos os dias. todas as horas, consigo mesma e com os outros.
Fernanda Correia Dias
in Geografia familiar

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . O que as pétalas disseram à pedra.

O que as pétalas disseram à pedra:
Estudar para saber, saber para viver e viver para... praticar a sabedoria.
A vida é breve.
Fernanda Correia Dias
in Geografia familiar