quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Feliz Ano Novo!

Paz para você, muita Paz!
Beijo da Fernanda
Fernanda Correia Dias
In Feliz Ano Novo!

Fernanda Correia Dias . Feliz Ano Novo!
Então, na última hora, do último dia, do último mês do ano... eu nasci de parto normal!
Mamãe saiu de Copacabana num taxi, com as minhas roupinhas, para encontrar meu Pai e o Médico na Boca do Mato!Nasci como ela, numa segunda-feira!
Ela me dizia: Fernandinha, eu ouvia todo mundo dizendo: Vamos logo com isso! É Reveillon no mundo! Vamos!...Não foi fácil, filhinha...Não foi fácil não...Minha Mãe contou que telefonou para a minha Avó, Mãe dela, para dizer: Mamãe se eu morrer de parto, você já sabe, será Fernando ou Fernanda por causa do meu pai. Fernandinha você nasceu bem moreninha e sua Avó Cecília me disse: Parece uma indiazinha! Uma chinezinha!É linda! Bem moreninha como seu pai! Quem te chamou pela primeira vez de Fernandinha foi a sua Avó Cecília... depois a minha irmã Virucha...A Nanducha soube no intervalo da peça e foi a primeira a chegar!
Minha Avó me levou para me batizar no ano seguinte, no dia do aniversário dela e na mesma igreja em que ela mesma foi batizada me dando como padrinho o meu Avô Heitor e o nome do pai da minha Mãe no feminino... Fernanda...Minha mãe era tão clara, e tão semelhante fisicamente à minha Avó Cecília Meireles, que quando ela ia me buscar na escola, os meus amiguinhos diziam que ela não era minha mãe não...porque eu não tinha as cores dela...Foi preciso crescer e olhar as fotografias de minha mãe e da minha Avó jovem e em preto e branco, com o cabelo preso, para compreender porque minha mãe achava que minhas fotos em preto e branco eram ela ou a mãe dela!
Não Mamãe, esta, na fotografia, não é você! Nem é a Vovó Cecília! Sou eu! Olha o olho preto! O seu é transparente, o dela era verde... ficaria cinza claro...!O queixo? O queixo é semelhante...Mas sou eu!
E ríamos muito!
Quando minhas filhas nasceram, uma na véspera do Natal e outra na véspera do Reveillon, ela me disse: vocês agora terão a companhia umas das outras...!
É claro que nem eu, nem minhas filhas tivemos festa na escola...Nós e nossos amiguinhos estavam todos sempre de férias!
Minha Mãe em toda a sua vida, nunca deixou de me acordar com um beijo e um bouquet de rosas vermelhas no dia 31 de Dezembro!
Fernanda Correia Dias
in Feliz Ano Novo









Fernanda Correia Dias . Feliz Ano Novo!
Na manhã do dia 30 de Dezembro de 1986 eu estava saindo para uma ultra-sonografia e quando cheguei no hospital comecei a sentir a Kenya pedindo para sair de dentro da minha barriga!
O médico me disse: Você não vai voltar para casa, vou interná-la, o Bebê vai nascer hoje!
Por volta das cinco ela nasceu!Ela! Eu nem sabia que era Ela! Fiquei muito contente porque era saudável! Uma menina! Eu beijei minha filhinha, olhei para aquelas mãozinhas de estrelinhas ... Tão linda a minha filhinha...e Plin de anestesia, dormi...
No quarto, ela chegou para mamar enroladinha na mantinha de seda que eu bordei com o nome dela.
Minha mãe veio me visitar dizendo... Ah...que presente de aniversário mais lindo! Uma filhinha... logo reconheci no berçário! É igualzinha a você...
Fiquei olhando para aquela vidinha que chegou para mamar, tirei fotos dela... e levamos para o Cosme Velho...
Tudo era pequenininho... vestidinho, sapatinho... Minha Mãe tricotou um casaquinho... uma touquinha com uma lã bem fininha e amarelinha...Os amigos foram visitar...Recebi tantas flores...
Ficamos muito amigas e eu saía todos os dias para trabalhar acompanhada da Kenya!
Ela mamou seio exclusivo o mesmo tempo que a Gaya, um ano.
Cresceu, ganhou um armário-lojinha com muitos cabidinhos e roupinhas que ela vendia para as clientes dela...E colocava nos pacotinhos e guardava o dinheirinho...Um dia, ainda com dois anos, me disse que queria me pedir uma coisa: "Eu quero uma irmãzinha!Você não quer que eu tenha uma irmãzinha?" _Quero! Chegou a Gaya!
Muito lindo ver as meninas brincando e crescendo juntas!
Muito amigas e solidárias.Remando juntas, desenhando juntas, brincando de casinha juntas!
Aliás, a maioria das vezes, eram três: Minha mãe e elas, Gaya e Kenya!
Beijinhos nas três e Feliz Aniversário para a Kenya! Sucesso filhinha, muito sucesso!
Fernanda Correia Dias
In Feliz Ano Novo







Fernanda Correia Dias . Feliz Ano Novo !

Dia 29 de Dezembro de 2011, falta um dia para o aniversário da Kenya!
Amanhã a Kenya vai renascer, linda...
Enquanto isso vou desejando a todos Feliz Ano Novo!
Com Paz! Muita Paz!
Fernanda Correia Dias
In Feliz Ano Novo!




sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Chez Nous . Histórias de Natal

É de madrugada, a menina vai nascer mais tarde, eu ainda não sei que ela é menina, só penso que vai chegar com saúde...As roupinhas já estão dentro da mala, e eu estou pronta.
Na sala de cirurgia do hospital o médico diz: Ela é grande... É uma menina!
Eu olho para a minha filhinha nos braços do médico...Ah... Ela é linda!...Tem uma mão longa...que linda a mãozinha dela! Ah... que rostinho lindo... o cabelinho tão pretinho...O médico passa tinta no pezinho e marca num cartãozinho...ela ganha uma pulseirinha com meu nome...O anestesista faz Plin na minha corrente sanguínea e eu durmo...
Mais tarde ela já estava no quarto mamando envolvida na mantinha que eu bordei com o nome dela: Gaya
Minha Mãe veio nos visitar com a Kenya e elas disseram: Ela é linda! Linda!
E a Gaya mamava e dormia... Mamava e dormia...A Kenya queria brincar com ela, deitou na cama conosco e no dia seguinte levou a Gaya no colo para a caminha da Gaya em casa!
Quando ela ainda não sabia falar, já assoviava e em seguida encontrou uma gaita e adorou fazer canções...
Da gaita de chaveiro, passou para uma gaitinha amarela... e voltava da escola tocando ou com a gaita no bolso.
Adorava fazer mágicas, adorava escrever e estudar e ficava quietinha no colo da minha Mãe Mathilde ouvindo todas as histórias. Um dia me pediu para levar um livro lindo para a aula de Biblioteca mas ainda não sabia ler e trouxe o livro lindo Ou isto ou aquilo de autoria da minha Avó Cecília Meireles, ilustrado por mim. Eu perguntei: Por quê este livro ? Porque eu gosto dele, ele é lindo e levou.
Combinei com minha mãe de não falarmos nada até que ela soubesse ler.
Então quando já sabia ler, voltou da escola e me perguntou: Esta Fernanda aqui é você? E esta Cecília é a Bisa? Respondi que sim e ela me respondeu em seguida: Também quero fazer livros porque eu adooooro este livro!Ele é lindoooo. ..Eu nem sabia que você tinha feito estes desenho e que a Bisa tinha escrito quando eu já gostava dele, agora eu gosto mais...Vou ler para você: E leu enquanto eu a minha mãe ouvíamos aquela voz tão pequena levantando do livro o poema e a Kenya nem estava ali, mas nós sabiamos que era a segunda vez que isso acontecia conosco. Com a Kenya se passou o mesmo. Igual. Idêntico.
Beijos Gaya e Kenya, muitos beijos da Mamãe e da Vó Mathilde, foi o que vocês ganharam quando acabavam de ler cada poema!
E dia sim, dia não, lá estavam vocês, juntas ou isoladas, debruçadas sobre este livro.
Feliz Aniversário Gaya!
Hoje é 24 de dezembro de 2011 !

Fernanda Correia Dias

in Histórias de Natal

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Histórias de Natal

Hoje, 22 de Dezembro de 2011, estamos à dois dias da Véspera do Natal, como minha Mãe gostava de dizer...
Queria te dizer que todo dia é dia de Renovação, de Esperança, de Nova vida.
Lembre-se que hoje é o primeiro dia do resto da sua vida, se você quiser esquecer tudo o que você já viveu, mas que você-hoje é resultado de tudo o que já viveu. Portanto não despreze o que você já viveu.
Muito pelo contrário, acredite que é possível exercermos em nós mesmos uma lapidação...Um aperfeiçoamento, uma renovação constante. "Para melhor, sempre para melhor", acrescentaria a minha Mãe, se estivesse me ouvindo falar...
Isso! Para melhor, para melhor!
Faça isso com você mesmo e apresente-se à noite de Natal como alguém que está consciente e que refletiu sobre suas imperfeições, egoísmos, vaidades, arrogâncias, intolerâncias, iras, gulas e soberbas...
Eu não gosto de nenhuma destas palavras, porque o que elas significam faz mal a todos e fará a si mesmo.
Então, faça uma reflexão, elimine de você mesmo estas palavras, como também o que elas significam.
Pratique o Bem e o Bom...Isso... Rumo ao melhor! Ao melhor!

Fernanda Correia Dias

in Histórias de Natal

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Ilustração . Histórias de Natal

Tendo nascido num País tropical, eu gosto de ver as palmeiras e os coqueiros acenando de longe como duas mãos nos ares, quando olho para a paisagem. Gosto pela mensagem de Felicidade na comunicação!
Dá a impressão também que são os verdadeiros habitantes do mundo...Índios com seus cocares e mãos imensas, correndo ou parados ao longe ou na minha direção.
Eu sei que a minha primeira reação é sempre acenar com as duas mãos também! Para as palmeiras e coqueiros, mesmo que eu esteja sozinha ou acompanhada. É espontâneo.
Fui gostando tanto das palmeiras e coqueiros, que penso que por serem tantas no Brasil, poderiam também incluí-las na Festa do Natal.
Só percebi que as palmeiras e coqueiros estavam nesta Festa de Natal acima, quando finalizei a ilustração. Não é a primeira vez, e certamente não será a última que isso me acontece. Porque ilustrar é se re-conhecer.
É assim... A ilustração devolve o que você pensa, depois que já fez...
Então, eu desejo a todos um Feliz Natal de 2011, uma noite feliz, em Paz, Saúde e que por onde quer que encontrem uma palmeira ou coqueiro, lembrem da Felicidade que é ter alguém desinteressadamente nos assistindo, ou acenando para você, como as crianças que acenam nas margens das estradas, nas traseiras dos carros e nas nossas viagens pelo mundo.
Crianças, palmeiras e coqueiros, inesquecíveis, tudo... gente um dia ou planta um dia!
Feliz Natal!

Fernanda Correia Dias

in Fernandinha / Histórias Natal

domingo, 18 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Chez Nous

Quando eu era criança eu me imaginava mãe de seis meninas.
Minha família é mínima, eu adoro família e queria uma família grande.
Eu tinha nome para todas as minhas seis meninas.
Mas eu também tinha nomes para os meninos, porque o que importava não era ser menino ou menina, mas chegar com saúde.
Quando a Kenya nasceu eu pensei, a próxima será a Gaya ou o Patrick??
Kenya me adivinhando respondeu: Gaya!
Gaya significa Pessoa feliz, é o nome do Planeta Terra em grego...E Kenya significa branco, em suahile, porque no Kenya está o Kilimanjaro com as neves eternas...e branco é a soma de todas as cores, é a Paz.
Então bordei uma mantinha com o nome Gaya, porque a do Patrick já estava bordada desde o nascimento da Kenya.
Claro que sendo filhas ou filhos poderiam ter os nomes da família, mas eu preferi dar nomes diferentes aos da família, para evitar novos homônimos.
A Gaya chegou na véspera do Natal, linda, para passar o Natal comigo e quando eu ia completar 33 anos.
A Kenya deitou na cama do hospital, ao meu lado e ao lado da Gaya e deu adeuszinho para as Avós...
No dia seguinte, levou a Gaya para a caminha dela em nossa casa enroladinha na mantinha que eu bordei.
Minha filha, mamãe deseja muito sucesso para vocês. Lembrem-se da Vó Thide e de Aristóteles: A excelencia não é um ato, mas um hábito.
Sempre,
Beijo!




Fernanda Correia Dias



In Histórias de Natal

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Histórias de Natal .

Trinta anos depois do meu nascimento, nasceu Kenya.
Fiz uma mantinha e bordei um nome feminino e outra mantinha onde bordei um nome masculino.
Sinceramente e do fundo do meu coração eu só queria um bebê saudável.
Quando o médico já sabia eu pedi para ele não me dizer se era menino ou menina.
Não soube.
Kenya nasceu no penúltimo dia de dezembro para passarmos o Reveillon juntas!
Verão, uma tarde lindíssima, minha mãe veio nos ver e me disse:
"Filhinha, reconheci logo que vi a Kenynha no berçário
Ela é igualzinha a você!"
Minha mãe deu tanto Amor às minhas filhas, foi tão dedicada e ensinou tanto que eu posso dizer que as minhas filhas tiveram dela a educação que ela me deu e que foi a que recebeu de sua Abisavó Jacinta. A mesma que educou minha Avó materna Cecília Meireles.

Tomara elas levem este Amor e sabedorias aos seus filhos também.
Ambas também são afilhadas de batismo de minha mãe, como eu sou de Vó Cecília.
A excelência não é um ato, mas um hábito, acrescentaria minha mãe, Mathilde, lembrando-se de Aristóteles.


Fernanda Correia Dias

in Historias de Natal

domingo, 11 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Chez Nous . Histórias de Natal.


Hoje é dia 11 de Dezembro e estamos a 13 dias do dia 24 de Dezembro de 2011.
Caminhando e conversando com Kenya, fui interrompida por um menino que me perguntou se eu queria comprar bananadas que ele estava vendendo.
Respondi que eu não podia porque não tinha dinheiro. Perguntei se ele poderia me emprestar dinheiro.
Ele me perguntou: Quanto?
Perguntei: Quanto você tem?
Ele tirou das costas um saco plástico que levava como mochila (cada bracinho enfiado numa alça) e abriu.
Pegou uma nota de dois Reais e me olhou trazendo no rosto a sombrancelha como uma interrogação. Depois largou os dois Reais e perguntou se eu queria levar dez Reais.
Respondi que sim.
Ele me entregou e eu perguntei: Quando te devolvo?
Ele respondeu convicto: Segunda-feira.
Respondi: Combinado! Recebi os dez Reais, dobrei a nota, perguntei quantos anos ele tinha, sete, virei de costas e fui andando devagarinho enquanto minha filha dizia: Ah... que lindo! Ele está feliz de te emprestar dez Reais...Está pensando que você vai levar mesmo...Mamãe que lindo... Está feliz...!
Claro que eu não vou levar! Estou com a idade dele e brincando com ele...
Olhei para trás, chamei o menino e perguntei o nome dele: Alexandre.
Fui na direção dele e entreguei o dinheiro dele dizendo: Olha, você foi muito bom comigo, muito bom mesmo, mas a minha filha falou que ela tem dez Reais e que vai me emprestar... Então estou te devolvendo. Muito agradecida!
Ele tirou a mochila das costas e guardou o dinheiro, meio decepcionado.
Não queria deixa-lo sozinho nem decepcionado depois da brincadeira....Perguntei: Onde está a sua mãe?
Respondeu: Ali!
A mãe estava sentada no chão, com um pano aberto repleto de sacos de balas e vendendo mais balas para umas senhoras...Eu não tinha visto...
Aproximei-me e disse à mãe de Alexandre: Você tem um filho maravilhoso.Muito especial mesmo.Parabéns!
Sem dentes e ainda muito jovem, a mãe sorriu feliz e me respondeu: Obrigada! Ele é mesmo!
Segui com minha filha, explicando para ela: Está vendo? Nem todos os Alexandres são iguais.
Esta sensibilidade que este menino tem, é rara.
Só as pessoas que já sofreram a falta de não ter dez Reais quando se está precisando, são capazes de oferecer, porque compreendem imediatamente.
Se eu parasse alguém para pedir dez Reais, talvez a maioria me dissesse que não...que não tem dinheiro não...
Não é assim que a maioria faz, quando alguém que precisa pede?
Vê a diferença?
Lembra daquele dia que eu estava com dor de cabeça e parei o carro no sinal vermelho do transito e disse ao menino que eu não sabia o que fazer com a minha dor de cabeça quando ele me trouxe balas para comprar?
Lembra que ele me disse: A senhora pode tomar um analgésico... a dor vai passar! Que ele já tinha sentido dor de cabeça... Que já tinha comprado remédio para a mãe dele... que o remédio elimina a dor...
Lembra que eu disse que eu estava sem dinheiro? (E estava mesmo!)
Lembra que ele imediatamente meteu a mão no bolso e me entregou pela janela do carro três Reais e me falou o nome do remédio, me apontando a farmácia?
Lembra que perguntei como faria para devolver o dinheiro? Lembra que ele respondeu que não precisava devolver não...?
Lembra?
Lembra que quando eu devolvi antes que o sinal abrisse, dizendo muito agradecida e ele insistiu para que eu levasse o dinheiro?
Lembra que eu devolvi dizendo que tinha medo de não encontrá-lo mais...?
Lembra de como eu, você, sua irmã e a Vovó Mathilde ficamos co-mo-vi-das?
Não é fantástico?
Pois é... O mundo das pessoas sensíveis é outro. Elas sabem que a palavra diz, que a palavra está cheia de verdade, que a palavra tem sentido. Que a palavra tem valor.



in Histórias de Natal


Fernanda Correia Dias

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Histórias de Natal .

Naquela manhã, recebi das mãos da minha filha Gaya um papel e uma caneta para que eu escrevesse uma cartinha...Então ela ditou: "Mummy, escreve aí, querido PapaiOnel, eu me comportei muito bem e quero um violino. Beijo Gaya."
Eu escrevi... perguntando... Um vi-o-li-noooo?
É Mommy. Ela estava convicta.
Está bem... e como eu tinha na sala uma árvore de Natal com muitos presentinhos para todos e estávamos a véspera da Noite de Natal... eu achei que devia dar atenção ao pedido.
Comentei com minha mãe, e ela me respondeu: Ela é tão pequenina! Um Violino? Sua Avó Cecília Meireles tocava e tinha um violino que ela deu para a minha irmã...Que engraçado! Onde andará o violino da sua Avó?
Mamãe, não sei...Mas a Gaya pediu um violino...Se ela pediu...é porque está "precisando".
Então a loja de vestidos trouxe dois vestidos embrulhados e a Gaya recebeu as caixas retangulares, chamando a irmã e avisando: Kenya! PapaiOnel trouxe o meu violino!
A irmã olhou para a caixa, pegou, balançou perto do ouvido e disse: Isso aqui não é um violino não... deve ser roupa... A Gaya olhou para mim e pedindo que eu confirmasse que era O Violino, me perguntou: Mommy, isso aqui é o meu violino que eu pedi ao PapaiOnel, não é? Eu respondi que achava que não era não...E ela reagiu com muita dor, chorando muito até ficar gaga e com as faces muito vermelhas...Era o dia 24 de dezembro, dia do aniversário dela e eu disse à ela que Papai Noel não ia esquecer ela não! Que ia trazer o pedido dela.Estávamos por volta das 15hs... Dei tchau para elas e parti para a Rua da Carioca atrás do violino.
Na primeira loja ouvi: Para que idade? Quatro anos??? Mas será muito difícil encontrar... é melhor a Senhora levar o grande...a Senhora não vai encontrar não...Não esmoreci. Fui para a próxima e ouvi: Não... Não temos violino para esta idade... violino assim, só vende de 15 em 15 anos! Muito difícil alguém ter para vender...
Na próxima loja e nas subsequentes, o mesmo, a mesma resposta e todos me seduzindo a levar um violino quase do tamanho dela. Então entrei numa loja que tinha numa vitrine um violininho de verdade. A loja estava lotada e desciam guitarras e baterias pendurada numa corda, por um buraco no teto da loja...disse ao vendedor que eu queria aquele violino da vitrine e ele me explicou que todos aqueles instrumentos estavam indisponíveis para a venda.Eram instrumentos históricos... E me advertiu que seria muito difícil adquirir, mas gritou na direção do "buraco" no teto da loja: _Um violino para criança de quatro anos!
Todos os cliente olharam para mim, a última porta da loja fechou às minhas costas e todos queriam conhecer a criança. Recebi diversos cartões de maestros, músicos...enquanto olhava hipnotizada para o "buraco" no teto.
Então, quando o silêncio se fez na loja e vi que eu não era a única o olhar para o "buraco" no teto, desceu numa corda grossa, amarrado pelo alça, um violino para criança de quatro anos, enquanto eu chorava e ouvia um "Ooooohhhhhhhh".
Recebi a nota de cobrança do instrumento, paguei, um músico pediu para afinar o violino e colocou de presente dentro da caixa um "breu" depois que passou nas cerdas do arco para afinar... e ele mesmo fez questão de embalar o violino em papel vermelho, dando a forma da cintura do violino na embalagem.
Agradeci chorando, fui para a porta da loja e um responsável abriu uma pequena sobre-porta, por onde saí, fiz sinal para um taxi, entrei e disse ao motorista: Eu consegui... ! e desmoronei chorando de felicidade!
Minha mãe colocou na árvore de Natal, a Gaya descobriu o violino, pediu para abrir e passou a noite in-tei-ra tocando violino, até adormecer ao lado dele. No dia 25 de dezembro, feriado mundial, queria que eu trouxesse um professor. No dia 26 estive pessoalmente no Villa Lobos para encontrar um professor para criança de quatro anos...
No dia 27 de dezembro o Maestro Alexandre Guiamares, iniciou as aulas de violino para a Gaya, que passou a apresentar seus resultados nos Saraus do Villa Lobos.
Era a criança mais jovem. Não errava. Por este motivo, as que erravam iam descendo do palco...Ao final assistiamos a pequena e o Maestro...Até ele "esquecer" o Ritornello e ela detectar e espontâneamente retirá-lo do palco!
Os amigos violinistas, a família e o público, estimulavam para que ela estudasse mais e mais. Cresceu e passou por todos os tamanhos de violino, até chegar ao 4/4.Criou composições com letra e música.
Estudar era com ela mesma. Um dia, ela comprou um violão e percebeu que as crianças preferiam ouvi-la no violão... o violino causava um constrangimento nos ouvintes...Nem todos conheciam as canções que ela tocava...Não cantavam...Com o violão ela nunca mais deixou de compor e de cantar.
Faz ela mesma as composições, letra e música, entra no estúdio , toca, canta e grava, depois vende os cds para quem gosta ! São lindos!
Beijo Gaya! Sucesso!
Nunca esqueça da Vó Mathilde, da sua irmã Kenya, dos seus amigos e de seu professor de violino!
Eles nunca faltaram às suas apresentações! Eu sei porque eu estava lá!
Um violino consolidou a vocação musical da Gaya.
Já imaginou se PapaiOnel tivesse muito ocupado...?



Fernanda Correia Dias



in Histórias do Natal

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Chez Nous . Fotografia e Arte

Histórias de Natal

Papai Noel tinha ido na minha casa. Esquecido o chapeuzinho...

Meus amigos não acreditavam em Papai Noel...

Eles diziam que eu era bobinha. Eu não me importava.

A figura do Papai Noel me transmite até hoje a Generosidade.

O Atendimento ao Sonho. Uma mágica de Esperança com Realização.

Uma Mística de sonhar e ser atendida. Um Possível.

No supermercado

ouvi uma voz bem pequena dizendo: compra papai... compra... é a minha bonequinha...

É Natal...

O pai constrangido, dizia baixinho e com ternura: Não posso... Não posso.


O irmão, mostrava um par de chuteiras e uma bola... Dizia: Papai, compra... você prometeu...

compra pelo menos a bola para mim e a bonequinha dela...

O pai, constrangido repetiu: Não posso.


Em seguida, passou no caixa um saco de Tripas, um de Arroz e pagou. Guardou as moedas do troco na carteira vazia. Deu as mãos às crianças e foi embora.

Eu era a próxima a passar no caixa e estava com minhas duas filhas e minha mãe.

Pedi à atendente que me cobrasse as chuteiras, a bola e a bonequinha e entreguei para as minhas filhas e elas sairam correndo atrás das crianças para entregar os presentes de Natal.

As crianças receberam.

Minhas filhas voltaram.

Olhei para a minha mãe e disse: Papai Noel existe, não é Mamãe?

Existe, filha.

Minhas filhas ouviram e me disseram: Existe sim! Mas hoje ele está muito ocupado, fazendo mais brinquedinhos para as outras crianças e nós podemos ajudar...



Fernanda Correia Dias´

in Histórias de Natal