quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Feliz Ano Novo!

Paz para você, muita Paz!
Beijo da Fernanda
Fernanda Correia Dias
In Feliz Ano Novo!

Fernanda Correia Dias . Feliz Ano Novo!
Então, na última hora, do último dia, do último mês do ano... eu nasci de parto normal!
Mamãe saiu de Copacabana num taxi, com as minhas roupinhas, para encontrar meu Pai e o Médico na Boca do Mato!Nasci como ela, numa segunda-feira!
Ela me dizia: Fernandinha, eu ouvia todo mundo dizendo: Vamos logo com isso! É Reveillon no mundo! Vamos!...Não foi fácil, filhinha...Não foi fácil não...Minha Mãe contou que telefonou para a minha Avó, Mãe dela, para dizer: Mamãe se eu morrer de parto, você já sabe, será Fernando ou Fernanda por causa do meu pai. Fernandinha você nasceu bem moreninha e sua Avó Cecília me disse: Parece uma indiazinha! Uma chinezinha!É linda! Bem moreninha como seu pai! Quem te chamou pela primeira vez de Fernandinha foi a sua Avó Cecília... depois a minha irmã Virucha...A Nanducha soube no intervalo da peça e foi a primeira a chegar!
Minha Avó me levou para me batizar no ano seguinte, no dia do aniversário dela e na mesma igreja em que ela mesma foi batizada me dando como padrinho o meu Avô Heitor e o nome do pai da minha Mãe no feminino... Fernanda...Minha mãe era tão clara, e tão semelhante fisicamente à minha Avó Cecília Meireles, que quando ela ia me buscar na escola, os meus amiguinhos diziam que ela não era minha mãe não...porque eu não tinha as cores dela...Foi preciso crescer e olhar as fotografias de minha mãe e da minha Avó jovem e em preto e branco, com o cabelo preso, para compreender porque minha mãe achava que minhas fotos em preto e branco eram ela ou a mãe dela!
Não Mamãe, esta, na fotografia, não é você! Nem é a Vovó Cecília! Sou eu! Olha o olho preto! O seu é transparente, o dela era verde... ficaria cinza claro...!O queixo? O queixo é semelhante...Mas sou eu!
E ríamos muito!
Quando minhas filhas nasceram, uma na véspera do Natal e outra na véspera do Reveillon, ela me disse: vocês agora terão a companhia umas das outras...!
É claro que nem eu, nem minhas filhas tivemos festa na escola...Nós e nossos amiguinhos estavam todos sempre de férias!
Minha Mãe em toda a sua vida, nunca deixou de me acordar com um beijo e um bouquet de rosas vermelhas no dia 31 de Dezembro!
Fernanda Correia Dias
in Feliz Ano Novo









Fernanda Correia Dias . Feliz Ano Novo!
Na manhã do dia 30 de Dezembro de 1986 eu estava saindo para uma ultra-sonografia e quando cheguei no hospital comecei a sentir a Kenya pedindo para sair de dentro da minha barriga!
O médico me disse: Você não vai voltar para casa, vou interná-la, o Bebê vai nascer hoje!
Por volta das cinco ela nasceu!Ela! Eu nem sabia que era Ela! Fiquei muito contente porque era saudável! Uma menina! Eu beijei minha filhinha, olhei para aquelas mãozinhas de estrelinhas ... Tão linda a minha filhinha...e Plin de anestesia, dormi...
No quarto, ela chegou para mamar enroladinha na mantinha de seda que eu bordei com o nome dela.
Minha mãe veio me visitar dizendo... Ah...que presente de aniversário mais lindo! Uma filhinha... logo reconheci no berçário! É igualzinha a você...
Fiquei olhando para aquela vidinha que chegou para mamar, tirei fotos dela... e levamos para o Cosme Velho...
Tudo era pequenininho... vestidinho, sapatinho... Minha Mãe tricotou um casaquinho... uma touquinha com uma lã bem fininha e amarelinha...Os amigos foram visitar...Recebi tantas flores...
Ficamos muito amigas e eu saía todos os dias para trabalhar acompanhada da Kenya!
Ela mamou seio exclusivo o mesmo tempo que a Gaya, um ano.
Cresceu, ganhou um armário-lojinha com muitos cabidinhos e roupinhas que ela vendia para as clientes dela...E colocava nos pacotinhos e guardava o dinheirinho...Um dia, ainda com dois anos, me disse que queria me pedir uma coisa: "Eu quero uma irmãzinha!Você não quer que eu tenha uma irmãzinha?" _Quero! Chegou a Gaya!
Muito lindo ver as meninas brincando e crescendo juntas!
Muito amigas e solidárias.Remando juntas, desenhando juntas, brincando de casinha juntas!
Aliás, a maioria das vezes, eram três: Minha mãe e elas, Gaya e Kenya!
Beijinhos nas três e Feliz Aniversário para a Kenya! Sucesso filhinha, muito sucesso!
Fernanda Correia Dias
In Feliz Ano Novo







Fernanda Correia Dias . Feliz Ano Novo !

Dia 29 de Dezembro de 2011, falta um dia para o aniversário da Kenya!
Amanhã a Kenya vai renascer, linda...
Enquanto isso vou desejando a todos Feliz Ano Novo!
Com Paz! Muita Paz!
Fernanda Correia Dias
In Feliz Ano Novo!




sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Chez Nous . Histórias de Natal

É de madrugada, a menina vai nascer mais tarde, eu ainda não sei que ela é menina, só penso que vai chegar com saúde...As roupinhas já estão dentro da mala, e eu estou pronta.
Na sala de cirurgia do hospital o médico diz: Ela é grande... É uma menina!
Eu olho para a minha filhinha nos braços do médico...Ah... Ela é linda!...Tem uma mão longa...que linda a mãozinha dela! Ah... que rostinho lindo... o cabelinho tão pretinho...O médico passa tinta no pezinho e marca num cartãozinho...ela ganha uma pulseirinha com meu nome...O anestesista faz Plin na minha corrente sanguínea e eu durmo...
Mais tarde ela já estava no quarto mamando envolvida na mantinha que eu bordei com o nome dela: Gaya
Minha Mãe veio nos visitar com a Kenya e elas disseram: Ela é linda! Linda!
E a Gaya mamava e dormia... Mamava e dormia...A Kenya queria brincar com ela, deitou na cama conosco e no dia seguinte levou a Gaya no colo para a caminha da Gaya em casa!
Quando ela ainda não sabia falar, já assoviava e em seguida encontrou uma gaita e adorou fazer canções...
Da gaita de chaveiro, passou para uma gaitinha amarela... e voltava da escola tocando ou com a gaita no bolso.
Adorava fazer mágicas, adorava escrever e estudar e ficava quietinha no colo da minha Mãe Mathilde ouvindo todas as histórias. Um dia me pediu para levar um livro lindo para a aula de Biblioteca mas ainda não sabia ler e trouxe o livro lindo Ou isto ou aquilo de autoria da minha Avó Cecília Meireles, ilustrado por mim. Eu perguntei: Por quê este livro ? Porque eu gosto dele, ele é lindo e levou.
Combinei com minha mãe de não falarmos nada até que ela soubesse ler.
Então quando já sabia ler, voltou da escola e me perguntou: Esta Fernanda aqui é você? E esta Cecília é a Bisa? Respondi que sim e ela me respondeu em seguida: Também quero fazer livros porque eu adooooro este livro!Ele é lindoooo. ..Eu nem sabia que você tinha feito estes desenho e que a Bisa tinha escrito quando eu já gostava dele, agora eu gosto mais...Vou ler para você: E leu enquanto eu a minha mãe ouvíamos aquela voz tão pequena levantando do livro o poema e a Kenya nem estava ali, mas nós sabiamos que era a segunda vez que isso acontecia conosco. Com a Kenya se passou o mesmo. Igual. Idêntico.
Beijos Gaya e Kenya, muitos beijos da Mamãe e da Vó Mathilde, foi o que vocês ganharam quando acabavam de ler cada poema!
E dia sim, dia não, lá estavam vocês, juntas ou isoladas, debruçadas sobre este livro.
Feliz Aniversário Gaya!
Hoje é 24 de dezembro de 2011 !

Fernanda Correia Dias

in Histórias de Natal

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Histórias de Natal

Hoje, 22 de Dezembro de 2011, estamos à dois dias da Véspera do Natal, como minha Mãe gostava de dizer...
Queria te dizer que todo dia é dia de Renovação, de Esperança, de Nova vida.
Lembre-se que hoje é o primeiro dia do resto da sua vida, se você quiser esquecer tudo o que você já viveu, mas que você-hoje é resultado de tudo o que já viveu. Portanto não despreze o que você já viveu.
Muito pelo contrário, acredite que é possível exercermos em nós mesmos uma lapidação...Um aperfeiçoamento, uma renovação constante. "Para melhor, sempre para melhor", acrescentaria a minha Mãe, se estivesse me ouvindo falar...
Isso! Para melhor, para melhor!
Faça isso com você mesmo e apresente-se à noite de Natal como alguém que está consciente e que refletiu sobre suas imperfeições, egoísmos, vaidades, arrogâncias, intolerâncias, iras, gulas e soberbas...
Eu não gosto de nenhuma destas palavras, porque o que elas significam faz mal a todos e fará a si mesmo.
Então, faça uma reflexão, elimine de você mesmo estas palavras, como também o que elas significam.
Pratique o Bem e o Bom...Isso... Rumo ao melhor! Ao melhor!

Fernanda Correia Dias

in Histórias de Natal

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Ilustração . Histórias de Natal

Tendo nascido num País tropical, eu gosto de ver as palmeiras e os coqueiros acenando de longe como duas mãos nos ares, quando olho para a paisagem. Gosto pela mensagem de Felicidade na comunicação!
Dá a impressão também que são os verdadeiros habitantes do mundo...Índios com seus cocares e mãos imensas, correndo ou parados ao longe ou na minha direção.
Eu sei que a minha primeira reação é sempre acenar com as duas mãos também! Para as palmeiras e coqueiros, mesmo que eu esteja sozinha ou acompanhada. É espontâneo.
Fui gostando tanto das palmeiras e coqueiros, que penso que por serem tantas no Brasil, poderiam também incluí-las na Festa do Natal.
Só percebi que as palmeiras e coqueiros estavam nesta Festa de Natal acima, quando finalizei a ilustração. Não é a primeira vez, e certamente não será a última que isso me acontece. Porque ilustrar é se re-conhecer.
É assim... A ilustração devolve o que você pensa, depois que já fez...
Então, eu desejo a todos um Feliz Natal de 2011, uma noite feliz, em Paz, Saúde e que por onde quer que encontrem uma palmeira ou coqueiro, lembrem da Felicidade que é ter alguém desinteressadamente nos assistindo, ou acenando para você, como as crianças que acenam nas margens das estradas, nas traseiras dos carros e nas nossas viagens pelo mundo.
Crianças, palmeiras e coqueiros, inesquecíveis, tudo... gente um dia ou planta um dia!
Feliz Natal!

Fernanda Correia Dias

in Fernandinha / Histórias Natal

domingo, 18 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Chez Nous

Quando eu era criança eu me imaginava mãe de seis meninas.
Minha família é mínima, eu adoro família e queria uma família grande.
Eu tinha nome para todas as minhas seis meninas.
Mas eu também tinha nomes para os meninos, porque o que importava não era ser menino ou menina, mas chegar com saúde.
Quando a Kenya nasceu eu pensei, a próxima será a Gaya ou o Patrick??
Kenya me adivinhando respondeu: Gaya!
Gaya significa Pessoa feliz, é o nome do Planeta Terra em grego...E Kenya significa branco, em suahile, porque no Kenya está o Kilimanjaro com as neves eternas...e branco é a soma de todas as cores, é a Paz.
Então bordei uma mantinha com o nome Gaya, porque a do Patrick já estava bordada desde o nascimento da Kenya.
Claro que sendo filhas ou filhos poderiam ter os nomes da família, mas eu preferi dar nomes diferentes aos da família, para evitar novos homônimos.
A Gaya chegou na véspera do Natal, linda, para passar o Natal comigo e quando eu ia completar 33 anos.
A Kenya deitou na cama do hospital, ao meu lado e ao lado da Gaya e deu adeuszinho para as Avós...
No dia seguinte, levou a Gaya para a caminha dela em nossa casa enroladinha na mantinha que eu bordei.
Minha filha, mamãe deseja muito sucesso para vocês. Lembrem-se da Vó Thide e de Aristóteles: A excelencia não é um ato, mas um hábito.
Sempre,
Beijo!




Fernanda Correia Dias



In Histórias de Natal

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Histórias de Natal .

Trinta anos depois do meu nascimento, nasceu Kenya.
Fiz uma mantinha e bordei um nome feminino e outra mantinha onde bordei um nome masculino.
Sinceramente e do fundo do meu coração eu só queria um bebê saudável.
Quando o médico já sabia eu pedi para ele não me dizer se era menino ou menina.
Não soube.
Kenya nasceu no penúltimo dia de dezembro para passarmos o Reveillon juntas!
Verão, uma tarde lindíssima, minha mãe veio nos ver e me disse:
"Filhinha, reconheci logo que vi a Kenynha no berçário
Ela é igualzinha a você!"
Minha mãe deu tanto Amor às minhas filhas, foi tão dedicada e ensinou tanto que eu posso dizer que as minhas filhas tiveram dela a educação que ela me deu e que foi a que recebeu de sua Abisavó Jacinta. A mesma que educou minha Avó materna Cecília Meireles.

Tomara elas levem este Amor e sabedorias aos seus filhos também.
Ambas também são afilhadas de batismo de minha mãe, como eu sou de Vó Cecília.
A excelência não é um ato, mas um hábito, acrescentaria minha mãe, Mathilde, lembrando-se de Aristóteles.


Fernanda Correia Dias

in Historias de Natal

domingo, 11 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Chez Nous . Histórias de Natal.


Hoje é dia 11 de Dezembro e estamos a 13 dias do dia 24 de Dezembro de 2011.
Caminhando e conversando com Kenya, fui interrompida por um menino que me perguntou se eu queria comprar bananadas que ele estava vendendo.
Respondi que eu não podia porque não tinha dinheiro. Perguntei se ele poderia me emprestar dinheiro.
Ele me perguntou: Quanto?
Perguntei: Quanto você tem?
Ele tirou das costas um saco plástico que levava como mochila (cada bracinho enfiado numa alça) e abriu.
Pegou uma nota de dois Reais e me olhou trazendo no rosto a sombrancelha como uma interrogação. Depois largou os dois Reais e perguntou se eu queria levar dez Reais.
Respondi que sim.
Ele me entregou e eu perguntei: Quando te devolvo?
Ele respondeu convicto: Segunda-feira.
Respondi: Combinado! Recebi os dez Reais, dobrei a nota, perguntei quantos anos ele tinha, sete, virei de costas e fui andando devagarinho enquanto minha filha dizia: Ah... que lindo! Ele está feliz de te emprestar dez Reais...Está pensando que você vai levar mesmo...Mamãe que lindo... Está feliz...!
Claro que eu não vou levar! Estou com a idade dele e brincando com ele...
Olhei para trás, chamei o menino e perguntei o nome dele: Alexandre.
Fui na direção dele e entreguei o dinheiro dele dizendo: Olha, você foi muito bom comigo, muito bom mesmo, mas a minha filha falou que ela tem dez Reais e que vai me emprestar... Então estou te devolvendo. Muito agradecida!
Ele tirou a mochila das costas e guardou o dinheiro, meio decepcionado.
Não queria deixa-lo sozinho nem decepcionado depois da brincadeira....Perguntei: Onde está a sua mãe?
Respondeu: Ali!
A mãe estava sentada no chão, com um pano aberto repleto de sacos de balas e vendendo mais balas para umas senhoras...Eu não tinha visto...
Aproximei-me e disse à mãe de Alexandre: Você tem um filho maravilhoso.Muito especial mesmo.Parabéns!
Sem dentes e ainda muito jovem, a mãe sorriu feliz e me respondeu: Obrigada! Ele é mesmo!
Segui com minha filha, explicando para ela: Está vendo? Nem todos os Alexandres são iguais.
Esta sensibilidade que este menino tem, é rara.
Só as pessoas que já sofreram a falta de não ter dez Reais quando se está precisando, são capazes de oferecer, porque compreendem imediatamente.
Se eu parasse alguém para pedir dez Reais, talvez a maioria me dissesse que não...que não tem dinheiro não...
Não é assim que a maioria faz, quando alguém que precisa pede?
Vê a diferença?
Lembra daquele dia que eu estava com dor de cabeça e parei o carro no sinal vermelho do transito e disse ao menino que eu não sabia o que fazer com a minha dor de cabeça quando ele me trouxe balas para comprar?
Lembra que ele me disse: A senhora pode tomar um analgésico... a dor vai passar! Que ele já tinha sentido dor de cabeça... Que já tinha comprado remédio para a mãe dele... que o remédio elimina a dor...
Lembra que eu disse que eu estava sem dinheiro? (E estava mesmo!)
Lembra que ele imediatamente meteu a mão no bolso e me entregou pela janela do carro três Reais e me falou o nome do remédio, me apontando a farmácia?
Lembra que perguntei como faria para devolver o dinheiro? Lembra que ele respondeu que não precisava devolver não...?
Lembra?
Lembra que quando eu devolvi antes que o sinal abrisse, dizendo muito agradecida e ele insistiu para que eu levasse o dinheiro?
Lembra que eu devolvi dizendo que tinha medo de não encontrá-lo mais...?
Lembra de como eu, você, sua irmã e a Vovó Mathilde ficamos co-mo-vi-das?
Não é fantástico?
Pois é... O mundo das pessoas sensíveis é outro. Elas sabem que a palavra diz, que a palavra está cheia de verdade, que a palavra tem sentido. Que a palavra tem valor.



in Histórias de Natal


Fernanda Correia Dias

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Histórias de Natal .

Naquela manhã, recebi das mãos da minha filha Gaya um papel e uma caneta para que eu escrevesse uma cartinha...Então ela ditou: "Mummy, escreve aí, querido PapaiOnel, eu me comportei muito bem e quero um violino. Beijo Gaya."
Eu escrevi... perguntando... Um vi-o-li-noooo?
É Mommy. Ela estava convicta.
Está bem... e como eu tinha na sala uma árvore de Natal com muitos presentinhos para todos e estávamos a véspera da Noite de Natal... eu achei que devia dar atenção ao pedido.
Comentei com minha mãe, e ela me respondeu: Ela é tão pequenina! Um Violino? Sua Avó Cecília Meireles tocava e tinha um violino que ela deu para a minha irmã...Que engraçado! Onde andará o violino da sua Avó?
Mamãe, não sei...Mas a Gaya pediu um violino...Se ela pediu...é porque está "precisando".
Então a loja de vestidos trouxe dois vestidos embrulhados e a Gaya recebeu as caixas retangulares, chamando a irmã e avisando: Kenya! PapaiOnel trouxe o meu violino!
A irmã olhou para a caixa, pegou, balançou perto do ouvido e disse: Isso aqui não é um violino não... deve ser roupa... A Gaya olhou para mim e pedindo que eu confirmasse que era O Violino, me perguntou: Mommy, isso aqui é o meu violino que eu pedi ao PapaiOnel, não é? Eu respondi que achava que não era não...E ela reagiu com muita dor, chorando muito até ficar gaga e com as faces muito vermelhas...Era o dia 24 de dezembro, dia do aniversário dela e eu disse à ela que Papai Noel não ia esquecer ela não! Que ia trazer o pedido dela.Estávamos por volta das 15hs... Dei tchau para elas e parti para a Rua da Carioca atrás do violino.
Na primeira loja ouvi: Para que idade? Quatro anos??? Mas será muito difícil encontrar... é melhor a Senhora levar o grande...a Senhora não vai encontrar não...Não esmoreci. Fui para a próxima e ouvi: Não... Não temos violino para esta idade... violino assim, só vende de 15 em 15 anos! Muito difícil alguém ter para vender...
Na próxima loja e nas subsequentes, o mesmo, a mesma resposta e todos me seduzindo a levar um violino quase do tamanho dela. Então entrei numa loja que tinha numa vitrine um violininho de verdade. A loja estava lotada e desciam guitarras e baterias pendurada numa corda, por um buraco no teto da loja...disse ao vendedor que eu queria aquele violino da vitrine e ele me explicou que todos aqueles instrumentos estavam indisponíveis para a venda.Eram instrumentos históricos... E me advertiu que seria muito difícil adquirir, mas gritou na direção do "buraco" no teto da loja: _Um violino para criança de quatro anos!
Todos os cliente olharam para mim, a última porta da loja fechou às minhas costas e todos queriam conhecer a criança. Recebi diversos cartões de maestros, músicos...enquanto olhava hipnotizada para o "buraco" no teto.
Então, quando o silêncio se fez na loja e vi que eu não era a única o olhar para o "buraco" no teto, desceu numa corda grossa, amarrado pelo alça, um violino para criança de quatro anos, enquanto eu chorava e ouvia um "Ooooohhhhhhhh".
Recebi a nota de cobrança do instrumento, paguei, um músico pediu para afinar o violino e colocou de presente dentro da caixa um "breu" depois que passou nas cerdas do arco para afinar... e ele mesmo fez questão de embalar o violino em papel vermelho, dando a forma da cintura do violino na embalagem.
Agradeci chorando, fui para a porta da loja e um responsável abriu uma pequena sobre-porta, por onde saí, fiz sinal para um taxi, entrei e disse ao motorista: Eu consegui... ! e desmoronei chorando de felicidade!
Minha mãe colocou na árvore de Natal, a Gaya descobriu o violino, pediu para abrir e passou a noite in-tei-ra tocando violino, até adormecer ao lado dele. No dia 25 de dezembro, feriado mundial, queria que eu trouxesse um professor. No dia 26 estive pessoalmente no Villa Lobos para encontrar um professor para criança de quatro anos...
No dia 27 de dezembro o Maestro Alexandre Guiamares, iniciou as aulas de violino para a Gaya, que passou a apresentar seus resultados nos Saraus do Villa Lobos.
Era a criança mais jovem. Não errava. Por este motivo, as que erravam iam descendo do palco...Ao final assistiamos a pequena e o Maestro...Até ele "esquecer" o Ritornello e ela detectar e espontâneamente retirá-lo do palco!
Os amigos violinistas, a família e o público, estimulavam para que ela estudasse mais e mais. Cresceu e passou por todos os tamanhos de violino, até chegar ao 4/4.Criou composições com letra e música.
Estudar era com ela mesma. Um dia, ela comprou um violão e percebeu que as crianças preferiam ouvi-la no violão... o violino causava um constrangimento nos ouvintes...Nem todos conheciam as canções que ela tocava...Não cantavam...Com o violão ela nunca mais deixou de compor e de cantar.
Faz ela mesma as composições, letra e música, entra no estúdio , toca, canta e grava, depois vende os cds para quem gosta ! São lindos!
Beijo Gaya! Sucesso!
Nunca esqueça da Vó Mathilde, da sua irmã Kenya, dos seus amigos e de seu professor de violino!
Eles nunca faltaram às suas apresentações! Eu sei porque eu estava lá!
Um violino consolidou a vocação musical da Gaya.
Já imaginou se PapaiOnel tivesse muito ocupado...?



Fernanda Correia Dias



in Histórias do Natal

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Chez Nous . Fotografia e Arte

Histórias de Natal

Papai Noel tinha ido na minha casa. Esquecido o chapeuzinho...

Meus amigos não acreditavam em Papai Noel...

Eles diziam que eu era bobinha. Eu não me importava.

A figura do Papai Noel me transmite até hoje a Generosidade.

O Atendimento ao Sonho. Uma mágica de Esperança com Realização.

Uma Mística de sonhar e ser atendida. Um Possível.

No supermercado

ouvi uma voz bem pequena dizendo: compra papai... compra... é a minha bonequinha...

É Natal...

O pai constrangido, dizia baixinho e com ternura: Não posso... Não posso.


O irmão, mostrava um par de chuteiras e uma bola... Dizia: Papai, compra... você prometeu...

compra pelo menos a bola para mim e a bonequinha dela...

O pai, constrangido repetiu: Não posso.


Em seguida, passou no caixa um saco de Tripas, um de Arroz e pagou. Guardou as moedas do troco na carteira vazia. Deu as mãos às crianças e foi embora.

Eu era a próxima a passar no caixa e estava com minhas duas filhas e minha mãe.

Pedi à atendente que me cobrasse as chuteiras, a bola e a bonequinha e entreguei para as minhas filhas e elas sairam correndo atrás das crianças para entregar os presentes de Natal.

As crianças receberam.

Minhas filhas voltaram.

Olhei para a minha mãe e disse: Papai Noel existe, não é Mamãe?

Existe, filha.

Minhas filhas ouviram e me disseram: Existe sim! Mas hoje ele está muito ocupado, fazendo mais brinquedinhos para as outras crianças e nós podemos ajudar...



Fernanda Correia Dias´

in Histórias de Natal
















quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Chez Nous, Histórias de Natal . Foto e arte

Carinhosa.
Fernanda Correia Dias
in para a minha mãe Maria Mathilde


Fernanda Correia Dias . Chez Nous, Histórias de Natal . Foto e arte.
"O Natal, um exercício de delicadezas, tinha início quando você me dizia:
Sim!Vamos armar a Árvore de Natal hoje!
Pegue a escada... é aquela caixa ali... cuidado...muito cuidado, para as bolas e os enfeites não quebrarem...E as lampadinhas? Cuidado filhinha... Não caia...!Passa para mim... passa para mim..."Assim, de algum lugar no alto de uma escada, retirávamos a Árvore de Natal, os enfeites e as lampadinhas ou lampinhas...Pisca-piscas...
A Árvore, verde e de arame, semelhante a um pinheiro, tinha pé... mas você preferia colocá-la dentro de um vaso de argila com terra e o resultado era muito natural.
Quando abrias a caixa de bolas de natal... eu via cada bola separada por uma divisão de cartão marfim, como frutas... e as suas mãos ficavam reduzidas a duas pontinhas de dedos e você ia levantando as bolas uma à uma e examinando. "Estariam inteiras?"
Sim! Estavam inteiras, sim... e nossos olhos traziam os "outros Natais"...E desta vez, você "faria diferente", a árvore e o Natal seriam sempre mais bonitos que todos os "outros Natais"!
Esta frase enchia meus ouvidos de ensinamento. Fazer sempre melhor que antes. Superar-se!
Era o primeiro ensinamento!
O segundo ensinamento era Paciência! Paciência para desembaraçar os fios elétricos das lampadinhas e testar. Nem sempre todas acendiam, tínhamos que localizar as queimadas e até sair para comprar imediatamente as que estavam faltando...Eu ia repetindo... Paciência...Paciência...!E você acrescentava a esperança: Vai ficar lindíssima!
O terceiro ensinamento estava no seu gesto: com extrema delicadeza e entre as pontas dos seus dedos eu aprendia a tocar bolas e enfeites "Muito delicados...de-li-ca-dís-si-mos..."
Bolas com vidro de ampolas...espelhadas...tão delicadas que mal respirávamos...trocávamos olhares e sorríamos e entre o nosso olhar estava a longa palavra com exclamação... Lin-dís-si-mas...! Enquanto você pendurava nas extremidades dos galhos cada bolinha...
Ali estava inaugurado o NATAL! Delicadeza... Delicadeza...tudo se superpondo à árvore...
O quarto ensinamento eram sucessivos exercícios gestuais... dar laços em fitas com as mesmas medidas, separar chumaços de algodão para decorar como "neve"...enrolar espiralando um festonè metálico... localizar a ponteira da árvore... uma estrela em vidro tão fininho que parecia sonho....passar cola e purpurina em algumas bolinhas para dar efeito...e tudo com energia de-li-ca-da...porque usávamos tesouras, ampolas... araminhos...
Araminhos "de-li-ca-dos" e enroladinhos em linhas verdes... em linhas verdes!
O quinto ensinamento era levar a árvore para o local definitivo, próxima a uma tomada de luz...ou localizar um fio de extensão para a tomada...e esse exercício poderia desmanchar todo o trabalho...de-va-ga-ri-nho...vamos! "De-va-ga-ri-nho!"
O sexto ensinamento era harmonizar: olhar para o que tínhamos feito... e corrigir... acertar um laço torto... localizar o beija-flor para ficar mais visível... as botinhas do Papai Noel... as estrelinhas...e sonhar que quando o papai chegasse ele ia ficar muito feliz e surpreso! Íamos dizer para ele: Chegou o Natal!
O sétimo ensinamento era pensar em todo o mal que tínhamos causado aos nossos pais, irmãos e amigos, para numa reflexão sabermos se éramos merecedores de presentes...ou não!E se a nossa cabecinha dissesse que sim, então deveríamos escrever a Cartinha, pedindo o presente...
Meu repertório de músicas de Natal era imenso e entre elas, eu cantava: Querido Papai Noel, vou fazer o meu pedido para o dia de Natal... e passava aqueles dias exercitando só delicadezas.Só de-li-ca-de-zas!
O oitavo ensinamento era não deixar com que ninguém abrisse os presentes que estavam chegando na árvore... Era preciso controlar a minha curiosidade e a dos meus irmãos.
O nono ensinamento era ir falar pessoalmente com Papai Noel, entregar a cartinha e tirar fotografia ao lado dele...Ele me perguntava: Você é obediente, boa menina? E aquela pergunta era um eco nos meus ouvidos...
O décimo ensinamento era esperar o dia de Natal ...Chegar em casa, encontrar todos os brinquedos que eu pedi ao Papai Noel e ainda os brinquedos que eu sonhei, mas não pedi. Ver um pratinho com garfinho e um pedaço de bolo...um copinho com restinho de guaraná...um guardanapo sujinho... e o gorrinho do Papai Noel esquecido na poltrona.... e você, Mamãe, nos dizendo: "Ele deve ter nos esperado um pouquinho...saiu ainda agora... Deve estar muito apressado porque tem que entregar ainda todos os brinquedinhos das outras criancinhas do mundo inteiro... Hoje é Natal!
Mas eu ganhava sempre muito mais...Delicadeza... Delicadeza...para o Ano inteiro...para vida inteira... Esperança, Beleza, Realização, Paciência...Sonho, Harmonia, Reflexão e Consciência...

Fernanda Correia Dias
In Chez Nous, Histórias de natal















segunda-feira, 14 de novembro de 2011



Fernanda Correia Dias . Importancia . Arte e paint


IMPORTANCIA


Fernanda Correia Dias

in Geografia familiar

Fernanda Correia Dias . Fernanda e a Folha do Algodão de Jardim. Foto e Arte


Vou atravessando com a verdade.

E você?

Fernanda Correia Dias

in Geografia familiar
Fernanda Correia Dias . Ilha das flores II. Arte et Paint


Artes para texteis, tapeçaria e porcelanas.
Fernanda Correia Dias . Ilha das flores I Arte e Paint


A arte de desenhar um raport é o caminho para o infinito.

Pode ser feita através da reflexão do eixo vertical, do eixo horizontal ou do eixo diagonal.

Escolha uma direção e vá.

Fernanda Correia Dias

in Reflexões
Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Mamãe dormindo para sempre.


Mamãe dormindo para sempre me ensinou que a Morte não é a inexistência.

Mamãe diz:"A alminha sai e fica apenas a casquinha."

Olhei para a "casquinha" da minha Mãe e chamei de Precioso Corpo

enquanto eu e ela observávamos,naquele dia, a "casquinha".

Conversamos ternuras e agradecimentos mútuos, sem despedidas.

Não podemos. Hoje eu e ela habitamos a minha "casquinha'.

A Morte não é um afastamento, muito pelo contrário,

a Morte é uma fantástica, maravilhosa, poderosa e interminável Presença.


Fernanda Correia Dias

in Geografia Familiar

sábado, 12 de novembro de 2011

Fernanda Correia Dias. A Verdade é visivel . Arte


A Verdade é visível e feita de muitas Verdades.


Fernanda Correia Dias

in Três Irmãos
Fernanda Correia Dias . Sigo com a Verdade . Arte

Se você ainda não está pronto, prepare-se.

Viver é praticar a Verdade.

Fernanda Correia Dias

in Três Irmãos


Fernanda Correia Dias . Sigo com a Verdade . Arte

Aquilo que você vê, ouve e vivencia é propriedade da sua consciencia.

Seja fiel a você mesmo.

Pratique a Verdade.

Fernanda Correia Dias

in Três Irmãos
Fernanda Correia Dias . Arte . Sigo com a Verdade


A verdade ocupa um lugar real no espaço.

Não vê quem não quer.

Queira ver.

Fernanda Correia Dias

in Três Irmãos

sexta-feira, 11 de novembro de 2011




Fernanda Correia Dias . Arte. Dois Irmãos IV


Onde do onde de dois mil e onde


Please.


Fernanda Correia Dias


In Três Irmãos
Fernanda Correia Dias . Arte. Dois Irmãos III


Onze do onze de dois mil e onde.


o Por da cor


Fernanda Correia Dias


in Três Irmãos
Fernanda Correia Dias . Arte. Dois Irmãos II


Onde do onde de dois mil e onze.


Harmonia.


Fernanda Correia Dias


in Três Irmãos
Fernanda Correia Dias . Dois Irmãos I . Arte


Onze do onze de dois mil e onze.

Harmonize.

Fernanda Correia Dias

in Três Irmãos






Fernanda Correia Dias . Fotografia . A Flor do Alfinete.


Três.


Em Onze do Onze de Dois mil e Onze

Fernanda Correia Dias

in Por que falei de flores
.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Traineira da Mamãe nos Dois Irmãos .

Acrílica sobre canvas


Thereza,
Eu sinto que a Poesia, quando exata,
não dispensa a vo-ca-li-za-ção,
porque nasce para ser dita e ouvida,
permitindo a fascinante visualização
do sentido, fixando infinitas dimensões.
É ação.

Eu sinto que o Poema tem esta finalidade
reter nas cordas da Lira, as cordas vocais,
a musculatura e potência da inteligência
no instantâneo da síntese...
E mais...
Tanger no meio do peito o ar da respiração
para que sintas no que é lido, aquilo que dirás
ter sido de si, subtraído, por estar
literalmente vivo... na poesia do poema
e na percepção do clarão...
Pois que é na percepção do clarão que se
instala toda a clarividência,
perpetuando Poema, o Poeta e a Poesia
em humana exatidão.

Inscrevendo-os como definitivos
para toda qualquer hora ou dia e
para qualquer idioma ou geração.

No que é dito, por que lido, o Poeta levanta-se do Poema
e é a própria Poesia em imensa dimensão.

Para T.C.R.M. e para a minha Avó e Poeta Cecília Meireles,
Agradecendo o Poema de Thereza,
no 110 aniversário de nascimento de Cecília Meireles!
Fernanda Correia Dias

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Fernanda Correia Dias . Esta casa está em Festa!


Para minha Avó Cecília Meireles nos seus 110 anos!


Casa de bonecas que ganhei de minha Avó Cecília Meireles .Fotoarte




Hoje é dia do seu aniversário, Parabéns! Parabéns!


As pirâmides do Egito temem o Tempo e o Tempo teme Cecília Meireles!


Beijinhos da sua afilhadinha de batismo que foi batizada por você,


na mesma igreja onde você foi batizada e no dia do seu aniversário!


Fernandinha


Beijinhos da sua filha e minha Mãe Mathilde e das bisnetas, Kenya e Gaya

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Pétala, sobre pétala!


Papel aceita tudo, mas uma flor, é uma flor... É uma flor.


Fernanda Correia Dias

in Geografia familiar
Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . A flor do Algodão de Jardim


Feliz aniversário.

(...e as mãozinhas acenam...)

Feliz aniversário!

(...e as pétalas rodam como saias...)

É festa!

(...os galhos dançam...)

E uma folha cai sobre o meu ombro.

Uma folha verde em forma de coração.´

Uma folha verde da árvore da flor do Algodão de Jardim...

Para mim.

Sim.sim-sa-la-bim!


Fernanda Correia Dias

in Geografia Familiar

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . A mãozinha da Flor-de-Algodão


A mãozinha da Flor-de-Algodão, traz uma manga longa e amarela.

Ergue-se por dentro do vestido da flor, estendendo no gesto a oferta de Amor!

Simboliza eterna oferta, coroada de humano sangue em humana vida.

Árvore do Amor.

Fernanda Correia Dias

in Designs
Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Sobreposição de slides

Tarde de Rosas na Igreja de São Benedito

Uma tarde como a de hoje, com céu claro, dava até para ouvir a palavra Rosa ecoando...ecoando e bordando no céu, aqueles dias em que Vovó Ana, antes de nos irmos, nos deixava na mão, uma ou mais rosas, que cortava do canteiro.

Uma tarde como a de hoje, observando o céu imenso como naquele dia na Ilha, podia tocar com os olhos o Mar de Idéias que quebrava no meu ouvido, como estrondo de ondas, em praia intacta e deserta E meus pés eram pequenos sabonetes, mas eu compreendia.

Uma tarde de céu inteiro. Para se ver como da gávea de um navio. Céu de Brigadeiro, Mar de Almirante, para espíritos de Ilha que reconhecem pescadores, Palmas e Abraões, coqueiros, siris patolas, peixe com banana d´água, puçás na noite de caranguejos.

Uma tarde de Rosas. Leite-de -Rosas...para Vovó Ana e Tia Dilermana-toque-de-Amor, de mãos dadas, enquanto os meninos vestidos de branco, traziam os lampeões acesos e rezavam Cordeiros de Deus que tirais os pecados do mundo, dai-nos a paz. Em paz, na Igreja de São Benedito.



Fernanda Correia Dias


in Tarde de Rosas no Arquipélago da Madeira


Igreja de São Benedito

































terça-feira, 25 de outubro de 2011

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Por saberem que eu gostava do Mar

A vida é um desenho curioso.

Desenho dinâmico, feito de diversas superposições de instantes.

Vejam so! Um aquário na minha estante, repleto de Conchas, Náutilos e Caramujos.

Conchas aos pares como asas de borboletas, trazidas por minha Mãe e Filhas.

Dois colares de flores brancas e ao fundo um tabuleiro de xadrez.

No instantâneo, tenho muito para pensar.

Lembro das mãos que trouxeram cada Concha, Náutilo e Caramujo.

Das praias onde minhas Filhas e Mãe me diziam que acharam mais um! Mais uma!

Lembro da cor do dia e onde nós estavamos...

Da alegria inteligente da minha Mãe sorrindo e me pedindo para ouvir o Mar, dentro do Caramujo!

É um filme amoroso, amigo, eloquente, infinito... Tão Bonito!

E o colar de flores passeou... passeou...Foi e voltou com alvuras, para o mesmo lugar!

O xadrez que o meu pai me ensinou, ensinei para as minhas filhas:

Verdade.

Viver a Verdade.

Como minha Mãe comigo praticava.



Fernanda Correia Dias

In Por saberem que eu gostava do Mar

domingo, 23 de outubro de 2011



Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Pote de Pincéis e Penas.


Não é o único, mas é um deles.´

Pote marajoara! Miniatura daqueles grandes, feitos por meu Avô Fernando Correia Dias.

Está repleto de penas e pincéis. Daí, saiu a Pena-de-Arara-Azul.

Contra a luz a pena, que do lado externo da curva é azul e do lado interno é vermelha, parece verde musgo...

É que cor... é luz.

Cor é luz. Mas poucos... Muito poucos sabem sobre isso.

As penas de aves, resultam em excelentes prendedores de cabelo e molhadas nas tintas e nanquins, são ótimos "escrivinhadores" como diria a Kenya...

Não trazem a precisão das penas metálicas, nem das canetas à nanquim...

Mas dão uma liberdade!

E com treinamento e habilidade podem resultar em desenhos muito preciosos e precisos!

Fernanda Correia Dias

in Pincéis e Penas.




Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Pena caída de Arara e nanquim sobre papéis

Aquela pena de Arara Azul, dentro do meu pote de pincéis! Saía, passeava e voltava para dentro do pote!
São trinta anos! Está intacta como ganhei. Maravilhosa!
Saía para prender meu cabelo, quando eu precisava pintar...
Saía para dar uma volta comigo, no meu cabelo, quando estava muito calor...
Mas no Domingo, resolvi usar a pena Azul de Arara, para desenhar à naquim.
Uma maravilha escorregar a pena em traços à nanquim...Só pensava na minha mãe, Maria Mathilde.
Só carinho.
Então, olhei para a pena pousada sobre o mármore, com a ponta manchada de nanquim, vi e ouvi minha mãe me entregando aquela pena e me dizendo: "Filhinha, trouxe para você,um presente lindo! Toma! Encontrei caída...Deve ser de Arara Azul... É línda! É mais uma para você!"
Dela ganhei três penas verdes de Papagaio, que eu também usava no cabelo...Uma, imensa e bem branca de Pato... outras de Pavão...E minha mãe me dizia quando me via com a pena no cabelo: "Fernandinha você está lindíssima, com esta pena no cabelo!!! Fica linda em você! Te enfeita muito!"
Talvez por isso, todas as penas naturais que tenho, foram dadas por ela!
Das mais delicadas como as de Saíras e Canários às mais robustas como as de Pato e talvez Gavião...
Dela ganhei cocares... curtos e longos...para combinar com meus cabelos-de-água... Pretos e lisos...
De frente para ela, eu era a Índia dela! A Índia que desenhava... que pintava e que partia para o mundo, distraída com uma pena de Arara Azul atravessando o cabelo. Por isso, todos estes últimos desenhos à naquim com pena de Arara Azul, são dela...para ela... para Ela!

Fernanda Correia Dias

in À nanquim, para minha mãe Maria Mathilde


Fernanda Correia Dias . Nanquim em pena-caída de Arara sobre papéis


Oito de Infinita Verdade.


Fernanda Correia Dias

in Primavera


Fernanda Correia Dias . Fotógrafa

Nanquim em pena-caída de Arara sobre papéis


Primavera em lenço.


Fernanda Correia Dias

in Primavera
Fernanda Correia Dias ; Fotógrafa .

Nanquim em pena-encontrada de Arara sobre papéis


Composição em Quatro

Fernanda Correia Dias

in Primavera
Fernanda Correia Dias . Fotógrafa .

Nanquim em pena-encontrada de Arara sobre papéis


Porque é Primavera.

Fernanda Correia Dias

in Primavera
Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . O gatinho mágico da minha mãe Maria Mathilde


Sabe o que está dizendo, por isso diz.

Fins. Meios. Inícios.

Diz com o olhar, veemente, enquanto eu leio a olhada.

Uma prática dos gatos egípcios que introjetam do dono, o espírito.

Mágico. Seguro na resposta. Magnífico.

Fernanda Correia Dias

in O gatinho mágico da minha mãe Maria Mathilde


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

F


Fernanda Correia Dias . Fotógrafa .




O gatinho mágico da minha mãe Maria Mathilde.




Ele fica perto de mim, me segue e senta ao meu lado.


Conversa comigo com o olhar e fala.


Se eu demorar muito para chegar, ele reclama.


Não é por falta de comida, leitinho ou água,


mas porque quer deixar claro que me ama!




Se eu tenho que trabalhar sentada,


corre para o meu colo e se enrosca como uma criança,


mas, se estou muito ocupada, trabalhando em pé,


senta-se elegantemente, ao meu lado, tomando conta de mim,


e não levanta.




Dá palpite, faz observação,


seu olhar igual ao da minha mãe, é fantástico.


Por isso, converso com ele e chamo de


Gatinho mágico!




Fernanda Correia Dias


in Gatinho Mágico da minha mãe Maria Mathilde




Fernanda Correia Dias . Foto do gatinho da minha mãe Maria Mathilde.




O gatinho da minha mãe, Maria Mathilde, me olha como ela, dorme como ela e fala como ela!


Eu digo para ele:- Você é um gatinho mágico!


Outro dia, mudou o miado para me chamar atenção e miou: Mummy!


Fernanda Correia Dias


in O gatinho mágico


para Marilinha e Marta Peixoto
Fernanda Correia Dias .Visita da Fernandinha para Marina Hermida, no seu aniversário!




Porque hoje são 18 de outubro de 2011"


Feliz aniversário Marina Hermida!


Vim, porque meu pensamento estava em você.


São 105 anos!


Que beleza!


Eu trouxe sua professora comigo, no meu coração e deixo aqui vários beijinhos de borboleta!


Também deixo para a Vilma, Arnould, Maria Laura e toda a família enquanto todos juntos cantamos:


Parabéns para você, nesta data, Querida! Muitas felicidades, nossa Marina Hermida!




Fernanda Correia Dias


Para Marina Hermida 105 anos!


com beijinhos da Fernandinha

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Igrejinha da Penha ao modo Guignard

Assim, com as duas torrezinhas estendidas ao grande céu e ainda sobre o alto do morro,
guardam os homens a imagem da Nossa Senhora da Penha, no alto do altar.
Para ficar mais perto dos pensamentos elevados, para dar ao homem a dimensão humana, a humildade e compreensão de que somos todos irmãos e nada podemos fazer quando Deus chama para perto. Ele é quem manda no céu.
Dentro das nuvens moram os anjos que todos lembram. anjos sábios e rarefeitos, que estão sempre em vigília dos seus queridos... Como é linda esta dimensão! Mas que também vivem dentro do nosso peito, nos orientando, nos dando o Amor na hora certa, nos explicando sobre o perdão e a compaixão, enquanto ainda somos pessoas, amigos, pais, mães, filhos, netos, sobrinhos, tios, avós, primos, pequenos deuses, mártires e quase santos e caminhamos ainda no chão.
E como somos pequenos diante do Céu!
Assim pintava Guignard, as paisagens de Ouro Preto, com igrejinhas, homens e festas, mostrando nas proporções entre o Céu e a Terra que somos apenas o Amor, diante do Deus da Imensidão.


Fernanda Correia Dias

in Irmãs e irmãos.





Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Alamanda sempre-viva para Delermanda-Toque-de-Amor




Eu era ainda menor do que sou, quando você me sentava na mesa para comer comigo as bolinhas de queijo que tiravas do tabuleiro. Tão quentes, enquanto assopravas o calor de cada uma, sorrindo.


Pensar em você é também, lembrar do seu pé-de-carambola, carregado e dobrando por cima daquele riozinho...e ver entre as suas mãos a geometria amarela da carambola.Tão lindo!


É cortar em estrelinhas amarelas, a carambola, pensando em você e falando seu nome assim: Dilermana.


É ouvir a passarinhada do Tio Ministrinho... e olhar para cada cor de pássaro e imitar saltinhos e pulinhos.


Lembrar de você é rever nosso encontro-para-sempre, com bolo e fotografias, onde nem é preciso dizer: Sorria!


É ter comigo um vidro de perfume, que me destes, lembrança-daquele-dia: Toque de Amor! Um, não! Três!


É passear entre os canteiros, para procurar a Grande Abóbora! Ora, Ora! Hora de ir embora...Que pena...


É saber de céu de estrelas, de Ilha, de irmãos se encontrando, arrastão, pescaria...


É aprender a dizer Delermanda...enquanto meu pai te chama de Mana...


Mana, maninha...maninho...Mano... esta consciência de irmandade que Alá, manda, nas Alamandas, Tia Delermanda ou Dilermana-toque-de-amor, sempre-viva em meu peito.


Fernanda Correia Dias


19 de outubro de 2011


para Tia Delermanda Silva dos Santos


de 7 de outubro de 1922



















Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Uma Rosa é uma Rosa.


Uma Rosa é uma Rosa.

Mas, uma rosa cor-de-rosa...

Suspensa por uma haste... no meio da Matha... é a excelência!

Presença ao vivo e à cores.


Fernanda Correia Dias

in É a minha natureza
Fernanda Correia Dias . Fotógrafa . Uma Rosa é uma Rosa, é uma Rosa!


Uma Rosa é uma Rosa, é uma Rosa!

Não importa se você não leu cada pétala, se você não amou a suavidade do tom,

se você não encontrou motivos para amá-la e compreende-la.

Uma Rosa é uma Rosa, é uma Rosa!

Lança sementes de Rosa no chão do canteiro.

Dá-se ao ar, inteira, com perfeição e Beleza.

É a Excelência da natureza em estado de Verdade.


Assim respiram as folhas.

Assim eleva-se o caule.

Assim apontam as cores.

Assim confirmam as raízes.

Assim espalham as notas do aroma repercurtindo Rosa em toda e qualquer direção.
Não importa se você diante dela, diz que é uma Zebra... Uma Rosa não se ofende.

Porque uma Rosa é uma Rosa, é uma Rosa!



Fernanda Correia Dias

in É a minha natureza