quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fernando Correia Dias na cômoda . Fernanda Correia Dias
Aquarela sobre cançon . 1983

"Escolhi a parede e encostei a cômoda. Limpei cada gaveta e fui dispondo lâmina por lâmina, sobre papel cartão.

Protegi com transparencias, suavidades, aromas. Fui lendo e convivendo com suas horas vivas, em cada desenho.

Não é assim que as pessoas leêm uma arte, mas eu sou sua neta e minha mãe me deu o seu nome,minha avó, para me batizar, repetiu seu nome e meu avô Heitor-padrinho, concordou.

Desenhando, eu não sou nem a sua sombra, mas no seu desenho, eu sei ler a temperatura da sua mão.

Somos morenos, mornos, motivados, mas eu sou falante.

Minha mãe achou que meu pai parecia com você... ele também desenha.

Eu? Reconheço-te em qualquer papel...suas tintas, traços, tira-linhas e penas.

Passa na composição do meu sangue, ainda, a sua ânima."

Fernanda Correia Dias

Para o meu avô-materno, Fernando Correia Dias,

de quem herdei meu nome

10 de novembro de 2010, 118 anos!


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