sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fernanda Correia Dias/Autora . Peixe calmo . Búzios . 1997

Fernanda Correia Dias . Meu outro peixe. Guache sobre papel. Búzios 1997

Fernanda Correia Dias . Meu peixe . Guache sobre papel. Búzios. 1997

"Um dia, eu não parei mais de pintar... fui fazendo um atrás do outro... como se todos eles fossem meus, me pertencessem, me habitassem, vivessem dentro de mim, circulando no meu sangue e eu decidisse que não mais morariam em mim, mas em outro mar!

Foram nadando para a vida em ar... eu protegi com vidro...deixando-os livres no ar, para serem eles mesmos.

E ficaram assim suspensos... alegro-me por re-encontra-los e em sabê-los ainda vivos, livres e especialemnte azuis, como sempre foram "

Fernanda Correia Dias. Sobre os guaches azuis de peixes, conchas e fundos do mar. Julho, 2010


Autora Fernanda Correia Dias . Tombo da Lua . 1995. Búzios . Aquarela sobre canvas

Quando perguntei, como chamaríamos a traineira, ela decidiu: Tombo da Lua!

Perguntei por quê?

" Imagina... se essa lua dourada, caísse no mar para ser um barco e sair pela noite, seria a traineira amarela...

que é um barco imperfeito, alquebrado, barulhento e que ainda assim vaga no dia e na noite em beleza e ternura ...como a lua...

até não se sabe quando, mas por enquanto!"

Fernanda Correia Dias . Conversa com minha mãe, Mathilde, Búzios 1995


Autora Fernanda Correia Dias . Eu e ela na traineira amarela da aquarela! . 1995 . Aquarela sobre canvas. Búzios.
Minha mãe está aqui, nesta traineira amarela, sorrindo,
com seu olhar de espelho e de marinheira.
A temperatura é morna,
suas mãos são mornas,
e ela diz que pode ficar aqui, para sempre, porque está muito feliz.
Minha mãe sorrindo,
dentro da traineira amarela.
pintura em aquarela!
A paisagem que espera...
Só ela e eu sabemos, que estamos juntas,
para sempre,
como ela quer,
marinheira,
morna e feliz,
dentro da traineira amarela,
da aquarela!
Fernanda Correia Dias . Búzios, Junho de 1995 - Eu e ela na trainera amarela, da aquarela!


sábado, 24 de julho de 2010

Fernanda Correia Dias . Vem. Acrílico sobre cânhamo. 2009. Bienal do Livro

Fernanda Correia Dias. Lá vem o Mar. Acrilico sobre cânhamo. 2009. Giftshop Bienal do Livro

Fernanda Correia Dias . Céu e Mar. Acrílico sobre canvas. 2009. Bienal do Livro

Fernanda Correia Dias . Estampa exclusiva para Casa da Sereia.
Fotografia. Kenya Correia Dias
Modelo. Gaya Correia Dias
Leblon. Rio de Janeiro. Brasil
Fernanda Correia Dias. Casa da Sereia . Fotografia
Miami . 2001

" Queira perceber esta cor, este mar, esta areia tão fina, este céu, estas sombras ...

E queira deixar-me neste silencio morno, de cristal em distancia, ouvindo-me apenas."

Fernanda Correia Dias . Noções de arquipélogo e continente. 2003


Fernanda Correia Dias . Nos encontramos aqui. 2009. Acrilico sobre cânhamo.
Bienal do Livro do Rio de Janeiro
Fernanda Correia Dias . Em brumas . Guache sobre cartão . 2003

"Era uma manhã bem clarinha dentro de mim. Destas que só acontecem quando nos sabemos verdes."

Fernanda Correia Dias. Nocções de arquipélogo e continente. 2003



Fernanda Correia Dias . Porque meu coração é uma ilha. Guache sobre cartão. 2003


"Eu sempre desenho uma ilha muito distante e tudo em volta mar.
Me sinto uma ilha muito distante e tudo em volta mar.
Se uma ilha falasse, talvez não dissesse o que eu digo, mas sentisse o que eu sinto.
Eu sou a filha do meio, a neta do meio, a irmã do meio, a sobrinha do meio e a tia, da tia do meio.
Talvez isso me explique porque sempre desenho uma ilha, e uma palmeira no meio da ilha.
Eu sou simultaneamente a ilha e a ilhada."

Fernanda Correia Dias . Nocões do arquipélago e do continente. 2001

Fernanda Correia Dias . Borboleta Azul II. 2006 . Acrílico sobre canvas

As borboletas azuis povoam a minha infancia como pessoas da minha família.

Sei o que me ensinaram para sempre até hoje:

Sustentar o ar em leves asas, para poder voar no ar e passear suspensa por ele.

Lição de dinâmico equilíbrio em vida.

Sempre achei que a palavra sublime, é mais parecida com borboleta, que a palavra borboleta...

Fernanda Correia Dias . in Classes de observações. 2008 . Inédito.


Fernanda Correia Dias . Morpho aega . Borboleta Azul . Mata Atlàntica. Brasil.
Acrílico sobre canvas . 2006
"Borboleta é um pensamento colorido no papel que a natureza fez e deu vida.
É uma vida colorida voando.
A cigarra também é vida voando. Ela tem voz para anunciar a tarde e o calor...
No coração dela tem um barulho de motor feito pela natureza.
As asas da cigarra são como as asas das libélulas e das donzelinhas...
tem uma armação igual a vitral de igreja.
As asas são de celofane transparente e a cor é como a água quando colocada sobre a terra... que fica na superfície boiando.
A "furta-cor"!
O Sr. já viu?"
Fernanda Correia Dias . fragmento de O Diário da fábrica de fazer nuvens . Inédito.

sábado, 17 de julho de 2010

Autor Fernanda Correia Dias . As filhinhas dos pescadores - Ou isto ou aquilo - Cecília Meireles

" Quem tem o livro, já arrolou no testamento. É fato. Conheço várias historias comoventes sobre Avós e netos, mães e filhos, pais e filhos...todas ao redor do livro, ilustrações e poesias.
Tornou-se obra rara. Quem tem não se desfaz. Nunca consegui comprar nenhum usado.
Mas o mais bonito desta experiência, foi encontrar minhas filhas no caminho da escola, abraçadas com o livro!
Elas tinham milhares... mas escolhiam sempre o livro, sem saber que a mãe ilustrou e que a abisavó escreveu. Levavam ainda analfabetas, apenas porque diziam que era “o livro mais bonito”, o que “mais gostavam de ler”... para a aula de leitura na escola.
Combinei com minha mãe de não revelarmos as autoras das ilustrações e poesias, até que elas soubessem ler sozinhas os nomes da ilustradora e da escritora na capa... e um dia elas chegavam e me perguntavam: “foi você mesma que fez este livro? Esta Fernanda aqui é você? Este aqui não é o nome da Bisa? Também quero fazer livros assim...” E fizeram.”
Fernanda Correia Dias - 17 de julho de 2010 – Rio de Janeiro - Brasil
Autor Fernanda Correia Dias - As filhinhas dos pescadores . Ou isto ou Aquilo . Cecília Meireles

“Minha impressão sobre estas imagens, passados 23 anos, é de que foram feitas ainda ontem.
O espanto dos editores, com os detalhes, cores, movimentos...e dos leitores, segue o mesmo.
Quem vê quer comprar um livro igual e diz que não encontra!
A edição tem a primeira e quarta capa, coloridas. O formato é A4 horizontal.
Capa dura, guarda colorida, 165 páginas em policromia costuradas e acrescidas de meias-páginas.
Depois de consultar e pesquisar com as crianças acrescentei um Banco de palavras Ou isto ou aquilo.
Palavras que traziam duplo sentido ampliaram o vocabulário dos leitores infantis e os das minhas filhas e sobrinhos, imediatamente.”

Fernanda Correia Dia 17 de Julho de 2010


Autor Fernanda Correia Dias . Cesto de peixes . Ou isto ou aquilo . Cecília Meireles

“Eu preservo a minha mão, para ela fazer o que sabe.
Minha mão é livre, mas é muito exigente.
Ela tira tudo de mim. Naquele instante.
É como uma força elétrica.”

Fernanda Correia Dias – 17 de Julho de 2010


Ilustração Fernanda Correia Dias

Autor Fernanda Correia Dias . Detalhe da ilustração Cesto de Peixes para Ou isto ou Aquilo . Cecília Meireles
O que é a ilustração para você?

“A ilustração é algo fascinante. Colocamos no papel imagens que pensávamos que sabíamos.
E nos surpreendemos com o que sabíamos...! Sempre mais! Nunca menos.
Sabíamos mais do que sabíamos sem saber que sabíamos tanto!
E isso é o “algo” fascinante porque é revelador.
A mão ganha uma autonomia espantosa. Expressa e libera memória e observação.
O raciocínio fica em segundo plano.
Ele emerge quando minha consciência pergunta: O que é isso que você fez?” Mas já está feito.

Fernanda Correia Dias - 17 de Julho de 2010 - Rio de Janeiro - Brasil


sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ilustração Fernanda Correia Dias . Leilão de Jardim . Ou isto ou aquilo. Cecília Meireles
Detalhe de Ilustração IV . Flor

Ilustração Fernanda Correia Dias . Leilão de Jardim . Ou isto ou aquilo . Cecília Meireles
Detalhe de ilustração III - Ninho
Ilustração Fernanda Correia Dias . Leilão de Jardim . Ou isto ou aquilo . Cecília Meireles
Detalhe de ilustração II
Ilustração Fernanda Correia Dias Leilão de Jardim. Borboletas Ou isto ou Aquilo . Cecília Meireles . 1987

Detalhes da Ilustrações 1


Decoração Fernanda Correia Dias
Viver é a arte de escolher os melhores sonhos!
Fernanda Correia Dias


terça-feira, 13 de julho de 2010

Fernanda Correia Dias - Família - 13 de Abril de 2010
Nanquim e aquarela sobre papel
Cartas do Paraíso
Fernanda Correia Dias
-4-
Vens com esta cançãozinha
E vais.
Cada pio levanta o sol e apalpa o ar...

Percebo que ordenas o dia,
creio em ti como um deus no mar...

Acordas sombras escondidas
Acendes vozes de silencio
E quando tudo parece certo em cada lugar,
Renuncias a paisagem que assistes da ponta do mastro e
Saltas ao abismo do ar...

Levas de mim
Tua cançãozinha
Amanhã retornarás
Aprendo com você, diariamente
A reduzir pensamentos a uma única sílaba
Condensar, condensar
Variar entonações
Pausar. Ritmar, multiplicar...
Sintetizar...sintetizar...
Lições da suprema arte de piar.


Fernanda Correia Dias - Discursos de pétálas - Marina de Vila Moura - Portugal 2001
Aquarela sobre papel
Cartas do Paraíso
Fernanda Correia Dias
-3-
Não me mudas o pensamento por negares o que penso.
O que penso é íntimo, entendes?
Penso que o que penso é verdadeiro.

Se meu julgamento tem esta importância para ti.
Ignore com nobreza.
Mais vale o que temos de certo, mesmo que provisório
Que eternas mentiras com aparências perfeitas.
Fernanda Correia Dias - As letras do Mar - Algarve 2001
Aquarela sobre papel
Cartas do Paraíso
Fernanda Correia Dias
2
Deixo a casa de porta aberta
Saio sem fechar a janela
E vou descalça pela areia observar
o imenso cardume de pequenos peixes.
Ensinam o nada e o nadar...
Nada trazem e nada levam...
Entretanto nadam.
Morrem ou vivem de nadar.


Fernanda Correia Dias - Alfabeto do Algarve - Portugal 2001
Cartas do Paraíso
Fernanda Correia Dias


1-
Assim.
Encontro milhares ao chão...
Umas redondas outras longas
morenas, vermelhas , negras, brancas...
Lisas como peles humanas
Dormindo em indizíveis seivas
Concentradas em ordens subcutâneas.
Todas na minha mão.

Esta? A mais alta palmeira!
Esta? Cepa de mil anos!
Esta? Folhagem rasteira!
Juntas? Silencio e solidão.

Surdas sementes.
Surdas sementes.

Sopradas, chegarão a outros continentes
Esquecidas, germinarão.
Sozinhas em si mesmas...

Surdas sementes
Surdas sementes.

Apontarás:
Aquela? A mais alta palmeira!
Aquela? Cepa de mil anos!
A outra? Folhagem rasteira!
Surdas, cada qual em seu reino
de heranças genéticas
Apuradas em cada folha, flor, fruto...
Lançarão ao chão
Renovados ciclos de
surdas sementes
para renovados ciclos de
silencio e solidão.