sábado, 14 de novembro de 2009

Ou isto ou Aquilo

Fernanda Correia Dias, designer e programadora visual ilustrou Ou isto ou Aquilo escrito por sua avó Cecília Meireles.
"Minha avó também era minha madrinha. Escrevia frases ou quadrinhas em pequenos papéis e pedia-me para ler e fazer desenhos a partir do texto... Ela abria livros maravilhosos de sua biblioteca e contava-me histórias... Dava-me tintas, lápis coloridos, pincéis e muitos livrinhos. Escreveu o poema A Bailarina para mim. Eu dançava ballet inventado por mim para ela, na casa dela. Depois ganhava muitos beijos. Ensinou-me que eu precisava escolher: ou calçar a luva e tirar o anel... ou manter o anel e não calçar a luva... o anel era de ouro e de pérola e minha mãe recomendava sempre para não perder, não tirar do dedo, etc... mas sou de um tempo em que para visitar avó, era preciso calçar luva de organdi... e... lá ia a luva sobre o anel... meus primos e meus irmãos corriam pelas rampas do jardim e eu os via da balaustrada da varanda da biblioteca. Ela ao meu lado, solidária, advertia-me: "Quem sobe nos ares não fica no chão... é uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo em dois lugares"...
Quando minha mãe Maria Mathilde, convidou-me em 1983 para criar o projeto do livro e ilustrar, coloquei no projeto tudo o que aprendi com minha avó: todas as cores, surpresas, "o panorâmico", "o tempo", o teatro, a música, o duplo sentido de palavras e seus significados. Principalmente, poemas com temas opostos ou emoções opostas... Entre eles uma passagem de meia página... Por este motivo a capa é uma borboleta e a quarta-capa uma lagarta: No meio a "metamorfose" porque ninguém passa por uma experiência incólume. Toda experiência nos transforma!"

Um comentário:

  1. Este post é de 2009 e em dezembro de 2012 eu escrevi outros posts neste mesmo blog,(sem ler este) sobre esta linda obra,Ou isto ou aquilo de Cecília Meireles comemorando os vinte e cinco anos da edição de 1987.Acabo de ler este meu post acima, de 2009 e fiquei muito contente comigo mesma.Eu tenho uma verdade e não preciso saber o que escrevi antes. A verdade é a verdade e porque é a verdade ela é sempre coerente com ela mesma.
    Fernanda Correia Dias

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